Livro: Dias Infinitos
Título original: Infinite Days
Autor (a): Rebecca Maizel
Editora: Galera Record
Páginas: 384
ISBN: 9788501095473
Sinopse: "Cansada de passar seus infinitos dias perseguindo e matando vítimas inocentes, Lenah Beaudonte, uma poderosa vampira da era vitoriana, decide abandonar seu coven de comparsas decadentes e transformar-se em humana. Mas o ritual capaz de transformá-la é extremamente perigoso. É necessário que um vampiro se sacrifique por ela, e não só isso; Lenah precisará passar 100 anos hibernando. Felizmente, Rhode, o grande amor da vida dela, resolve se sacrificar para realizar esse sonho. E a transformação é bem-sucedida. Após 592 anos, Lenah acorda em um corpo humano, na prestigiosa escola particular Wickham, em Massachusetts. Ela está completamente sozinha em outro século e precisa aprender a viver no mundo moderno, como uma adolescente comum. E justamente quando Lenah parece ter se adaptado à nova vida, feito novos amigos e até arrumado um namorado, o passado volta para assombrá-la. Seus ex-companheiros vampiros embarcam em uma caçada mortal para encontrá-la e capturá-la. Agora não só Lenah, mas todos que ama correm perigo. Será que ela conseguirá escapar e salvar os amigos sem revelar seu maior segredo?"
SÉRIE "RAINHA VAMPIRA"
1. Dias Infinitos
2. Stolen Nights (sem previsão de lançamento)
3. Eternal Dawn (sem previsão de lançamento)
Lenah Beaudonte é uma das
vampiras mais poderosas de sua espécie, mas não está nem perto de ser feliz. Depois de décadas de agonia, desejando ser humana novamente, eis que ela consegue realizar tal feito: mas por um preço incrivelmente alto.
Rhode, seu criador, melhor amigo e o amor de sua vida realizou o ritual para que Lenah tivesse seus desejos cumpridos, e
se sacrificou no processo. Agora, depois de passar os últimos cem anos dormindo, ela é novamente uma
humana de dezesseis anos, em um moderno colégio interno particular, pronta para viver sua vida do momento em que a parou — mas seus feitos do longo passado não podem ser simplesmente esquecidos.
Acontece que Lenah foi uma das mais cruéis e sanguinárias vampiras de seu tempo, e
as consequências disso a perseguirão impetuosamente. Ela foi a rainha de um coven, o mais poderoso clã de vampiros existente, e parte da magia envolvida implica nunca
abandonar o seu clã. Como fugitiva de seus antigos irmãos, e, pior ainda, uma frágil humana, ela precisa se proteger daqueles que a caçam pois, certamente, a matarão como punição pelos seus traiçoeiros atos. Em meio a
se adaptar a vida moderna, com tantas tecnologias e novos padrões de comportamento, e finalmente viver a vida humana que nunca conheceu, ela conhece Justin, um jovem que promete despertar seu coração adormecido.
Todos nós estamos muito bem familiarizados com histórias de vampiros. Depois da tremenda febre de mercado que elas viraram nos últimos anos, devo confessar que não pretendia ler mais do gênero por um tempo. Quando conheci Dias Infinitos, contudo, algo me chamou atenção na história: apesar de envolver, sim, vampiros, é um fator contrário do que o comum — é a vampira que vira humana novamente! —, e isso me despertou curiosidade. Se a história foi tudo o que eu esperava? Infelizmente, não. Mas também necessito dar os devidos méritos a ela.
O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista, Lenah, que já acorda como humana. A obra é dividida em duas partes, sendo a parte um sobre a adaptação de Lenah ao mundo humano, e, conforme a história atual vai se desenvolvendo, também somos presenteados com flashbacks que narram o passado da protagonista na Inglaterra, em diversos momentos de sua vida vampira.
A linguagem usada no livro é simples e sucinta, sem muitas descrições e afins. Durante grande parte do livro nos são apresentadas as divagações de Lenah, ou, ainda, seus diálogos com os amigos adolescentes do presente, conforme ela conhece e vai se adaptando a essa nova vida. Tal adaptação, contudo, é um ponto pouco esclarecido do livro, o que tira, ao meu ver, a profundidade do enredo.
Confesso que senti falta de mais descrição por parte da autora de como a jovem lidou com toda a mudança do presente. Claro, há cenas no qual ela diz aos seus amigos não saber sobre o que eles estão falando — como saltar de bung-jump ou escutar música em um aparelho de som —, mas, no geral, a história passa como se Lenah, que acaba de acordar de um repouso de cem anos, da noite para o dia aprendeu a lidar com toda a diferença ocorrida em um século.
Outro fator que não pude deixar de me sentir incomodada foi em relação às atitudes de Lenah. Me acompanhem: ela é uma vampira que viveu por mais de meio milênio. Ela era rainha do mais poderoso coven de vampiros existente, era uma das mais respeitadas de sua espécie. Ainda sim, no preciso momento em que é transformada em humana novamente... é como se todo esse período de sua vida fosse para o lixo.
Lenah age do mesmo modo que uma adolescente imatura agiria, e isso é incabível, em minha opinião. Não consegui “engolir” as conversas infantis da personagem com seus colegas de classe, assim como não consegui engolir o suposto romance com Justin, um garoto de dezesseis anos, por quem, depois de cinco diálogos (sim, eu contei!), Lenah de diz completamente apaixonada.
Isso se torna algo bem confuso, pois, ao mesmo tempo em que a autora transmite sentimentos e fundamenta uma história tão bem, ela escolhe criar essa relação sem nexo com Justin. Creio que, se o relacionamento dos dois não existisse e se Lenah fosse mais madura — como uma vampira de mais de quinhentos anos deve ser! — o livro seria perfeito. E não é algo que consegui ignorar, justamente pelo fato de todo o resto ser tão bom.
E isso é apenas mais contrastado pelo fato de que, quando os
flashbacks estão acontecendo,
o livro ganha vida. Em diversas situações me vi ansiosa para outro
flashback, pois não aguentava mais a narração um tanto entediante da vida normal e “adolescente” que a protagonista estava escolhendo levar. É
como se houvesse duas Lenahs, a vampira do passado — experiente e mulher — e a adolescente imatura que ela se tornou após despertar do repouso.
Creio eu que a
falha da autora foi justamente essa:
não saber juntar as duas. A maneira que Lenah age no presente não tem nada a ver com a vampira, maldosa e sanguinária,
mas incrível!, dos
flashbacks, e é muita falta de nexo afirmar que toda sua
carga do passado não afetaria o seu comportamento no presente, mesmo que ela queira um “novo começo”. E, assim, ela acaba como qualquer garota bobinha, completamente dependente de um romance, e até chega a
extremos clichês, como namorar o atleta da escola e andar com o grupo popular de meninas que se vestem de modo parecido.
A princípio, pensei que seria um livro de vampiros inovador, mas, infelizmente, Dias Infinitos acabou seguindo a mesma tão conhecida trilha dos clichês. Claro, a obra possui seus pontos diferenciais, mas, como um todo e no geral, creio que é bem parecido com a grande quantidade de livros que encontramos tão facilmente. E isso foi um fator decisivo para mim, que pensei que encontraria algo inovador na obra de Maizel.
"[...] Como você aguenta? — perguntei. — Cheguei ao limite.
— Você — disse Rhode com calma, com simplicidade. Pegou minha mão e levou
os dedos à boca. Debaixo das unhas havia restos de sangue, que ele lambeu. — Eu
penso em você e é o suficiente.
— Como?
— Temos pouca coisa, Lenah. Concentro minhas energias não no sofrimento, mas
no que posso fazer para evitá-lo.
— Então sou sua distração?
— Você — disse ele, aproximando o rosto a centímetros do meu — é minha única
esperança."
É claro, o livro não é de todo ruim. É uma leitura viciante e estimulante, que termina cada capítulo com um “gosto de quero mais”, se tornando, assim, uma obra de leitura rápida. Realizei a leitura em dois dias, e, mesmo com os pontos negativos, o livro ainda conseguiu prender minha curiosidade quanto final. Final que, a propósito, me agradou, por dar um rumo mais concreto a história.
A edição do livro pela Editora Galera é simples, mas ao mesmo tempo muito bonita. Gostei bastante da capa nacional, e acho que combinou com o enredo ainda mais do que a original estrangeira. A diagramação interna não possui muitos diferencias, mas se manteve limpa e agradável à leitura, e não encontrei na história nenhum erro de revisão, nem de tradução.
Por fim, foi um livro que acabou por fornecer muito menos do que eu esperava, mas talvez minhas expectativas para com a história tenham auxiliado na decepção. Se você procura uma história despretensiosa, de fácil leitura e com muita fantasia, ciente dos clichês que ela envolverá, creio que seja uma ótima pedida. Não foi o livro que esperava, mas, ainda sim, tem seu devido mérito.
Primeiro parágrafo do livro:
"Eu te liberto...
Eu te liberto, Lenah Beaudonte.
Acredite... e seja livre."
Melhor quote:
"É fantástico como a pessoa se convence de uma coisa quando quer esconder a verdade."
Oii Gabi, tudo bom?
ResponderExcluirNossa, suas resenhas são maravilhosas, você escreve super bem!!
Não conhecia essa série, mas fiquei bem empolgada com esse livro!!
Um beijo.
Garota do Livro
Olha acabei de ler a mesma resenha em um outro blog e sinceramente tenho que confessar que gostei de tudo que tu abordou sobre a história, porque estava com um pouco de receio de fazer a leitura. Me parece ser uma história bastante envolvente e tenho curiosidade de conhecer, embora você tenha citado que faltaram alguns detalhes para que a história se tornasse um pouco melhor do que foi. Mas olha, é sério, a capa do livro está maravilhosa e pelas suas fotos eu não me seguraria para tê-lo na estante, porque me parece ser um livro bom. Mas seilá né...Cada um vai ter uma opinião diferente. Uns vão gostar mais e outros menos. Tanto que na outra resenha que li a menina também gostou da história, mas também sentiu falta de algumas coisas. Mas quero poder tirar minhas conclusões sobre ele e espero gostar =]
ResponderExcluirhttp://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/06/resenha-navegue-lagrima_2.html
O que para você foi uma falha no livro, para mim deixou ele melhor: O amor de Lenah com Justin é tão sem nexo quanto o de Lenah e Rohde. Ela é duas pessoas no livro, uma sem humanidade e outra com ela. Ela age como uma adolescente imatura, vive alguns clichês por que é disso que ela precisava no momento, ela queria esconder a verdade, ela até admite isso, ela sabe que ela foi tola. Para mim é isso que faz de Lenah uma personagem muito boa, ela erra como humana mas sabe reconhecer seus erros e quer concertá-los como alguem que já viveu mais de 500 anos.
ResponderExcluirAmei o final do livro mas acho que uma certa morte foi desnecessária.
Também senti falta de mais descrições, de mais detalhes.
Não sei se vou gostar da continuação, ja dei uma olhada na sinopse do segundo livro e talvez esse seja um daqueles livros que não pede continuação, que fica melhor só.
Gostaria de saber qual é o volume 2?
ResponderExcluirNoites Roubadas
ExcluirGostaria de saber qual é o volume 2?
ResponderExcluirGostaria de saber qual é o volume 3?
ResponderExcluirGostaria de saber qual o volume 3? Ou se nao foi lançado ainda?
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