Livro: Beijo na testa é pior do que separação
Autor (a): Felipe Pena
Editora: Primavera Editorial
Páginas: 180
ISBN: 9788561977658
Sinopse: Este livro de crônicas de Felipe Pena traz à tona exatamente as características deste tipo textual,que são: breve narrativa a respeito de temas cotidianos e atuais, com linguagem simples e coloquial, exposição dos sentimentos e re flexão a respeito do tema. Décimo quinto livro do autor, em Beijo na testa é pior do que separação – Crônicas do fim de tudo estão reunidas crônicas que tratam da ruptura de relacionamentos e que versam sobre os mais variados assuntos, dentre os quais estão a separação entre os casais, a política, o jornalismo e a literatura. A conexão entre as crônicas está no tema: a separação. Alguns dos textos publicados neste livro são inéditos; já outros foram veiculados em jornais, revistas e livros.
Beijo na testa é pior do que separação – Crônicas do Fim de Tudo é o mais recente livro publicado pela Primavera Editorial do jornalista, professor e psicólogo Felipe Pena. Com outros 14 livros no currículo, entre eles Fábrica de Diplomas (Editora Record) e O Verso do Cartão de Embarque, Felipe já foi duas vezes finalista do Prêmio Jabuti.
Apesar de já ter lido algumas antologias que reuniam contos de diferentes autores, nunca havia lido um livro com crônicas de apenas um – e, depois de Beijo na Testa é Pior do que Separação, confesso me arrepender desse lapso. Acontece que sempre li crônicas de um modo aleatório: em um jornal, em uma revista, alguma que andava fazendo sucesso na internet. Adoro crônicas, é claro, mas nunca foi um gênero que pensei “poderia ler um livro inteiro só disso”. Bem, aconteceu.
Nessa obra, as várias crônicas que a compõem giram em torno de temas específicos: o fim de um relacionamento, assim como o amor, a saudade, as frases não ditas e os pequenos atos que parecem ser a receita certa para o final de uma paixão. O interessante sobre isso é a forma como tudo é retratado. Não há nada exatamente claro, uma causa certa para a ruptura entre duas pessoas – o autor se utiliza de metáforas, frases sutis e eufemismos, que exigem uma grande interpretação do leitor para saber qual foi a essência de cada história.
Desse modo, com uma linguagem
coloquial e de fácil entendimento, Felipe Pena consegue ser, ao mesmo tempo que sucinto,
poético. Há, nos textos, várias expressões do dia a dia e até algumas gírias, mas também é possível identificar metáforas, analogias e
eufemismos. Assim, os casos contados tornam-se aparentemente simples, mas vêm guarnecidos de uma carga emocional enorme.
As crônicas são independentes, todavia, em certos momentos, parecem relacionadas com outras. Não é preciso realizar a leitura do livro inteiro para entender apenas uma, contudo, posso garantir que, assim que começar a ler, parar torna-se muito difícil. É o livro perfeito para uma tarde melancólica, chuvosa, e a leitura pode ser concluída em uma questão de meras horas (no meu caso, ao menos, foi exatamente assim.)
Como o próprio Felipe Pena explica na última parte do livro, intitulada Crônica do Posfácio, nem todas as crônicas presentes no livro são inéditas. Algumas já foram veiculadas em jornais, revistas, e até outros livros. Também há um caso especial, na qual uma das crônicas teve sua publicação vetada por um grande veículo jornalístico (o texto traz citações a importantes nomes públicos e foi censurado, segundo o próprio Felipe Pena, pela requisição de “um deputado que tem muito poder e influência nos meios de comunicação”).
"Estamos à mercê dos advérbios que não queremos, dos adjetivos que não merecemos, dos pronomes que foram trocados (de propósito?). Nossa história não nos pertence. Não temos tempo. Tempo é expectativa. É o portão de ferro da angústia."
Nos textos, podemos identificar, em vários trechos, citações de músicas de que vão desde Renato Russo até Lady Gaga, assim como menções a filósofos e intelectuais, antigos e contemporâneos. Também é notável a citação de novelas, filmes, programas de televisão e, até mesmo, poemas. Tudo isso de uma maneira extremamente bem amarrada, que consegue prender o leitor do começo ao fim. Me vi pensando que leria “só mais uma”, e, quando dei-me conta, já havia terminado o livro.
“(…) Escrevo na esperança de que os textos se tornem garrafas ao mar. Não quero convencer ou ilustrar, apenas levanto discussões.”
O design ficou por conta da Primavera Editorial, e acredito, honestamente, que não poderia ter combinado mais com o sentimento que o livro transmite. É uma arte bonita, contrastante, ao mesmo tempo que simples. Na realidade, isso foi o que mais me chamou atenção no design: os títulos, todos iniciados com letra minúscula, passam essa sensação de minimalismo que o livro também transmite. A diagramação é bonita, tendo um detalhe charmoso no final de cada crônica. Não encontrei nenhum erro de ortografia ou revisão durante todo o livro, que possui 177 páginas.
Entre idas e vindas, Felipe Pena consegue analisar fatos do cotidiano com um olhar profundo, destemido e até mesmo um pouco irônico. Para quem, assim como eu, não possui o costume de ler livros de crônicas, pode ter certeza que começar por Beijo na Testa é Pior do que Separação é uma ótima pedida. Super recomendado!
Primeiro parágrafo do livro:
"As frases não ditas são eternas. Não era o que eu queria dizer."
Melhor quote:
"Não tenho medo, meu amigo.
Não é a morte que me assusta, é o esquecimento."
Oi Gabi, não conhecia e achei bem interessante o livro. Vou dar uma espiada.
ResponderExcluirBjs, Rose
nunca li nada de contos, mas vi voce falando nas redes sociais sobre ele e me interessei.. acho qe compro se ver na livraria, hahah
ResponderExcluirque livro legal, adoro cronicas. nunca tinha ouvido falar sobre ele na blogosfera nao, na vdd, nem do autor. mas gostei bastasnte, ele parece ser bem esperto e com um humor legal.. boa dica
ResponderExcluirmuito bom
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