Sinopse: Kelsea Glynn é a rainha de Tearling. Apesar de ter apenas dezenove anos e nenhuma experiência no trono,ela ficou rapidamente conhecida como uma monarca justa e corajosa. No entanto, o poder é uma faca de dois gumes. Ao interromper o comércio de escravos com o reino vizinho e tentar conseguir justiça para seu povo, ela enfurece a Rainha Vermelha, uma feiticeira poderosa e com um exército imbatível. Agora, à beira de ver o Tearling invadido pelas tropas inimigas, Kelsea precisa recorrer ao passado, aos tempos de antes da Travessia, para encontrar respostas que podem dar ao seu povo uma chance de sobrevivência. Mas seu tempo está acabando... Nesta continuação de A rainha de Tearling, a incrível heroína construída por Erika Kohansen volta para outra aventura cheia de magia e reviravoltas.
Três séculos antes da época em que a história se passa – é nesse tempo que vivia Lily Freeman (que se tornou Lily Mayhew depois de casar-se com Greg Mayhew). Seu mundo era um Estados Unidos completamente distópico. As liberdades foram esquecidas e o país vivia sob um governo autoritário que controlava cada passo de seu povo. Os ricos eram privilegiados e tinham toda a proteção do governo, contanto que se comportassem bem. Os pobres foram deixados de lado, marginalizados, obrigados a viver sob repressão constante – a não ser por aqueles que se rebelaram. E muitos fizeram isso. Esse foi o início da nova jornada rumo à Tearling. Mas o que Kelsea não consegue entender é o por quê de as safiras lhe mostrarem a vida de Lily, no que isso pode ajudar e o que a história dela tem de tão importante.
Durante o tempo em que vive essa dubiedade entre duas vidas diferentes, a Rainha Kelsea ainda tem de lidar com algo inesperado: aquele que chamam de a coisa sombria. No primeiro livro, pudemos ver o relacionamento que a Rainha de Mortmesne mantinha com a criatura que a visitava através do fogo e que, há muito tempo, havia lhe concedido poderes, como a imortalidade. Agora, é Kelsea que ele procura e é através de suas estratégias para conseguir o que quer, que Kelsea desvenda muitos mistérios que cercam sua vida e seu reino.
O segundo livro é ainda melhor que o primeiro. Claramente a escrita de Johansen evoluiu muito, é incrível como ela adentra ainda mais no universo de Tearling e além dele. O desenvolvimento do livro foi uma boa surpresa e não tenho dúvidas de que Erika Johansen foi uma das melhores escritoras que descobri este ano. Espero ver muito mais de seu talento em outras obras, não só com o terceiro livro da trilogia (já estou aguardando o lançamento com muita ansiedade), mas também com outros. Em A invasão de Tearling, o que temos é uma versão mais aprofundada de A Rainha de Tearling, onde os mistérios se intensificam e a visão de outros personagem tornam-se foco ao lado da protagonista.
A narrativa deste livro também superou em muito a do primeiro, que se arrastou nos primeiros capítulos e só conseguiu me prender de vez quando já havia lido mais da metade. Em A Invasão de Tearling, a história ganha o leitor logo no primeiro capítulo, quando somos apresentados a um novo e instigante personagem. Além disso, a narrativa estava em ritmo de subida o tempo inteiro, como uma montanha-russa. Muitos momentos de tensão marcam a narrativa, e mesmo as cenas mais tranquilas passam sensação de fluidez, pois mal dá para esperar a próxima surpresa que a história trará.
Porém, isso não significa que Johansen perdeu sua marca. Assim como falei na resenha de A Rainha de Tearling, a autora descreve todos os detalhes e abre mão de muitos diálogos, focando em outros pontos da história – descrições de personagens, cenários, ações, etc. Johansen tem um cuidado muito específico com seus personagens. Ela nos envolve em suas histórias, fazendo com que descubramos seus medos e desejos. Isso faz com que sua narrativa seja onisciente e sempre em terceira pessoa. Desta vez, ela precisou lidar com a manutenção de capítulos diferentes para cada um dos personagens: e a lista aumentou consideravelmente neste segundo livro – algo que achei fantástico.