Livro: Playlist de Hayden
Título Original: Playlist for the Dead
Autor (a): Michelle Falkoff
Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
ISBN: 9788581637044
Sinopse: Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava. A PLAYLIST DE HAYDEN é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.
Playlist de Hayden é livro de estreia de Michelle Falkoff, que é, atualmente, Diretora de Comunicação e Lógica Jurídica da Northwestern University School of Law. Publicado pela Editora Novo Conceito em 2015, Playlist de Hayden pareceu surpreender os leitores brasileiros.
Hayden era o melhor amigo de Sam. Com ele, Sam compartilhava músicas, jogos e sentimentos. Contudo, Sam jamais imaginaria que, um dia, o encontraria morto, com sinais de suicídio. As únicas pistas que Sam tinha era que houvera uma briga naquela noite e que Hayden esperava que seu melhor amigo o encontrasse, já que um pendrive com músicas fora deixado propositalmente para Sam, acompanhado do bilhete "Para Sam. Ouça, você vai entender".
Neste contexto, nosso protagonista inicia sua investigação, escutando todas as músicas que seu melhor amigo escolheu minunciosamente, com a finalidade de compreender a razão que o levou àquele ato. É nesse jogo que Sam descobre muito sobre a vida de Hayden, segredos nunca contados, e conhece Astrid. Quais respostas Sam encontraria? Ele estaria preparadas para elas? Sam precisará percorrer um caminho perturbador e terá que decidir, finalmente, se ficaria ou não com a culpa da morte do seu melhor amigo.
Playlist de Hayden foi um livro inteiramente surpreendente para mim. Primeiramente, por ter uma capa muito semelhante as dos romances mais novos que encontramos facilmente no mercado — como Zack e Mia, Eleanor e Park, Amy e Matthew — e ter me induzido a criar uma expectativa diferente para o livro; imaginei que seria algo leve e mais voltado para o público YA. Depois, por eu ter percebido que esta obra não era superficial e pouco marcante. Pelo contrário, esse livro trabalhou com temas extremamente fortes e profundos, que me deixaram com raiva, com compaixão, muito pesar e tristeza.
Trata-se de um livro inteiramente misterioso, onde o leitor se vê envolvido e instigado a continuar com trama, com a finalidade de compreender o porquê de Hayden ter se suicidado. E, é nesse contexto que Michelle Falkoff trouxe o cotidiano contemporâneo para o livro, e os problemas que o acompanha. A autora retratou de uma forma bem forte o bullying, a opressão e a culpa.
Foi um surpresa e tanto lidar com personagens bem peculiares e tão leais à realidade, com qualidades e defeitos. Sam traz mais características de um jovem perfeito demais, a ponto de ser o inverso, enquanto Hayden era um garoto tímido e misterioso. Gostei muito de ter caminhado por todo esse mistério através da visão de Sam, pela narração em primeira pessoa, e, mesmo assim, ainda me senti mais próxima de Hayden conforme o enredo progredia, mesmo ele estando morto.
Acredito que isso é o que mais odeio nesse tipo de história: nos apegarmos a personagens que estão mortos e que
não vão voltar, mesmo depois da solução do mistério. Depois do clímax e o do desfecho sempre nos perguntamos "e agora?". E agora
é isso, o personagem continua morto e não há como voltar atrás. Senti muito isso em "
Eu Estive Aqui" e "
Reconstruindo Amelia".
De alguma forma, essa obra também me lembrou
"Cidade de Papel" por toda investigação e pistas deixadas para Sam. Acho, inclusive, que nesse âmbito, a autora
não se mostrou tão criativa e tão inovadora, apesar das músicas colocadas em cada começo de capítulo serem chamativas. Elas, também, foram capazes de aprofundar muito Hayden; um ponto fortíssimo nesse enredo.
"(...) Eu jamais entenderia o quanto ele se sentiu ferido, confuso e desesperançado a ponto de decidir que não valia mais a pena tentar..."
Esse livro me golpeou em cheio, porque, em três meses, é o segundo livro que leio sobre suicídio "inexplicável", onde os amigos se encarregam da culpa e do dever de investigar a situação, e descobrem que conheciam seus melhores amigos muito pouco. Acho que isso ainda é um assunto delicado para mim, talvez porque não temos ciência de tudo que ocorre em nossa volta, não podemos controlar tudo e coisas inesperadas podem acontecer.
O desfecho da obra não foi nada realmente surpreendente, já que, conforme a leitura se segue, nós já desconfiamos de alguns fatos. Mas acredito que foi bom, de alguma forma, a autora ter escolhido esse caminho mais fácil e previsível. No final da leitura, vi como gostei da experiência, e como foi fácil ignorar os erros de Playlist de Hayden. Espero, ainda, ler mais livros da autora e acompanhar seu amadurecimento como escritora!
A capa é bonita, entretanto, apresenta uma ideia diferente do que o conteúdo realmente carrega. A diagramação é lindíssima, a Editora Novo Conceito arrasou na publicação geral. Encontrei alguns pequenos erros de ortografia, nada realmente incomodador e irritante. Por fim, indico a leitura a todos que gostam de livros mais fortes, que tratem de assuntos importantes, que amadureçam seus personagens e que sejam marcantes.
Melhor Quote: “[…] eu não tinha pensado naquilo como um sinal de coragem. Parecia apenas que ele havia levantado um muro ao redor de si mesmo para que não tivesse que lidar como o que estava acontecendo."
Amei a resenha! Pretendo ler esse livro em breve.
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