ISBN: 9788501104564
Sinopse: Laureth é uma adolescente cega de 16 anos, e seu pai é um autor conhecido por escrever livros divertidos. De uns tempos pra cá, ele trabalha em uma obra sobre coincidências, mas nunca consegue termina-la. Sua esposa acha que ele está obcecado e prestes a ter um ataque de nervos. Laureth sabe que o casamento dos pais vai de mal a pior quando, de repente, seu pai desaparece em uma viagem para a Áustria e seu caderno de anotações é encontrado misteriosamente em Nova York. Convencida de que algo muito errado está acontecendo, ela toma uma decisão impulsiva e perigosa: rouba o cartão de crédito da mãe, sequestra o irmão mais novo e entra em um avião rumo a Nova York para procurar o pai. Mas a cidade grande guarda muitos perigos para uma jovem cega e seu irmãozinho de 7 anos.
"Ela não é Invisível" foi escrito por Marcus Sedgwick e publicada pela editora Galera no Brasil no segundo semestre de 2015. Marcus Sedgwick já foi editor de livros infantis e juvenis e já ganhou inúmeros prêmio com seus livros, inclusive "Edgar Allan Poe". Confira a resenha:
Laureth Peak é filha de um renomado escritor de livros humorísticos, Jack Peak e para ajudar seu pai, ela ficara responsável por responder os e-mails de seus fãs e de seus críticos. É nesse contexto que Laureth recebe um email incomum: era um homem que afirmava ter o caderno de anotações do seu pai e que para obtê-lo novamente, era necessário ir a Nova York e pagar a recompensa.
Mas como o caderno de seu pai fora parar lá, sendo que ele estava viajando para Suíça? Havia algum tempo que Jack Peak decidira modificar o gênero de seus futuros livros. Com uma obsessão grande pelo número 354, ele viajara inúmeras vezes atrás de informações sobre o assunto “coincidência” para produzir sua inovadora obra.
Agora Laureth teria que ir da Inglaterra aos Estados Unidos, procurar por seu pai. O problema era que a relação entre seu pai e sua mãe estava muito ruim desde que Jack ficara paranoico e Laureth não iria ter o apoio de sua mãe para averiguar essa situação.
Roubando o cartão de crédito de sua mãe, e “sequestrando” seu irmão, nossa protagonista embarca nessa aventura perigosa e incerta. Mas havia um problema maior: Laureth, para piorar tudo, era cega e teria que confiar no seu irmão mais novo para ser guiada até seu pai.
Ela não é Invisível foi uma grande incógnita para mim. Pesquisei muitas vezes em sites nacionais e internacionais opiniões sobre esse livro antes de solicitá-lo, e, mesmo assim, não fui totalmente convencida de que seria uma leitura ótima quando decidi lê-lo.
No entanto, assim que li o primeiro parágrafo dessa obra, percebi o talento de Marcus Sedgwick na narração em primeira pessoa, que conseguiu me envolver e me prender até o final. Trata-se de uma descrição fluída, leve, sem excesso de pontuações – pausas bruscas – e palavras difíceis. E, mesmo apresentando uma linguagem mais acessível, o autor não apelou para a informalidade, o que me agradou inteiramente.
A personagem Laureth foi um grande ponto forte na trama, assim como o seu irmão, Beijamin, que, com somente 7 anos, apresenta uma personalidade diferenciada e legítima. Ele é muito esperto, adora Histórias em Quadrinho e soube auxiliar muito nossa protagonista nessa viagem maluca. Talvez a solidão desse jovem personagem acabou tornando-o especial e diferente das demais crianças de sua idade.
Já Laureth é uma protagonista muito forte, independente de suas fraquezas. Aprendi muito com ela, através de seus olhos e seus sentimentos. “Ela não é Invisível” deixa claro e critica fortemente o preconceito das pessoas perante os deficientes físicos. Quando não temos essa empatia, quando não nos colocamos no lugar dos outros, não compreendemos totalmente a dificuldade dessas pessoas. Apesar de ser uma personagem ficcional, encarei-a como alguém real e tirei proveito de sua vida e de seus ensinamentos, pois ela deixou bem claro que a força de vontade é muito maior que qualquer fraqueza física.
Achei muito interessante, também, o sentimento forte de admiração que Laureth sentia por seu pai, forte o bastante para ela arriscar seu irmão e a si própria em uma viagem que poderia não resultar em nada. E o
mais tocante de ver foi o
carinho e o contato que os irmãos compartilharam nos momentos difíceis! Essas cenas foram realmente muito importantes para construção desse livro.
O caderno de anotações de Jack me interessou por trazer várias propostas interessantes. Marcus Sedgwick, no final de alguns capítulos, fez questão de mostrar aos leitores o que seu personagem tanto escrevia naquele livro. Há várias leis da física, vários pensadores explorados nas ideias do personagem a cerca de “coincidências”. Carl Jung, Edgar Allan Poe e Freud podem são mencionados nesse livro de um modo bem dinâmico, didático e pouco enfadonho.
O enredo não é extraordinário. E, talvez foi isso que me inspirou certa insegurança quando, antes, só havia lido sua sinopse. Marcus Sedgwick é mestre em construir uma trama simples, e transformá-la em algo envolvente, descontraído, bem-humorado e real. É claro também que há uma dramaticidade grande, problemáticas, e muita reflexão!
O mistério de “Ela não é Invisível” se manteve até o seu fim, e acabou não me surpreendendo totalmente, apesar de eu ter aprovado plenamente o caminho que o autor optou em seguir. Não consigo imaginar outro desfecho ou outro clímax que pudesse ser tão “correto” para essa história.
A capa é lindíssima. A imagem é bem elaborada e chamou muito minha atenção. Seu material é macio – e não liso e luminoso — e o tamanho do livro é médio, o que facilita para ser carregado para todos os lugares. A diagramação do livro é perfeita, assim como a fonte da letra e as páginas amareladas.
Indico a leitura para todos que apreciam livros que trazem uma
reflexão filosófica, que gostem de livros mais
descontraídos, e que apresentem também uma trama mais juvenil. “Ela não é Invisível” acabou me agradando e me marcando muito!
Primeiro Parágrafo: "Uma ultima vez repeti para mim mesma que não estava sequestrando meu irmão caçula"
Melhor Quote: "[...] Não dá para sentir falta de algo que a gente nunca teve"
Não me importo em ser cega. O que me incomoda são as pessoas me tratando como se eu fosse idiota."
Eu adoro estes livros que mesclam o juvenil com uma pitada de drama e chick - lit, é uma dos meus gênero favoritos e que mais me distraem, adoraria poder ler este livro!!
ResponderExcluirBeijinho, Van - Retrô Books
http://balaiodelivros.blogspot.com.br/
Oie, Tudo bom? Adorei a resenha! *-*
ResponderExcluirNunca li um do Marcus Sedgwick, mas esse com certeza vai para a minha lista de livros que tenho que ler! Beijos.
Parece lindo, bela resenha ^.^
ResponderExcluirVanessa | http://closetdelivros.blogspot.com.br