Páginas: 256
ISBN: 9788564816299
Sinopse: Se o herói desta inquietante narrativa é ou não o mesmo Batman das histórias em quadrinhos, este é o grande desafio para o leitor. Será que o conhecido Cavaleiro das Trevas se mudou para o centro de São Paulo e, por razões íntimas, não pretende retornar a Gotham City? Neste livro ele revela a sua máscara mais humana e vive uma aguda crise existencial: ser ou não ser herói. Pode ser ele o assassino de Abigail Aparecida Chaud ou qualquer um dos outros personagens que são flagrados por uma luneta cruel e formam um painel, vivendo na atmosfera agitada e penumbrosa de uma metrópole igualmente cruel. Jovens curiosos, velhos solitários, pessoas desvalidas, seres entusiasmados e tantos outros, todos eles são suspeitos do crime e vítimas da existência pelo simples fato de existir. Quem narra é igualmente suspeito porque se esconde numa “teia” dos mais diversos meios de comunicação: cartas, diário, telefonemas, telegramas, internet, gravações, notícias de jornal, de rádio, de televisão e até uma ata de condômino. E o leitor não fica imune a esta trama tão estranha e tão familiar – é convidado e convocado a entrar na história e agir.
"Na Teia do Morcego" foi escrito pelo autor nacional Jorge Miguel Marinho e publicado no ano de 2012 pela Editora Gaivota. Dentre outros títulos, Jorge Miguel Marinho publicou "Lis no Peito" pela editora Biruta; obra que ganhou o prêmio Jabuti. Confira a resenha do renomado escritor, roteirista e ator a seguir:
Abigail Chaud parece ter se suicidado. O que tudo indica, ela se jogou da sacada do apartamento que morava, lugar onde ficava bisbilhotando, através de uma luneta, a vida de muitos vizinhos daquele prédio. Não obstante, levanta-se, em seguida, a ideia de que ela fora jogada das alturas, pelas marcas violentas de resistência que foram encontradas em seu corpo.
Mas quem teria motivos para matá-la? É nessa trama que descobrimos que todos os moradores daquele prédio tinham motivos de sobra para se vingar da moça curiosa e mexerica. Muitos vizinhos escondiam segredos terríveis e decisivos, capazes de transformar suas vidas da noite para o dia.
Entretanto, outra situação muito adversa estava acontecendo em São Paulo. Um morador misterioso decidira se transformar em Batman e fazer justiça com as próprias mãos. Numa perseguição à bandidos, estupradores, prostitutas e etc, o Batman impostor acaba transformando a cidade num verdadeiro caos pela sua inconveniência e atitudes exageradas e radicais. Agora os moradores de São Paulo estavam revoltados e queriam o banimento dessa figura atrapalhada.
"Moradores da consolação e adjacências estão revoltados com o reaparecimento do Batman. E não é pra menos [...]"
"Na Teia do Morcego" é uma exímia obra de arte, pois apresenta a combinação de vários elementos criativos e dinâmicos. Trata-se de uma obra ágil, envolvente e conquistadora.
Com inúmeros "tipos" de narração, Jorge Miguel Marinho acaba inovando e construindo uma trama muito curiosa e distinta. Nunca havia antes lidado com um livro tão diversificado assim, que fosse livre de "regras" e que se desenrolasse com tanta liberdade de escrita.
Normalmente, os autores se sentem muito presos à métodos de escrita, a um sistema próprio que regem tamanho de capítulos, narração, a sequência da trama e etc. Jorge Miguel Marinho não se limitou a esses modelos.
Encontramos nesse livro todo tipo de narração: entrevistas, reportagens, telefonemas, emails, cartas, baixo-assinado, poemas, entre outros gêneros. O autor demonstrou muita destreza ao desdobrar uma história complexa utilizando todos esses tipos de textos. Pode-se enxergar que essa escolha foi extremamente perigosa, já que o autor poderia ter desenvolvido mal seu enredo e tornado o livro cansativo e ruim.
Contudo, encontramos um livro que tem uma sequência semelhante a de um filme, cheio de ângulos e acontecimentos soltos, sem muita explicação, mas com muito suspense e mistério. O mistério ronda os personagens, que são muito peculiares e concretos. Todos eles — até a nossa falecida Abigail — apresentam traços marcantes e muito leais à sociedade brasileira. Cada um tinha suas qualidades e defeitos o que deixava o livro interessante e real.
"Na Teia do Morcego" tem um clima bem voltado para o público juvenil, isso não quer dizer que adultos não possam apreciar essa obra. Essa dinamização acaba seduzindo mais esse público jovem e incentivando a leitura. Claro que a diagramação e o designe são outros fatores que contribuem inteiramente para esse livro.
"Medo dos meus trinta e dois anos que vejo no espelho com medo da imagem que me olha e medo de olhar para mim."
A Editora Gaivota, o autor, e a Casa Rex — responsável pela capa e diagramação do livro — fizeram um trabalho visual incrível. A capa é muito arrojada, contudo, muito apagada. Não sei se em outras condições o livro acabaria chamado a minha atenção — numa livraria, como exemplo, onde há livros com capas mais chamativas. Em compensação, a configuração do livro é muito artística. Cada página tem uma cor, e são diferenciadas de acordo com seu gênero textual. Os poemas tem uma fonte de letra datilografada, enquanto as manchetes de jornais seguem o logo e o modelo de uma original.
Aliás, o material utilizado é de extrema qualidade. As folha são muito grossas — semelhantes as de papel cartão — e a capa muito resiste. É o tipo de livro que vale muito a pena investir seu dinheiro, por motivos materiais e de conteúdo.
O livro apresenta um clímax incrível e um desfecho surpreendente. Acumulei expectativas para o final e gostei muito como o autor encerrou essa história, acrescentando acontecimentos emocionantes. "Na Teia do Morcego" só não se tornou o meu livro favorito porque não é o gênero literário que mais aprecio, porém, foi capaz de me agradar em diversos sentidos.
Indico o livro para todos que estão dispostos a investir numa literatura inovadora, dinâmica e fluída. "Na Teia do Morcego" é um livro com uma história muito brasileira e original.
Primeiro Parágrafo:"Nasce mais um dia na consolação, mas a luz não ilumina as trevas que dominam esse lugar bem distante de Gotham City."
Melhor Quote:
"Também existe o medo no ar. O medo parece ser o pai e o companheiro das pessoas, a nossa única realidade, paisagem de dentro e paisagem exterior."
PRECISO! Adorei a premissa do livro, parece ser interessantíssimo, sua resenha me deixou mega curiosa!
ResponderExcluirEstandy Books - A Estante da Andy
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Olha, parece bem bacana mesmo a estrutura do livro, mas enho medo dos personagens não me cativarem e os muitos estilos narrativos não me cativarem, mas acho que vou arriscar sim, amo histórias inovadoras, e nesse caso ainda brazuca <3
ResponderExcluirNjss
sete-viidas.blogspot.com