Como assim Quotes de Quarta sendo que hoje é Sexta? Sim, vocês têm toda a razão do mundo, hoje realmente não é Quarta — mas podemos fingir que é, já que, de toda forma, a coluna de hoje traz uma edição super especial. Com a intenção de total e puramente compartilhar com vocês trechos incríveis de nossos livros preferidos, trouxemos hoje vários quotes do livro O Amor nos Tempos de #Likes, antologia escrita por booktubers brasileiros que evocam em suas histórias as mais célebres histórias de amor, como Orgulho e Preconceito, Dom Casmurro e Romeu e Julieta, e que ganhará uma resenha em breve aqui no Palácio de Livros.

  

Próximo Destino: Amor, de Pam Gonçalves.

"As pessoas seriam mais felizes se não vivessem a expectativa de outras pessoas (...)."

"O ódio e o amor caminham juntos. Muitas vezes eles são usados como disfarce. Pessoas que nos odeiam se fingem de amigas para aplicar o bote. E pessoas que nos amam fingem odiar por ter medo de amar. É muito mais fácil odiar do que amar. No ódio, você se fecha. No amor, se abre e fica vulnerável."

(Re)Começos, de Bel Rodrigues.

"Caramba, quem você pensa que é?! Beto, você é só um cara. E eu sou uma imensidão, sinto universos crescendo dentro de mim todos os dias. E você continua sendo só um cara que infelizmente pensei que poderia mudar, que poderia ser diferente. (...)"

"(...) Seria terrível ter que conviver com palavras que não foram ditas e com beijos que não foram dados, não é? Nós não sabemos de nada, não sabemos como as coisas podem mudar se deixarmos o orgulho de lado. Nunca sabemos quando tudo pode dar errado. (...)"

337 km, de Pedro Pereira e Hugo Francioni.

"(...) Julgamos um sorriso sem saber quanta dor é emitida para mantê-lo no rosto."

"- Cristina, você é a minha pessoa. Você sempre será a minha pessoa.
- Cale a boca, Meredith Grey! - Cristina sorriu em resposta."


E no primeiro dia do ano de 2017 (Feliz Ano Novo, gente!) nos viemos agradecer e fazer uma homenagem. As editoras, nossas casas de literatura, são sempre importantes, não importa se ela seja famosa, iniciante, que publica muito ou poucos livros. Elas são importantes, porque, ao publicarem nossas amadas obras literárias, nos fazem pessoas melhores e nos possibilitam tornar o mundo um lugar melhor. Como forma de homenagear as editoras parceiras do Palácio de Livros, vamos apresentar no decorrer do mês um TOP 5 com as resenhas mais acessadas do ano de 2016 de cada casa de literatura. Hoje é a vez da Galera Record (obrigado, Galera!), editora jovem do Grupo Editorial Record.


1 – DAMA DA MEIA-NOITE, CASSANDRA CLARE.
A maior resenha do ano também foi a mais acessada! Com mais de 2 mil acessos, a resenha de Dama da Meia-Noite deixa claríssimo que é o livro é uma ótima leitura — definitivamente uma das melhores do ano! Cassandra Clare consegue, em seu gesto literário, ser grandiosa, inovadora e manter sempre o bom dinamismo. Dama da Meia-Noite é mais que uma fantasia urbana, mas um livro sobre a amizade, o amor, o feminismo, o respeito e as descobertas. Onde a autora, de forma instigante e fluída, revolta-se contra o que cria e nos mostra que sempre podemos ir além. Nos mostrando que sed lex, dura lex (a lei é dura, mas é lei). Contudo, lex malla, lex nulla (uma lei ruim, não é uma lei). (SAIBA +)

2 – ME ABRACE MAIS FORTE, DAVID LEVITHAN.
Com mais de 753 acessos, a resenha de Me Abrace Mais Forte, o musical presente no livro Will&Will de Levithan e John Green, mostra como o livro é diferente daquilo que estamos acostumados, mas não deixa de ser interessante, divertido e legal em vários momentosUm ótimo passatempo, você lê em poucas horasQuero indicar principalmente para quem leu Will & Will e ficou curioso em conhecer o musical do fabuloso Tiny(SAIBA +)

3 – TALVEZ UM DIA, COLLEEN HOOVER.
A resenha de Talvez Um Dia também ultrapassou os 750 acessos e falou sobre como Colleen não fez apenas um livro que conta a vida de duas pessoas com problemas, ou coisa parecida, ela trata de fatos reais, que acontece com muitas pessoas. Mais que entretenimento, esse livro é uma poderosa fonte de conhecimento, principalmente sobre a vida, sobre problemas sentimentais, pessoais e de relacionamentos. É claro o quanto de pesquisa a autora deve ter feito para escrever o livro — já que ele trata de problemas pessoais, música e outros. (SAIBA +)


Livro: Novembro, 9
Autor (a): Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 352
ISBN: 9788501076250
Sinopse: Autora número 1 da lista do New York Times retorna com uma história de amor inesquecível entre um aspirante a escritor e sua musa improvável. Fallon conhece Ben, um aspirante a escritor, bem no dia da sua mudança de Los Angeles para Nova York. A química instantânea entre os dois faz com que passem o dia inteiro juntos – a vida atribulada de Fallon se torna uma grande inspiração para o romance que Ben pretende escrever. A mudança de Fallon é inevitável, mas eles prometem se encontrar todo ano, sempre no mesmo dia. Até que Fallon começa a suspeitar que o conto de fadas do qual faz parte pode ser uma fabricação de Ben em nome do enredo perfeito. Será que o relacionamento de Ben com Fallon, e o livro que nasce dele, pode ser considerado uma história de amor mesmo se terminar em corações partidos? 

Colleen Hoover vive no Texas com o marido e os três filhos. Autora das séries Slammed, Hopeless e dos livros O Lado Feio do Amor, Talvez Um Dia e Nunca Jamais, todos na lista dos mais vendidos do New York Times, pode ser encontrada em www.colleenhoover.com

   Em Novembro 9, conhecemos Fallon, que apesar de ter apenas 18 anos, já passou por muitas coisas. Quando tinha sete anos, seu pai a levou para ver Cats na Broadway. Foi a primeira vez da garota em Nova York e uma das melhores viagens de sua vida. Até aquele momento, seu pai sempre a tinha empurrado para a carreira de atriz. Mas depois do incêndio que a deixou com parte do corpo desfigurado, seu estímulo acabou de vez. Ele acha que ela não tem o necessário para ser atriz, e parte de Fallon sabe que ele tem razão. Agora, no aniversário de dois anos do fatídico acidente, ela finalmente se sente pronta para sair de Los Angeles e recomeçar a vida em Nova York.
   No almoço de despedida com o pai, bem na véspera da mudança, Fallon conhece Ben, um aspirante a escritor. A atração entre os dois faz com que passem o dia inteiro juntos, mas a partida iminente de Fallon os impede de tentar viver esse amor. Decididos a vencer o destino, fazem uma promessa: se encontrar todo ano nessa mesma data, 9 de novembro. Ao longo do tempo, muitas coisas mudam na vida dos dois, mas o ritual dos encontros e sua história de amor viram enredo do livro de Ben. E, quando parece que o destino finalmente conspira para que fiquem juntos, Fallon descobre algo — destruidor, eu garanto! — que a faz questionar as motivações do homem por quem está apaixonada. Será que ela não passa de mais uma personagem na trama de Ben ou ele realmente a ama?

   Para ser sincero, me faltam as palavras para resenhar esse livro — que é extremamente incrível e cheio de emoções. Realmente o New Adult tem um poder incrível enquanto Literatura, e me sinto cada vez mais apaixonado por esse gênero idiossincrático. Li meu primeiro New Adult há pouco mais de um ano, e, desde então, não tinha lido quase nada do gênero. Confesso que me arrependo de não ter feito isso antes. Sem sobra de dúvidas, é um gênero extraordinário — ou é a autora que é maravilhosa? — e Hoover sabe lidar com ele com extrema maestria. Conheci a autora esse ano, quando li seu thriller Nunca Jamais — que adorei! —, e agora ter a oportunidade de ver como ela é tão versátil é realmente apaixonante.
   Já tinha ouvido falar, há muito tempo, sobre os new adults de Hoover, principalmente devido a série Slammed e O Lado Feio do Amor, porém nunca tinha lido nenhum da autora. Quando surgiu a oportunidade de resenhar Novembro 9, não hesitei em lê-lo, pois a história foi muito bem criticada nos Estados Unidos e traduzida livremente no Brasil, onde também foi bem comentado. O gênero new adult — que representa aqueles livros na faixa entre o Young Adult e o Adult — é novidade para mim, e ler algo tão bem feito e que reforça bastante seu gênero, foi realmente maravilhoso. 
   Narrado em primeira pessoa, Novembro 9 tem uma trama focada, extremamente inteligente e, como de costume, com capítulos intercalados entre Fallon e Ben — de modo que nada fica vago. Esse tipo de estruturação nos permite ter uma visão mais ampla das escolhas, sentimentos, decisões e pensamentos dos personagens, o que contribui ainda mais para que nos afeiçoemos ao livro. A escrita de Hoover, contudo, se mostrou, pelo que vi de outras pessoas que tiveram contato com outras de suas obras, ainda mais elaborada e com um enfoque no que está ao redor dos personagens, sem fugas ao enredo, com cenários bem descritos e um contraste entre formalidade e informalidade.

Os objetivos são alcançados com desconforto e trabalho árduo. Não são alcançados quando você se esconde em um lugar onde se sente à vontade e confortável.


Livro: Suzy e as Águas-Vivas
Autor (a): Ali Benjamin
Editora: Verus Editora
Páginas: 224
ISBN: 9788576865377
Sinopse: Um dos romances mais autênticos e comoventes dos últimos tempos. Finalista do National Book Award de 2015. Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado. Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava. Este romance dolorosamente sensível explora o momento crucial na vida de cada um de nós, quando percebemos pela primeira vez que nem todas as histórias têm final feliz... mas que novas aventuras estão esperando para florescer, às vezes bem à nossa frente.

Ali Benjamin cresceu nos arredores de Nova York, em uma casa velha e caindo aos pedaços que os vizinhos achavam que era mal-assombrada. Quando criança, passava horas incontáveis coletando insetos e sapos; Suzy e as Águas-Vivas nasceu de seu fascínio pelo mundo natural. Ela é coautora de Positive, livro de memórias da adolescente HIV positivo Paige Rawl, e de The Keeper, de Tim Howard, jogador de futebol norte-americano. É membro da New England Science Writers. Mora na zona rural de Massachusetts com o marido, duas filhas e um pastor-australiano chamado Mollie. 

   Durante as três primeiras semanas do sétimo ano, Suzy Swanson aprendeu principalmente uma coisa: uma pessoa pode se tornar invisível simplesmente ficando em silêncio. Quando sua amiga morreu, passaram-se dois dias inteiros antes que ela ao menos soubesse do ocorrido, e desde então ela preferiu se calar. Era de tarde, fim de agosto, fim do longo e solitário verão depois do sexto ano. Sua mãe quem lhe deu a notícia, e quando ela perguntou o porquê e como aquilo poderia fazer sentido, sua mãe respondeu apenas que nem tudo fazia sentido, que às vezes as coisas simplesmente aconteciam. 
   Suzy sempre soube coisas que outras pessoas não sabem. Sabia, por exemplo, que alguns corações batem apenas uns 412 milhões de vezes. Isso pode parecer muito, mas ela sabia que a verdade é que isso mal chega a doze anos. Sabe também que ocorrem 150 milhões de picadas de águas-vivas no planeta a cada ano. Sabe que o corpo de um aluno do ensino fundamental tem em média 20 bilhões de átomos de Shakespeare. Mas ela não consegue entender como a vida de Franny Jackson pôde ser interrompida tão rápido... antes que Suzy pudesse corrigir a pior coisa que fez para sua amiga. 
   Quando Suzy, silenciosa e triste, recolhe à sua imaginação, descobre que o universo não permitirá que ela fuja para dentro de seu luto. Maravilhas inesperadas estão em toda parte... assim como o amor e a esperança de que ela precisa desesperadamente para perdoar a si mesma. Muito mais que um simples romance de estreia, como bem declara o Publishers Weekly, Suzy e as Águas-Vivas é um retrato comovente sobre perda e cura. O romance de Benjamin é um exemplo brilhante dos altos e baixos da pré-adolescência.

"Mais que tudo, não entendo por que falar à toa é considerado mais educado que não-falar. É como quando pessoas aplaudem depois de uma apresentação. Você já viu alguém não aplaudir depois de uma apresentação? As pessoas aplaudem sempre, tenha sido o espetáculo bom ou ruim. Elas aplaudem até depois que a banda da Eugene Field toca seu concerto anual, e isso é muito significativo. Não seria mais fácil e tomaria menos tempo e esforço simplesmente não aplaudir? Porque significaria a mesma coisa, ou seja, absolutamente nada. No fim, não-falar significa a mesma coisa, mais ou menos, que falar à toa. Ou seja, nada. Além disso, eu aposto que essa história de falar à toa já acabou com mais amizades do que o silêncio."

   Esse livro é O LIVRO! Quando bati o olho nele e li a sinopse pela primeira vez eu senti que precisava ler. E então eu li, e o achei incrível. Todos no planeta deveriam dar uma chance — os ensinamentos são múltiplos. Quando eu li a sinopse, deduzi por ela que o livro seria “poderoso”, mas não criei expectativas elevadas, já que ela pode ou não dizer muito sobre um livro. Contudo, tão boa quanto a sinopse é a história de Suzy e as Águas-Vivas — e minhas expectativas mantiveram-se satisfatórias até a última página. Nunca li nada da autora — já que este é seu primeiro livro —, mas, sem dúvidas, caso ela escreva outros, certamente lerei. Não sou muito afeiçoado por literatura infanto-juvenil, mas Suzy e as Águas-Vivas cumpre um propósito muito vivo e importante, e traz uma lição que todas as crianças deveriam ter contato, a de que, às vezes, quando nos sentimos mais solitários, o mundo decide se abrir de formas incríveis. 
   Narrado em primeira pessoa, com extrema emoção e precisão psicológica, Suzy e as Águas-Vivas tem uma trama bem focada e inteligente. A narração além de ter um fluxo contínuo e aprazível, é despretensiosa, solta e de fácil compreensão. A autora tem uma escrita muito descontraída, porém detalhista e formal — os fãs de John Green, como eu, certamente vão adorar! O livro tem uma estrutura muito peculiar, que torna tudo ainda mais agradável: é dividido em partes, que representam os métodos e as técnicas de pesquisa científica (objetivos, referencial, variáveis, procedimento, resultados e conclusão), que são subdivididos em curtos capítulos que mostram os andamentos da pequisa de Suzy e trás, alternadamente, flashbacks de como era sua amizade com Franny. 
   Outra coisa que também chama atenção no livro, e que provavelmente despertará o interesse em todos que o lerem é a determinação da personagem e o produto final de toda essa firmeza. Com o livro, construímos uma dimensão sobre quem sofre com a perda na adolescência, com a falta de amizades e a solidão, e ficamos com interesse em saber mais e buscar também entender o lado da pessoa que sofre em razão disso tudo. Percebemos, através da história, o quanto a autora pesquisou para discorrer sobre inúmeros sentimentos e fatos do cotidiano, e de modo geral fez com que o livro fosse, além de puro entretenimento, um manual sobre perda e cura, onde, como bem ressalta o New York Times, "muitas crianças podem não só se beneficiar (...), mas também ser profundamente tocadas".

"Às vezes a gente quer com tanta força que as coisas mudem que não suporta nem sequer estar na mesma sala com as coisas do jeito que realmente são."


Livro: Boa Noite
Autor (a): Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 240
ISBN: 9788501106698
Sinopse: Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação - em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números -, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa.

Pam Gonçalves nasceu em 1990, mora em Santa Catarina, é escorpiana e formada em Publicidade e Propaganda. Ficou conhecida no meio literário quando criou o blog Garota It, em 2009. Porém, desde 2014, se dedica exclusivamente ao seu canal no YouTube, trazendo novidades do mundo editorial, resenhas de livros, indicações e dicas de como escrever.

   Em Boa Noite, conhecemos Alina, que tem uma vida normal demais. Ela acha que a maioria das pessoas que chega na universidade espera que a vida tome um rumo totalmente diferente, e, claro, como qualquer pessoa, ela espera o mesmo. Tudo o que ela mais quer é começar de novo, e é nisso que estava pensando enquanto encarava o prédio de tijolinhos da República das Loucuras, sua possível nova casa. Viver em uma república, fazer novos amigos, enfrentar o preconceito em sala de aula — o curso de Engenharia da Computação é dominado por garotos, e muitos não acreditam que mulheres podem entender de números —, ficar longe de casa... Parece a oportunidade perfeita para se reinventar.
   Aceita na República das Loucuras, Alina logo se adapta à vida no pueril prédio de tijolinhos, e faz amigos: Manu e Talita são tão diferentes quanto adoráveis; Gustavo e Bernardo, o namorado de Talita e morador ocasional, também fazem o possível para que ela se sinta em casa — depois do trote, claro. As coisas começam a complicar quanto Alina decide arriscar, deixando de lado o rótulo de nerd, boa menina, boa filha e boa aluna para trás. Festas, bebidas, azaração não fazem parte do cotidiano da menina. Até agora. Essa é a nova Alina e ela pretende fazer diferente.
   Alina sabe que muita gente fala que a faculdade é a oportunidade ideal para escolher quem você quer ser. E tudo começa a fazer sentido quando ela vê a verdade nessa afirmação. É quando ela começa a perceber que alguma coisa mudou. Uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, ela terá que provar do que é capaz e quem realmente é. Tomar cuidado e ao mesmo tempo tentar salvar meninas que estão em perigo. Antes do último suspiro da inocência, a realidade vai se mostrar mais amarga que os sonhos e Alina vai descobrir que, às vezes, sua casa é onde está seu coração.

"Este livro é para todas as meninas, garotas e mulheres. Não deixem que digam que não são capazes, vocês podem ser o que e quem quiserem."

   Desde que entrei — completamente — no maravilhoso mundo da leitura, eu conheço a Pam por seu blog/canal Garota It. Tenho certeza de que muitos de nós já escolheram diversas das "próximas leituras" depois de assistir a seus vídeos ou após ler suas resenhas. Pam sempre mostrou ser uma pessoa incrível e talentosa em seus vídeos, mas o que ninguém poderia esperar é que esse talento não era somente para fomentar críticas reais e construtivas acerca de obras literárias, mas produzi-las com extrema maestria e responsabilidade. Pouco depois do início do ano, a Galera Record anunciou para o dia dos namorados o lançamento da antologia O Amor nos Tempos de Likes, dos booktubers Pam Gonçalves, Bel Rodrigues, Hugo Francioni e Pedro Pereira (Pedrugo). A obra trás releituras contemporâneas de clássicos como Dom Casmurro e Orgulho e Preconceito, que foi reinventado por Pam, ou seja, Boa Noite não é o primeiro trabalho da autora.
   Ainda não tive a oportunidade de ler O Amor nos Tempos de Likes, apesar de ter o livro, mas adianto que li inúmeras críticas positivas quanto a antologia, em especial ao conto da Pam, o que me fez ver que não fui o único a notar seu talento. Quando, então, a Galera anunciou Boa Noite, livro solo da catarinense, eu não pensei duas vezes em colocá-lo em minha TBR (to be read), principalmente pela temática social e pelo gênero jovem-adulto no qual ele pode facilmente ser inserido. 
   Uma das coisas que mais me surpreendeu no livro foi a narrativa, já que esta é uma das partes mais difíceis na hora da construção de um livro — os norte-americanos e os ingleses só são bons nisso porque, muitos deles, cursam Escrita Criativa desde cedo. A autora conseguiu, em primeira pessoa, trazer uma narrativa extremamente simples, dinâmica e gostosa de se ler. Foi uma experiência bem prazerosa ler Boa Noite, e acho que já perceberam isso desde que iniciei a resenha. Não foi simplesmente uma narração qualquer, mas algo que tinha intenções em cada palavra e objetivos em cada vírgula.

  
As festas universitárias são incríveis para conhecer muita gente diferente e se divertir, não deveria ser lugar de assédio, abuso e violência. Se um não quer, dois não têm que fazer. Isso serve para qualquer pessoa. Ninguém tem que ser coagido a nada. Pergunte-se antes de fazer qualquer coisa para outra pessoa: Eu faria isso com alguém de que eu gosto muito?


Livro: Um Mundo Melhor
Título Original: A Better World 
Autor (a): Marcus Sakey
Editora: Galera Record
Páginas: 420
ISBN: 978-85-01-07159-0
Sinopse: Nick Cooper lutou para que os brilhantes, parcela da população dotada de habilidades incomuns, fossem aceitos e integrados na sociedade. Até uma rede terrorista, liderada justamente por brilhantes, atingir três cidades e deixar o país à beira de uma guerra civil. Cooper é brilhante e agora também consultor do presidente dos Estados Unidos, além de ser contra tudo o que os terroristas representam. Porém, conforme o país descamba para o caos, ele se vê forçado a participar de um jogo que não aceita perdedores, pois seus oponentes têm uma visão particular de um mundo melhor.

TRILOGIA "BRILHANTES"
    1.  Brilhantes
    2.  Um Mundo Melhor
    3.  Written In Fire (2017)

Nascido em Michigan, Marcus Sakey trabalhou como publicitário por dez anos antes de se tornar escritor. Seu trabalho já foi indicado a diversos prêmios, dentre eles o Strand Critics, o Reader's Choice e o ITW Thriller Awards. Também é roteirista e apresentador de Hidden City, um programa de turismo do Travel Channel. Atualmente, vive em Chicago com a esposa e a filha.

   Em Brilhantes, acompanhamos o dilema dos anormais que, desde 1980, passaram a fazer parte do 1% da população mundial que nascia com dons com os quais apenas sonhávamos: a capacidade de perceber os segredos mais íntimos de uma pessoa, de prever o mercado de ações, de reconhecer padrões ou andar sem ser visto. No meio disso, conhecemos Nick Cooper, brilhante do primeiro escalão, reconhecedor de padrões, divorciado, e o melhor agente do DAR (Departamento de Análise e Reação), também chamado de Agência de Controle de Anormais, que visa controlar os brilhantes que geralmente oferecem um risco a paz coletiva. No primeiro livro, Nick adentra no terrorismo, com o objetivo de derrubar John Smith, um ativista que vem causando enormes problemas para a paz coletiva. Contudo, Nick acaba descobrindo que, desde o início, vinha sendo enganado e para resolver o problema se infiltra ainda mais no mundo do terrorismo, da rebeldia, da conspiração e vai contra tudo que acredita — e quando se trata de proteger sua família e o resto do mundo, ele faz tudo que puder, mesmo que isso lhe apresente um mundo ordinário e falso, onde política, preconceito, conspiração e revolução se misturam e fazem pensar.
   Em Um Mundo Melhor, Nick ainda não solucionou todos os problemas, que se intensificaram cada vez mais — afinal, os brilhantes mudaram tudo. Por trinta anos, o mundo enfrentou uma separação crescente entre os excepcionais... e o restante de nós. Agora, que o DAR não existe mais e o antigo presidente dos Estados Unidos está sofrendo um impeachment, uma rede terrorista liderada por brilhantes atingiu três cidades. Prateleiras de supermercado estão vazias, chamadas de emergência não são atendidas. Fanáticos estão queimando pessoas vivas.
   Nick Cooper sempre lutou para tornar o mundo melhor para os filhos. Como brilhante e consultor do atual presidente dos Estados Unidos, ele é contra tudo o que os terroristas representam. Porém, conforme o país descamba para uma guerra civil devastadora, Cooper é forçado a participar de um jogo que não pode se dar ao luxo de perder — porque seus oponentes têm uma visão particular do que vem a ser um mundo melhor. E, para realizá-la, estão dispostos a destruir este aqui. De Marcus Sakey, "o mestre da leitura empolgante e inteligente" (Gillian Flynn) e "um dos melhores contadores de histórias" (Michael Connelly), o livro dois da saga Brilhantes é um montanha-russa implacável que mudará sua forma de ver o mundo — e as pessoas a seu redor, claro. 

   Gente, não consigo nem explicar a emoção que senti em ler esse livro! Que acompanhou a resenha que fiz do primeiro livro (leia aqui) sabe que eu simplesmente adorei a história, a trama, os personagens... tudo. Eu estava muito ansioso para ler o segundo livro e matar a saudade de Nick Cooper e suas aventuras  — quase tive um enfarte quando a Galera Record anunciou o lançamento e essa capa maravilhosa. Novamente me senti feliz por encontrar algo novo e uma escrita diferente atrelada a uma trama inovadora e muito, muito genial. Quando eu conheci Brilhantes, eu criei muitas expectativas, principalmente pelas características da trama: cheia de ação, aventura, terrorismo, inverdades, conspirações e outros. Na época, afirmei que as expectativas não só se mantiveram satisfatórias, como se superaram. Agora, fico novamente feliz em afirmar o mesmo em relação ao volume dois dessa saga que sem dúvidas é uma das melhores que já li na vida.
   E, mesmo antes de ler qualquer coisa do Sakey, o gênero não era novidade para mim (não como um todo, claro), visto que é muito próximo do que encontramos em distopias. Agora vamos a um erro cometido na resenha do primeiro livro: eu disse que Brilhantes não era distopia, contudo, eu estava errado. De lá para cá, muito aprendi sobre distopias e, agora, afirmo com certeza que a trama tem, sim, caráter distópico por apresentar "o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma utopia negativa". (WIKIPEDIA).
   Ainda narrado preternaturalmente em terceira pessoa, o volume dois de Brilhantes possui também uma trama rica, elaborada e muito difusa — o que nesse contexto não poderia ter sido melhor, visto que não temos uma visão apenas de Nick, personagem principal, mas de todo os demais que são significantes para o bom andamento da história. Apesar de ser imensamente fã de narrativas em primeira pessoa, não posso deixar de enaltecer o quanto a narrativa de Um Mundo Melhor, em terceira pessoa, conseguiu ser extraordinariamente dinâmica. Torno a repetir, visto que é uma das maiores verdades do mundo literário: Sakey tem uma escrita maravilhosa e o que Michael Connely, autor de romances policiais, falou é inteiramente verdade: Marcus Sakey é um dos melhores narradores de todos os tempos. Ele segue de forma sutil, mas detalhada; formal, mas dinâmica; e dessa forma nos leva por caminhos sem volta — mas você não se importa... tudo que você quer é prosseguir, cada vez mais.

 
Uma piscada durava um segundo, um passo, cinco. Era um dom estranho e terrível, que...
Espere. Para a maioria dos anormais, o dom é apenas parte deles. Mas o de Soren é diferente. De uma forma bem real, ele é o próprio dom. Sua percepção de mundo é inteiramente forjada pelo dom. Soren depende dele completamente e confiará no que o dom lhe disser.... talvez pudesse ser usado contra ele. Cooper se arrastou pelo chão, ignorando a dor. Era inacreditável o risco. Não se tratava apenas da vida dele em jogo, mas da de Ethan, da esperança que o cientista oferecia ao futuro.


Livro: A Geografia de Nós Dois
Título original: The Geographic Of You and Me
Autor (a): Jennifer E. Smith
Editora: Galera Record
Páginas: 272
ISBN: 9788501106223
Sinopse: Lucy mora no vigésimo quarto andar. Owen, no subsolo... E é a meio caminho que ambos se encontram - presos em um elevador, entre dois pisos de um prédio de luxo em Nova York. A cidade está às escuras graças a um blecaute. E entre sorvetes derretidos, caos no trânsito, estrelas e confissões, eles descobrem muitas coisas em comum. Mas logo a geografia os separa. E somos convidados a refletir... Onde mora o amor? E pode esse sentimento resistir à distância? Em A Geografia de Nós Dois, Jennifer E. Smith cria tramas cheias de experiências, filosofia e verdade.

Jennifer E. Smith é autora, também, de A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista, que em breve ganhará as telas de cinema, e Ser Feliz é Assim, ambos publicados pela Galera Record. Formada em redação criativa pela Universidade de St. Andrews, na Escócia, atualmente trabalha como editora em Nova York. 

   A Geografia de Nós Dois, novo romance de Jennifer E. Smith, nos leva inicialmente a mais um dia quente em Nova York, onde deparamos com Lucy e Owen presos em um elevador que deixou de funcionar em virtude de um inesperado blecaute. A cidade inteira havia sido apagada como uma vela, mas, do cubículo sem luz que era o elevador, dificilmente qualquer um dos dois saberia disso. Lucy e Owen, apesar de já terem se esbarrado pelo prédio algumas vezes, jamais tinham conversado um com o outro, e como o tempo parece inexorável devido as circunstâncias, os dois acabam não tendo muitas opções. 
   Owen tinha se mudado para o prédio no mês anterior junto com seu pai, que tinha sido contratado como novo administrador do local, logo após terem decidido sair da pacata cidade onde viviam e onde sua mãe havia morrido há pouco. Lucy, pelo contrário, sempre morou no prédio; sozinha, apesar da idade. Seus pais a amavam, claro, assim como seus irmãos gêmeos. Só era difícil demonstrar tanto amor quando, no caso de seus pais, se viajava constantemente ao redor do mundo ou quando se está estudando do outro lado do país, como era o caso de seus irmãos. Contudo, Lucy sempre levou a vida da melhor forma possível e jamais imaginou que aquele momento no elevador com Owen, seguido pela noite em que passaram juntos — esperando a energia voltar —, fosse mudar muita coisa.
   No dia seguinte, passado o blecaute, a geografia começa lentamente a interferir na relação de Owen e Lucy, e eles vão se tornando fisicamente distantes, mas cada vez mais próximos no tocante ao sentimento. O pai da garota recebe uma proposta de emprego em Londres, e ela se muda para lá, e de lá para muitas outras cidades. Owen decide unir-se a seu pai, pegar o que tem, e cair na estrada, na esperança de finalmente encarrar os fantasmas do passado e deixá-los para trás. Mas ambos os jovens não conseguem esquecer um do outro, e trocam cartões-postais frequentemente, na expectativa de que em algum momento a vida possa uni-los novamente. Isso tudo nos faz pensar: onde mora o amor? E pode esse sentimento resistir a distância? Owen e Lucy estão prestes a testar a teoria de que, mesmo longe dos olhos, alguém jamais deixa seu coração...

   Eu já li todos os livros de Smith lançado aqui no Brasil e a cada vez que me deparo com um de seus livros, me sinto feliz em ver como ela é uma excelente escritora e que, sem dúvidas, se sobressai em meio a muitos outros. Quando fiquei sabendo do lançamento de A Geografia de Nós Dois, que foi um sucesso nos Estados Unidos, não pensei duas vezes em solicitar o livro para a editora e, claro, me entregar a mais uma linda história sobre o amor, a felicidade e a distância. Eu não sou daquele tipo de pessoa que cria expectativas para tudo. Não, eu prefiro simplesmente ler e analisar, sem qualquer prévio pensamento. Contudo, eu já sabia, lá no fundo, que eu ia gostar muito — afinal, é de uma de minhas escritoras favoritas —, e também de um de meus gêneros favoritos, o Young Adult.
   Narrado em terceira pessoa, A Geografia de Nós Dois tem uma trama bem focada, inteligente e com capítulos intercalados entre a visão que o narrador tem sobre Owen e Lucy, de modo que nada fica vago e/ou incompreensível. Esse tipo de estruturação, em minha opinião, nos permite ter uma visão mais ampla das escolhas, sentimentos, decisões e pensamentos dos personagens, o que, aliado a escrita poética e simples de Smith, contribui ainda mais para um excelente dinamismo no livro. A escrita de Smith é incrível, e tudo isso se deve a simplicidade na qual ela se debruça e que, sem dúvidas, é seu padrão. Um ponto forte no livro, que acrescentou muito, foi a escrita da autora. Novamente eu me senti como se tivesse encontrado alguém que é despretensiosa e que escreve como se contasse a alguém uma história tão normal quanto o nascer do sol.

E ele fechou os olhos e correspondeu ao beijo. Cedo demais, Lucy se afastou, e, quando ela deu um passo para trás, Owen viu que estava sorrindo.
— Não se preocupe — disse ela, antes de passar pelas portas abertas. — Mando um cartão-postal para você.


Livro: Talvez Um Dia
Título Original: Maybe Someday
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 368
ISBN: 9788501050311
Sinopse: Sydney e Ridge se conheceram de  suas respectivas varandas. Ele tocava violão todos os dias, e ela gostava de ficar ouvindo. Um dia, Ridge descobriu que Sidney tinha escrito uma letra para sua música. Ele pediu que ela lhe enviasse por SMS e, depois de muita relutância da garota, viu que a letra era perfeita para aqueles acordes. Sydney era uma ótima compositora. E Ridge precisava do seu talento. Depois de uma reviravolta na vida dela, os dois têm a chance de compor juntos. Mas vão acabar descobrindo uma atração muito grande surgindo entre si. E suas vidas não estão prontas para que seja um do outro, agora. Bem, talvez um dia. 

   Colleen Hoover vive no Texas com o marido e os três filhos. Autora das séries Slammed, Hopeless e dos livros O Lado Feio do Amor e Nunca Jamais, todos na lista dos mais vendidos do New York Times, pode ser encontrada em www.colleenhoover.com 

   Em Talvez Um Dia conhecemos Sydney, que acabou de completar 22 anos e já fez algo inédito: deu um soco em sua melhor amiga. Ex-melhor amiga, na verdade. Sua vida ia tão bem. Ela está na faculdade, tem um bom trabalho, dividia apartamento com Tori e realmente achava que seu namorado, Hunter, era o cara certo, com quem passaria o resto da vida. Até o dia em que descobre que Hunter e Tori têm um caso há tempos. Sua melhor amiga e seu namorado, juntos, se pegando, enquanto ela está no banho, ou quando não está na casa. Um soco era o mínimo que ela deveria ter dado na traidora, certo?
   Magoada como nunca, Sydney encontra abrigo na casa de Ridge, um cara lindo que ela observava da varanda de casa todas as noites, enquanto ele tocava violão no prédio vizinho. Passando um tempo, Ridge descobre que a garota tinha escrito uma letra para sua canção. Ele pediu que ela lhe mandasse a composição, e após muito relutar, Sydney acabou cedendo. Após ler a canção, Ridge percebeu que tinha encontrado a cura para seu bloqueio criativo. Precisava de Sydney.
   Agora que moram no mesmo apartamento, Sydney e Ridge podem compor juntos. O entrosamento dos dois é algo incrível. Tão fácil e natural... Tudo estaria ótimo se eles não acabassem sentindo uma atração quase incontrolável um pelo outro. E se Ridge não tivesse uma namorada havia cinco anos. Qualquer coisa entre Sydney e Ridge é impossível de acontecer. Eles jamais se transformariam em Hunter e Tori. Nunca seriam traidores. Bem, mas sabemos que não dá pra prever o futuro. E algo que os dois irão perceber é que a única coisa que não se pode controlar na vida são sentimentos. Quem sabe... Talvez um dia...

   Gente... que livro! Realmente o New Adult tem um poder incrível enquanto Literatura. Sem palavras para descrever — é, até mesmo, complicado explicar toda essa gama de sentimentos através de uma resenha. Li meu primeiro New Adult ano passado e, desde então, não tinha lido mais. Confesso que me arrependo de não ter feito isso antes. Sem sombra de dúvidas, é um gênero maravilhoso e Colleen Hoover sabe lidar com ele muito bem. Conheci a autora esse ano, quando li seu thriller Nunca Jamais — que amei! —, e agora ter a oportunidade de ver como ela é tão versátil, é realmente incrível. 
   Já tinha ouvido falar, há muito tempo, sobre os new adults de Hoover, principalmente devido a série Slammed, porém nunca tinha lido nenhum da autora. Quando surgiu a oportunidade de resenhar Talvez Um Dia, não hesitei em lê-lo, pois a história tem uma premissa muito boa, e após lê-lo percebi que minhas expectativas não foram só boas, como se superaram, de uma forma que não achei, inicialmente, que seria possível. O gênero new adult — que representa aqueles livros na faixa entre o Young Adult e o Adult — é novidade para mim, e ler algo tão bem feito e que reforça bastante seu gênero, foi realmente maravilhoso.
   Narrado em primeira pessoa, Talvez Um Dia tem uma trama muito bem focada, inteligente e com capítulos intercalados entre Sydney e Ridge, de modo que nada fica vago. Esse tipo de estruturação nos permite ter uma visão mais ampla das escolhas, sentimentos, decisões e pensamentos dos personagens, contribuindo ainda mais para um excelente dinamismo do livro. A escrita de Hoover é do tipo que raramente encontramos: detalhada, com cenários bem descritos, ora formal, ora informal e muito bem trabalhada. Um ponto forte no livro, que acrescentou muito, sem dúvidas, foi a escrita da autora. Uma coisa é você ter uma ideia para um livro, outra é você saber desenvolver isso, e Hoover soube desenvolver muito bem sua ideia.

"Como é que duas pessoas ótimas e cheias de boas intenções podem acabar tendo sentimentos despertados por tanta bondade, mas que na verdade são tão ruins?"


Olha mais um sorteio aí, gente!!! Depois do sucesso que foi nosso último sorteio, cá estamos nós realizando mais um — e dessa vez é ainda melhor. A Galera Record cedeu gentilmente um exemplar de Dama da Meia-Noite, novo livro da Cassandra Clare, autora de Os Instrumentos Mortais. Dama da Meia-Noite, do universo dos Caçadores de Sombras, é mais que uma fantasia urbana, mas um livro sobre a amizade, o amor, o feminismo, o respeito e as descobertas. Onde a autora, de forma instigante e fluída, revolta-se contra o que cria e nos mostra que sempre podemos ir além. Nos mostrando que sed lex, dura lex (a lei é dura, mas é lei). Contudo, lex malla, lex nulla (uma lei ruim, não é uma lei). Confira a resenha aqui e não fique de fora do sorteio.

Sinopse: Em um mundo secreto onde guerreiros meio-anjo juraram lutar contra demônios, parabatai é uma palavra sagrada. O parabatai é o seu parceiro na batalha. O parabatai é seu melhor amigo. Parabatai pode ser tudo para o outro mas eles nunca podem se apaixonar. Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip, e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira.Suas buscas levam Emma de cavernas no mar cheias de magia para uma loteria sombria onde a morte é dispensada. Enquanto ela vai descobrindo seu passado, ela começa a confrontar os segredos do presente: O que Julian vem escondendo dela todos esses anos? Por que a Lei Shadowhunter proíbe parabatais de se apaixonarem? Quem realmente matou seus pais e ela pode suportar saber a verdade? A magia e aventura das Crônicas dos Caçadores de Sombras tem capturado a imaginação de milhões de leitores em todo o mundo. Apaixone-se com Emma e seus amigos neste emocionante e de cortar o coração no volume que pretende deliciar tantos novos leitores como os fãs de longa data.


REGRAS E ESCLARECIMENTOS
1- Para participar é necessário ter endereço de entrega no Brasil.
2- Se inscrever utilizando o formulário Rafflecopter acima. (Dúvida? Leia esse tutorial no UMO Blog)
3- O ganhador receberá um e-mail, e deverá responder enviando seus dados em até 72 horas. Caso não haja resposta do ganhador, um novo sorteio será feito.
4- A entrada "Compartilhar a imagem no Facebook" pode ser feita mais de uma vez. Para compartilhar a imagem mais de uma vez, contudo, você precisa preencher a entrada  "Compartilhar a imagem da promoção no Facebook" novamente: essa opção é válida uma vez por dia, e é necessário compartilhar a imagem no mesmo dia em que preencher o formulário. Ou seja, o compartilhamento precisa ser feito no mesmo dia em que você fizer a entrada no Rafflecopter; se você voltar a dar entrada no sorteio em outro dia, precisa de outro compartilhamento.
5- O sorteio começa dia 27/05 e termina dia 30/06. O resultado sai dias depois nesse mesmo post. 
6- A Editora Galera Record é responsável pelo envio do livro. O blog não se responsabiliza pelo envio, e nem pelo possível extravio dos correios.
7- Se o ganhador não cumprir devidamente as regras (que serão, sim, conferidas), será desclassificado sem aviso prévio. 
8- As entradas correspondentes a comentários em postagens só serão validadas se os comentários forem pertinentes ao conteúdo do post. Comentários como "gostei da capa" e "muito interessante" não serão validados.

"E que a sorte esteja sempre com você!" 


Livro: Dama da Meia-Noite
Título Original: Lady Midnight
Autor (a): Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 574
ISBN: 9788501401083
Sinopse: Em um mundo secreto onde guerreiros meio-anjo juraram lutar contra demônios, parabatai é uma palavra sagrada. O parabatai é o seu parceiro na batalha. O parabatai é seu melhor amigo. Parabatai pode ser tudo para o outro mas eles nunca podem se apaixonar. Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip, e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira.Suas buscas levam Emma de cavernas no mar cheias de magia para uma loteria sombria onde a morte é dispensada. Enquanto ela vai descobrindo seu passado, ela começa a confrontar os segredos do presente: O que Julian vem escondendo dela todos esses anos? Por que a Lei Shadowhunter proíbe parabatais de se apaixonarem? Quem realmente matou seus pais e ela pode suportar saber a verdade? A magia e aventura das Crônicas dos Caçadores de Sombras tem capturado a imaginação de milhões de leitores em todo o mundo. Apaixone-se com Emma e seus amigos neste emocionante e de cortar o coração no volume que pretende deliciar tantos novos leitores como os fãs de longa data.

TRILOGIA "OS ARTIFÍCIOS DAS TREVAS"
    1.  Dama da Meia-Noite
    2.  Lorde das Sombras (tradução livre | 2017)
    2.  Rainha do Ar e da Escuridão (tradução livre | 2018)

NOTA DO RESENHISTA: Caro leitor, certamente observará que essa resenha ficou gigante. Se você for fã de Cassandra Clare, vai entender o motivo, mas, caso não seja, o motivo é que Cassandra Clare é a rainha da fantasia, e é impossível falar de seus livros sem devanear bastante em todos os sentidos... enfim, ela é maravilhosa. E não se preocupe, a resenha é inteiramente livre de spoilers, pelo contrário, darei ainda dicas sobre como acompanhar as séries da autora. Boa leitura!

Cassandra Clare chegou ao primeiro lugar nas listas do New York Times, USA Today, Wall Street Jornal e Publishers Weekly com as séries best-sellers dos Caçadores de Sombras: Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais. Os Artifícios das Trevas é uma nova trilogia, cujo primeiro volume é Dama da Meia-Noite. Ela também é coautora de As Crônicas de Bane, com Sarah Rees Brennan e Maureen Johnson, e escreveu com seu marido, Joshua Lewis, O Códex dos Caçadores de Sombras. Seus livros somam mais de 36 milhões de exemplares vendidos no mundo e foram traduzidos para mais de 35 idiomas. Um filme e uma série de TV foram inspirados em Os Instrumentos Mortais. Cassandra vive em Massachusetts. Visite sua páginas em cassandraclare.com e saiba mais sobre o mundo dos Caçadores de Sombras em shadowhunters.com

   Dama da Meia-Noite é mais um sucesso da rainha do fantasy urban, Cassandra Clare. A trama do livro inicia-se após cinco anos dos acontecimentos descritos em Cidade do Fogo Celestial, da série Os Instrumentos Mortais, e conta a história da shadowhunter Emma Carstairs e de outros caçadores de sombras do Instituto de Los Angeles. Já na primeira página do livro, deparamos com Emma no Mercado das Sombras da cidade, atrás de Johnny Rock, um mundano que tem a Visão e que é conhecido, claramente falando, como "um criminoso sabe tudo", em busca de informações sobre os recentes assassinatos que têm ocorrido na cidade.
   Emma acredita (com quase toda certeza) que os recentes assassinatos podem ter alguma relação com o assassinato de seus pais — que a Clave (governo dos Caçadores de Sombras) julga ter sido obra de Sebastian Morgenstern, na Guerra Maligna, mas que Emma sabe que tem muito mais por trás dessa história. Como explicar que a morte de seus pais foi causada por Sebastian sendo que, anos após o fim da Guerra Maligna, aparecem novos assassinatos idênticos: pessoas marcadas com línguas desconhecidas, molhadas, queimadas e dentro de um círculo de invocação demoníaca
   Após uma inesperada visita do Alto Feiticeiro Magnus Bane a Los Angeles, a situação sobre os assassinatos começa a se revelar. Mas há corpos de fadas entre os mortos, e isso é  suficiente para que a Clave não se envolva ou tenha grandes interesses. Mas Emma, a melhor caçadora de sombras de sua geração não desistirá tão facilmente, não agora que o quebra cabeça está começando a se encaixar. Em sua aventura desconhecida e proibida pela Clave, Emma junta-se a seu parabatai Julian, sua melhor amiga, Cristina, e toda a família Blackthorn que reside no Instituto de Los Angeles, para descobrir qual a relação dos assassinatos com a história de seus pais, um poema de Edgar Allan Poe e um antigo teatro da cidade, O Teatro da Meia-Noite.

   Apesar do pouco conhecimento, e da mediana vivência, o universo dos Caçadores de Sombras (Shadowhunters) é atualmente o universo literário que mais me tem atraído, e isso se deve a tudo que já saiu em relação a esse "mundo", desde os inúmeros livros que exploram o universo criado por Cassandra Clare, as adaptações televisivas que vieram para complementar essa criação que pode ser facilmente considerada como uma obra prima da literatura fantástica — principalmente em virtude do caráter inovador, ao trabalhar com a chamada fantasia urbana (fantasy urban). Conheci Cassandra Clare ao assistir o filme Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, primeira adaptação do universo criado pela norte-americana. E somente neste ano, em virtude do lançamento, em Janeiro, da série televisiva Shadowhunters (confira nossa crítica aqui), baseada nos livros de Os Instrumentos Mortais, é que finalmente tirei um tempo para ler o primeiro livro.
   Cidade dos Ossos foi, definitivamente, o livro mais rápido que eu já li — tipo, só numa noite eu li mais de 200 páginas. Cassandra Clare me alcançou de uma forma que eu não esperava, e isso foi impactante ao ponto de me fazer considerar Cidade dos Ossos como minha melhor leitura de 2016 — até o momento —, e inacreditavelmente, o mesmo aconteceu com Dama da Meia-Noite, a nova série da autora, ainda trabalhada no universo dos Caçadores de Sombras — um universo que só a Clare sabe explorar de forma a nos fazer virar a noite lendo, relendo, amando, morrendo... enfim. Minhas expectativas eram altas, e mais uma vez Cassandra Clare não me decepcionou, muito pelo contrário!
   No tocante a narração, como em toda a estrutura da trama, percebemos uma evolução da autora — o que é assustador, em virtude de que isso não acontece com frequência. Geralmente os autores sempre fazem as coisas da mesma forma, sem poucas inovações na narração, na descrição ou no desenrolar da história. Mas Cassandra Clare não foi considerada a nova rainha da fantasia atoa! A autora, conhecida por dar lugar aos diálogos e não focar muito em narrações/devaneios, em Dama da Meia-Noite aposta numa justaposição das duas coisas: nem dialoga demais, nem narra de menos, mas coloca ambas as coisas em equilíbrio. 

— Ninguém é perfeito, Emma.
— Mas alguma pessoas são perfeitas umas para as outras. Não acha que isso tem que ser verdade? Um olhar estranho atravessou o rosto de Cristina e desapareceu tão depressa que Emma teve certeza de que o tinha imaginado. Às vezes, Emma se lembrava de que, por mais próxima que se sentisse de Cristina, ela não a conhecia; não a conhecia como conhecia Jules, do jeito que se conhece alguém com quem você compartilhou todos os momentos desde a infância.


Essa novidade é para todos aqueles que, como nós, amaram "A Probabilidade Estatística de Amor à Primeira Vista" e "Ser Feliz é Assim", da talentosíssima autora Jennifer E. Smith, que terá mais um de seus livros publicados no Brasil, pela Galera Record. Confira abaixo a capa e a sinopse:

A Geografia de Nós Dois  
Lucy mora no vigésimo quarto andar. Owen, no subsolo… E é a meio caminho que ambos se encontram presos em um elevador, entre dois pisos de um prédio de luxo em Nova York. A cidade está às escuras graças a um blecaute. E entre sorvetes derretidos, caos no trânsito, estrelas e confissões, eles descobrem muitas coisas em comum. Mas logo a geografia os separa. E somos convidados a refletir… Onde mora o amor? E pode esse sentimento resistir à distância? Em A Geografia de Nós Dois, Jennifer E. Smith cria tramas cheias de experiências, filosofia e verdade.

O lançamento oficial acontece no dia 30 desse mês. A ansiedade está altíssima, e muito em breve vocês todos poderão conferir a resenha do livro aqui no blog. E vocês, gostaram da novidade? Já leram algo da Jennifer?


Livro: Rebelde
Título Original: Rebel
Autor (a): Amy Tintera
Editora: Galera Record
Páginas: 336
ISBN: 9788501402206
Sinopse: O segundo volume da série Reboot, best-seller do New York Times. Wren Connoly acreditou que seu lado humano tivesse ficado para trás no instante em que ela morreu... e voltou à vida como Reboot em surpreendentes 178 minutos. Com uma força extrema e treinada para ser o soldado perfeito, Wren precisou fugir da CRAH, Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, para salvar Callum 22, o rapaz que lhe mostrou ser possível ter emoções, compaixão e até amor, sendo Reboot. Após terem escapado da CRAH, Wren e Callum estão prontos para recomeçar a vida em paz, na reserva Reboot. Mas Micah, o Reboot que comanda o local, tem planos malignos em mente: dizimar os humanos da Terra. Micah vem construindo um exército Reboot há anos, e finalmente está pronto para iniciar ataques às cidades. Agora que fugiram, Wren e Callum precisam decidir se ficam ao lado de Reboots ou se abandonam tudo e vivem longe da guerra. Aos poucos, os dois percebem que só há uma alternativa: precisam se tornar rebeldes.

DUOLOGIA "REBOOT"
    1.  Reboot
    2.  Rebelde


Amy Tintera cresceu no Texas e graduou-se em jornalismo pela Texas A&M University. Mudou-se para Los Angeles após se especializar em cinema, mas descobriu que não gostava de trabalhar na indústria cinematográfica e voltou para sua primeira paixão: escrever. Pode ser encontrada com frequência olhando para o espaço e inventando formas de seus personagens escaparem da morte. Para escrever Reboot, seu romance de estreia, inspirou-se em diversas séries de TV, entre ela Dexter, The Walking Dead e Buffy, a caça-vampiros. Você pode visitá-la em www.amytintera.com

   Rebelde é continuação do romance distópico de estreia de Amy Tintera, Reboot, que narra a história de um mundo pós-apocalítico aparentemente sendo destruído por um vírus. Até que descobre-se que esse vírus, na verdade, não mata, mas deixa as pessoas num estado de coma — sendo prático —, e quando as mesmas retornam a vida, se reiniciando (daí o nome Reboot), elas, parafraseando a Letícia, que resenhou o primeiro livro aqui no blog, retornam mais fortes, ágeis e quase invencíveis, mas a grande consequência é a perda da humanidade; quanto mais tempo alguém fica morto, mais forte ele retorna, mas também mais frio. 
   Wren é uma das reboot mais forte de que se tem conhecimento, pois ficou morta por 178 minutos, despertando quase que com nenhum tipo de emoção humana. Era o tipo de soldado perfeito, se não tivesse conhecido Callum, um reboot que ficou morto por 22 minutos, e que lhe mostrou que era possível ter uma vida aparentemente humana, por assim dizer, mesmo na situação em que ela se encontrava. Tendo convencido Wren de tais pensamentos, Callum foge com ela do CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, responsável por capturar humanos rebeldes e treinar os novos Reboots, para uma reserva, no meio do deserto, de reboots fugidos da Corporação. 
   Callum e Wren acham, de início, que é um bom lugar para viverem em paz e segurança, mas o que lhes é apresentado é algo totalmente diferente. O líder da reserva, Micah, se mostra uma pessoa totalmente diferente, cruel e vingativa, o que já era de se esperar, em virtude de suas características reboot. O líder tem a intenção de exterminar todos os seres humanos da Terra — os que estão vivos ainda, claro —, e em meio a tantas desventuras, Wren e Callum só possuem duas alternativas: se aliarem a Micah em sua missão cruel, ou protegerem aqueles que tanto os odeiam — os humanos, — se tornando assim rebeldes. 

   Eu sou uma pessoa fanática por distopias. Em virtude de nossas atitudes pessoais e de nosso atual cenário mundial, a distopia tem sido um pensamento muito difundido e que trabalha com uma realidade inteiramente importante e com possibilidades de acontecer. Dentre todas as coisas, o que mais chama atenção nesse tipo de pensamento filosófico, quando junto a ficção, é a atitude dos personagens, que muitas vezes fazem um contraste realista com nossos pensamentos. Isso não poderia ser diferente em Rebelde. Conheci a duologia de Tintera quando foi lançado o primeiro livro, e, quando percebi que todos estavam gostando, não hesitei em ler e me apaixonar por mais essa obra de qualidade incontestável
   Quem já é fã de Divergente, Jogos Vorazes, Maze Runner ou outros bestsellers distópicos, sem dúvida alguma irá gostar muito de Reboot e Rebelde, mas é preciso, sobretudo, saber diferenciar as coisas. Os livros citados possuem um pensamento filosófico idêntico, mas as realidades trabalhas são diferentes. Daí a importância de se ler Rebelde, ou Reboot, como algo novo, não como se fosse uma cópia de Divergente, por exemplo, ou até mesmo parecido. Cada obra é uma obra, e a dosagem certa de expectativas sempre é crucial na hora de ler um livro — principalmente em virtude do tema tão maçante. 
   Sobretudo, eu diria que Rebelde, assim como seu antecessor, trabalha com inovações, o que me agradou bastante, em virtude dos típicos clichês. A narração acontece novamente em primeira pessoa, com a exceção de que agora temos a intercalação entre a ótica de Wren e a de Callum, o que não poderia ter sido melhor. Acredito que quanto mais pontos de vistas pudermos acompanhar, em determinada história, melhor é o resultado tanto de nossa compreensão, quanto do andamento da trama. Os capítulos alternados são bem curtos, leves e dinâmicos, o que proporcionou-me uma leitura rápida e agradável. A escrita da autora também chama muita atenção, o que é louvável, em virtude de ser sua duologia de estreia. O melhor ponto trabalhado pela autora são as cenas de ação, descritas com um teor elétrico significativo. Resumindo: é, sim, uma excelente distopia!

"Eu não me importava.
Eu não me importava.
Eu não me importava.
E deixei escapar um grito de frustração ao soltar seu pescoço, curvando-me ligeiramente para trás... Passei uma das mãos pelos olhos e percebi que estavam úmidos... Pensei em matá-lo, mas desisti novamente, sendo vítima da mesma sensação nojenta. Eu poderia matar alguém simplesmente por ser mais forte? Eu era esse tipo de pessoa?
Não. Eu não era esse tipo de pessoa."
   
   Quando a Letícia leu Reboot, ela disse que o que mais lhe chamou atenção foi a forma como os fatos são desenvolvidos, e eu, particularmente, posso tomar essa como uma opinião também minha. Rebelde possui uma essência muito próxima do primeiro livro, e o formato duológico talvez tenha contribuído para isso, em virtude de que, geralmente, os autores tendem a se perderem pelo caminho que é a escrita de um livro. Mas eu não diria que isso aconteceu em Rebelde. As inspirações da autora também não foram ruim, hein? Segundo ela, The Walking Dead e Dexter, por exemplo, lhes foram fundamentais para formular as ideias para os dois livros. Acho que já deu pra sacar que esse reboots que morrerem e depois surgem mais forte podem ser facilmente comparados com os mortos-vivos de TWD, certo?
   Os personagens também são um ponto extremamente importante e que ganham ainda mais destaque nesse segundo livro. Não há uma construção tipicamente bem elaborada neles, mas algo suave, somente o que realmente se faz necessário para o bom andamento da trama, e isso é um dos pontos que a deixam ainda mais rápida e elétrica, que nesse caso foi um fato visto por bons olhos. Não é todo autor que consegue criar um ritmo rápido e que seja bom, ao mesmo tempo. 
   Wren e Callum formam na trama um casal muito bem construído, e em Rebelde essa construção se dá de modo ainda mais intenso, visto que a autora nos permite conhecer melhor os dois em suas desventuras e tomada de decisões distópicas. O que continua interessante é que não se trata de um casal meloso, perfeito. Mas de duas pessoas errôneas, que, através de seus erros e acertos, se completam de forma única. Quem gostou de Tris e Tobias ou até mesmo do romance sem pé nem cabeça de Katniss e Peeta, vai, sim, gostar muito desses dois personagens. Tenham fé! 
   A edição é compacta, assim como a do primeiro livro, e, inclusive, tem quase o mesmo número de páginas. É o tipo de edição que prova que o segredo muitas vezes está na simplicidade, visto que há um contraste opulente esse essa característica e o que vem a ser o belo. A capa é toda preta, com fontes e detalhes em branco e azul, novamente com uma frase de impacto e um relógio analógico com destaques para os números que formam o tempo em que Wren ficou morta, 178 minutos. As fontes do design interno são agradáveis e sobrepostas a um papel off-white. Não encontrei erros de revisão e acredito que a tradução conseguiu manter muito bem o estilo da autora. Só parabenizações a editora Galera Record. 
   É uma história tão fechadinha, sem desvios, que é até difícil dizer que não gostei de algum fato. Na verdade, é difícil porque eu realmente gostei muito de toda a estrutura que compõe o livro. Acredito que eu, e os demais fãs de distopias, mereçamos algo inovador, bom e bem feito. E foi esse o presente que Amy Tintera nos deu. Ela fez maravilhas num mundo onde aparentemente tudo era improvável. Quem adora o gênero/pensamento pode ler e se deliciar sem qualquer preocupação. É um ótima distopia, que nos faz pensar muito sobre nossas ações e atitudes. Eu recomendo! Ah, e o filme ganhará um adaptação cinematográfica em breve. 

Primeiro parágrafo do livro: “Wren estava em silêncio. Permanecia ao meu lado, completamente parada, olhando para a frente, com aquele mesmo olhar de tantas ocasiões, como se estivesse ou incrivelmente feliz, ou planejando matar alguém. De qualquer forma, eu adorava aquilo.”
Melhor quote: “Todos me conhecem pelo número de minutos em que estive morta. Eles pesam que isso define quem sou. Pensam que podem me controlar. Eles estão muito engados.”



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