Livro: Half Wild
Título Original: Half Wild
Autor (a): Sally Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 332
ISBN: 9788580577464

Sinopse: Na Inglaterra, onde duas facções rivais de bruxos dividem espaço com os humanos, Nathan é considerado uma abominação. Além de ser um mestiço — filho de uma bruxa da Luz com um bruxo das Sombras —, seu pai, Marcus, é o bruxo mais cruel e poderoso que já existiu. Nesse mundo dividido entre mocinhos e vilões, não ter um lado é pecado. E Nathan não pode confiar em ninguém. Em Half Wild, após descobrir seu dom mágico, mesmo sem ainda conseguir controlá-lo, Nathan se une aos rebeldes da Luz e das Sombras de toda a Europa para derrubar Soul, líder tirânico do Conselho, e os caçadores, cujo domínio se espalhou para além da Inglaterra. O Conselho de bruxos da Luz continua em sua cola e não vai parar até ele ser capturado e obrigado a matar o próprio pai, cumprindo a profecia. Nathan vai precisar encontrar um modo de conviver com seu lado selvagem, descobrir quem são seus verdadeiros aliados e — principalmente — quem é seu verdadeiro amor.

TRILOGIA "HALF LIFE"
    1.  Half Bad
    2.  Half Wild 
    3.  Sem título divulgado (Sem previsão de lançamento)


Half Wild é a continuação do sucesso "Half Bad", escrito por Sally Green. Publicado no Brasil no segundo semestre de 2015 pela editora Intrínseca, a série Half Life já teve seus direitos cinematográficos vendidos para a Fox 2000, confira a resenha abaixo: 

     Nathan é fruto da relação entre o mais perigoso bruxos das Sombras —  Marcus —  com uma Bruxa da Luz, fazendo dele um meio-código desprezado, uma possível ameaça para a sociedade de bruxos da luz, e uma possível arma que Marcus poderia, um dia, se utilizar. Por esse motivo, Nathan foi torturado e discriminado a vida inteira, até que conseguiu fugir da sua prisão e completar, com a ajuda de seu pai, a cerimônia dos três presentes, para receber seu poder em sua totalidade e se tornar um bruxo completo. 
     Agora, Nathan tem que lidar com seu diferente e pouco conhecido poder e decidir o que fazer com sua amada Annalise, que está  fora de suas vistas, em perigo. Para piorar, desde a ultima vez que foi caçado à pedido do Conselho, nunca mais viu seu fiel amigo Gabriel. O que ocorrera de fato naquela noite? Onde estava seu pai nesse momento tão difícil?
     Nesse momento de reflexão, Nathan descobre algumas mudanças no quadro dos caçadores: esta prática que era, antes, típica somente do Reino Unido, agora estava tomando a Europa, reforçando o preconceito racial e o domínio total dos Bruxos da Luz. 
     É nesse contexto que nosso protagonista, com o objetivo de derrubar o líder do Conselho que o persegue, acaba se unindo aos rebeldes da Luz e das Sombras de toda a Europa. Será que Nathan conseguirá fugir e acabar com essa intensa perseguição?


     Gosto muito do modo diferente como Sally cria sua narração. Assim como em Half Bad, encontrei nessa sequencia, uma liberdade de escrita muito grande. É como se a autora não seguisse os modelos tradicionais de escrita — que seguem sempre os mesmo passos e apresentam sempre um mesmo resultado — ; parece que Sally fica à vontade em escrever o que lhe vem na mente. As frases são mais quebradas, impactantes, dando um clima de suspense e enfatizam as ideias principais.
     Outra característica que essa narração, em primeira pessoa, auxilia é na construção do seu protagonista, pois, muito de seus pensamentos e sentimentos são expostos com mais intensidade e facilidade. Mas encontrei dois ponto mais frágeis nesse volume: as onomatopeias e repetição de ideias. As onomatopeias são um artificio de escrita muito interessante, mas não agrada muita gente. Talvez, porque desde que somos crianças fomos ensinados a interligar essa figura de linguagem à enredos infantis; e foi essa impressão que tive quando Sally usou a onomatopeia em sua trama. Era para encarnar mais o leitor no cenário, contudo, teve um resultado diferente do pretendido.
     A repetição da ideias foi algo mais justificável, já que nosso protagonista se encontrava desesperado nesse primeiro momento do livro. Mas Nathan repetir toda hora o que ele precisava fazer — principalmente, salvar Annalise — foi angustiante e exagerado. Acredito que a escritora poderia ter suavizado mais sua narração.
     Porém, ainda amo o modo que Nathan encontrou para se acalmar, descobrir onde está sem abrir os olhos — só ouvindo o som do que está à sua volta, e usando a lógica — e como analisa os acontecimentos. É algo bem peculiar ao personagem, que deixa a trama mais envolvente e concreta, afinal, temos muita fantasia nessa trama.
     Outro ponto positivo em Half Wild é o personagem Gabriel, mas que acabou me incomodando pelo fato de Sally construir uma "expectativa de triângulo amoroso" entre Nathan, Gabriel e Annalise, onde o protagonista é completamente apaixonado pela menina e onde ele nunca demonstrou ter características desse "gênero". Realmente não compreendi onde ela quis chegar soltando essa "possibilidade" de romance gay no ar. Já Annalise é uma personagem esquisita; que não nutro nenhuma simpatia ou antipatia. Não encontrei nenhuma qualidade que Nathan afirmava ela ter; não vi nada demais nessa "mocinha". Contudo, acredito que depois do protagonista, o personagem mais especial e peculiar dessa trama ainda seja Marcus, seu pai. Ele ainda me inspira muitas duvidas em relação a sua personalidade, e simplesmente não consegui compreendê-lo em sua totalidade.

   
      Sally se perdeu no temporalidade em Half Wild. No volume anterior, estava bem claro quando o protagonista voltava à suas memórias, e, nesse enredo, houve momentos de confusões. Ela esqueceu de usar elementos marcantes para que fosse possível essa diferenciação imediata. Acredito, também, que muitas de suas remanescias foram desnecessárias e muito cansativas.
     É claro que Nathan e o próprio enredo cheio de ação e reviravoltas conseguiu cobrir muitas falhas da autora, tornando Half Wild uma leitura agradável. Principalmente porque traz um significado por cima de tudo: fala sobre descriminalização, preconceito, perseguição racial e tirania
     A capa é aveludada, com letras alto-relevo e prata. A capa frontal é negra, enquanto a traseira é semelhante, porém, branca. A Editora Intrínseca acertou muito — e caprichou muito — na diagramação e na revisão de Half Wild! Além disso, a fonte da letra e a cor amarelada da página contribuirão muito para uma leitura satisfatória e sem interrupções.
     O clímax dessa obra me satisfez. No final da leitura percebi o quanto não teria escolhido aquele tipo de caminho para a trama. O desfecho foi quase decepcionante levando em conta a expectativa que a introdução de Half Wild inspirou em seus leitores. Entretanto, independe disso, estou aguardando ansiosamente pelo terceiro livro, o qual acredito que a autora guardou as melhores surpresas. Às vezes, o segundo livro é somente uma ponte que interliga o primeiro livro e o ultimo, e, por esse motivo, deixar a desejar para o desfecho geral ser mais impactante. Acredito fielmente que Half Life ainda pode atingir potenciais mais altos. 













2 Comentários

  1. Fiquei muito curiosa para ler! Essa maneira que a autora escreve é muito criativa, nunca tinha visto! Como você disse, foge daquele padrão certinho.
    Beijos,
    http://www.moleca20.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Terminei de ler hoje e gostei bastante, apesar de concordar que possui muitas falhas. Adorei a resenha, sintetizou muito bem sua opinião, que pra esse livro, que a meu ver é bem difícil de resumir rs.
    P.S.: Segundo a wikipédia da língua inglesa, o terceiro livro da série Half Life se chama "Half Lost" (https://en.wikipedia.org/wiki/Half_Bad#Sequel).

    ResponderExcluir

.