Sinopse: Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros — e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão — e vai cumprir seu papel, não importam as consequências. Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua — e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge — uma que força suas vítimas a cometer atos violentos —, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.
"As pessoas eram confusas. Não podiam ser definidas pelo que tinham feito, mas pelo que teriam feito, sob circunstâncias diferentes, moldadas tanto por seus arrependimentos como por suas ações, as escolhas que defendiam e as que gostariam de poder fazer diferente. Mas não havia como, porque o tempo só seguia em frente,mas as pessoas podiam mudar.
Para pior.
E para melhor.
Não era fácil. O mundo era complicado. A vida era dura. E, muitas vezes, viver era dolorido" (p. 440-1).
"Desde o começo, sabia que não seria uma história feliz. Esperançosa, sim, mas num mundo com lugares como Veracidade até finais esperançosos têm um custo".
Felizmente o relacionamento de Kate e August se desenvolveu da maneira como eu esperava, porém, mais uma vez, ele perdeu o foco diante de todos os outros elementos que cercavam os personagens. Não encarei isso como algo ruim, pois acredito que o erro de muitos Young-Adults é pecar no excesso de piegas entre os protagonistas (que normalmente formam um casal amoroso), e essa foi uma das razões para que eu me afastasse um pouco do gênero nos últimos tempos. Personagens secundários como Ilsa, Henry e os Guardiões tiveram sua dose de importância, porém menor do que eu gostaria.
Todos os personagens são potencialmente conquistáveis, mas o grande problema mesmo dessa duologia foi justamente ter sido uma duologia! Dois livros foram pouco para trabalhar uma história tão complexa, especialmente com tantos personagens que serviriam perfeitamente como futuros focos narrativos. Um dos focos que deixou um pouco a desejar foi o de Sloan. Apesar de ser um monstro e servir apenas a violência, senti falta de maiores motivações, pois nem ao menos a sede de poder parecem ser motivos suficientes. Provavelmente não houve espaço para criar motivos mais fortes que morte, sangue e violência, mas confesso que esses vilões não me soam convincentes e nas cenas em que Sloan estava presente, senti dificuldade em me conectar com a história.
"– Eu sei que dói – ela disse. – Então faça a dor valer a pena.
August encostou a testa na dela.
– Como?
– Não se entregue – ela disse baixo. – Segura firme na raiva, na esperança ou no que quer que faça você seguir lutando.
Você, August pensou. E, pela primeira vez, algo pareceu simples, porque Kate era a pessoa que o fazia continuar lutando, que olhava para ele e o via, que enxergava através dele sem nunca soltar" (p. 302-3).
A capa deste segundo livro segue o mesmo estilo do primeiro: o violino representando o instrumento que August usa para fazer emergir as almas de suas vítimas, fontes grandes e suavizadas se destacando no cenário, e ao fundo, uma representação de Veracidade. Continuo insistindo que a capa inglesa tem uma estética mais bonita, mas não posso deixar de admirar o belo trabalho da excelente design da HarperCollins, Jenna Stempel-Lobell, pois a capa brasileira segue o mesmo estilo da americana. Notei apenas alguns erros de revisão nos capítulos finais desta edição, porém nada comprometedor para a leitura.
O dueto sombrio ofereceu um desfecho esperançoso e satisfatório ao mesmo tempo – nada que não partisse meu coração em vários pedacinhos, mas tudo bem. Como a própria Schwab afirma, "os livros só podem nos machucar se gostamos deles. É assim que eles entram – através das rachaduras que o amor cria em nós". Dito isto, só posso afirmar que gostei – e muito – de tudo que Monstros da Violência me proporcionou. Kate e August sempre terão um lugarzinho entre meus personagens queridos. Ambos são fortes e determinados, apesar de possuir fraquezas, o que é extremamente humano e inspirador. Dessa forma, não vejo Monstros da Violência como mais um YA, mas algo que serve para nos fazer refletir o que estamos fazendo com o mundo e com as pessoas, e nos questionar se a paz está mesmo tão longe de ser alcançada.
Primeiro parágrafo: "No Ermo, havia uma casa abandonada".
Melhores quotes: "Quanto aos humanos, ainda estavam divididos – por raiva, perda,medo, esperança. Estavam progredindo, mas August percebera que sempre haveria fissuras na superfície, sombras sob a luz, inúmeros tons de cinza entre o preto e o branco"."Vocês não vão vencer a menos que estejam dispostos a lutar".
Confesso que fica difícil ler uma resenha/comentários sobre o segundo volume de uma duologia e entender ou não achar algo que possa ser spoiler, embora seja inevitável. Mas o que posso afirmar que embora não tenha sido atraída pela sinopse, leio comentários super positivos desses livro. A historia em sim não apresenta novidades, o que deve diferenciar das demais provavelmente seja a escrita. O que achei curioso foi que os pontos citadas mostram alem de tudo uma historia delicada e frases profundas, quem diria. Num geral livros que tem mais de um volume são arrastados para ter assunto para os demais, e já nesse tu achou que deveria ter mais que dois, isso também me deixou curiosa com a leitura, então assim, se cair na minha mão vai ser um prazer ler.
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