Livro: Dias de Despedida
Título Original: Goodbye Days
Autor(a): Jeff Zentner
Editora: Seguinte
Páginas: 392
ISBN: 9788555340635
Sinopse:  "Cadê vocês? Me respondam."Essa foi a última mensagem que Carver mandou para seus melhores amigos, Mars, Eli e Blake. Logo em seguida os três sofreram um acidente de carro fatal. Agora, o garoto não consegue parar de se culpar pelo que aconteceu e, para piorar, um juiz poderoso está empenhado em abrir uma investigação criminal contra ele. Mas Carver tem alguns aliados: a namorada de Eli, sua única amiga na escola; o dr. Mendez, seu terapeuta; e a avó de Blake, que pede a sua ajuda para organizar um “dia de despedida” para compartilharem lembranças do neto. Quando as outras famílias decidem que também querem um dia de despedida, Carver não tem certeza de suas intenções. Será que eles serão capazes de ficar em paz com suas perdas? Ou esses dias de despedida só vão deixar Carver mais perto de um colapso — ou, pior, da prisão?

Jeff Zentner começou escrevendo músicas. Cantor e guitarrista, já gravou com Iggy Pop, Nick Cave e Debbie Harry. Passou a se interessar pela literatura jovem adulta depois de trabalhar como voluntário em acampamentos de rock no Tennessee. Morou no Brasil por dois anos, na região da Amazônia, e hoje vive em Nashville com a esposa e o filho.

   Desde que começou o ensino médio na Academia de Artes de Nashville, os momentos favoritos de Carver Briggs são as tardes livres que passa com seus melhores amigos, tomando milk-shake no parque e fazendo piada sobre tudo. Não que o garoto não goste das aulas — seu talento para escrita é reconhecido no colégio —, mas imaginar sua vida sem a companhia de Mars, Eli e Blake é impossível. Até as últimas férias. Os três amigos iam buscar Carver para mais uma tarde juntos, mas morreram em um acidente de carro no caminho, logo depois de Carver mandar uma mensagem de texto para Mars, que estava dirigindo. O celular é encontrado com uma resposta digitada pela metade, e agora as famílias dos garotos estão divididas: teria sido a mensagem o motivo do acidente? 
   Um novo ano letivo está prestes a começar e, além de ter de lidar com o luto, a saudade e a culpa, Carver também precisa enfrentar as ameaças do juiz Edwards, pai de Mars, que pretende investigar o caso criminalmente. O juiz tem ao seu lado Adair, a irmão gêmea de Eli, que faz questão de acabar com a reputação de Carver no colégio. Por outro lado, o garoto conta com o apoio da própria família, especialmente sua irmã Georgia, que o convence a fazer terapia
   Na escola, ele também não está sozinho: Jesmyn, que namorava Eli, é sua nova amiga — mas a proximidade entre os dois acaba por alimentar ainda mais os boatos de Adair. Enquanto tenta conviver com tudo isso, Carver precisa decidir se vai atender a um pedido da avó de Blake. Como não teve oportunidade de dizer adeus ao neto, vovó Betsy quer promover um dia de despedida, no qual Carver a acompanharia em todas as atividades que ela gostaria de ter feito com Blake no último dia de vida dele. De repente, as famílias de Eli e Mars também embarcam nessa ideia, colocando o garoto em uma montanha-russa emocional. 

   Confesso que Dias de Despedida me chamou atenção desde que foi anunciado como "uma leitura indispensável para os fãs de Jennifer Niven e John Green" — e, pessoal, a Seguinte não poderia estar mais certa ao recomendar e publicar esse young-adult. Jeff Zentner consegue ser ainda mais original, sensível e criativo que Green e Niven, dois autores com PhD na criação de uma literatura que representa libertação — uma consulta com um terapeuta chamado verdade que conta com a ajuda de uma psicóloga chamada vida. Sinceramente, não confio muito em minha capacidade de colocar em palavras tudo o que esse livro me ensinou, tudo que ele me fez sentir e tudo o que causou em minha vida — só sei que os danos foram (e sempre serão) irreparáveis! 
   Mergulhei de cabeça em Dias de Despedida e, a bem da verdade, ele não foi feito para se ler em uma única sentada. Não, ele tem toda uma poesia, toda um calma e todo um cuidado com o luto, a dor e suas diversas manifestações e, por isso, tece cuidadosamente uma trama que nos faz lembrar do porquê de amarmos tanto a literatura jovem-adulto. Ainda assim, você inicia a leitura sem pretensão alguma e quando se dá conta já está lendo há várias e várias horas, sorrindo, chorando e sem conseguir parar de pensar na obra. É mais ou menos isso que acontece quando se lê o livro aqui resenhado, e é impossível, ao terminar a leitura, você ser o mesmo de quando a iniciou.

"Há vida por toda a parte. Pulsando, zunindo. Uma grande roda que gira. Uma luz que se apaga aqui, outra substitui ali. Sempre morrendo. Sempre vivendo. Sobrevivemos até não não sobrevivermos mais. Todos esses fins e começos são a única coisa realmente infinita".

   Mais acima, eu comentei que Zentner consegue ser tão criativo quanto alguns dos expoentes da literatura jovem-adulto e, bem, eu não estava mentindo. O autor é um poeta e para inserir toda essa sensibilidade em sua obra, ele contou com a ajuda de Carver, um protagonista que, feito a imagem de seu criador, é um poetista muito talentoso. Resumindo: vocês não têm ideia da maestria com que a obra é narrada. Se ajuda na compreensão, é como ler uma grande poesia feita em prosa — nos momentos mais emotivos e profundos, parece que o personagem está conversando diretamente com o leitor, como se fosse um de nossos melhores amigos. Em entrevista exclusiva ao Sooda Blog, o autor norte-americano chegou, inclusive, a comentar sobre as razões que o levaram a criar uma obra tão poética como Dias de Despedida, afirmando que ama a poesia, as palavras e as frases musicais e que acredita que as palavras devem nos mudar e tocar nossos corações.
   Zentner foi genial ao desenvolver o livro e eu acredito fielmente que essa obra merece uma grande e sensível adaptação cinematográfica. Nas entrelinhas do young-adult, o autor deixa claro a importância de nos apegarmos a vida e valorizarmos cada momento ao lado das pessoas que amamos, pois, a bem da verdade, ninguém sabe ao certo o que o futuro reserva. Hoje podemos estar sorrindo pela presença de nossos amigos e, amanhã, chorando pela ausência deles. É exatamente quando o leitor compreende isso que a obra se torna algo mais especial — uma leitura que, nas palavras de Becky Albertalli, destrói, recompõe e definitivamente nos transforma. 
   O livro intercala presente e flashbacks com uma maestria incrível para um romance de estreia na literatura jovem-adulto e Jeff Zentner consegue convencer o leitor, da primeira à última página, de que sabe exatamente o que está fazendo, como está fazendo e para quê está fazendo — me tornei um admirador de sua escrita e mal posso esperar pelos futuros livros do autor. Meu desejo hoje, de todo o coração, é que mais e mais pessoas tenham contato com essa literatura que dialoga de forma sensível com todos aqueles que sofreram (e sofrem) com a dor da perda e prepara o coração daqueles que, mais cedo ou mais tarde, também verão os amigos, familiares ou os amores desaparecerem, apagando-se como o dia, rumo à escuridão.
   Para ser extremamente sincero, uma das melhores qualidades de Dias de Despedida — depois do caráter poético — é a originalidade. Muitos autores já trabalharam com a dor da perda, com a culpa, com o luto e com a tristeza, mas poucos fizeram um trabalho bem feito que focasse exclusivamente nisso. E isso comove. Isso sensibiliza. Isso despedaça o leitor. Isso ensina e acima de tudo nos transforma em pessoas com uma capacidade melhor de se colocar no lugar dos outros e nos permite compreender melhor a dor daqueles que estão ao nosso redor.

"Este dia aguçou tudo o que eu vinha sentindo nas últimas semanas. A Culpa. O luto. O medo. Afiou esses sentimentos até ficarem cortantes e ardentes. Mas, por outro lado, tirou um pouco daquela pontada e a substituiu por uma sensação pesada de ausência. Enquanto o luto é um sentimento mais ativo - um processo de negociação -, a ausência parece o luto com uma dose de aceitação."


Livro: O Beijo Traiçoeiro 
Título Original: The Trainor's Kiss
Autor(a): Erin Beaty
Editora: Seguinte 
Páginas: 433
ISBN: 987-85-5534-049-9
Sinopse: Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.

Erin Beaty nasceu em Indianapolis, Indiana. Formou-se na Academia Naval dos Estados Unidos com diploma em engenharia aeroespacial e serviu à Marinha como oficial de armas e instrutora de liderança. Ela e o marido têm cinco filhos, dois gatos e uma horta, e moram onde quer que a marinha leve.  

   Sage Fowler foi criada sempre cercada de livros e desenvolveu um grande amor pelos estudos. Depois de perder os pais, a jovem foi acolhida pelos tios na mansão Broadmoor e se tornou tutora dos primos mais novos. Mas agora, aos dezesseis anos, seus tios querem que ela tenha um futuro estável - e, para uma mulher, isso significa um bom casamento. Apesar de Sage não ter um sobrenome, seu tio consegue arranjar uma avaliação com a principal casamenteira da região, Darnessa Rodelle. A entrevista não poderia ser um desastre maior: é evidente que a garota não tem o menor interesse em se casar e não consegue se comportar como uma lady. Porém, alguns dias depois, vem um convite inesperado: Darnessa quer que Sage seja sua aprendiz. E sua primeira tarefa será descobrir o máximo possível sobre as jovens que estão a caminho do Concordium, um grande evento no qual as principais alianças entre nobres serão consolidadas. Para isso ela terá de se passar por uma delas  e é assim que Sage se transforma em Lady Sagerra Broadmoor
   A escolta da comitiva fica a cargo da tropa do jovem capitão Alexander Quinn, mas poucos sabem que essa missão é mais complexa do que parece. Há rumores de que um duque se uniu a um reino vizinho e planeja um golpe  e a caravana de noivas vai passar exatamente pela sua propriedade. Por isso Quinn leva consigo seus melhores homens, entre eles Ash Carther, o filho bastardo do rei. Ash é um jovem lindo e carismático, e sua maior especialidade é se disfarçar, fingindo ser alguém completamente diferente por dias a fio. 
   Assim que a viagem começa, Sage  ou melhor, Lady Sagerra  acaba se aproximando de um soldado da escolta que trabalha como colcheiro. Com o tempo, ela consegue se abrir com ele como nunca tinha feito antes e aos pouquinhos, o relacionamento se torna uma paixão intensa. Mas a perspicácia de Sage para interpretar as pessoas à sua volta a faz desconfiar de que talvez aquele soldado não seja um mero condutor de carruagens... Com o reino prestes a desmoronar, será que um romance baseado em disfarces poderá resistir? 

"Meu pai me disse certa vez que alguns animais não podem ser controlados. Isso não quer dizer que sejam maus, só são selvagens demais."

   Assim que li a sinopse não tive dúvidas que seria um livro incrível. Confesso que pela capa parecia mais um romance de época jovem-adulto, mas eu estava super enganada. Assim que comecei a leitura e vi que a construção do livro estava muito bem feita, minhas expectativas foram nas alturas. Gosto de romances de época, mas esse livro trouxe muito mais. A história tem aventura, batalhas, romance encantador e personagens cheios de personalidade, e o livro cumpre muito mais do que promete e se você gostou da sinopse, pode se preparar porque a história é tudo isso e muito mais. O Beijo Traiçoeiro é um livro de época com personagens jovem adulto e uma pegada de 007.
   Com uma narração em terceira pessoa é impossível não se envolver com a trama. Foi essencial para o leitor perambular em diferentes lugares e entender um pouquinho dos personagens, principalmente as estratégias de cada um. Erin Beaty não só arrasou no enredo, mas fez questão de detalhar o cenário que criou. A escrita da autora é super envolvente e os capítulos curtos fazem a leitura fluir ainda mais rápido. Achei muito interessante a quantidade de personagens e também a riqueza de detalhes que Beaty colocou no livro, tudo isso descrito de forma leve e nem um pouco entediante. Gosto quando isso acontece e fico muito feliz quando o livro me arrebata e me deixa envolvida. 
   É inegável que a autora pesquisou muito para construir o reino de Demora. Quando abri o livro e vi que tinha um mapa todo detalhado e cheio de lugares eu não imaginava que iria usar para me localizar, mas podem ter certeza, vocês vão usar e ficar de boca aberta com a qualidade do universo que Beaty criou. Durante a leitura eu parava e ficava imaginando tudo que me era apresentado. Juro pra vocês que esse livro me conquistou pela riqueza de detalhes sobre os lugares, povo e também algumas histórias do passado. Eu sou um pouco suspeita para falar desse gênero, mas O Beijo Traiçoeiro merece um lugar de destaque no meu coração.
   Nossa protagonista, Sage Fowlwe, é apaixonada por livros e depois de perder o pai vai morar na casa dos tios. Assim que completa dezesseis é obrigada a participar do Concordium e é tentando fugir da casamenteira que ela vai viver a maior aventura de sua vida. Inteligente e muito observadora, ela vai ser convidada a ser aprendiz da casamenteira para obter informações sobre as damas que vão participar dos casamento, por isso vai se disfarçar de Lady Sagerra Broadmoor. Sage precisa saber tudo que conseguir sobre as damas e também sobre os homens do capitão Quinn que estão escoltando a comitiva. Para tanto, Sage fica muito próxima do soltado Ash Carter para conseguir suas informações. O que Sage não sabe é que Ash está disfarçado para descobrir algumas coisas para o capitão Quinn. Esses dois personagens além de muito inteligentes, vão enganar o leitor a cada capítulo. Se preparem para mentiras!
   Sage é bem diferente das damas da sociedade e não se importa com os padrões que precisa seguir, ela acha que é certo e vai lá e faz. Essa personagem me conquistou logo no inicio do livro, quando apareceu de calça  achei isso maravilhoso. O mais interessante é que a personagem faz o leitor pensar e retoma cenas anteriores para descobrir alguns segredos. Até agora estou encantada com ela, pouca vezes conheci uma personagem tão inteligente e disposta a quebrar os padrões impostos pela sociedade.

 "Nem todas as batalhas são combatidas no campo, Milady."

   O ponto alto dessa trama são as surpresas. Muitas mentiras serão contadas e Sage e Ash vão ter que saber guiar o relacionamento que criaram baseado em mentiras. O plot-twist no final foi sensacional! Fiquei com vontade de sair gritando quando fui descobrindo a verdade. Outras coisa que achei arrasador foi o desfecho da batalha, me emocionei bastante no final. Acho que tudo nesse livro foi muito bem executado e a autora merece muitos elogios por criar algo tão maravilhoso e envolvente. Não vi defeito em nada. Personagens, enredo, narração e todos os detalhes estão perfeitos. Esse livro me arrebatou e não sei quando vou superar algumas coisas.
   A Editora Seguinte fez um trabalho muito caprichado na edição. Achei a capa maravilhosa e não vi nenhum defeito na tradução. Mas o que eu mais gostei e sempre elogio é a diagramação que a editora faz. Dá gosto pegar um livro pra ler a diagramação estar espaçada e com a fonte no tamanho ideal. Amo o carinho com que a Seguinte faz cada livro que publica. 
   Por ora, eu só tenho que aguardar a continuação. Sim, teremos continuação! Se você está procurando uma história cheia de aventuras, batalhas, investigação e um romance de época young-adult esse é o livro certo. O Beijo Traiçoeiro está pronto para te fisgar com seus segredos. Recomendo muito esse livro e espero que essa resenha faça você ir correndo para a livraria mais próxima.


Primeiro Parágrafo: "Tio William tinha voltado mais de uma hora antes, mas ainda não a havia chamado. Sage estava à  mesa da sala de aula, tentando não ficar inquieta. Jonathan nunca parava quieto nas aulas dela, fosse por tédio ou por raiva de que uma menina poucos anos mais velha fosse sua professora. Sage não ligava, mas não daria motivos para que zombasse dela. Agora, ele estava debruçado sobre o mapa de Demora, escrevendo as legendas. Ele só se esforçava quando os irmãos tinham tarefas parecidas que poderiam ser comparadas à dele. Sage havia feito essa descoberta logo de início e a usava como arma contra sua desobediência."
Melhor Quote: "Representamos vários papéis ao longo da vida... isso não faz com que todos sejam mentira."


A editora Seguinte lançou no final do último mês uma nova edição do best-seller internacional O Menino do Pijama Listrado, que tocou milhares de pessoas ao contar a história da amizade entre dois garotos divididos por um muro durante o período mais sombrio da nossa história. A edição conta com nova introdução do autor, capa dura e ilustrações de Oliver Jeffers. Confira abaixo a capa e a sinopse:

Sinopse: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto. Também não faz ideia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável. Esta edição de luxo, que comemora os dez anos de lançamento da obra, traz uma introdução inédita do autor e ilustrações do premiado artista Oliver Jeffers.



Livro: O Ceifador
Título Original: Scythe
Autor(a): Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Páginas: 448
ISBN: 9788555340352
Sinopse: A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a "arte" da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão - ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais -, podem colocar a própria vida em risco.

SÉRIE "SCYTHE"
    1.  O Ceifador
    2.  Thunderhead (A Nimbo-Cúmulo)

Neal Shusterman é autor de vários romances premiados, roteiros para filmes e para animações de TV. Nascido e criado no Brooklyn, em Nova York, atualmente mora no sul da Califórnia. Em 2017, O Ceifador foi escolhido livro de honra do Michael L. Printz Award, o principal prêmio de literatura jovem adulta dos Estados Unidos.

   Em um futuro perfeito, a humanidade evoluiu a tal ponto que ninguém mais adoece — portanto, ninguém morre. Aqueles que sofrem um acidente ou se jogam de um prédio têm o corpo levado para um centro de revivificação, de onde voltam intactos, como se nada tivesse acontecido. O envelhecimento também não faz mais parte da ordem natural, já que existem centros capazes de rejuvenescer a aparência das pessoas. Também não existe mais desigualdade. Todos têm uma boa qualidade de vida, e o meio ambiente está longe de correr riscos.
   Por trás de tantas conquistas, e garantindo que tudo seja perfeitamente organizado e funcional, está a Nimbo-Cúmulo, a inteligencia artificial que evoluiu da nuvem de dados, se transformando na grande autoridade do planeta. Mas, apesar de todo esse planejamento, a Terra não comporta uma população que só cresce. Algumas pessoas precisam morrer. Por isso, logo que a fórmula para vencer a morte foi descoberta, formou-se um grupo que teria a missão de coletar algumas vidas e manter o equilíbrio da sociedade. Esse grupo é a Ceifa, e a Nimbo-Cúmulo não pode intervir em suas ações: quem morre pelas mãos de um ceifador não poder ser revivificado. 
   E é com esse grupo que Citra e Rowan se envolvem. A garota tem dezesseis anos e mora com os pais e o irmão mais novo, sem planos grandiosos para o futuro. Assim como Rowan, cuja família não para de crescer graças à possibilidade de rejuvenescimento. Ao cruzarem o caminho do ceifador Faraday, ambos são convocados para se tornarem aprendizes da Ceifa. Enquanto isso, alguns integrantes da Ceifa sentem cada vez mais prazer ao cumprir seu objetivo de matar, e resolvem mudar algumas regras da organização. Ao final do treinamento, Citra e Rowan serão obrigados a enfrentar um desafio: apenas um deles será nomeado ceifador e, quem não for escolhido, será a primeira coleta do concorrente. Entre disputas internas da Ceifa e grandes — grandes mesmo, hein!? —, Citra e Rowan deverão aprender tudo sobre a arte de matar — mesmo que isso signifique matar um ao outro. 
    
"Quaisquer que fossem suas intenções, ele as guardou para si, e a família teve de dar o que ele queira. Citra se perguntou se, caso a comida estivesse do seu gosto, ele pouparia uma vida naquela casa. Não era de admirar que as pessoas fizessem de tudo para agradar os ceifadores. A esperança diante do medo é a motivação mais forte do mundo".

   Conheci O Ceifador em seu lançamento, e por ser um romance que mistura incomumente distopia/sci-fi e literatura jovem-adulto, tive bastante curiosidade em lê-lo. Quando, então, surgiu a oportunidade de ler, foi uma grata emoção e vocês vão entender bem o porquê. Era o tipo de livro que eu realmente não sabia o que esperar, já que além de não conhecer nada do autor, o gênero costuma surpreender e trazer tramas bastante inesperadas  — muito embora alguns leitores digam sempre se tratar de "o mesmo do mesmo".
  Se você, como eu, sente falta de boas histórias distópicas, daquelas que, como Divergente, Jogos Vorazes ou até mesmo Maze Runner, nos fazem vibrar, gritar "viva a revolução" e querer pegar uma pistola e embarcar com os protagonistas, O Ceifador está aí para isso: para ser uma grande aposta para os fãs do gênero. Sobretudo, para trazer uma visão clara do preço a ser pago pela eternidade e para provar que toda utopia, por mais perfeita que seja, sempre terá um lado ruim. 
   Narrado em terceira pessoa, o livro intercala o foco narrativo entre Citra e Rowan. O fato de ter sido escrito de tal forma acrescentou muito ao livro, pois trouxe um dinamismo incrível, aliado a uma boa construção dos fatos e um excelente desenvolvimento das ideias propostas pelo autor, que em momento algum deixaram de soar críveis e intrigantes. Apesar da essência cinematográfica e televisiva, Neal não nos entregou um roteiro ou algo parecido, mas um romance desenvolvido com maestria, sem pressa e com uma pegada totalmente diferente da já saturada no mercado literário  — deixando claro que o que não foi trabalhado, certamente, será fomentado nos demais livros.


"— Saiba que você não receberá nenhum agradecimento de ninguém, além de mim, pelo que fez aqui hoje — ele disse. — Mas lembre-se de que as boas intenções pavimentam muitas estradas. E nem todas levam ao inferno".


Livro: A Melodia Feroz
Título Original: This Savage Song
Autor(a): Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Páginas: 384
ISBN: 978-85-5534-041-3
Sinopse: Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos, e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unirem para conseguir sobreviver.

DUOLOGIA "MONSTROS DA VIOLÊNCIA"
    1.  A Melodia Feroz
    2.  Our Dark Duet (Nosso Dueto Sombrio, em tradução literal | 13 de junho de 2017)

Victoria Schwab é autora de romances jovens adultos e de fantasia, como A Guardiã de Histórias e a série Um Tom Mais Escuro de Magia. Quando não está escrevendo ou sonhando com monstros em algum café, Victoria gosta de viajar, fazer biscoitos e assistir a séries da BBC. A Melodia Feroz é o primeiro livro da série Monstros da Violência, lançado em 2016 nos Estados Unidos e em 24 de maio aqui no Brasil pela Editora Seguinte, selo da Companhia das Letras.

    Os Estados Unidos se dividiu em dez territórios após um colapso político e econômico. Para se reconstruir, ele não apenas se dividiu nesses dez territórios como também tornou cada um deles independentes. O mais imponente é Veracidade, mais conhecida como Cidade V. Também é o mais temido, pois, com tantos anos de guerras, monstros começaram a se originar a partir da violência dos humanos. Veracidade é dividida por dois lados: o Norte, controlado pelo tirano Callum Harker, que fez com que os monstros que habitam seu território sejam propriedade dele definindo essa servidão com a marca do seu H em seus rostos; além disso, se a população quer se ver protegida de tais monstros, tem que pagar altas quantias em dinheiro para ele. Do lado Sul, quem está no comando é Henry Flynn, um homem bom que faz de tudo para manter seu povo sob proteção evitando que um nova guerra venha a eclodir.
    Existem três tipos de monstros: corsais, malchais e sunais. Esta última categoria é a mais rara e mal se sabe sobre eles. Apenas o lado Sul contém essas criaturas que, ao contrário dos demais monstros, conseguem assumir a forma humana quando não se entregam à maldade das trevas. Além disso, têm a forma mais sublime de atacar: através da música, eles roubam as almas dos humanos, e assim se alimentam. August Flynn é um dos três protegidos de Henry Flynn, que o criou como filho. Mas August não aguentava ficar preso em casa só com a permissão de sair à noite para se alimentar. Ele queria ajudar naquela batalha, a proteger a população do Sul. Depois de muito insistir, seu pai e seu irmão mais velho, também um sunai, lhe designam a missão de ficar de olho em Kate Harker.
    Kate é filha de Callum Harker e pretende ser digna de herdar tudo o que o pai conquistou através de tirania e ambição. Porém, desde a morte de sua mãe num acidente de carro enquanto as duas fugiam juntas da fortaleza Harker, o pai a tem afastado sempre que pode. Mas tudo o que Kate quer é ficar perto dele e mostrar do que pode ser capaz. Por isso, arrasta consigo um histórico longo de rebeldias a cada internato em que seu pai lhe coloca – sempre na região do Ermo, local neutro na guerra – até que ele finalmente concorda que ela volte a morar com ele em sua fortaleza na Cidade V, e a matricula numa escola do lado Norte. O que ele não sabe é que lá um sunai está a espreita de sua filha. 
    No meio colegial, Kate e August logo se identificam. Ambos não conseguem se misturar com facilidade – ela, por ser uma Harker com uma péssima reputação por todas as travessuras que aprontou em colégios anteriores; ele, além sempre ter estudado em casa e não ter sido educado para conviver entre tantas pessoas, não consegue se encontrar ali porque sabe que não é humano como os outros e tem que fingir o tempo todo ser quem não é. Mesmo tendo recebido a missão de vigiar a filha do inimigo, ele não consegue evitar gostar de Kate. Mesmo acreditando que não deve se misturar com os outros por ser uma Harker, ela não consegue evitar gostar de August. E é assim que surge a união que pode vencer aqueles que pretendem iniciar uma nova guerra e acabar com a paz na Cidade V.


Livro: A Prisão do Rei
Título original: King's Cage
Autor (a): Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Páginas: 544
ISBN: 9788555340277
Sinopse: Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta - e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.


SÉRIE "A RAINHA VERMELHA"
  1.5  Coroa Cruel
    2.  Espada de Vidro
    3.  A Prisão do Rei
    4.  (nome não divulgado)

Victoria Aveyard cresceu numa cidadezinha em Massachusetts e frequentou a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Ela se formou como roteirista e tenta combinar na sua escrita seu amor por histórias, explosões e heroínas fortes. Seus hobbies incluem a tarefa impossível de prever o que vai acontecer em As Crônicas de Gelo e Fogo, viajar e assistir NetflixA Rainha Vermelha, primeiro livro da série Red Queen, já vendeu milhares de exemplares no mundo e venceu prêmios como o GoodReads, que premiou os melhores livros de 2015


   Depois de passar uma temporada no palácio, fingindo ser uma nobre prateada para esconder seu poder elétrico da população, Mare Barrow conseguiu escapar e se juntou à Guarda Escarlate, um grupo rebelde que quer acabar com a desigualdade entre prateados e vermelhos. Para ajudar nessa luta, Mare começou a reunir um exército de sanguenovos, vermelhos que, como ela, possuíam poderes inéditos, como mudar a aparência, voar, criar ilusões ou prever o futuro. Entretanto, essa missão foi interrompida quando seu grupo caiu numa armadilha do rei Maven. Em troca da liberdade de seus amigos, ela não viu outra saída além de se oferecer como prisioneira. 
   Agora, no palácio, apesar de usufruir de certo conforto, Mare é destituída de sua eletricidade: ela vive cercada de Pedras Silenciosas que anulam seu poder, e os guardas que a acompanham vinte e quatro horas por dia são capazes de extinguir qualquer faísca da garota elétrica. Ela começa a definhar e fica cada vez mais fraca sem seus raios, e para piorar ainda é obrigada a encontrar Maven constantemente. 
   Enquanto isso, os rebeldes continuam se mobilizando e organizam ataques cada vez mais rápidos, ainda que nem todos estejam tão engajados na causa. Caso de Cameron Cole, uma sanguenova recrutada à força por Mare, que está mais preocupada em salvar seu irmão, levado ainda jovem para a linha de frente das trincheiras do Gargalo, área em disputa entre os Exércitos de Norta e Lakeland. A garota é uma arma importante para a rebelião, já que é capaz de matar com um único olhar, mas evita ao máximo usar esse poder letal, com medo do que pode se tornar. 
   E não é só a Guarda que está insatisfeita com o governo de Maven. A noiva do rei, Evangeline Samos, e toda a sua família acreditam que não estão recebendo a devida atenção e o destaque que mereciam. Outras Grandes Casas da nobreza prateada, por sua vez, não acham que Maven seja o herdeiro por direito, ameaçando criar uma crise de sucessão. Vulnerável em diversas frentes, Maven se agarra ao poder a todo custo, buscando novas estratégias e alianças inusitadas para garantir a continuidade de seu governo. Afinal, os monstros são mais perigosos quando estão assustados.

   A Rainha Vermelha é a série distópica que mais vende livros, atualmente, no Brasil e a ansiedade para o lançamento do terceiro e penúltimo livro, A Prisão do Rei, era gritante. Quando resenhei Espada de Vidro, eu sugeri apenas que lessem, porque o livro é incrível. Entretanto, acredito que todos os três livros já lançados têm um diferencial, cada um com seu esqueleto, com sua forma e apresentando os protagonistas em situações diversas que exigem atitudes também plurais da parte deles. O que eu estou querendo dizer com tudo isso é que é uma série que não mantém a mesma construção em todos os livros – e isso tanto agrada quanto desagrada.
   Enquanto A Rainha Vermelha e Espada de Vidro foram leituras que eu realmente gostei sem muitas ressalvas, as quase 600 páginas de A Prisão do Rei me levaram por um mar de amor e ódio. Continua sendo uma excelente distopia, com uma pegada fantástica, no duplo sentido, mas o começo arrastado pode deixar muitos leitores sem sentir aquele feeling inexplicável que muito sentiram ao ler os dois primeiros. Ainda que o começo do livro seja pouco frenético – afinal, Mare está presa –, a narrativa continua inteligente e apesar do número de páginas é possível realizar a leitura em pouquíssimos dias. Mesmo que eu não tenha sentido o feeling inexplicável que senti nos precedentes, posso dizer também que devorei A Prisão do Rei.
   Pra quem não sabe, Victoria é mega fã de As Crônicas de Gelo e Fogo, série de livros do George Martin, popularmente chamada apenas de Game of Thrones, e, obviamente, ela não poderia ter escolhido uma inspiração melhor. Apesar disso, os livros de Red Queen não são ambientados, em suma, como em As Crônicas de Gelo e Fogo, devido ao teor young-adult. Contudo, percebemos muitas referências, como na construção monárquica, nomes de personagens e atitudes dos mesmos. Achei hilário e costumo descrever a série como uma mistura incomum de X-Men, Game of Thrones e distopia.

"Os ignorantes são mais fáceis de controlar".


Livro: A Traidora do Trono
Título Original: Traitor to the Trone
Autor (a): Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
Páginas: 440
ISBN: 9788555340291
Sinopse: Amani Al'Hiza mal acreditou quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal nos confins do deserto, montada num cavalo de areia com Jin, um forasteiro misterioso. Em pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser sua própria liberdade: a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que luta para livrar o país inteiro do domínio de um sultão sanguinário.Em meio às perigosas batalhas, Amani é traída quando menos espera e acaba se tornando prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela tenta se aproximar do sultão para descobrir informações úteis para a causa rebelde. Contudo, quanto mais tempo passa ali, mais ela questiona se o governante é de fato o vilão que todos acreditam, e quem são os verdadeiros traidores do país.

TRILOGIA “A REBELDE DO DESERTO”.
    2.  A Traidora do Trono
    3.  (Sem título)


Alwyn Hamilton nasceu em Toronto, no Canadá, e já morou na França e na Itália. Estudou história da arte no King’s College, em Cambridge, e atualmente vive em Londres, onde trabalha numa casa de leilão.

   Quase um ano se passou desde que Amani e seus companheiros rebeldes venceram a épica batalha de Fahali. Ahmed, o príncipe rebelde, agora controla parte de Miraji, e sua mensagem se espalha pelo deserto como um rastilho de pólvora. Ele quer libertar seu povo da dominação estrangeira e do governo injusto e violento de seu pai, e para isso reúne cada vez mais seguidores num acampamento secreto no vale de Dev — sejam eles humanos ou demdjis, mestiços que herdaram poderes especiais de seus pais djinnis
   A fama de Amani como a Bandida dos Olhos Azuis também se propagou, virando quase uma lenda — ainda que alguns boatos não fossem muito fiéis à realidade. Ao mesmo tempo, a garota aprendeu a lidar melhor com o poder que descobriu ter, tornando-se uma guerreira versátil e imprescindível nas batalhas contra o Exército do sultão. 
   Até que uma traição imprevisível torna Amani prisioneira do inimigo: ela é sequestrada e vai parar no palácio de Izman, capital de Miraji. Ali, a garota fica restrita ao harém, onde vivem as esposas e filhas do sultão — um verdadeiro ninho de desconfiança, medo e intriga. Totalmente impotente, ela precisa recorrer aos seus instintos para sobreviver às armadilhas criadas pelas mulheres do sultim, o príncipe herdeiro. Enquanto procura um jeito de se comunicar com seus amigos da rebelião e planejar sua fuga, ela tenta não pensar em Jin, o jovem por quem está apaixonada, que se afastou bem quando eles estavam se tornando mais próximos.
   Para piorar, conforme explora os cantos ocultos do palácio, Amani acaba cruzando com vários fantasmas de seu passado. Agora ela será obrigada a lidar com as pessoas que deixou para trás quando era apenas uma garota pobre da Vila da Poeira, e com alguém que jamais imaginaria encontrar. Esqueça tudo o que você sabe sobre Miraji: neste universo em que os traidores podem estar em qualquer lugar, tudo é tão instável quanto as dunas do deserto.


"— Sabe, de onde eu venho, exite um ditado muito antigo, passado de geração em geração. — Sam abriu os braços como se visse a frase seguinte escrita em grandes letras flutuantes à sua frente. — Não faça alianças com pessoas que tentaram te matar".

   Quando achei que já tinha visto de tudo e encontrar distopias inovadoras e viciantes seria difícil, apareceu Alwyn Hamilton com uma trama inteiramente genial e bem construída. Conheci a série quando a Seguinte lançou o primeiro livro, A Rebelde do Deserto, e, por abordar temas como mitologia, distopia e fantasia, criei grandes expectativas para os próximos livros. Novidades à parte, posso afirmar que as expectativas não só se mantiveram satisfatórias, como se superaram.
   Não consigo nem explicar a emoção que senti em ler esse livro. Quem acompanhou a resenha que fiz do primeiro livro (leia aqui) sabe que eu simplesmente adorei a história, a trama, os personagens... tudo. Por isso, eu estava muito ansioso para ler A Traidora do Trono e matar a saudade de Amani e suas aventuras. Novamente, me senti feliz por encontrar algo novo e uma escrita diferente, regada com uma trama original e feita com extrema maestria. 
   Se você, como eu, sente falta de boas distopias, daquelas que, como Divergente ou Jogos Vorazes, nos fazem vibrar, gritar “viva a revolução” e querer pegar uma pistola e embarcar com a protagonista, A Rebelde do Deserto e A Traidora do Trono estão aí para isso — sem dúvidas, é uma grande aposta para os fãs do gênero.
   A narração, aliada ao enredo que traz Amani prisioneira do sultão sanguinário, depois de uma traição imprevisível, é o ponto mais forte do livro, que é infinitamente melhor que o primeiro. Sabemos que é comum o autor se perder na hora de transitar de um livro à sua continuação, mas, inacreditavelmente, aconteceu o contrário com Hamilton. Ela se superou e surpreendeu a todos nós. Percebemos uma evolução gritante no estilo narrativo da autora, como se finalmente ela tivesse encontrado seu vento norte.

"Egoísmos era o que o deserto mais produzia. Eu sabia disso melhor do que ninguém.
— O amor torna as pessoas egoístas — disse Jin [...]".


Livro: O Livro de Memórias 
Título Original: The Memory Book
Autor (a): Lara Every
Editora: Seguinte 
Páginas: 348
ISBN: 978-85-5534-017-8
Sinopse: Sammie sempre teve um plano: se formar no ensino médio como a melhor aluna da classe e sair da cidade pequena onde mora o mais rápido possível. E nada vai ficar em seu caminho — nem mesmo uma rara doença genética que aos poucos vai apagar sua memória e acabar com sua saúde física. Ela só precisa de um novo plano. É assim que Sammie começa a escrever o livro de memórias: anotações para ela mesma poder ler no futuro e jamais esquecer. Ali, a garota registra cada detalhe de seu primeiro encontro perfeito com Stuart, um jovem escritor por quem sempre foi apaixonada, e admite o quanto sente falta de Cooper, seu melhor amigo de infância de quem acabou se afastando. Porém, mesmo com esse registro diário, manter suas lembranças e conquistar seus sonhos pode ser mais difícil do que ela esperava.
  
Lara Every nasceu em Topeka e estudou no Macalester College. Autora de livros infantis e de mais duas obras de literatura jovem adulta — Anything But Ordinary e A Million Miles Away —, atualmente mora em St. Paul, Minnesota.

   Samantha McCoy vive numa casa simples com vários irmãos numa região montanhosa no norte dos Estados Unidos, mas nenhuma dificuldade a impediu de ser a melhor aluna de sua turma e o destaque do clube de debate da escola — até agora. O ano letivo está quase no fim e tudo parece bem encaminhado pra Sammie. Ela já foi admitida da NYU, a universidade ideal para conquistar seu sonho de morar em uma cidade grande e se tornar advogada, além de ter sido escolhida para representar a escola no torneio nacional de debate. Mas seu futuro grandioso fica em risco quando ela é diagnosticada com NP-C, uma doença genética incomum em adolescentes. Seus órgãos e músculos vão ficar fracos, mas o grande sintoma que a preocupa é a demência.
   Afinal, as limitações físicas não a impedem de ser uma grande intelectual, mas não ter controle do próprio cérebro é  o seu pior pesadelo. É assim que ela elabora a solução perfeita: escrever em seu notebook todas as lembranças essenciais para que, no futuro, possa se manter fiel aos seus objetivos. Só que Sammie nem imagina que algumas pessoas podem ocupar tantos capítulos em seu diário. A começar por Stuart, um jovem escritor prodígio que estudou em seu colégio e que sempre foi seu grande amor platônico.  Ele está de volta a cidade depois de uma temporada em Nova York, então essa é a chance de Sammie se aproximar e criar coragem para se arriscar no amor. Mas Stuart não é o único garoto a aparecer com frequência no livro de memórias.
  Cooper já foi o melhor amigo de Sammie, mas se distanciam por seguirem estilos de vida bem diferentes — ele se tornou o rei das festas enquanto ela focava nos estudos. Tempos depois de se desentenderem, parece que finalmente a amizade pode voltar a ser como era. Até a doença tomar cada vez mais conta do dia a dia de Samantha...
   Através dos registros sinceros de Sammie no diário e de postagens especiais de amigos e familiares, os leitores vão se apaixonar por uma garota corajosa que precisa aprender a viver quando a vida não sai exatamente como a gente espera.

  "Nossa maior glória na vida não é nunca cairmos, mas nos levantarmos sempre que isso acontecer".


Livro: Juntando os Pedaços
Título Original: Holding Up The Universe
Autor (a): Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Páginas: 392
ISBN: 9788555340246
Sinopse: Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.

Jennifer Niven é autora de quatro romances para adultos - American Blonde, Becoming Clementine,Velva Jean Learns to Fly e Velva Jean Learns to Drive -, três livros de não ficção - The Ice Master, Ada Blackjack e The Aqua Net Diaries -, um livro de memórias sobre suas experiências no ensino médio e Por Lugares Incríveis, best-seller do New York Time. Apesar de ter sido criada em Indiana, hoje vive com o noivo e três gatos em Los Angeles, seu lugar preferido para andanças.

   Todo mundo acha que conhece Libby Strout, a garota apelidada pela mídia de Adolescente Mais Gorda dos Estados Unidos. Mas ninguém se deu o trabalho de enxergar além de seu peso e conhecer quem ela realmente é. Desde a morte de sua mãe, Libby passou um bom tempo dentro de casa, lidando com o luto do pai e com seu próprio sofrimento. Mas agora ela está pronta para encarar o ensino médio, aprender a dirigir, fazer novos amigos, talvez até se apaixonar. Num ambiente cheio de rótulos e panelinhas, ela já sabe qual papel quer interpretar: o da garota que pode e vai fazer qualquer coisa.
   Da mesma forma, todos acham que conhecem Jack Masselin. O garoto tem estilo e atitude, circula entre todos os grupos, é popular entre os colegas. Mas Jack guarda um segredo: ele não consegue reconhecer o rosto das pessoas. Até os irmãos e os pais são estranhos para ele. Seu próprio rosto no espelho é irreconhecível. Para tentar, no mínimo reconhecer as pessoas, Jack precisa decorar o jeito de andar de cada um, os gestos, a voz ou qualquer outra marca identificadora. Seu principal passatempo é desmontar e construir coisas no porão de casa, mas ele não consegue entender o funcionamento do próprio cérebro. 
   Então, para se defender, Jack é simpático com todo mundo, sorri e acena para qualquer um... sem nunca desenvolver uma relação profunda com ninguém. Um dia, o garoto se sente pressionado pelos amigos a fazer uma pegadinha horrível com Libby, e os dois são mandados para a sala da diretora. A sentença? Dias de detenção e terapia em grupo, para ambos. Entretanto, quanto mais tempo passam juntos, menos Jack e Libby se sentem sozinhos. E o que começa como uma punição logo se torna uma amizade e talvez algo mais... Mas Jack e Libby só estarão prontos para um relacionamento quando tiverem curado suas próprias cicatrizes, da mesma forma que só me encontrei pronto a fazer essa resenha três meses após a leitura. Juntando os Pedaços, em suma, é um livro simples, mas é extremamente sensível e poderoso. Qualquer um, após ler, terá dificuldade em juntar seus próprios pedaços  — ou não!

"Às vezes as pessoas simplesmente fazem merda. Às vezes porque estão com medo. Às vezes elas escolhem fazer merda com os outros antes que possam fazer merda com elas. É uma forma de autodefesa de merda."


Livro: Uma Canção de Ninar 
Titulo Original: This Lulaby
Autor (a): Sarah Dessen
Editora: Seguinte
Páginas: 350
ISBN: 978-85-5534-011-6
Sinopse: Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.

  Sarah Dessen é uma dos maiores destaques da literatura jovem adulta contemporânea. Autora de doze livros, incluindo Os Bons Segredos, que juntos somam mais de 9 milhões de exemplares vendidos no mundo, já recebeu diversos prêmios e seu nome é presença constante na lista de best-sellers do New York Times. Mora em Chapel Hill, Carolina do Norte, com o marido e a filha.

   Remy terminou o colégio e tem pela frente as últimas férias antes de ir para a Universidade de Stanford, a mais de 5 mil quilômetros de casa. Mas seu verão está longe de ser tranquilo: ela foi encarregada de organizar o quinto casamento da mãe, a escritora best-seller Barbara Starr, com Dan Davis, dono de uma concessionária da região. Numa visita à Don Davis Motors para acertar com o futuro padrasto os últimos detalhes do casamento, Remy conhece Dexter. Ou melhor, Dexter esbarra — literalmente — em Remy, dizendo que tinha sentido uma conexão entre os dois, como se soubesse que eles iam ficar juntos. Remy acha o garoto muito inconveniente e, claro, não acredita que romances como os dos livros da sua mãe sejam possíveis na vida real. Aliás, sempre que começa um namoro, ela segue alguns passos predeterminados para que o relacionamento não dure mais do que algumas semanas.
   Ela é especialista em identificar o momento perfeito de terminar: logo depois da paixão inicial, mas antes que haja um envolvimento emocional mais profundo. Mas Dexter não vai desistir tão fácil. Depois de muita insistência do garoto, os dois acabam se apaixonando, e Remy decide dar uma chance a ele. Por incrível que pareça, os defeitos de Dexter que normalmente fariam Remy arrancar os cabelos não a irritam tanto assim — e em poucos tempo ela se vê envolvida na rotina do Thuth Squad, banda que Dexter é vocalista. Em meio a talheres de plástico, um cachorro chamado Macaco e uma ópera sobre batatas, Remy pela primeira vez se pergunta se vale apena ter esperança no amor.


Essa novidade é para todos aqueles que amaram o sucesso young-adult Por Lugares Incríveis! A Editora Seguinte lança, neste mês, o novo livro de Jennifer Niven: Juntando os Pedaços. Vamos conferir a capa e a sinopse?

Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.

É claro que vai ser um sucesso, hein? Quem aí também vai, sem dúvidas, dar uma conferida nessa nova história de amor e superação? Aguardem nossa resenha. 


Livro: O Menino no Alto da Montanha
Título Original: The Boy at the Top of the Mountain 
Autor (a): John Boyne
Editora: Seguinte
Páginas: 225
ISBN: 978-85-5532-012-3
Sinopse: Quando fica órfão, Pierrot é obrigado a deixar sua casa em Paris para recomeçar a vida com sua tia Beatrix, governanta de uma mansão no alto das montanhas alemãs. Porém, essa não é uma época qualquer: estamos em 1936, e a Segunda Guerra Mundial se aproxima. E essa não é uma casa qualquer: seu dono é Adolf Hitler. Logo Pierrot se torna um dos protegidos do Führer e se junta à Juventude Alemã. Mas o novo mundo que se abre ao garoto fica cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição.

John Boyne nasceu na Irlanda, em 1971, e mora em Dublin. Escreveu diversos romances que já foram traduzidos para mais de quarenta idiomas. Seu livro mais célebre, O Menino do Pijama Listrado (2007), lhe rendeu dois Irish Book Awards, vendeu mais de 5 milhões de exemplares pelo mundo e foi adaptado para o cinema em 2008. Suas obras já foram traduzidas para mais de 45 idiomas. Escreveu diversos romances de sucesso para adultos e livros infanto-juvenis, como Noah foge de casa, A coisa terrível que aconteceu com Barnaby Brocket, Tormento e Fique onde está e então corra

   Filho de um alemão e de uma francesa, Pierrot Fischer levava uma vida humilde com os pais em Paris. Aos quatro anos, porém, é obrigado a lidar com a morte do pai e, aos sete, com a perda da mãe. Sem ter para onde ir ou quem o sustentasse, o menino acaba passando uma temporada no orfanato em Orléans, até receber uma carta de uma tia distante, pedindo que fosse morar com ela. Tia Beatrix é governanta em Berghof, uma mansão no alto de uma montanha alemã, perto da divisa com a Áustria. Pelo que Pierrot ouve falar, o senhor da casa só passava algumas temporadas ali, mas era temido por todos os empregados. 
  Para garantir a segurança do menino, Beatrix diz que agora ele agora vai se chamar Pieter, ressaltando sua ascendência alemã, e que nunca mais deve falar sobre seu passado — principalmente sobre seu melhor amigo judeu que ficou em Paris. Quando finalmente conhece o patrão da tia, Pierrot — agora Pieter — descobre que se trata de ninguém menos que Adolf Hitler, líder do Partido Nacionalista-Socialista e comandante do país. Apesar do temor inicial, em pouco tempo o menino é escolhido pelo Führer, que o presenteia com um uniforme da Juventude Hitleriana e se torna a principal referência do garoto. Até então uma vítima constante do bullying, agora Pierrot vê na autoridade recém-adquirida uma possibilidade de inverter o jogo. 
   Pierrot, como dito, tem um amigo judeu chamado Anshel, e, mesmo depois de se distanciar dele, continua a amizade com o amigo por cartas. Contudo, com o tempo, Pierrot começa a odiar Anshel, toma Hitler como espelho e começa a ver todos como seus súditos. Depois que ganha de presente do próprio Hitler o uniforme da Juventude Hitleriana, as mudanças em Pierrot ficam extremamente visíveis e o garoto feliz e ingênuo se transforma em um jovem inconsequente, autoritário e infeliz. O amadurecimento de Pierrot é carregado de dor e sofrimento, e quando o garoto chega na vida adulta começa a ver que as coisas não eram como ele pensava e que, principalmente, Hitler não era seu amigo. 

Anshel atribuiu a Pierrot o sinal do cachorro, porque considerava seu amigo gentil e fiel; Pierrot adotou o sinal da raposa para Anshel, que era o mais inteligente da classe.

   Quando fiquei sabendo que seria lançado mais um livro do John Boyne, a expectativa foi lá em cima. O tema do livro já é característico do autor, então eu já sabia que poderia esperar uma leitura fluida, objetiva e com uma história emocionante — porque é John Boyne, certo? — , e também cheia de detalhes e aprendizagem. Depois que li a sinopse, eu tive certeza de duas coisas: que (1) o livro seria destruidor — no bom sentido — e (2) mostraria o lado humano da sociedade de uma forma direta e realista, como sempre faz Boyne, um escritor que, novamente, veio me mostrar o porquê de ser um de meus autores favoritos. Enfim... nem preciso dizer que comecei a ler com toda a ansiedade e curiosidade possível, hein?
   A riqueza dos detalhes me impressionou bastante. O autor dividiu  o livro em quatro partes: 1936, 1937, 1942 e 1945, acompanhadas de um epílogo de cortar nossos corações, que acontece depois da II Guerra Mundial. Vale ressaltar ainda que Boyne fez tudo muito bem feito, e o melhor: sem pontas soltas. Apesar de o livro ser pequeno, a história foi bem feita e fica claro que o autor pesquisou bastante para construir um enredo cheio de detalhes e com uma quase perfeição estética. No decorrer da trama, os personagens vão amadurecendo e outros vão aparecendo na mesma intensidade em que ensinamentos sobre amizade — um dos maiores motivos de eu ter gostado do livro — são passados.
   John soube explorar bem os personagens fazendo o leitor sentir na pele cada experiência e sensação, além de, claro, continuar com o mesmo estilo de escrita dos livros anteriores: claro, objetivo e tocante. O livro é bem impactante e profundo — me peguei chocada em vários momentos da história, não só pela mudança que Pierrot sofreu, mas também pelas características do meio em que vive, as coisas que presenciava e a normalidade que ele começou a ver em algumas crueldades que observava durante os dias. Ainda vale ressaltar que a narração é em terceira pessoa, sempre sob o ponto de vista de Pierrot, o protagonista, que é uma criança ingenua e indefesa no início do livro, mas que por influência do meio em que vive se torna arrogante e autoritário nas páginas seguintes.

 "Então seu amigo disse que tinha uma história para contar; a história de um menino com o coração cheio de amor e decência, mas que acabou corrompido pelo poder." 

   Misturar ficção e fatos históricos em um livro foi mais uma vez uma combinação inteligente feita por John Boyne. O Menino no Alto da Montanha deveria ser uma leitura obrigatória em todas as escolas, já que possui uma história que vai arrancar lágrimas de qualquer leitor e mostrar que muitas vezes o sofrimento é essencial para encontrar o seu verdadeiro lugar. Na verdade, todas as pessoas deveriam ler ao menos um livro desse autor na vida. John Boyne me agradou em tudo, e, como aconteceu na leitura de seus outros livros, chorei, sorri e aprendi muito. A única coisa que me incomodou foi o tamanho do livro e o final, que foi um pouco rápido demais, mas nada que afetasse o entendimento da história. 
   Sobre a edição desse livro, já começo falando da capa, que seguiu o mesmo padrão minimalista dos demais livros do autor. Ah, e junto com o livro a Seguinte deixou um marcador nas orelhas  — como de costume! Uma outra coisa que me agradou bastante foi o fato de ter um desenho explicando a comunicação entre Pierrot e  Anshel, visto que seu amigo era surdo. A diagramação e a edição com um todo continuam, assim como as demais do autor aqui no Brasil, maravilhosas. Não encontrei nenhum erro ortográfico e a tradução manteve o estilo de escrita que o John Boyne tem.  
   Por fim, quero dizer que esse livro foi uma das melhores leituras do ano. E, gente, a trama é maravilhosa, a leitura é rápida, fluida, e também não tem desculpa de dizer que o livro é grande, né? A história é muito emocionante e vai mostrar a quem ler o quanto uma criança pode ser influenciada por causa de sua vulnerabilidade. Pierrot teve uma vida cheia de arrependimentos, mas no final vai ver que uma amizade verdadeira nem o tempo destrói.


Primeiro Parágrafo: "O pai de Pierrot Fischer não morreu na Grande Guerra, mas sua mãe, Émilie, costumava dizer que a guerra o matara."  
Melhor Quote: "Você viu tudo. Sabia de tudo. E sabe também das coisas pelas quais foi responsável. As mortes que carrega na consciência. Você ainda é jovem, tem só dezesseis anos. Tem muitos anos pela frente para ficar em paz com sua cumplicidade no que foi feito. mas jamais convença a si mesmo de que não sabia."



Olha mais um sorteio aí, gente!!! Depois do sucesso que foi nosso último sorteio, cá estamos nós realizando mais um — e dessa vez é ainda melhor. A Editora Seguinte cedeu gentilmente um exemplar de A Rebelde do Deserto, fantasia distópica e sucesso de Alwyn Hamilton que conquistou milhares de leitores. Ressalto, de início, que é um prato cheio para os fãs de histórias jovens, fortes, elétricas e repletas de mistérios e fantasia. Quem gosta do gênero não precisa temer mal algum, pois é um bom livro. Todos, independente de gostarem ou não do gênero, só precisam ler com um pouco mais de dedicação, deixando de lado as críticas duras e inverossímeis. A Rebelde do Deserto é construído com bastante ação, reviravoltas e com personagens divertidos e elétricos, se eu fosse vocês não perderia a chance de ler um livro bom desses, hein? Confira a resenha aqui e não fique de fora do sorteio.

Sinopse: O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher. Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo — é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por revelar a ela o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.


REGRAS E ESCLARECIMENTOS
1 - Para participar é necessário ter endereço de entrega no Brasil.
2 - Se inscrever utilizando o formulário Rafflecopter acima. (Dúvida? Leia esse tutorial no UMO Blog)
3 - O ganhador receberá um e-mail, e deverá responder enviando seus dados em até 72 horas. Caso não haja resposta do ganhador, um novo sorteio será feito.
4 - A entrada "Compartilhar a imagem no Facebook" pode ser feita mais de uma vez. Para compartilhar a imagem mais de uma vez, contudo, você precisa preencher a entrada  "Compartilhar a imagem da promoção no Facebook" novamente: essa opção é válida uma vez por dia, e é necessário compartilhar a imagem no mesmo dia em que preencher o formulário. Ou seja, o compartilhamento precisa ser feito no mesmo dia em que você fizer a entrada no Rafflecopter; se você voltar a dar entrada no sorteio em outro dia, precisa de outro compartilhamento.
5 - O sorteio começa dia 14/10 e termina dia  13/11. O resultado sai dias depois nesse mesmo post. 
6 - A Editora Seguinte é responsável pelo envio do livro. O blog não se responsabiliza pelo envio, e nem pelo possível extravio dos correios.
7 - Se o ganhador não cumprir devidamente as regras (que serão, sim, conferidas), será desclassificado sem aviso prévio. 
8 - As entradas correspondentes a comentários em postagens só serão validadas se os comentários forem pertinentes ao conteúdo do post. Comentários como "gostei da capa" e "muito interessante" não serão validados. 

"E que a sorte esteja sempre com você!"


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