Livro: O Nome do Vento
Título Original: The Name of  theWind
Autor (a) Patrick Rothfuss
Editora: Arqueiro
Páginas: 656
ISBN: 9788599296493

Sinopse: Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.
Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade.
Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame.
Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.

SÉRIE "AS CRÔNICAS DO MATADOR DO REI"
    1.   O Nome do Vento
    2.  Temor do Sábio 
    3.  Não Divulgado Ainda

     O Nome do Vento é o primeiro livro da série "As Crônicas do Matador do Rei" escrito por Patrick Rothfuss. Publicado pela editora Arqueiro em 2009, tem como tradutora Vera Ribeiro, e como sequência "O Temor do Sábio". 
     Estamos falando de um mundo completamente novo e não conhecido, onde a sobrevivência é difícil e onde se encontra o protagonista Kvothe. Dono de uma hospedaria, Kvothe parece ter respostas extremamente curiosas, informações pelas quais um cronista ansiava em saber, já que estava demasiadamente intrigado com as lendas que circulavam por ali.
     Quando esse cronista resolve ir além nesse projeto, Kvothe concede apenas três dias de entrevista, reportando sua infância em um grupo artístico, o homicídio de seus pais pelo que chamam de Chandriano, os anos terríveis em uma cidade imunda e as dificuldades para adentrar a Universidade de magia.


     Sempre me senti interessada nessa obra, e a necessidade de lê-la somente aumentou depois que George R. R. Martin a indicou; e não me arrependi. O nome do Vento acaba trazendo uma narração mais poética, com frases impactantes e quase filosóficas, além de transmitir emoções fortes ao leitor. A linguagem que o autor usa é simplesmente arrebatadora e me fez permanecer nessa história até o fim. 
     Talvez Patrick Rothfuss seja tão gênio quanto Martin em construir seus personagens, já que tive contato com um protagonista extremamente complexo, cheio de qualidades e defeitos — consegui me ver refletida em alguns deles — com memórias fortes, traumas e muitos sentimentos. Outro talento que Martin compartilha com Rothfuss é a quantidade de personagens no enredo, e mais: sendo todos eles tão bem construídos quantos os personagens mais presentes e frequentes. Esses dois autores são uns dos únicos que conheço que não se deixam atrapalhar com essa situação.
     Há muitas dicas que nos fazem compreender melhor os personagens, como a típica fala de cada um deles e outros detalhes apresentados na própria narração. Apesar de eu ter gostado da construção e desenvolvimentos de todos eles, nutri certa antipatia por determinados personagens que apresentavam ações que não consegui concordar. 
     O livro acaba sendo alternado por dois tipos narrativos, que provam muito o talento do autor. Quando somos apresentados ao mundo criado por Rothfuss, a narração permanece em terceira pessoa, se ampliando diante do cenário e dos personagens. É nesse momento que o leitor encontra uma trama mais enfadonha e arrastada, que vai melhorando conforme a leitura se segue. Já quando mergulhamos nas lembranças de Kvothe, encontramos a narrativa em primeira pessoa, focando brilhantemente nos sentimentos do protagonista e apresentando um enredo cheio de personagens bem desenvolvidos, muito mistério e magia.
     O que mais me conquistou nessa obra foi, de fato, a criatividade exposta nela. Esse universo distinto apresentava muitas características próprias, sendo que seus habitantes tinham seu próprio sistema comercial, organização, e cultura. É dentro de O Nome do Vento que encontramos uma história totalmente pautada numa realidade — fantasiosa, é claro, mas bem convincente. Há humor, drama, e todos problemas que um universo concreto dispõe. Encontrei essas mesmas características nas trama de Scott Lynch  — aliás, amigo de Patrick — dentro da série "Nobre Vigaristas" e continuo a me maravilhar com esses tipos de livros.


     O melhor trecho da história é aquele que se desenrola na Universidade, onde Kvothe aprende magia, faz amigos e inimigos, aproxima-se de professores e se apaixona. Rothfuss, apesar de não nos conceder um final, se concentrou no mistério e fez da sua obra algo realmente envolvente, mesmo tendo todos os requisitos para não ser.
     A capa do livro é lindíssima e foi feita pelo ilustrador Marc Simonetti, o mesmo que criou as capas das "Crônicas de Gelo e Fogo" e "Dragões do Éter". Na minha opinião, é o melhor capista do mundo. A diagramação interna foi muito bem feita, assim como a tradução e a revisão. A fonte da letra e as páginas amareladas auxiliaram muito para essa leitora! A Editora Arqueiro está de parabéns pela publicação.
     Estou mais que ansiosa em ler a continuação dessa série e compreender melhor o que os nomes dos livros representam. Rothfuss ainda não liberou o terceiro livro, mas nos presenteou com um conto intitulado "A Música do Silêncio" e que foi publicado pela Editora Arqueiro há alguns meses atrás — também espero lê-lo o mais breve possível.
     A única crítica que me atrevo a atribuir a esse livro é que não concordo com a quantidade de páginas. O autor poderia ter diminuído e cortado algumas cenas que não acrescentaram e nada, principalmente porque acabaria com algumas partes mais lentas. Mas tirando essa pequena fraqueza do livro, não consigo encontrar nenhuma outra falha que pudesse me chamar a atenção.
     É realmente difícil lidar com um universo diferente, com um enredo que é baseado em memórias, e, ainda sim, conquistar o seu leitor. O Nome do Vento é o livro perfeito para quem aprecia Harry Potter e literatura medieval. Trata-se de uma obra que não foi escrita para um público restrito e pode agradar qualquer idade, além de prometer ser marcante e a favorita de muitas pessoas.

Melhor Quote: "Se há uma coisa que não tolero é a insensatez do orgulho obstinado."









3 Comentários

  1. O mundo deveria ler esse livro!!!!!!!!!!!!!!!
    Demorei pra começar e fiquei enrolando pra não terminar! Também se tornou meu favorito haha
    Quero muito a continuação D=
    Até mais,
    Aline

    ResponderExcluir
  2. Uau eu quero! Bela resenha, beijos ;)

    Vanessa | www.closetdelivros.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Só não concordo com a comparação entrePatrick e Martin para com seus personagens, Martin explora de uma forma muito mais profunda dando capitulos aos seus personagens, enquanto Patrick muito superficialmente ( com exceção de Kvhoten) ;

    ResponderExcluir

.