Título Original: Covet
Autor (a): J.R. Ward
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 496
ISBN: 9788579301940
Sinopse: "Redenção não é uma palavra que Jim Heron conhece muito bem – a especialidade dele, pessoal e profissional, é vingança, e para ele, pecado é bem relativo. Mas tudo muda quando ele se torna um anjo caído e é incumbido de salvar as almas de sete pessoas dos sete pecados capitais. Sua arma: o poder do amor. Seu inimigo: o mais sombrio mal. E falhar não é uma opção. Vincent Di Pietro se entregou ao seu trabalho – até que o destino intervém na forma de um muito convincente, dono de uma Harley, salvador declarado, e uma mulher que o fará questionar seu destino. Com um mau antigo pronto para reclamá-lo, Vin tem que trabalhar com um anjo caído não apenas para salvar sua pele… mas para salvar sua alma."
SÉRIE "FALLEN ANGELS"
1. Cobiça
2. Desejo
3. Inveja
4. Fascínio
J.R Ward consquistou, ao redor do mundo, centenas de milhares de fãs com a série “Irmandade da Adaga Negra”, e, logo depois, voltou às listas de bestsellers com a série "Fallen Angels". Misturando diversos universos para criar um único, a série promete contar uma história sobre a guerra entre anjos e demônios de um modo ainda não visto. Confira a resenha de "Cobiça", o primeiro volume de Fallen Angels.
Jim Heron trabalha para uma empresa de construção civil. Apesar do presente relativamente normal, sua vida já foi bem diferente: ele era um funcionário militar do alto escalão do governo americano, que fez o “trabalho sujo” e imoral diversas vezes. Apesar de não se arrepender e acreditar ter feito o que foi necessário na época, Jim decidiu se afastar dessa vida de modo definitivo. Ele agora tem uma vida pacata, tranquila e confortável – é claro, até se deparar um com problema que vai muito além de sua compreensão.
Depois de sofrer um choque mortal no seu local de trabalho, Jim pensa estar sonhando quando vê quatro anjos – e nada parecidos com que todos conhecemos. É aí que nosso protagonista descobre que, no meio de uma guerra entre anjos e demônios, ele foi o escolhido para ter uma espécie de “voto de minerva”. Sua missão é salvar sete pessoas, sete almas corrompidas por um dos sete pecados capitais, e, com isso, garantir o futuro da humanidade; ou condená-la de vez.
“– Como funciona? – perguntou. – O que tenho que fazer?
Nigel sorriu.
– Os sete pecados capitais. Sete almas afetadas por esses pecados. Sete pessoas em uma encruzilhada, com uma escolha que deve ser feita. Você entra em suas vidas e influencia seu caminho. Se escolherem a retidão sobre o pecado, nós prevalecemos.
– E se não fizerem isso?
– O outro lado ganha.”
Ao mesmo tempo, conhecemos a história de Vin DiPietro, um milionário que, viciado em trabalho, esquece-se de viver verdadeiramente a vida, e de valorizar aqueles que estão ao seu redor. As histórias do personagem se cruza com a história de Marie Terese, uma prostituta que, cheia de segredos, esconde um passado para lá de assombroso.
Eu simplesmente adoro os livros da J.R. Ward. Cheguei a essa conclusão lendo a série “Irmandade da Adaga Negra”, e preciso afirmar que ler “Cobiça” apenas me fez afirmar ainda mais essa opinião. Há poucos autores, acredito eu, que conseguem te jogar de cabeça para dentro de uma história, especialmente se ela não for a melhor orquestrada ou com os melhores personagens – e Ward é um deles, sem qualquer dúvida.
O interessante sobre Cobiça é que não se trata de uma história de amor água com açúcar. Esse foi o primeiro pensamento que cruzou minha mente quando li a sinopse: afinal, um milionário que se apaixona por uma prostituta, que possui um passado sombrio, segredos e que foge de contato… é, já ouvimos esse conto outras vezes. Todavia, após ler o primeiro capítulo da obra, percebi que estava redondamente enganada.
Ok, confesso que o plot para o encontro do casal principal não foi lá o mais dos originais. Mas Cobiça não é o tipo clichê romântico: cenas de sexo, de rituais, de possessão, alguma magia – tanto do lado de bem, quanto do mal! – e até sacrifícios humanos. É claro que esses não são os pontos mais destacados na obra, mas eles estão lá, sim. E isso tudo traz um diferencial enorme para com as antigas e malhadas histórias de amor.
Narrado em terceira pessoa, a autora intercala entre os três personagens principais, e conseguiu com maestria – ao mesmo tempo que contava os fatos de forma ampla – aproximar o leitor de cada história. É muito comum se identificar com o que os personagens estavam sentido, e sentir empatia (ou raiva, em certos momentos!) foi uma tarefa extremamente fácil. A escrita de Ward, majoritariamente, me agradou muito. É uma escrita formal que, ainda que não deixe de lado expressões cotidianas, consegue ser extremamente fluída e até mesmo poética, em certos trechos.
Enquanto lia, não conseguia parar de me perguntar:
“Onde esse livro quer chegar?!”. Esse é o principal fator, em minha opinião, da leitura de Cobiça ter sido extremamente
rápida. Demora uma considerável quantidade de páginas para que o leitor entenda, mais ou menos, qual é o real
plot do livro, o que o impele a ler mais e mais. Essa foi outra jogada de mestre de Ward, já que – mesmo quando algumas coisas eram reveladas ou certas pistas fornecidas – sempre houve algum
mistério a mais para ser desenvolvido, algo que ficou sem resposta.
De tal modo, por mais eu tenha gostado muito desse universo criado pela autora, não posso deixar de apontas algumas falhas, em minha opinião. O começo do livro, quando há uma explicação um tanto rasa sobre a guerra entre anjos e demônios é extremamente interessante. Contudo, muita coisa ficou mal explicada ou vaga demais: algo que relevei ao iniciar a leitura, pensando que as explicações viriam com o passar do tempo – só que elas não vieram.
Basicamente, o que os anjos dizem a Jim é o que sabemos sobre a guerra, o que é muito pouco. E algo que não consegui aceitar, de modo algum, foi como o próprio Jim (ou até mesmo Vin, mais tarde) não refletiu sobre isso. É claro, eles se revelam surpresos no começo, mas, depois de alguns minutos, já estão engajados na luta. Achei que faltou certa coerência aqui, mesmo que, na realidade, a história de Cobiça seja muito mais sobre a história dos personagens principais do que sobre a tal guerra.
Essas foram meus
únicos receios para com o livro. No geral, acredito que tenha sido uma história
extremamente interessante, resultado de uma mente muito fértil da autora – ainda que não tão criativa, já que nessa série Ward mistura muitos, muitos elementos já conhecidos pelos leitores. É claro que o livro é fruto de muita fantasia, porém, há algo no qual a autora foi bem sucedida em inserir muita realidade: na criação de seus
personagens.
Jim é corajoso, inteligente e muito bem decidido. Ele é um ótimo protagonista, ainda que, em algumas ocasiões e até mesmo devido ao romance, acabe ficando em segundo plano na história. Já Vin e Marie Terese formaram um casal que me deixou, como fangirl, torcendo loucamente pela felicidade dos dois. Como já afirmei, Ward pecou com a criatividade ao criar o plano de fundo para o encontro deles; contudo, fora isso, são personagens extremamente bem posicionados.
Algo que me agradou demasiadamente foi o modo como cada um é tão real. Não existem mocinhos que fazem tudo certo, e a protagonista é uma mulher que cometeu muitos erros na vida, e, além disso, possui uma profissão rebaixada pela sociedade. Todos os acertos e erros, mas, especificamente esses segundos, mostram ao leitor que, por mais que possuam algum “dom” ou habilidade, na realidade, não passam de seres humanos imperfeitos, como todos nós.
O design por conta da editora Universo dos Livros combinou muito com a história. Vi a capa americana e, na realidade, a achei mais visualmente bela do que a brasileira. Contudo, não há como desmerecer a capa nacional, que conseguiu captar perfeitamente a atmosfera de Cobiça. A diagramação das páginas é simples, mas bela, e encontrei apenas poucos erros de revisão. Sobre a tradução, que ficou a cargo de Carolina C. Rosa, encontrei alguns trechos um tanto confusos devido ao uso errado de expressões, mas, de um modo geral, a bela escrita da autora foi mantida.
Por fim, afirmo que Cobiça é uma leitura leve, divertida e instigante. Com sua boa quota de cenas de ação, romance e suspense, Ward conseguiu, nesse livro, misturar temas variados e recorrentes, equilibrando-os na medida exata. Não há como dar risadas com as cenas divertidas e quase roer as unhas de nervosismo nas cenas de ação ou suspense. Ward conseguiu, mais uma vez, me prender do começo ao fim da leitura, e o livro está mais do que recomendado.
Primeiro parágrafo do livro:
"Demônio é uma palavra tão desagradável."
Melhor quote:"Mas entenda, isso foi o que aprendi. As coisas estão difíceis para mim agora porque eu tentei pegar o caminho fácil da primeira vez. (...) Esse é o problema com cavalos brancos. Você mesmo tem que pagar por eles ou sempre estará usando o reino de outra pessoa."
ADOREEEI SUA RESENHA, FLOR!
ResponderExcluirtava procurando uma resenha bem completa sobre o livro e a melhor que axei foi a sua. muito obrigadah mesmo, me ajudou bastante na hora de decidir. que bom que vc gostou, eu simplesmente amo a outra série Irmandade da adaga negra da autora e fiquei super feliz de ver que essa serie aqui tb era muito bem cotada.. amei
deixa eu pgtar: voce sabe se o segundo volume ja foi lançado?
beijao