SÉRIE "AS PEÇAS INFERNAIS"
1. Anjo Mecânico
2. Príncipe Mecânico
3. Princesa Mecânica
Anjo Mecânico é o primeiro livro da trilogia “
As Peças Infernais”, a segunda série situada no universo dos
caçadores de sombras, de Cassandra Clare. A diferença é que, dessa vez, a história se passa anos e anos antes de Cidade dos Ossos (
resenhado aqui!) – e, além disso, somos premiados com uma perspectiva única sobre a magia, e o mundo oculto nela.
O livro começa narrando a história de Tessa Gray, uma jovem americana de origem pobre, que, por ser órfã e ter acabado de perder sua tia, precisa se mudar para Londres em busca de seu irmão mais velho. Chegando lá, Tessa é surpreendida por um mundo inimaginável: ela é sequestrada por duas irmãs misteriosas que a forçam a usar seus poderes de metamorfose – até então os quais ela não fazia ideia possuir –, enquanto ameaçam sua vida e a de seu irmão.
Tessa acaba sendo salva por Caçadores de Sombras, e agora se vê enredada em um jogo de poder e lutas demoníacas: sem ninguém para buscar consolo, ela precisa ficar com os caçadores de sombras, ao mesmo tempo que tenta descobrir a verdade sobre suas origens e o motivo de possuir seu dom. Além disso, no Instituto, Tessa conhece Will e Jem, dois melhores amigos que lutam lado a lado, e tem que desvendar seus verdadeiros sentimentos sobre cada um deles.
É quase impossível, ao falar sobre Anjo Mecânico, não fazer nenhuma comparação com a outra série de Cassandra Clare, Os Instrumentos Mortais. As semelhanças são inúmeras, mesmo que, em síntese, os plots das duas séries sejam muito diferentes – temos uma garota aparentemente normal, que acaba exposta ao mundo sobrenatural e que descobre possuir poderes extraordinários. Além disso, é claro, há um triângulo amoroso. A grande questão é que, mesmo com alguns fatos previsíveis, Clare conseguiu o inusitado: transformar a história em algo extremamente interessante.
A narrativa do livro segue o padrão da autora, em terceira pessoa e extremamente detalhada. É uma das coisas divinas sobre os livros de Clare (e, provavelmente, a minha favorita!), a emoção que ela consegue transmitir com alguns poucos parágrafos. Você sente – chora, ri e se engana – com os personagens, e acredito que não há melhor maneira de ler um livro.
O cenário da obra é a Londres vitoriana, na qual pode-se notar o estilo um tanto gótico, de sobretudos e chapéus, e vestidos e espartilhos, o que traz, por si, um grande charme ao contexto. Além disso, se levarmos em conta Os Instrumentos Mortais, dessa vez Cassandra Clare trabalha um universo mais sóbrio, mais maduro. A trama envolve algumas situações um tanto macabras, construções antigas, criptas e até mesmo um cientista maluco do bem.
Os personagens, dessa vez, são mais maduros (acredito que, até mesmo, pela época sóbria em que vivem). Tessa é uma adolescente tímida, sonhadora e muito inteligente. Muitas leitoras podem se identificar aqui, já que a menina é também uma leitora ávida. No geral, gostei da personagem, mesmo que ela possua algumas inconsistências: em alguns momentos ela possui tiradas fantásticas e momentos de inteligência extrema, contudo, em outros – quando eu esperava uma protagonista mais enérgica, do que tipo que “parte para a luta” – ela não fazia muito. É claro que isso é mais um gosto pessoal do que qualquer coisa, mas acho que faltou algo a mais para eu realmente me afeiçoar a ela.
Os personagens masculinos são encantadores, mesmo que com seus defeitos, e parecem se completar. Enquanto Will é ousado e arrogante, Jem é doce e atencioso, mas nem por isso menos letal. Ambos são caçadores de sombras e parabatai (parceiros de luta): o fato de os dois serem melhores amigos apenas traz à obra um bônus, já que eles se conhecem como ninguém e têm tiradas hilárias.
O meu maior
receio em relação a leitura da série, no geral, foi apenas um:
o triângulo amoroso. Posso resumir para vocês e dizer que não sou nem um pouco fã de triângulos amorosos. Simplesmente não consigo gostar. Como já sabia que esse era um dos focos da série fiquei um pouco temerosa, e essa é, justamente, a única crítica que tenho ao livro.
Em primeiro lugar, necessito dizer que Tessa e Will possuem muito de Clary e Jace. Esse talvez seja o problema, já que, mesmo que diferentes, eles lembram tanto os personagens em certas situações que é difícil não compará-los – e, quando comparados ao casal de Os Instrumentos Mortais, Tessa e Will perdem a briga. De algum modo, para mim, eles simplesmente não funcionaram.
"Sempre se deve ter cuidado com os livros – disse Tessa –, e com o que está dentro deles, pois as palavras têm o poder de nos transformar."
Vou fazer outra comparação necessária: Will é um Jace, mas sem toda a fragilidade que redime esse primeiro. Ele é também arrogante e pretensioso, mas algo sobre o modo como Will age me deixou mais entediada do que qualquer coisa. Além disso, autora deixa nas entrelinhas qual será o romance que prosperará, o que é um pouco frustrante, por sua vez: mais uma vez, me vi torcendo para o lado errado do triângulo amoroso (e isso não é um spoiler, mas um palpite de leitora). Não consegui deixar de me encantar por Jem, que se mostrou muito mais sensível e maduro do que Will.
É claro, Anjo Mecânico é muito mais do que apenas romance. Cheio de mistérios e aventuras, os fãs de magia, vampiros e outras criaturas sobrenaturais terão aqui um prato cheio. Cada personagem possui sua história para contar, e a trama é lotada de reviravoltas e surpresas – quando pensei que sabia o final do livro, fiquei espantada em descobrir que estava enganada.
O trabalho gráfico por parte da Galera Record ficou maravilhoso e, ainda que a capa seja a mesma da original, o material é de boa qualidade e possui na capa (pelo menos nas primeiras edições) brilhos holográficos que acrescentam beleza ao livro como um todo. Eu encontrei muitos erros de grafia na minha edição, o que, mesmo que não seja algo gritante, me incomodou um pouco. A diagramação e o design interno do livro, por outro lado, ficaram impecáveis, e não poderia imaginá-lo melhor.
Em uma trama muito bem escrita, Cassandra Clare mostra o motivo de ser uma das escritoras mais bem-sucedidas da atualidade. Com uma pegada steampunk, tenho certeza que agradará os fãs de uma boa fantasia e continuará a satisfazer os fãs da série Os Instrumentos Mortais. Super recomendado!
Primeiro parágrafo do livro:
"O demônio explodiu em um banho de icor e entranhas."
Melhor quote:
"Seja como você for fisicamente – disse ele –, homem ou mulher, forte ou fraco, doente ou saudável, tudo isso importa menos do que o que há em seu coração. Se tiver a alma de um guerreiro, você é um guerreiro. Independentemente da cor, da forma, do tom que a envolve, a chama do lampião permanece a mesma. Você é a chama."
Olá,
ResponderExcluirEstou super curioso para ler essa trilogia, ja vi inúmeros comentários positivos em relação a ela e espero gostar.
Não pretendo ler os instrumentos mortais mas acho que vou gostar de As peças infernais.
Beijos
Guilherme - http://leituraforadeserie.blogspot.com.br
Oi, Guilherme!
ExcluirEu sou fã das duas séries, então, somente reforço a recomendação, rs.
Beijos!
ahhh!! AMO esse livro <3
ResponderExcluirBjs
http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/
Como você mesma disse, as semelhanças com Os Instrumentos Mortais são inúmeras, porém ao meu ver, API, são OIM só que mais evoluído. Adoro de paixão essa série e eu também recomendo a todo mundo. Ótima resenha.
ResponderExcluirAtt,
V. I. Neves
Oi, Vitor!
ExcluirObrigada pelo elogio! Infelizmente a falta de tempo não deixou eu ler o restante dos livros da trilogia, mas pretendo fazer isso o mais rápido possível. Já vi vários elogios, então, espero que melhore com o tempo.
Beijos!
Oi Gabi, infelizmente pra mim, ainda não conheço a série, acompanho apenas as resenhas que saem. O bom é que já percebi que todos os volumes mantem um bom padrão de leitura.
ResponderExcluirBjs, Rose
Adorei a maneira como você deu início a resenha, trazendo a intensidade tanto do sequestro, quanto do fato assustador dessas duas irmãs saberem o nome do irmão dela, mas ao continuar a leitura, é engraçado elas terem feito isso e "ajudar" ela e descobrir sua verdadeira origem, e genteee estou babando com relação a Tessa, que mulher incrível, estou adorando cada vez mais a literatura com essas mulheres independentes e que botam medo no marmanjo mais temido!
ResponderExcluirAdorei, tenho muita curiosidade de ler esse livro, pois sempre ouvi comentários maravilhosos sobre essa serie, e a sua resenha incentivou ainda mais a minha vontade de ler.
ResponderExcluirOi meninas! Concordo plenamente que esse livro é mais maduro do que IM. Foi exatamente essa razão que gostei tanto dessa trilogia, e nem tanto da outra. Acho Clary muito mais boba, não aprendendo nunca com os seus erros. Já a Tessa eu AMO! Por isso descordo que ela e o Will perdem para Clary e Jace - apesar de que eu estava torcendo bem mais para Tessa e Jem! Mas linda a resenha ;)
ResponderExcluirwww.proximolivroporfavor.blogspot.com
Estou desesperada pra comprar esse livro! Comecei a entrar nesse mundo shadowhunter esse ano e estou amando MUITO! essa resenha só me deixou com mais desejo da série hahaha, gostei muito!
ResponderExcluirAmo esse livro, sua resenha esta perfeita, para entender e criar coragem para ler!!!
ResponderExcluirEu li esse livro e gostei muito. Foi bom saber um pouco sobre os acontecimentos que antecederam a história da série Os Instrumentos Mortais. Infelizmente não continuei a ler a trilogia As Peças Infernais.
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