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Sinopse: Aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida - e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.
A Filha Perdida é um livro sobre uma mãe devastada em todos os sentidos. Elena Ferrante mostra a lado real de ser mãe, principalmente as dificuldades e a pressão que todas passam quando começam a abdicar de suas coisas por causa dos filhos. Leda é totalmente verdadeira quando conta seus segredos para o leitor, ela não tem medo de mostrar a verdade como ela é. Não esperem um enredo romantizado, pois teremos muitas coisas bem tensas que serão reveladas, para dilacerar o coração do leitor sem dó nem piedade.
Na viagem, Leda conhece uma família e acaba fazendo algo que ao nosso ver é errado, mas no decorrer do livro conseguimos observar o porquê das atitudes de nossa protagonista. Leda vai não só revelar suas magoas e angustias, mas vai descobrir alguns segredos que rondam a vida dessa família que ela acabou de conhecer. E é por causa dessa família que Leda vai mostrar esse seu lado ''não mãe" e nos contar os detalhes da infância de suas filhas. Nossa protagonista não se encaixa no papel de mãe e esposa, e no desenrolar da história iremos nos adaptar com as escolhas e jeitos de Leda ver as coisas .
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"As vezes precisamos fugir para não morrer."
Como dito anteriormente, a escrita, no início, pode causar um certo estranhamento. A história é narrada em primeira pessoa sob o ponto de vista de Leda. Ela é totalmente independente, sai de férias em busca de se redescobrir, mas acaba tendo que enfrentar várias lembranças do passado, e por causa dessas várias feridas mau cicatrizadas são abertas e muitas vezes deixarão o leitor intrigado e de boca aberta com algumas revelações. Elena Ferrante tem uma linguagem bem formal e minuciosa, então o ritmo da leitura não é tão rápido — encontrei várias palavras que tive que procurar o significado.
Mas o principal motivo para todo esse meu amor por A Filha Perdida foi a construção de Leda — já que acho muito bom ler algo capaz de nos tirar do comodismo e nos encaminhar a algo mais ousado e diferente. Todas as vezes em que Leda viajava em sua memória no meio de uma narração no presente eu já esperava surpresas, e é isso que Ferrante traz nesse livro: muitas surpresas e segredos. Leda muitas vezes se mostrava fria, mas a verdade era que a protagonista deixava mostrar que sentia falta de suas filhas, que na maioria das vezes ligavam apenas por obrigação.
Leda é uma professora jovem e bonita, uma personagem que passa por muitos problemas e arrependimentos. Muitas vezes eu fiquei decepcionada com ela, mas depois fui vendo que o passado muitas vezes deixa as pessoas diferentes e amargas. Leda inicia o livro causando muito estranhamento e no fim consegue fisgar o leitor — no entanto, não é aquela personagem que todos nós morremos de amores por causa de suas escolhas.
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"Os filhos são assim, às vezes amam com afago, outras vezes tentam mudá-la totalmente, reinventando você, como se achassem que cresceu mal e que é dever deles ensinar a como estar no mundo, a música que você deve ouvir, os livros que deve ler, os filmes que deve assistir, as palavras que deve ou não usar porque são velhas, ninguém as usa mais."
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Primeiro Parágrafo: "Eu estava dirigindo havia menos de uma hora quando comecei a passar mal. A queimação na lateral do corpo reapareceu, mas de início decidi não dar importância àquele sinal...".
Melhor Quote: "As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender."
Namoro esse livro a horas e ainda quero ler. Conflitos familiares sempre me interessam ainda mais entre mãe e filha que a meu ver é o mais pesado de todos. Acho isso, por ter um período bem conturbado com minha mãe. Também não posso julgar, pois não sou mãe e vendo de fora tudo fica mais facil, mas de uma coisa tenho certeza, erramos e erramos muito tanto como filhas como mães. Acho que esse livro é tocante ao leitor ou por se identificar ou pelo tamanho e intensidade que esse relacionamento tem. Depois que amigas proximas foram mães me decepcionei com o que viraram, esqueceram que antes de tudo saõ mulheres e esposas e assumiram 1000% o papel de mãe e o resto? Gostei de saber da "sinceridade brutal" que tu comentou, quero ter a oportunidade de ler e ver qual a visao da autora sobre isso. Agora sobre a autora, curioso saber que ninguém conhece sua real identidade...
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