Livro: Ainda Sou Eu 
Título Original: Still Me
Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 398
ISBN: 978-85-510-0281-0
Sinopse: Sequência dos romances Como eu era antes de você e Depois de você, que arrebataram o coração de milhares de fãs, Ainda sou eu conta, pela perspectiva delicada e bem-humorada de Lou Clark, uma história comovente sobre escolhas, lealdade e esperança. Lou Clark chega em Nova York pronta para recomeçar a vida, confiante de que pode abraçar novas aventuras e manter seu relacionamento a distância. Ela é jogada no mundo dos super-ricos Gopnik - Leonard e a esposa bem mais nova, e um sem-fim de empregados e puxa-sacos. Lou está determinada a extrair o máximo dessa experiência, por isso se lança no trabalho e, antes que perceba, está inserida na alta sociedade nova-iorquina, onde conhece Joshua Ryan, um homem que traz consigo um sopro do passado de Lou. Enquanto tenta manter os dois lados de seu mundo unidos, ela tem que guardar segredos que não são seus e que podem mudar totalmente sua vida. E, quando a situação atinge um ponto crítico, ela precisa se perguntar: Quem é Louisa Clark? E como é possível reconciliar um coração dividido?

TRILOGIA "COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ"
    2.  Depois de Você
    3.  Ainda Sou Eu

NOTA DA RESENHISTA: ANTES DE INICIAR ESSA RESENHA, QUERIA AVISAR QUE TERÃO PEQUENOS SPOILERS DOS LIVROS ANTERIORES. ISSO É NECESSÁRIO PARA QUE VOCÊS POSSAM COMPREENDER ALGUMAS COISAS.

Jojo Moyes nasceu em 1968 e cresceu em Londres. Estudou jornalismo e foi correspondente do The Independentpor dez anos. Publicou seu primeiro livro em 2002, e desde então dedica-se integralmente à carreira de escritora. Além de Como eu era antes de você, é escritora de A última carta de amor, A garota que você deixou para trás e Um mais um, todos publicados pela Intrínseca.

 Acompanhamos Louisa Clark em sua jornada nos livros Como Eu Era Antes de Você e Depois de Você. No inicio, tínhamos uma jovem que vivia no interior, estava muito envolvida em ajudar a família e por isso seus sonhos eram deixados de lado. Até que Lou vai trabalhar como cuidadora de Will Traynor, um jovem que ficou preso em uma cadeira de rodas por causa de um acidente de moto. Eles vão acabar se envolvendo e Will vai ensinar muito sobre a vida para Lou. O primeiro livro é triste, mas serve para Louisa dar uma chance para coisas novas.
   Depois da morte de Will, Jojo resolveu fazer uma continuação. Necessária? Sim, como a leitora voraz que sempre espera mais dos personagens, acho que a continuação foi para ajudar a personagem a seguir em frente. Essa foi a melhor decisão que Jojo fez em relação aos livros. Depois de Você é basicamente a história de Louisa depois de Will Traynor. Jojo vai trabalhar uma personagem que está em busca do seu "viva bem". Louisa vai descobrir um novo amor, novas possibilidades e perceber que a dor da perda sempre vai ser sentida, mas cabe a nós saber lidar com ela e seguir em frente com nossas vidas.
   Assim que fiquei sabendo da notícia de um terceiro livro fiquei muito animada e também na expectativa. Louisa viveria bem como Will queria? Ainda Sou Eu é um livro sobre recomeço, sobre seguir em frente apesar de tudo. Depois que terminei de ler esse livro pude perceber uma coisa: Jojo não escreveu para falar sobre Will, Jojo escreveu livros sobre Louisa Clark, para falar sobre Louisa. Em Ainda Sou Eu, Lou vai aceitar morar em Nova York para ser acompanhante de uma jovem que não é aceita pela alta sociedade. A missão de Lou é estar presente em todos os momentos da vida de Agnes e ajudar como uma amiga. Nossa protagonista deixa seu namorado, sua vida e família na Inglaterra para procurar um novo recomeço em NY. Lou, finalmente, vai em busca do seu “VIVA BEM”.

“Acho você ainda mais incrível. Além de todos os motivos pelos quais eu te amo, você é corajosa e forte, e acaba de me lembrar que... todos nós temos nossos obstáculos. Vou superar o meu. Mas te prometo uma coisa a você, Louisa Clark. Ninguém vai machucar você de novo.” 

   Quando li o primeiro livro não foi amor à primeira vista, juro que a escrita da autora demorou fluir, mas quando peguei o segundo tudo mudou. Depois de Você foi incrível. Incrível em todos os sentidos. Se eu esperava ser surpreendida com Ainda Sou Eu? É claro! O livro não só me surpreendeu, mas fez com que essa leitora que vos escreve se tornasse uma apaixonada por Jojo Moyes (uma das melhores que tenho em minha estante).
   Somos envolvidos com a narração de Louisa e sentimos com ela seus medos e ansiedades. Gostei de ter acompanhado ela em todas as fases dos livros anteriores, e nesse último livro foi emocionante ver Louisa batendo as assas e voando, sendo ousada, corajosa e continuando a ser otimista, atenciosa e dona de uma bondade incalculável. Assim como no segundo livro, esse teve um ritmo de leitura muito bom, devorei casa página sem perceber o tempo passar. Jojo continua com sua escrita detalhista e emocionante — podem se preparar para muitas lágrimas porque foi impossível não chorar vendo a evolução dessa personagem tão querida.
   Algo que me chamou muita atenção foi que a autora nunca deixou Will de lado, ele sempre estava presente. As cartas que ele deixou foram essenciais para o crescimento de Lou. Will Traynor nunca será esquecido por nenhum de nós, ele foi fundamental para Louisa se encontrar e viver bem. Fiquei muito feliz com algumas cenas dos livros anteriores que foram citadas — isso aqueceu meu coração de uma forma única.
   Me surpreendeu muito a forma com que Jojo trouxe reviravoltas para esse livro. Adicionar outros personagens para que de forma indireta ajudarem Lou foi maravilhoso. Vocês vão conhecer uma senhorinha rabugenta, teimosa e toda trabalhada nas roupas de época. Ela vai roubar nossos corações e também o de Louisa. Jojo também fez questão de trabalhar todos os personagens secundários e a família de Lou vai encontrar novas coisas para se envolver, onde cada um vai surpreender o leitor de uma maneira diferente. Dar sequência na vida de Lou foi a melhor escolha que Jojo fez, já disse e repito, pois os dois livros que foram publicados como continuação mereceram ser lançados. Lou era uma personagem que tinha muito a aprender e muito a mostrar para o leitor, Jojo percebeu isso e nos presenteou com mais dois livros maravilhosos. Garanto que ficarão felizes em ver a Louisa que está perdida no primeiro livro crescendo e se tornando a Louisa que Will sempre imaginou que seria neste último livro.

“Não tem quase nenhum dia aqui em que eu não sinta que ele estaria orgulhoso de mim.”


Livro: Ordem Vermelha: Filhos da Degradação
Autor (a): Felipe Castilho
Editora: Intrínseca
Páginas: 448
ISBN: 978-85-510-0269-8
Sinopse: Você destruiria seu mundo em nome da verdade? A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos. No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono. Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados. Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é o preâmbulo da jornada de quatro improváveis heróis lutando pela liberdade de um povo, um épico sobre resistir à opressão, sobre lutar contra o status quo e construir bravamente o próprio destino. Porta de entrada para um novo mundo com inspirações de fantasia medieval, personagens marcantes e uma narrativa que salta das páginas a cada vila, ruela e beco de Untherak.

Felipe Castilho é autor de livros de fantasia. Famoso pela série O legado folclórico, que une mitologia brasileira com o mundo dos videogames, foi indicado ao Prêmio Jabuti pelo quadrinho Savana de pedra. Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é seu livro de estreia na editora Intrínseca, lançado em conjunto com Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Souza durante a CCXP, em dezembro do ano passado.

    Una – este é o nome da deusa que reúne em si os seis primeiros deuses, aqueles que criaram o mundo e tudo o que nele existe. Eles criaram as montanhas, onde habitavam os gigantes. Criaram as cavernas, onde habitavam os anões. Criaram as águas, onde habitavam os gnolls (criaturas velozes, hábeis e silenciosas). Criaram os bosques e neles puseram os sinfos (seres pequenos e frágeis, que têm forte ligação com a natureza). Para os terrenos rochosos e selvas fechadas, fizeram os kaorshs (de forma humanoide, são criaturas altas e esguias com a capacidade de dar cor às coisas). Por fim, deram aos humanos as planícies, para que pudessem plantar, colher e amar tudo que era cultivado.
   Com o tempo, os humanos passaram a invejar as outras criaturas e disseminaram caos, que só resultou em morte, destruição e derramamento de sangue. Foi assim que os deuses condenaram todas as seis raças com fortes punições, transformando os gnolls em monstros irracionais, os sinfos tiveram seu tempo de vida reduzido, os anões ficaram confinados em cavernas, os kaorshs tiveram as cores presas em seus corpos como camaleões, os gigantes foram praticamente extintos, e os humanos se tornaram a mais fraca de todas as raças. Diante de tantos lamentos, o mundo foi chamado de Degradação e passou  ter apenas uma região habitável: Untherak.
    Os seis deuses, revoltados com o derramamento de sangue, proibiram a cor vermelha, e após todos esses eventos, se tornaram Una, uma só deusa. A partir daí o mundo tomou outro rumo e as raças passaram a servir Una e a adorá-la, vivendo em eterna servidão – em maior ou menor grau. O tempo passou, e essa foi a história contada durante séculos. Como forma de liberar a violência e promover um show para si e para o povo, Una criou o Festival da Morte, onde o pai de Aelian, um simples humano, foi morto quando ele ainda era pequeno. Depois de anos sem ouvirem falar no tal Festival, uma nova edição passa a ser organizada. 
    Algum tempo se passou, Aelian cresceu e se tornou um ótimo escalador, violador de regras e servo de um poleiro. Mas nunca esqueceu o que aconteceu com seu pai. Quando fica sabendo que duas kaorshs – as esposas Raazi e Yanisha – se inscreveram no Festival, e parecem dispostas a lutar até a morte como fez o seu pai, Aelian resolve ajudar e alertá-las do perigo. Porém, isso acaba desencadeando uma série de eventos que nem ele, nem as kaorshs, poderiam imaginar. Agora, mais do que nunca, eles precisam se unir a um grupo improvável de rebeldes e desmascarar o sistema que assolou o povo de Untherak desde o início dos tempos.

"Untherak era um corpo doente, como a maioria de seus moradores" (p. 377).

    Ouvi falar sobre Felipe Castilho no ano passado, quando concorreu ao prêmio Jabuti por Savana de Pedra. Quando soube que lançaria um livro na CCXP em dezembro do mesmo ano, fiquei animada, pois se tratava do primeiro livro lançado no evento e isso, claro, representou um grande avanço para a literatura nacional contemporânea. Já havia recebido a recomendação para ler Ordem Vermelha, pois gosto de todo tipo de fantasia, mas das muitas obras do gênero que li poucas foram nacionais. Antes mesmo de conhecer a história, o livro já despertou meu interesse, e após ouvir falar mais, o desejo de me aventurar pelas páginas dele só aumentou.
    A narrativa ocorre em terceira pessoa e tem como focos os protagonistas e alguns secundários, cujos pontos de vista alternam a cada capítulo. Ela é linear, porém, entrecortada por uma narração paralela, que mostra a continuação da história no futuro através dos olhos de um personagem misterioso, que só revela sua identidade no capítulo final – ela é mostrada ao fim de cada uma das partes (o livro é dividido em três). A escrita de Castilho é objetiva e bem formulada, encaixando-se bem naquilo que se espera de uma fantasia, conseguindo prender o leitor do início ao fim. A história segue um ritmo frenético – apesar de possuir clímax bem definido, conta com diversas cenas de ação.
   Como o próprio autor afirma em seus agradecimentos, é possível notar as várias referências utilizadas na obra – desde inspirações em produtos da cultura pop até referência a sistemas políticos e econômicos semelhantes ao Brasil. Trabalhando com diversas criaturas fantásticas como sinfos (muito parecidos com o que conhecemos como elfos ou fadas), anões e gigantes, foi impossível não lembrar de O Senhor dos Anéis e até da mitologia nórdica.
    Quando a história se referia ao funcionamento do governo de Una, baseado na adoração sem limites à deusa e na servidão cruel do povo, não pude evitar fazer ligações diretas com o tipo de governo brasileiro (o antigo e o atual) e outros governos tiranos ao redor do mundo. O pano de fundo da narrativa também lembra bastante o tempo medieval – e o que não falta para esse cenário são referências! O mais incrível é que Castilho conseguiu juntar todos esses elementos previamente concebidos e montar uma história cheia de originalidade.
    Cada personagem tem sua história para contar e seus dramas pessoais. Aelian é o que mais chama a atenção, pois acompanhamos seus passos desde o começo e sentimos junto com ele a perda dos pais – graças ao temido Festival da Morte. Apesar de ter todos os motivos para se encolher num canto e chorar, Aelian é ousado, destemido e ativo, sempre buscando telhados para pular e regras para quebrar. Ele é o tipo de personagem que vai amadurecendo aos poucos e consegue conquistar facilmente, mesmo sendo um “mocinho” nada típico: cheio de falhas e questões morais a serem resolvidas. Raazi, a kaorsh que ao lado da esposa resolve encarar o desafio na arena do Festival da Morte, é tão corajosa quanto boa lutadora, e minha personagem preferida da série até então.

"A música tocada dentro da cabeça era um segredo que ninguém poderia tirar dela, ao contrário do ouro e de tudo o mais que poderia ser roubado, vendido ou destruído.
– Quando uma música é ensinada a alguém, ela se torna capaz de viver mais que os nossos corpos" (p. 88).


Livro: Todo Dia a Mesma Noite: A História Não Contada Da Boate Kiss
Autor (a): Daniela Arbex
Editora: Intrínseca
Páginas: 244
ISBN: 978-85-510-0285-8
Sinopse: Reportagem definitiva sobre a tragédia que abateu a cidade de Santa Maria em 2013 relembra e homenageia os 242 mortos no incêndio da Boate Kiss. Foram centenas de horas dos depoimentos de sobreviventes, familiares das vítimas, equipes de resgate e profissionais da área da saúde – ouvidos pela primeira vez neste livro –, para sentir e entender a verdadeira dimensão de uma tragédia sobre a qual já se pensava saber quase tudo. A autora construiu um memorial contra o esquecimento dessa noite tenebrosa, que nos transporta até o momento em que as pessoas se amontoaram nos banheiros da Kiss em busca de ar, ao ginásio onde pais foram buscar seus filhos mortos, aos hospitais onde se tentava desesperadamente salvar as vidas que se esvaíam. Foi também em busca dos que continuam vivos, dos dias seguintes, das consequências de descuidos banalizados por empresários, políticos e cidadãos. 

Daniela Arbex trabalha há 22 anos como repórter especial do jornal Tribuna de Minas. Suas investigações resultaram em mais de 20 prêmios nacionais e internacionais, entre eles três Essos, o IPYS de melhor investigação da América Latina e o Knight Internacional. Estreou na literatura com Holocausto brasileiro e em seguida lançou Cova 312, com os quais ganhou dois prêmios Jabuti. Recentemente, virou documentarista e seu filme Holocausto brasileiro ganhou as telas da HBO em 40 países. Daniela mora em Minas Gerais com o marido e o filho.

    Duzentos e quarenta e dois, 242 – parece apenas mais um número. Mas no dia 27 de janeiro de 2013 (e nos vários tormentosos dias que se seguiram), ele ganhou outro significado. Faz mais de cinco anos desde a tragédia da Boate Kiss em Santa Maria, que teve a capacidade de parar o Brasil e chamar a atenção como o quinto maior desastre do país, o segundo maior em número de vítimas em um incêndio, o maior do Rio Grande do Sul e o terceiro maior em casas noturnas do mundo. Sim, são muitos números. Mas os números nunca indicam a história por trás deles, e é isso que Todo dia a mesma noite se dispõe a fazer.
    Baseando-se em depoimentos dos sobreviventes, da equipe de resgate que atuou no acontecimento e dos familiares das vítimas, Daniela Arbex faz uma reconstituição dos eventos ocorridos naquele 27 de janeiro e busca ir além dos números. Ela conta as histórias dos jovens personagens que tiveram suas vidas brutalmente arrancadas – não apenas a deles, mas a de todos que estavam ao seu redor. A dor e a ânsia por justiça se encontram em cada palavra (dita e não dita). Cada uma das vidas ali perdidas tinham suas próprias histórias, seus próprios dramas e sentimentos. Arbex mostra que o país não estava preparado para algo de tamanha magnitude: não havia espaço para os corpos daqueles que morreram nem para os feridos, o que contrasta com a situação da boate naquela noite, que ocupava muito mais do limite suportado – a capacidade do local não passava de 691 pessoas, mas havia aproximadamente 1500 no momento do incêndio.
  Porém, Todo dia a mesma noite não traz apenas relatos dos personagens que passaram por essa tragédia. Ele também denuncia e reúne todos os fatos, mostrando que o incêndio na Kiss não foi um simples acidente, e sim uma série de erros e omissões por parte de todos os envolvidos. E quem pagou o maior preço foram aqueles que nada tiveram a ver com tais falhas. Desde que a boate entrou em funcionamento (no ano de 2009) sempre esteve desregularizada em algum aspecto, seja com relação ao Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) ou com o alvará de localização, levando a conclusão de que, dentro dos termos legais, a casa noturna não deveria estar em funcionamento naquele dia.

    Meu primeiro contato com uma obra de Daniela Arbex foi com Cova 312, a qual tive o prazer de resenhar aqui no blog, e se tornou um dos melhores livros de não-ficção que já li. Desde então, tenho acompanhado o trabalho da autora e admirado seu talento para lidar com as questões humanas de forma humanizada – o que parece óbvio, pois é assim que sempre devem ser tratadas, mas ao observar o ritmo do mercado jornalístico, percebemos que na prática não é isso que ocorre. Como falei no início, números parecem mais importantes na hora de relatar os acontecimentos, além de ser mais prático. Mas o que garante que as obras de Arbex – incluindo Todo dia a mesma noite – sejam tão especiais, é justamente o olhar e o tratamento que ela dá a cada detalhe que compõe a narrativa. Novamente, Arbex dá um exemplo de jornalismo e mostra que não é suficiente apenas apurar os fatos, mas também pôr sentimento no que está sendo escrito.
    A narrativa é crescente, porém não-linear. Com bastante fôlego, a escrita da autora segue um rumo onde todos os acontecimentos são retratados no momento certo. A cada capítulo, ela nos apresenta uma parte da história, mas não as finaliza ali. Todas têm um ponto de encontro à medida que o livro está chegando ao seu desfecho. Porém, esse desfecho ainda não é o fim da história e isso fica muito claro, ou seja, se daqui a uns anos outro livro seja escrito a respeito do incêndio da boate Kiss, talvez o rumo da narração dos fatos seja diferente. Claro que algumas coisas jamais podem mudar, mas os processos ainda seguem e os pais das vítimas continuam lutando por justiça ao lado de todo o Brasil.

"O trabalho dos legistas junto às vítimas seguiu silencioso durante quase todo o período, mas, de tempos em tempos, podiam-se ouvir lamentos que quebravam a dureza da função. Nenhum mecanismo de proteção os isentou de chorar por Santa Maria e por tudo o que a soma de vítimas naquele ginásio representava: mais de 9 mil anos potenciais de vida perdidos, considerando a expectativa dos brasileiros de 75 anos. Não havia como ficar imune ao sofrimento provocado pela tragédia. Naquele domingo, a cidade inteira tinha seu coração preso dentro de um ginásio" (p. 104-105).


   A escrita é sucinta e objetiva, como toda reportagem deve ser. Porém, também segue a linha do jornalismo literário, em que encontrar o coração do leitor para tocá-lo e sensibilizá-lo é um dos principais objetivos. Todos os relatos tem o maior número possível de detalhes, é possível perceber toda essa dedicação e cuidado ao tratar dos casos. Falas e descrições foram reconstituídas para passar mais realismo e credibilidade, além de prender o leitor. A autora também tem como foco os objetos e o valor que cada um deles tinha para a vida das vítimas e de suas famílias – como o jovem Augusto, filho adotivo que levou a identidade por recomendação de sua mãe para que não fosse confundido com outra pessoa numa abordagem da polícia, e algumas horas depois essa mesma identidade fez com que seu corpo fosse reconhecido; ou como o celular da jovem que tinha 134 ligações não atendidas da mãe; ou ainda como Lucas Dias, que tinha um orgulho exacerbado de seu estado gaúcho, costumava usar roupas típicas da região, e acabou sendo enterrado com elas, além de ter a bandeira do Rio Grande do Sul estendida sobre seu caixão; ou talvez a última cartinha que Vitória escreveu para o Papai Noel, em 2012, um mês antes de sua morte, onde usou seu humor para pedir um camaro amarelo. 
   Todos esses detalhes fazem com que o leitor envolva-se profundamente nas histórias, e isso é o mais devastador. Compartilhei um pouco da dor das famílias e dos dramas de cada uma das vítimas retratadas. Isso fez com que me perguntasse o tempo todo o que teria acontecido se todos ainda estivessem vivos, se aquele sinalizador não tivesse sido acendido pelo vocalista da banda Gurizada Fandangueira (será que era só uma questão de tempo, como se fosse preciso uma tragédia ocorrer para chamar a atenção das autoridades?), se os donos da Kiss tivessem sido mais responsáveis e cumprido com todas as normas, se a fiscalização no Brasil fosse mais eficaz... São diversas perguntas que ficarão para sempre sem respostas.
    Porém, o trabalho de Arbex não parou por aí. Ela também mostra como estão hoje as famílias e amigos das vítimas, como estão tentando lidar com a morte delas. Ninguém saiu ileso de sofrer com as lembranças da tragédia, inclusive os profissionais que trabalharam em torno do caso. Muitos tiveram que recorrer a tratamentos psicológicos e psiquiátricos para tentar retomar suas vidas da melhor forma possível. Outros ainda usam o luto como luta – para parafrasear o lema "Do luto à luta" usado para fortalecer as esperanças daqueles que ainda esperam a justiça funcionar e punir os processados pelo caso. Mais de cinco anos se passaram, mas Todo dia a mesma noite é a maior prova de que todo dia é 27 de janeiro de 2013 para aqueles que ainda sofrem com as terríveis perdas daquela madrugada.


"Para quem perdeu um pedaço de si na Kiss, todo dia é 27. É como se o tempo tivesse congelado em janeiro de 2013, em um último aceno, na lembrança das últimas palavras trocadas com os entes queridos que se foram, de frases que soarão sempre como uma despedida velada" (p. 185).


A editora Intrínseca anunciou recentemente para 09 de abril o lançamento da versão graphic novel de Deuses Americanos, o grande clássico de Neil Gaiman, adaptado recentemente pela Amazon. Confira a capa e a sinopse abaixo:


Sinopse: Mistura de road trip, fantasia e mistério, o romance Deuses americanos alçou Neil Gaiman à fama mundial e ao posto de um dos maiores escritores de sua geração. Agora, os fãs de quadrinhos e da obra-prima do autor têm mais um motivo para celebrar: chega às livrarias o primeiro volume das graphic novelsinspiradas em Deuses americanos. Ao todo, serão três volumes. Em Sombras, as cores e os traços vibrantes de P. Craig Russell e Scott Hampton nos apresentam Shadow Moon, um ex-presidiário de trinta e poucos anos que acabou de sair da prisão e descobre que sua mulher morreu em um acidente de carro. Sem lar, sem emprego e sem rumo, ele aceita trabalhar para o enigmático Wednesday e embarca em uma viagem tumultuada e reveladora por cidades inusitadas dos Estados Unidos. É nesses encontros e desencontros que o protagonista se depara com os deuses - os antigos (que chegaram ao Novo Mundo junto dos imigrantes) e os modernos (o dinheiro, a televisão, a tecnologia, as drogas) -, que estão se preparando para uma guerra que ninguém viu, mas que já começou. O motivo? O poder de não ser esquecido.



A história de um adolescente gay que tenta reunir coragem para sair do armário e viver uma grande história de amor conquistou milhares de leitores no mundo todo. Publicado em 2016, Simon vs. a agenda Homo Sapiens, de Becky Albertalli, chega às livrarias a partir de 9 de março com novo título e nova capa baseada no cartaz do filme. Confira a nova capa:


Com amor, Simon, longa inspirado no livro, chega aos cinemas brasileiros no dia 22 de março e conta com Nick Robinson, Katherine Langford, Jennifer Garner e Josh Duhamel no elenco. Assista ao trailer:


Livro: Mais Escuro
Título Original: Darker
Editora: Intrínseca
Páginas: 496
ISBN: 978-85-510-0283-4
Sinopse: E L James revisita Cinquenta tons com um mergulho mais profundo e sombrio na história de amor que envolveu milhões de leitores em todo o mundo. O relacionamento quente e sensual de Anastasia Steele e Christian Grey chega ao fim com muitas acusações e sofrimento, mas Grey não consegue tirar Ana da cabeça. Determinado a reconquistá-la, ele tenta suprimir seus desejos mais obscuros e sua necessidade de controle absoluto, e disposto a amar Ana nos termos estabelecidos por ela. Mas os horrores de sua infância ainda o assombram, e, como se não bastasse, o chefe manipulador de Ana, Jack Hyde, claramente a quer. Será que o terapeuta e confidente de Grey, Dr. Flynn, poderá ajudá-lo a enfrentar seus demônios? Ou será que a possessividade de Elena, sua sedutora, e a devoção perturbada de Leila, sua ex-submissa, vão arrastá-lo para o passado? E se Christian vai reconquistar Ana, será que um homem tão sombrio e cheio de problemas espera mesmo mantê-la?

TRILOGIA “CINQUENTA TONS DE CINZA”.
    1.  Cinquenta Tons de Cinza
    2.  Cinquenta Tons Mais Escuros
    3.  Cinquenta Tons de Liberdade

TRILOGIA “GREY”.
    1.  Grey
    2.  Mais Escuro

E L James é ex-executiva de TV e mora em Londres. Casada e com dois filhos, sempre sonhou em escrever histórias pelas quais os leitores se apaixonassem. Sua estreia na literatura, a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, se tornou o maior fenômeno editorial dos últimos anos.

   Em Grey, primeiro livro da trilogia Cinquenta Tons pelos olhos de Christian, que já vendeu mais de 150 milhões de exemplares e ganhou adaptação para as telonas, conhecemos a inocente estudante de literatura Anastasia Steele, que acaba conhecendo o atraente, brilhante e profundamente dominador Christian Grey em uma entrevista para o jornal da universidade. Após se conhecerem melhor, ambos admitem desejar um ao outro, ainda que Christian tenha seus próprios termos — ele curte alguns tons mais escuros de prazer, sadomasoquismo e não está puramente interessado em amor. Chocada, mas ao mesmo tempo apaixonada e interessada, Ana aceita ser submissa de Grey por um período, até perceber que o homem por quem se apaixonou é mais atormentado do que imaginava e que ela jamais conseguirá ser o que ele tanto deseja.
   Em Mais Escuro temos a continuação do drama erótico que arrebatou milhares de leitores. Na sequência de tirar o fôlego, Christian, a todo custo, deseja se reaproximar de Ana, dando-a o “mais” que ela tanto quer. Num restaurante pequeno e intimista, Grey revela que sente a falta de Ana e ela, por sua vez, ressalta que não pode ser o que ele quer que a mesma seja, mas que, de certa forma, está inclinada a tentar mais uma vez — dessa vez, nos termos dela. E é a partir desse momento que a história começa a ganhar contornos diferentes e conteúdos diversos, onde o sexo — tema central da trilogia — é marginalizado para que o amor e o drama possam ganhar espaço. Para que Grey lide com os demônios do passado que o atormentam e a necessidade de controle, e para que Ana descubra mais sobre seus próprios desejos e enfrente as ameaças que rodeiam seu relacionamento com Christian.

"— Você queria flores e corações.
Ela fica me encarando, sem acreditar.
— Você tem meu coração — acrescento, apontando ao redor.
— E aqui estão as flores — murmura ela. — Christian, é lindo."


Livro: Cinquenta Tons de Liberdade
Título Original: Fifty Shades Freed
Editora: Intrínseca
Páginas: 544
ISBN: 978-85-510-0276-6
Sinopse: Quando Anastásia Steele conheceu o jovem empresário Christian Grey, teve início um sensual caso de amor que mudou a vida dos dois irrevogavelmente. Chocada, intrigada e, por fim, repelida pelas estranhas práticas sexuais de Christian, Ana exige um compromisso mais sério. Determinado a não perdê-la, ele concorda. Agora Ana e Christian têm tudo: amor, paixão, intimidade, riqueza e um mundo de possibilidades à sua frente. Mas Ana sabe que o relacionamento não será fácil, e a vida dos dois reserva desafios que nenhum deles será capaz de imaginar. Ana precisa se ajustar ao mundo de opulência de Grey sem sacrificar sua identidade. E ele deve aprender a dominar seu impulso controlador e se livrar dos fantasmas do passado. Se finalmente parece que a força dessa união vai vencer qualquer obstáculo, o destino muda mais uma vez, e os piores medos de Ana podem se tornar realidade.

TRILOGIA “CINQUENTA TONS DE CINZA”.
    1.  Cinquenta Tons de Cinza
    2.  Cinquenta Tons Mais Escuros
    3.  Cinquenta Tons de Liberdade

TRILOGIA “GREY”.
    1.  Grey
    2.  Mais Escuro

E L James é ex-executiva de TV e mora em Londres. Casada e com dois filhos, sempre sonhou em escrever histórias pelas quais os leitores se apaixonassem. Sua estreia na literatura, a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, se tornou o maior fenômeno editorial dos últimos anos.

   Em Cinquenta Tons de Cinza, primeiro livro da série best-seller que já vendeu mais de 150 milhões de exemplares e ganhou adaptação para as telonas, conhecemos a inocente estudante de literatura Anastasia Steele, que acaba conhecendo o atraente, brilhante e profundamente dominador Christian Grey em uma entrevista para o jornal da universidade. Após se conhecerem melhor, ambos admitem desejar um ao outro, ainda que Christian tenha seus próprios termos — ele curte alguns tons mais escuros de prazer, sadomasoquismo e não está puramente interessado em amor. Chocada, mas ao mesmo tempo apaixonada e interessada, Ana aceita ser submissa de Grey por um período, até perceber que o homem por quem se apaixonou é mais atormentado do que imaginava e que ela jamais conseguirá ser o que ele tanto deseja.
   Em Cinquenta Tons Mais Escuros temos a continuação do drama erótico que, mesmo sem motivos, chocou o mundo e arrebatou milhares de leitores. Na sequência de tirar o fôlego, Christian, a todo custo, deseja se reaproximar de Ana, dando-a o “mais” que ela tanto quer. Num restaurante pequeno e intimista, Grey revela que sente a falta de Ana e ela, por sua vez, ressalta que não pode ser o que ele quer que a mesma seja, mas que, de certa forma, está inclinada a tentar mais uma vez — dessa vez nos termos dela. E é a partir desse momento que a história começa a ganhar contornos diferentes e conteúdos diversos, onde o sexo, tema central da trilogia, é marginalizado para que o amor e o drama possam ganhar espaço. Para que Grey lide com os demônios do passado que o atormentam e a necessidade de controle, e para que Ana descubra mais sobre seus próprios desejos e enfrente as ameaças que rodeiam seu relacionamento com Christian. 
   E, por fim, temos Cinquenta Tons de Liberdade, o grande capítulo final e terceiro livro da série. No clímax, o que para Anastasia Steele e Christian Grey começou como uma paixão avassaladora e carregada de erotismo, evoluiu, em um curto espaço de tempo, para um sentimento ainda mais profundo que transformou a vida do casal. No entanto, Ana sempre soube que amar um homem com tantas nuances, com tantos tons seria complicado, mas nem ela nem Christian tinham noção das dificuldades que enfrentariam para ficar juntos. Mesmo assim, os dois estão se acertando: Ana torna-se mais segura a cada dia, e Christian lentamente permite-se relaxar e confiar nela. Em um crescendo de paixão, desejo e sentimento, tudo leva a crer que eles estejam caminhando para um desfecho digno de um conto de fadas contemporâneo — ainda que restem contas a acertar com o passado. 

“Tanta coisa aconteceu nas últimas três semanas – a quem eu estou
enganando, nos últimos três meses – que sinto como se minha ficha ainda não
tivesse caído. E agora aqui estou eu, Sra. Anastasia Grey, casada com o mais
gostoso, sexy, filantrópico e absurdamente rico magnata que uma mulher
poderia encontrar. Como tudo isso aconteceu tão rápido?”


Livro: Ainda Sou Eu 
Título Original: Still Me
Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 398
ISBN: 978-85-510-0281-0
Sinopse: Sequência dos romances Como eu era antes de você e Depois de você, que arrebataram o coração de milhares de fãs, Ainda sou eu conta, pela perspectiva delicada e bem-humorada de Lou Clark, uma história comovente sobre escolhas, lealdade e esperança. Lou Clark chega em Nova York pronta para recomeçar a vida, confiante de que pode abraçar novas aventuras e manter seu relacionamento a distância. Ela é jogada no mundo dos super-ricos Gopnik - Leonard e a esposa bem mais nova, e um sem-fim de empregados e puxa-sacos. Lou está determinada a extrair o máximo dessa experiência, por isso se lança no trabalho e, antes que perceba, está inserida na alta sociedade nova-iorquina, onde conhece Joshua Ryan, um homem que traz consigo um sopro do passado de Lou. Enquanto tenta manter os dois lados de seu mundo unidos, ela tem que guardar segredos que não são seus e que podem mudar totalmente sua vida. E, quando a situação atinge um ponto crítico, ela precisa se perguntar: Quem é Louisa Clark? E como é possível reconciliar um coração dividido?

TRILOGIA "COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ"
    2.  Depois de Você
    3.  Ainda Sou Eu

NOTA DA RESENHISTA: ANTES DE INICIAR ESSA RESENHA, QUERIA AVISAR QUE TERÃO PEQUENOS SPOILERS DOS LIVROS ANTERIORES. ISSO É NECESSÁRIO PARA QUE VOCÊS POSSAM COMPREENDER ALGUMAS COISAS.

Jojo Moyes nasceu em 1968 e cresceu em Londres. Estudou jornalismo e foi correspondente do The Independent por dez anos. Publicou seu primeiro livro em 2002, e desde então dedica-se integralmente à carreira de escritora. Além de Como eu era antes de você, é escritora de A última carta de amor, A garota que você deixou para trás e Um mais um, todos publicados pela Intrínseca.

   Acompanhamos Louisa Clark em sua jornada nos livros Como Eu Era Antes de Você e Depois de Você. No inicio, tínhamos uma jovem que vivia no interior, estava muito envolvida em ajudar a família e com isso seus sonhos eram deixados de lado. Até que vai trabalhar como cuidadora de Will Traynor, um jovem que ficou preso em uma cadeira de rodas por causa de um acidente de moto. Eles vão acabar se envolvendo e Will vai ensinar muito sobre a vida para Lou. O primeiro livro é triste, mas serve para Louisa dar uma chance para coisas novas.
   Depois da morte de Will, Jojo resolveu fazer uma continuação. Necessária? Sim, como a leitora voraz que sempre espera mais dos personagens, acho que a continuação foi para ajudar a personagem a seguir em frente. Essa foi a melhor decisão que Jojo fez em relação aos livros. Depois de Você é basicamente a história de Louisa depois de Will Traynor. Jojo vai trabalhar uma personagem que está em busca do seu "viva bem". Louisa vai descobrir um novo amor, novas possibilidades e perceber que a dor da perda sempre vai ser sentida, mas cabe a nós saber lidar com ela e seguir em frente com nossas vidas.
   Assim que fiquei sabendo da notícia de um terceiro livro fiquei muito animada e também na expectativa. Louisa viveria bem como Will queria? Ainda Sou Eu é um livro sobre recomeço, sobre seguir em frente apesar de tudo. Depois que terminei de ler esse livro pude perceber uma coisa: Jojo não escreveu para falar sobre Will, Jojo escreveu livros sobre Louisa Clark, para falar sobre Louisa Clark. Em Agora Sou Eu, Lou vai aceitar morar em Nova York para ser acompanhante de uma jovem que não é aceita pela alta sociedade. A missão de Lou é estar presente em todos os momentos da vida de Agnes e ajudar como uma amiga. Nossa protagonista deixa seu namorado, sua vida e família na Inglaterra para procurar um novo remoço em NY. Lou, finalmente, vai em busca do seu “VIVA BEM”.

“Acho você ainda mais incrível. Além de todos os motivos pelos quais eu te amo, você é corajosa e forte, e acaba de me lembrar que... todos nós temos nossos obstáculos. Vou superar o meu. Mas te prometo uma coisa a você, Louisa Clark. Ninguém vai machucar você de novo.”
 
   Quando li o primeiro livro não foi amor à primeira vista, juro que a escrita da autora demorou fluir, mas quando peguei o segunda tudo mudou. Depois de Você foi incrível. Incrível em todos os sentidos. Se eu esperava ser surpreendida com Ainda Sou Eu? É CLARO! O livro não só me surpreendeu, mas fez com que essa leitora que vos escreve se tornasse uma apaixonada por Jojo Moyes (uma das melhores que tenho em minha estante).
   Somos envolvidos com a narração de Louisa e sentimos com ela seus medos e ansiedades. Gostei de ter acompanhado ela em todas as fases dos livros anteriores, e nesse último livro foi emocionante ver Louisa batendo as assas e voando, sendo ousada, corajosa e continuando a ser otimista, atenciosa e dona de uma bondade incalculável. Assim como no segundo livro, esse teve um ritmo de leitura muito bom, devorei casa página sem perceber o tempo passar. Jojo continua com sua escrita detalhista e emocionante — podem se preparar para muitas lágrimas porque foi impossível não chorar vendo a evolução dessa personagem tão querida.
   Algo que me chamou muita atenção foi que a autora nunca deixou Will de lado, ele sempre estava presente. As cartas que ele deixou foram essenciais para o crescimento de Lou. Will Traynor nunca será esquecido por nenhum de nós, ele foi essencial para Louisa se encontrar e viver bem. Fiquei muito feliz com algumas cenas dos livros anteriores que foram citadas — isso aqueceu meu coração de uma forma única.
   Me surpreendeu muito a forma com que Jojo trouxe reviravoltas para esse livro. Adicionar outros personagens para de forma indireta ajudarem Lou foi maravilhoso. Vocês vão conhecer uma senhorinha rabugenta, teimosa e toda trabalhada nas roupas de época, e ela vai roubar nossos corações e também o de Louisa. Jojo também fez questão de trabalhar todos os personagens secundários e a família de Lou vai encontrar novas coisas para se envolver, onde cada um vai surpreender o leitor de uma maneira diferente.
   Dar sequência na vida de Lou foi a melhor escolha que Jojo fez, já disso isso e repito, pois os dois livros que foram publicados como continuação mereceram ser lançados. Lou era uma personagem que tinha muito a aprender e muito a mostrar para o leitor, Jojo percebeu isso e nos presenteou com mais dois livros maravilhosos. Garanto que ficarão felizes em ver a Louisa que está perdida no primeiro livro crescendo e se tornando a Louisa que Will sempre imaginou que seria neste último livro.

“Não tem quase nenhum dia aqui em que eu não sinta que ele estaria orgulhoso de mim.”

   Um livro sem defeitos!  Tudo que Jojo colocou de inovador nesse último livro foi pra acrescentar ainda mais na história. Sam — namorado de Lou ­­—, também precisa ser citado nessa resenha porque, com seu jeito fofo, ajudou e entendeu Louisa. Foi impossível não se apaixonar por ele também. Concordo com tudo que foi acrescentado e principalmente com as escolhas de cada um dos personagens — de inicio, pareceu o errado a se fazer, mas logo depois o leitor compreende cada motivo e se sente feliz pelo aprendizado que cada um teve.
   Ver Louisa voando e descobrindo o que faria de sua vida foi sensacional. Acho tão bom quando personagens que amamos conseguem se descobrir na vida e seguir com seus sonhos. Louisa vai sofrer bastante, não vai descobrir tudo de graça. Nova York vai ser algo novo e inesperado, ela vai ser mandada embora do emprego, injustiçada, tentará ser quem não é pra agradar outros, mas cada tapa na cara que ganhará da vida vai ser para somar. Louisa Clark vai abrir as assas e encontrar seu viva bem em NY.
   Queria agradecer a Editora Intrínseca por ter me enviado essa prova antecipada. Recebi o livro semanas antes do lançamento e serei eternamente grata por isso, minha curiosidade estava me consumindo por dentro. Intrínseca vocês são incríveis, muito obrigada. Sobre a capa e diagramação, eu só tenho elogios, tudo foi feito com muito carinho. A capa segue o mesmo padrão das outras, amei! Se vocês estão com dúvidas entre ler ou não ler, minha dica é: leiam! 
   Tenho certeza que Jojo Moyes vai surpreender cada um de vocês. Hoje é o lançamento oficial e o livro está em todas as livrarias físicas e online. Podem comprar e ler sem medo. Louisa está louca para voar e mostrar o seu viva bem. Por, fim, é claro que sentirei falta da personagem, pois não foi fácil me despedir. Daqui há alguns anos tenho certeza de que vou ler tudo de novo e chorar meio oceano com Louisa Clark. Quem é realmente Louisa Clark? Ela está pronta para voar e mostrar que vai viver bem.

Primeiro Parágrafo: Foi o bigode que me lembrou de que eu não estava mais na Inglaterra: uma centopeia sólida e cinzenta escondendo bem o lábio superior do homem; um bigode à la Village People, de coubói, uma miniatura de vassoura que passava muita seriedade. Na Inglaterra não se vê esse tipo de bigode. Eu simplesmente não conseguia tirar os olhos deles.
Melhor Quote: ''Pensei em como somos moldados pelas pessoas que nos cercam e como precisamos ser cuidadosos ao escolhê-las exatamente por esse motivo. Então pensei também que, apesar de tudo, no fim talvez seja necessário perder todas elas para de fato descobrirmos quem somos."



Com o Carnaval, fevereiro é um mês animado no Brasil inteiro, e não é diferente para a Intrínseca. Seja com conflitos políticos, paixões emocionantes ou o resgate de um homem-peixe, as histórias desse mês prometem encantar os leitores. Confira:

O conde Aleksandr Ilitch Rostov, acusado de escrever uma poesia contra os ideais da Revolução Russa, é condenado à prisão domiciliar no sótão do hotel Metropol, um espaço luxuoso antes utilizado como ponto de encontro da antiga aristocracia e que foi reapropriado pela nova elite de Moscou. Com a perspectiva única de um prisioneiro dividido entre duas realidades distintas, o Conde apresenta ao leitor sua sabedoria e sensibilidade ao abandonar certos hábitos e se abrir para as incertezas dos novos tempos que, mesmo com a capacidade de transformar a vida como a conhecemos, nunca conseguirão acabar com a nobreza de um verdadeiro cavalheiro.

Em Ainda sou eu, continuação de Como eu era antes de você e Depois de você, Lou Clark agora está longe de casa. Sem medo de recomeçar a vida em um novo país, ela embarca para Nova York para trabalhar como assistente pessoal da esposa de um homem muito rico. Enquanto tenta manter os dois lados de seu mundo unidos, Lou tem que guardar segredos que não são seus e que podem mudar totalmente sua vida. Nossa querida personagem está disposta a viver corajosamente, como Will aconselhou, e se envolve em situações muito divertidas, algumas até vergonhosas, sem deixar de viver momentos emocionantes e encantar a todos nós mais uma vez. Leia um trecho do livro

Pietro é um garoto da cidade pouco sociável, mas quando sua família visita um vilarejo no interior da Itália, ele vê sua vida se transformar. Encantado com a natureza do lugar, Pietro conhece outro garoto da sua idade, Bruno, com quem dá início a temporadas de explorações e aventuras em meio a trilhas íngremes, o moinho e casas abandonadas. Nesse período, os dois garotos aprendem que a montanha também guarda importantes ensinamentos. Vencedor do Prêmio Strega, o mais prestigiado da Itália, As oito montanhas conta uma história sobre a amizade e o amadurecimento das relações que determinam nossos caminhos, lembranças e caráter. De modo tocante, aborda a tentativa de aprender e de buscar nosso lugar no mundo com uma narrativa inspiradora que atravessa três décadas de uma amizade inigualável.


Livro: O Navio dos Mortos 
Autor(a): Rick Riordan 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 368
ISBN: 978-85-510-0247-6
Sinopse: O destino dos mundos está de novo nas mãos de Magnus Chase. Será que ele vai conseguir derrotar Loki de uma vez por todas? Nos dois primeiros livros da série, Magnus Chase, o herói boa-pinta que é a cara do astro de rock Kurt Cobain, ex-morador de rua e atual guerreiro imortal de Odin, precisou sair em algumas jornadas árduas e desafiar monstros, gigantes e deuses nórdicos para impedir que os nove mundos fossem destruídos no Ragnarök, o fim do mundo viking. Em O navio dos mortos, Loki está livre da sua prisão e preparandoNaglfar, o navio dos mortos, para invadir Asgard e lutar ao lado de um exército de gigantes e zumbis na batalha final contra os deuses. Desta vez, Magnus, Sam, Alex, Blitzen, Hearthstone e seus amigos do Hotel Valhala vão precisar cruzar os oceanos de Midgard, Jötunheim e Niflheim em uma corrida desesperada para alcançar Naglfar antes de o navio zarpar no solstício de verão, enfrentando no caminho deuses do mar raivosos e hipsters, gigantes irritados e dragões malignos cuspidores de fogo. Para derrotar Loki, o grupo precisa recuperar o hidromel de Kvásir, uma bebida mágica que dá a quem bebe o dom da poesia, e vencer o deus em uma competição de insultos. Mas o maior desafio de Magnus será enfrentar as próprias inseguranças: será que ele vai conseguir derrotar o deus da trapaça em seu próprio jogo?

TRILOGIA "MAGNUS CHASE E OS DEUSES DE ASGARD"
    2.  O Martelo de Thor
    3.  O Navio dos Mortos 

Rick Riordan nasceu em 1964, nos Estados Unidos, em San Antonio, Texas. Hoje mora em Boston com a esposa e os dois filhos. Autor best-seller do The New York Times, premiado pela YALSA e pela American Library Association, por quinze anos ensinou inglês e história em escolas de São Francisco, e é a essa experiência que atribui sua habilidade de escrever para o público jovem. É autor das séries Percy Jackson e os Olimpianos, Os heróis do Olimpo, As crônicas dos Kane e As provações de Apolo.

     Magnus Chase era apenas um morador das ruas em Boston, até que depois de enfrentar um gigante, tudo mudou. Ele foi levado para Valhalha – o lar viking daqueles que morreram heroicamente – pela valquíria mulçumana Sam. Lá, Magnus descobriu todos os segredos que rodeavam sua vida, inclusive que é filho de Frey, o deus nórdico do verão. No primeiro livro, A espada do verão, Magnus embarca numa perigosa jornada para recuperar Jacques, a espada perdida de seu pai (e sua futura companheira de combates) e impedir que o lobo Fenrir escape e dê início ao Ragnarök, o fim do mundo. 
    Já no segundo livro, O martelo de Thor, Magnus e seus amigos partem em mais uma missão para encontrar o martelo do deus dos trovões e novamente tentam evitar o fim do mundo, lutando para impedir que Loki se liberte de sua prisão. Infelizmente, os planos falham e Loki consegue escapar. Agora, no último livro da trilogia, o deus da trapaça está a bordo do Navio dos Mortos, o Naglfar, uma embarcação feita de unhas dos pés de mortos e está a caminho ao Ragnarök
    Desta vez os sacrifícios serão dobrados. Junto com todos os seus fiéis amigos, Magnus se prepara para encarar Loki e desafiá-lo num vitupério, uma competição de insultos. Mas como alguém pode vencer o deus da lábia numa competição assim? Em busca de respostas, Magnus entra no navio de seu pai com sua equipe – formada por nada mais que oito pessoas – e passa por muitos riscos enquanto se pergunta se será capaz de parar Loki.

    Estava aguardando com ansiedade o último livro dessa trilogia. Logo de início me encantei com a história do Magnus, principalmente por abordar a mitologia nórdica, que é tão rica e que hoje faz parte da cultura pop. A contribuição de Riordan para inserir ainda mais conhecimento através de seus livros, destinados a crianças e adolescentes, é muito empolgante. Além do mais, sou uma grande fã do autor e de suas obras, por isso não foi difícil devorar o livro em pouquíssimo tempo.
    A narrativa de Riordan é visivelmente voltada ao público mais jovem. Sua escrita é simples e direta, sem grandes floreios e a presença de várias onomatopeias – uma das marcas registradas do autor. Isso faz com que seus livros sejam atrativos, fluidos, divertidos e assim, envolvem com facilidade. O narrador-personagem é o próprio Magnus e isso ajuda a entender tudo o que se passa na mente do jovem herói. Ele também dialoga com o público, estreitando a relação entre protagonista e o leitor.

"Não dá para sentir ódio para sempre. Não vai afetar nem um pouco a pessoa que você odeia, mas vai te envenenar, com certeza" (p. 120).


Livro: Por Trás de Seus Olhos
Título Original: Behind Her Eyes 
Autor(a): Sarah Pinborough
Editora: Intrínseca
Páginas: 348
ISBN: 978-85-510-0220-9
Sinopse: Louise é mãe solteira, trabalha como secretária e está presa à rotina da vida moderna: ir para o escritório, cuidar da casa, do filho e tentar descansar no tempo livre. Em uma rara saída à noite, ela conhece um homem no bar e se deixa envolver. Embora ele se vá logo depois de um beijo, Louise fica muito animada por ter encontrado alguém. Ela só não esperava que seu novo e casadíssimo chefe seria o homem do bar. Apesar de ele fazer questão de logo esclarecer que o beijo foi um equívoco, em pouco tempo os dois passam a ter um caso. Em uma terrível sequência de erros, Louise acaba ficando amiga da esposa do amante. E, se você acha que sabe para onde essa história vai, pense de novo, porque Por trás se seus olhos não se parece com nenhum livro que já tenha passado por suas mãos. À medida que é arrastada para a história do casal, Louise acaba com mais perguntas que respostas e a única coisa certa é que algo naquele casamento está muito, muito errado.

Sarah Pinborough é uma premiada escritora e roteirista aclamada pela crítica. Publicou mais de vinte romances e escreveu roteiros para a BBC. Atualmente está trabalhando com várias empresas de televisão em projetos originais. Seus recentes romances incluem a história de amor distópica, The death house e um thriller adolescente, 13 minutes, que foi comprado pela Netflix com adaptação de Josh Schwartz. Por trás de seus olhos foi publicado em janeiro deste ano. O livro foi vendido para mais de vinte territórios em todo o mundo e posto em leilão aos Estados Unidos. Há discussões sobre adaptar a obra para o cinema.

    Louise, ou simplesmente Lou, é secretária num consultório de psiquiatria e sua vida é uma rotina que a esgota. Ela é mãe solteira em Londres, e tudo o que faz é pensando em seu filho, Adam. Numa noite, ela decide que já é hora de cuidar um pouco de sua vida, já que está separada de Ian – o pai de seu filho – há muito tempo, e desde então não esteve com outro homem. O pior de tudo é que Ian a traiu, esse foi o pivô do divórcio, e por isso é difícil para Lou confiar novamente em outra pessoa
    Mas quando conhece David no bar, ela se sente bem como nunca mais havia se sentido. Eles não trocam nomes ou informações pessoais, apenas um beijo quando já estavam embriagados, e isso foi o suficiente para David, que se afastou e foi embora, parecendo culpado. Isso também foi um sinal para Lou, mas ela não se importou e o homem-do-bar dominava seus pensamentos até ela descobrir que David era seu novo chefe e que tinha acabado de se mudar com sua bela esposa para Londres. Sim, ele era casado.
   O que Lou não podia imaginar é que acabaria se tornando amiga de Adele, a esposa de David. Um único encontro entre as duas é capaz de fazer com que uma se encante pela outra facilmente e percebem que têm muito em comum, inclusive os terrores noturnos. Lou sempre tem os mesmos pesadelos e ainda sofre de sonambulismo, o que atrapalha suas noites de sono e às vezes as de seu filho. Adele conta que tinha o mesmo problema, mas tempos atrás descobriu uma técnica para acabar com os terrores e controlar os próprios sonhos.
   Quando mais jovem, Adele morava com os pais num casarão antigo. Em uma noite, enquanto todos dormiam, ele pegou fogo e toda a parte leste da casa foi destruída, onde ficava o quarto dos pais dela. David estava por perto e viu o incêndio ganhar vida, mas conseguiu entrar e salvar Adele. Porém, os pais dela faleceram. Muito abalada com tudo, Adele foi para uma clínica de reabilitação. Lá, ela conheceu Rob, que tentava se recuperar do vício em heroína. Os dois ficaram amigos e compartilharam experiências. Rob lhe disse que também sofria com terrores noturnos, mas na época Adele já dominava os próprios sonhos e ensinou Rob a fazer o mesmo. Ele escreveu a técnica em um caderno, onde também escrevia seus segredos e sentimentos sobre Adele. Foi este caderno que Adele entregou à Lou, para que ela pudesse aprender a se livrar dos pesadelos. E assim, ela tem acesso à história de Rob e a tudo que lhe aconteceu enquanto esteve com Adele.
    O problema é que Lou não consegue manter distância de David, pois a atração entre os dois fica cada vez mais forte. Mesmo sabendo que está traindo sua amiga – e o próprio David, que não sabe da amizade entre elas –, Lou se envolve amorosamente com ele até estar completamente apaixonada. Mas ao mesmo tempo que compartilha momentos de paixão com aquele homem carinhoso e sensual, ela descobre que o casamento de David e Adele tem problemas sérios. Adele parece ser dominada pelo marido que liga todos os dias no mesmo horário para saber onde ela está, lhe dá remédios controlados, não permite que tenha um celular, controla todas as compras de seu cartão de crédito e não admite que faça amizades. Além do mais, ainda há o mistério em torno de Rob: onde ele está? Teria David feito algo com ele por ciúmes de Adele? Por que ele parece tão diferente quando está com ela? Lou quer encontrar as respostas, mas sente que está correndo sério perigo.

"Vista de perto, a vida de todo mundo deve ser uma confusão de segredos e mentiras. A gente nunca sabe o que o outro realmente é sob a fachada" (p. 108).


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