Livro: Poder, estilo e ócio
Autora: Joyce Pascowitch  
Editora: Intrínseca
Páginas: 176
ISBN: 9788580578461
Sinopse: Desde que iniciou sua carreira jornalística em 1986, Joyce Pascowitch fez de tudo: foi à posse de três presidentes, jantou com a Madonna, rodou o mundo (mas guarda um carinho especial por São Paulo, pela ilha de Míconos na Grécia e pelo vilarejo de Trancoso na Bahia). Com o savoir-faire de quem sempre circulou pelos bastidores do poder político e econômico, ela conta detalhes de um universo onde sobra luxo e glamour, como a história do empresário que tem um jatinho com cama e chuveiro para chegar sempre disposto às reuniões, e fala da importância de uma bolsa Chanel na vida de uma jovem executiva. Poder, estilo e ócio é um convite ao leitor para entrar no mundo de Joyce.

Joyce Pascowitch é uma jornalista de colunas sociais, já tendo trabalhado em grandes jornais, como Folha de S. Paulo, Época e Globo News. É autora de três livros (De alma leve: sutilezas do cotidiano, Avental e Fotossíntese: 13 anos de coluna) e em 2015 lançou o quarto: Poder, estilo e ócio, onde revela alguns detalhes de sua vida e experiência na profissão que a fez se tornar tão conhecida e respeitada.

     O livro divide-se em três partes. A primeira é Poder, onde Joyce fala sobre tudo aquilo que considera poderoso, e até reflete sobre seu próprio poder. Sendo uma personalidade que presenciou momentos históricos como a posse de três presidentes e um impeachment, Joyce Pascowitch tem uma visão ampla sobre o que significa poder e o que é tê-lo. Ela também ensina como reconhecê-lo e como não se perder dele. Visa a independência e o fato de trilhar um caminho próspero como as chaves para se deter tal fator.
    A segunda parte é Estilo. A autora mostra que tudo pode girar em torno das aparências, e que é bom que haja uma preocupação razoável com esse quesito. Ela desvela todas as suas preferências por moda, arte, arquitetura, cultura, literatura e filosofias. Mostra que o estilo de vida deve ter um cuidado especial por cada um de nós, já que somos as verdadeiras consequências do que eles trazem. Defende, por fim, que o importante é sentir-se bem e feliz com o que usa, com o que tem e com o que segue.
    A terceira parte é Ócio. Nela, Joyce fala sobre seus points favoritos e como se sente em relação a cada um deles, relatando suas experiências nas viagens que fez por cada cantinho do planeta. Suas paixões ligadas ao desprendimento das coisas materiais e o desenvolvimento do lado espiritual também são trabalhadas nesse capítulo. Joyce ainda pincela detalhes marcantes de sua trajetória pessoal quando fala da luta contra o câncer de mama que teve de enfrentar algum tempo atrás, e de sua religião judaica, com a qual mantém uma forte relação.

Poder – "Para quem me acha muito poderosa, digo: meu poder é medido pelos meus cachorros. Se eles me obedecem, me sinto poderosa. Como isso é uma raridade, eu diria que a sensação de frustração é grande" (p. 50).

    O nome de Joyce Pascowitch pesou bastante em meu julgamento na hora de ler Poder, estilo e ócio. Admiro muito a personalidade que Joyce se tornou no meio jornalístico e todas as suas ideias niveladas no âmbito social. Ler essa obra foi como abrir seu diário. Esperava por algo mais formal como é mostrado em seus livros anteriores, mas este mostra um lado mais despojado da escritora, uma abertura de sua alma que escapou e se prendeu ao papel.
    Pelo gênero de narrativa pessoal, a narradora em primeira pessoa é a própria Joyce. O diálogo que ela estabelece com o leitor é honesto, brando e leve. Ele é tão real que, nas últimas páginas há indicações da autora dos melhores lugares para se visitar, se hospedar, e praticar várias outras atividades (como ela se mostra uma mulher eclética, a lista é bem variada). Todas as impressões narradas são apresentadas ao leitor de forma tão sincera que, mesmo mantendo algumas opiniões divergentes da dela, a forma como a leitura transcorre faz com que não haja conflitos — a ideia oposta é respeitada imediatamente.

Estilo – "Aprendi com meu psicanalista que a felicidade existe para inspirar a vida da gente" (p. 89).


    Trazendo uma linguagem simples e dinâmica, a escritora também faz uso de termos inerentes ao estrangeirismo em meio às suas observações mais despojadas — que são bastante recorrentes, por sinal. Do inglês ao latim, a mescla de todas essas línguas mostram a cultura diversificada e étnica absorvida por Joyce. A escrita tem uma jovialidade tão grande que muitos não acreditariam que foi obra de alguém com mais de 60 anos, afinal, formas de se expressar não são definidos por quantas velinhas se tem no bolo.
    O detalhe mais impactante para mim na obra foram as belas fotografias. É uma das primeiras coisas que reparo quando assisto a um filme, e o mesmo acabou acontecendo, automaticamente, com Poder, estilo e ócio. O livro está repleto delas, em uma combinação perfeita e acolhedora. Retratam o cotidino e paisagens belíssimas. Todos os créditos são merecidos aos responsáveis por essa arte que afagou minha paixão. Outro detalhe que chama a atenção é o tamanho do livro, que foge do padrão convencional (como os livros tradicionais de fotografia, porém com o diferencial das páginas ásperas): 18x28.

Ócio – "A literatura é como uma janela que se abre em meio à escuridão" (p. 82).

      Capa, diagramação e ilutrações encantadoras! Toda a composição visual do livro conversa muito bem com seu conteúdo. Dá uma sensação de "bagunçado-arrumado", ao mesmo tempo em que é estiloso e dinâmico. Tem um ar jovem e também blasé — mesclas perfeitas. Dá a impressão de que realmente adentra na mente de Joyce: Cheia de variáveis e pensamentos misturados de um jeito louco. E como a mesma faz questão de deixar claro, não gosta de ser constante. É o tipo de livro que se gosta de ter na estante não apenas por ser um acréscimo cultural, mas por ser um atrativo estético. Também é daqueles que se folheia página por página com certa excitação, pois não segue um padrão e ainda se torna elegante.
    Poder, Estilo e Ócio é recomendado para para quem curte gêneros autobiográficos, mas também com um estilo light, mais leve e refrescante, com ares de otimismo e aventura. Nesta obra, mergulha-se com facilidade no universo que gira em torno de Joyce Pascowitch, tornando-se assim uma obra bem sensitiva no que diz respeito a forma como se comunica com quem a lê. A leitura é fluída e incrível. Ao final, fica o pensamento de "Foi um prazer conhecê-la".

Primeiro parágrafo do livro: "Sou uma mulher agitada e ativa, que gosta de fazer milhares de coisas ao mesmo tempo. Tenho muita energia, criatividade e uma vontade enorme de fazer e acontecer. Por isto trabalho tanto: porque gosto. Gosto de comandar, de estar em turma, inventar projetos e vê-los funcionar".
Melhor quote: "Não tenho dúvidas de que a graça da vida está na leveza com que encaramos desafios. Quero ser leve na busca do prazer, das sensações especiais e dos momentos que fazem diferença no dia a dia. É aí que está a mágica. No mais, é amar e ter orgulho do que se faz".


Um Comentário

  1. Por favor, se tiverem interesse, visitem o meu blo https://tavernadoslivros.wordpress.com/
    Obrigado

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