Livro: A Menina Mais Fria de Coldtown
Título original: The Coldest Girl in Coldtown
Autor (a): Holly Black
ISBN: 9788581634036
Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
 
Sinopse: No mundo de Tana existem cidades rodeadas por muros são as Coldtowns. Nelas, monstros que vivem no isolamento e seres humanos ocupam o mesmo espaço, em um decadente e sangrento embate entre predadores e presas. Depois que você ultrapassa os portões de uma Coldtown, nunca mais consegue sair. Em uma manhã, depois de uma festa banal, Tana acorda rodeada por cadáveres. Os outros sobreviventes do massacre são o seu insuportavelmente doce ex-namorado que foi infectado e que, portanto, representa uma ameaça e um rapaz misterioso que carrega um segredo terrível. Atormentada e determinada, Tana entra em uma corrida contra o relógio para salvar o seu pequeno grupo com o único recurso que ela conhece: atravessando o coração perverso e luxuoso da própria Coldtown. A Menina Mais Fria de Coldtown, da aclamada Holly Black, é uma história única sobre fúria e vingança, culpa e horror, amor e ódio.

Escrito pela renomada Holly Black – amiga próxima de Cassandra Clare – A Menina Mais Fria de Coldtown foi publicada no segundo semestres de 2014 pela Editora Novo Conceito. Abrange o público YA – juvenil e adulto – e tem como o tema “o vampirismo”. Será que a autora conseguiu desenvolver essa ideia de uma forma diferente? Confira a resenha a seguir. 

      Para controlar a onda intensa de vampiros, os líderes humanos construíram muros ao redor das  cidades com maior concentração de vampiros, abandonado alguns humanos para trás, a sua própria sorte. Os vampiros aprenderam a sobreviver nessa prisão – as chamadas Coldtowns – e se organizaram de forma que os humanos que ficaram presos fossem, por um bom tempo, sua fonte inesgotável de sangue. 
      Tana faz parte desse mundo, onde vampiros são muito bem aceitos – desde que estejam isolados nas Coldtowns. Mordida quando criança pela sua própria mãe, sente um desprezo enorme por essa espécie. Mas tudo munda quando nossa protagonista acorda em uma festa e percebe que todos os convidados desta estão mortos, mutilados por dentes pontudos; menos seu ex-namorado, Aidan.
      Em uma fuga rápida e perigosa, Tana se vê salvando Aidan – que já fora mordido e estava contaminado – e um vampiro qualquer, que estava acorrentado e parecia querer fugir dos vampiros caçadores. Contudo, antes que pudesse fugir totalmente, Tana leva uma mordida leve no tornozelo e parece perceber que terá o mesmo destino que seu ex-namorado.
     Para se isolar de sua família e de seus amigos, resolve se refugiar em uma Coldtown, acompanhado por Aidan e Graviel – o vampiro ancião e enigmático. Mas logo se vê incrivelmente atraída por este. Porém, Graviel esconde segredos sombrios e deseja ardentemente se vingar de um vampiro que comanda a Coldtown. Antes que pudesse fugir, Tana se vê no meio dessa história antiga, sofrida e cheia de rancor. 
      Será que nossa protagonista irá sobreviver nessa cidade selvagem? Será que, no final das contas, Tana conseguirá se livrar da infecção e voltar para casa? 

      A Menina Mais fria de Coldtown é um livro vampiresco que segue todas as regras desse gênero, e que, ao mesmo tempo, foge muito delas. Dotado de uma narração em terceira pessoa e muito bem aplicada ao enredo acelerado e cheio de ação, temos contato com a autêntica protagonista Tana.
      Tana é extremamente diferente das protagonistas – bobas e demasiadamente inocentes – de livros juvenis que têm como tema o vampirismo. Ela é extremamente forte, esperta e rápida, além de não ter problemas de egocentrismo. Tana é altruísta e tem uma personalidade forte e muito firme. Fiquei muito satisfeita com os personagens em geral, que não eram cem por cento bons ou maus, e que apresentavam características muito reais. 
      Mas a narração também contribuiu com nossa protagonista e para os personagens secundários. Com a utilização da ferramenta “flashbacks”, Holly Black foi inteiramente inteligente ao aprofundar Tana e Graviel, voltando ao tempo e mostrando – com muita dramaticidade – a infância dessa e a vida antiga deste. Realmente, é um livro que transpassa sentimentos fortes e que o prende nessa trama bem construída.


      Fiquei muito irritada com o personagem Aidan. Era um personagem extremamente grosseiro, egoísta e problemático. Enquanto Graviel foi uma grande surpresa para mim. Ele conquistou muito rapidamente o leitor, sempre mantendo o seu grande mistério, que só foi revelado nas ultimas páginas. Torci muito para que o casal se fizesse, e, fiquei um pouco decepcionada em notar que não houve muitas cenas românticas entre eles, até porque o enredo exigia uma certa rapidez nos acontecimentos. 
      Se Holly Black poderia ter desenvolvido melhor algumas cenas e alguns personagens? Claro que sim, e acho que esse livro poderia ter alcançado um potencial muito maior se fosse mais minucioso, mais cuidadoso, mais profundo e melhor desenvolvido. Ainda sim, foi incrivelmente fácil ignorar seus erros; mais do que imaginei. 
      Notei que os personagens dessa obra tinham sempre um defeito muito grande: egoísmo, orgulho, rancor, ambição. Isso atribuiu ao enredo muitas lições e aprendizagem. Foi possível observar o destino de cada personagem com essas qualidades e assimilar, sem dúvidas, a mensagem da autora.
      Os assuntos “morte” e “humanidade” foram muito utilizados e várias perguntas foram feitas de forma retórica para que o leitor pudesse refletir. Não foi uma obra somente fictícia e indiferente; trouxe também suas ideias e contribuições para os leitores.
      A Menina Mais Fria de Coldtown conta com muitas expressões estrangeiras e criativas, e trabalha muito com a sexualidade, principalmente, a homossexualidade – que é inserida com normalidade no contexto juvenil que a história se desenrola. Porém, mais que isso, Holly Black fez essa obra ser intensamente sexy, explorando muito esse mundo vampiresco. 
      É, sem dúvidas alguma, uma obra muito inteligente, mesmo seguindo algumas regras rigorosas sobre vampiros. Esse livro é inovador ao utilizar da ideia “resfriado”, ou das próprias cidades cercadas por muros – Coldtowns – atribuindo uma característica distópica. Mas não é somente a ideia geral – o mundo de Holly Black – que me satisfez muito, a própria trama aplicada a essa fantástica realidade é muito bem arquitetada, deixando o leitor confuso até metade do livro e perdido até seu desfecho. Nem preciso dizer que o final de A Menina Mais Fria de Coldtown foi incrivelmente surpreendente.
      Fiquei, durante a leitura inteira, irritada com a falta de respostas para minhas perguntas. Contudo, percebi rapidamente que Tana também estava assim, perdida, sem rumo, mas, ainda sim, enfrentando tudo. Um alívio me golpeou quando enxerguei toda explicação concentrada no clímax do livro. Todas as brechas foram preenchidas de forma impactante, inovadora e muito eficaz. 
      O desfecho me deixou com vontade de uma continuação, mesmo sendo inteiramente perfeito e podendo encerrar muito bem essa história. No final das contas, gostei muito mesmo de A Menina Mais Fria de Coldtown e gostaria de ter contato com outras histórias nesse mesmo universo.
      A capa do livro é bonita, apesar de transmitir uma ideia equivocada. Parece, até mesmo, que essa obra se trata de algo relacionado aos contos de fadas – especificamente, Branca de Neve – e é mais destinada ao público infantil. A fonte da letra me incomodou um pouco, entretanto, acabei me acostumando rápido a ela. Já a diagramação é perfeita! A Novo Conceito acertou muito na publicação desse livro.
      Indico esse livro a todos que estão abertos a inovações, que gostam de romances quentes, de histórias misteriosas e cheias de sangues. A Menina mais Fria de Coldtown é perfeita para os fãs da série de televisão The Vampires Diaries e The Originals, pois, assim como os roteiristas dessas coletâneas, Holly Black também forjou uma trama bem complexa e ousada.
Primeiro Parágrafo:“Tana acordou deitada em uma banheira. Suas pernas estavam levantadas, a bochecha, pressionada junto ao frio metal da torneira [...]”
Melhor Quote:“Ela havia gritado, gritos agudos, chamando a mãe, contudo a mãe estava lá. A mãe era o monstro.”

 

            



2 Comentários

  1. Eu quero imenso ler este livro, só tenho lido resenhas positivas. Beijinhos
    http://diariosdeumadesconhecidacomilona.blogspot.pt/

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  2. Oi Le, tudo bem?

    Esse livro me chama muito a atenção. Estou bastante curioso sobre ele e espero conseguir lê-lo até mês que vem. Beijos!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/

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