Sinopse: Apesar de sua beleza e de seus modos encantadores, Annabelle Peyton nunca foi tirada para dançar nos eventos da sociedade londrina. Como qualquer moça de sua idade, ela mantém as esperanças de encontrar alguém, mas, sem um dote para oferecer e vendo a família em situação difícil, amor é um luxo ao qual não pode se dar. Certa noite, em um dos bailes da temporada, conhece outras três moças também cansadas de ver o tempo passar sem ninguém para dividir sua vida. Juntas, as quatro dão início a um plano: usar todo o seu charme e sua astúcia feminina para encontrar um marido para cada, começando por Annabelle. No entanto, o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle, o rico e poderoso Simon Hunt, não parece ter interesse em levá-la ao altar – apenas a prazeres irresistíveis em seu quarto. A jovem está decidida a rejeitar essa proposta, só que é cada vez mais difícil resistir à sedução do rapaz. As amigas se esforçam para encontrar um pretendente mais apropriado para ela. Mas a tarefa se complica depois que, numa noite de verão, Annabelle se entrega aos beijos tentadores de Simon... e descobre que o amor é um jogo perigoso. No primeiro livro da série As Quatro Estações do Amor, Annabelle sai em busca de um marido, mas encontra amizades verdadeiras e desejos intensos que ela jamais poderia imaginar.
4. Escândalos na Primavera (sem previsão de lançamento)
Annabelle Peyton é uma jovem encantadora, linda e proveniente de uma boa família — ainda sim, nada disso parece ser suficiente para fazer um dos solteiros da alta sociedade inglesa a quererem como esposa. Mesmo sendo uma bela mulher com modos encantadores, as dificuldades financeiras dos Peyton são cada vez mais gritantes após o falecimento de seu pai, e, sem o dinheiro para um dote razoável, parece ainda mais difícil casar-se com um bom partido: sua única esperança para aliviar a situação da família.
É um fato certo que os romances estão entre minhas leituras favoritas: mas os romances históricos, devo confessar, possuem um lugar especial no meu coração de leitora inveterada. Comecei a leitura do gênero de modo despretensioso, e, ainda que sabia o que procurar, não pude deixar de ficar encantada por esse gênero apaixonante. Há alguns meses, comecei a acompanhar a série Os Bridgertons, também da editora Arqueiro, e tal série só me tornou mais fã do gênero — assim, quando fiz a solicitação dessa nova série, não esperava tanto dos livros... e, é claro, apenas acabei, mais uma vez, surpreendida.
Nunca havia lido nada de Lisa Kleypas, assim, fiquei deveras impressionada com o talento natural da autora para estruturar e desenvolver uma história. Utilizando-se de uma linguagem culta e em acordo com a época vivida, mas ainda perfeitamente acessível ao leitor moderno, uma ótima descrição dos detalhes e cenários, e com uma quantidade válida e verdadeira de detalhes históricos, creio que foi a escrita perfeita para tal obra.
A narração se passa em terceira pessoa, com foco ora em Annabelle, ora em Simon, sendo que os dois lados do par romântico são muito bem esclarecidos. Sempre adoro as narrações que utilizam terceira pessoa, mas não tenho como negar que a habilidade e o ritmo de Kleypas foram fatores essenciais da obra — ela se utiliza de uma escrita tão fluída, mestre em prender o leitor, que li o livro em questão de horas, e, quando me dei conta, o havia finalizado. Sempre deve-se admirar o autor que consegue, com eficácia plena, transportar o seu leitor ao mundo criado, e isso é algo que no qual Kleypas foi muito bem sucedida.
Ainda que o livro de Kleypas não fuja do primeiro ponto, ele consegue inovar com o restante. Sim, é possível saber, ainda que de uma maneira muito "por cima", qual será o rumo final da história; contudo, o enredo não toma o caminho do amor inexplicável, à primeira vista, da conexão instantânea desde a primeira interação entre o par romântico. E isso me deixa tão feliz que mal posso por em palavras. Mesmo usando os tão conhecidos clichês, foi notável aqui o desenvolvimento e a construção dos fatos; nada aconteceu de uma hora para outra, mas sim tomou um rumo extremamente real e coerente.
No que concerne aos personagens, também se trata de um ponto para o qual só tenho elogios a serem tecidos. A começar por Annabelle, com quem simpatizei muito: ela é uma moça decidida, altruísta, forte e muito corajosa, e, ainda que no início preocupada demais com a opinião alheia e as convenções sociais, achei impossível não gostar dela. Acho que, justamente, é esse crescimento que Lisa Kleypas decidiu apontar, conseguindo realizar o feito com sucesso — Annabelle muda e amadurece muito com o decorrer da história, sendo nos reveladas facetas surpreendentes dela.
E o mesmo acontece com Simon, de maneira, ouso dizer, ainda melhor. Eu explico: Simon é, do início até o fim, exatamente a pessoa que ele diz ser. Ele é um homem difícil, teimoso e meio rude, que fala o que pensa e não se preocupa se seu interlocutor deseja ou não ouvir a verdade — e, mesmo depois de se apaixonar por Annabelle, continua fiel a si. É claro, isso também é notado, de certa maneira, na moça, mas acredito que, pela mentalidade machista da sociedade da época, ela, infelizmente, acaba cedendo muito mais do que ele. Com as devidas limitações consideradas, assim, creio que ambos tiveram espaço para crescer, algo que foi incrível de acompanhar.
O design do livro é, em minha opinião, o melhor trabalho estético da Editora Arqueiro do gênero. Recebi, além do livro, um kit maravilhoso, com marcadores magnéticos das capas dos próximos volumes que me deixaram, por si só, com vontade de ler todos. A diagramação é muito bem feita, e não encontrei, durante a leitura de tamanho razoável, nenhum erro de revisão ou ortografia.
Por fim, trata-se de um livro que segue uma clara linha romântica já conhecida, contudo, cada página da obra é instigante e gostosa de se ler, e isso, em minha opinião, é mérito ao puro talento de Kleypas. Sempre adorei romances de época, mas esse, sem nenhuma dúvida, tornou-se um de meus favoritos, com sua proposta divertida e inteligente. Extremamente recomendado!
Primeiro parágrafo do livro:
"Apesar de que a Annabelle Peyton tinham advertido durante toda sua vida que jamais aceitasse dinheiro de desconhecidos, fez uma exceção certo dia... e descobriu logo por que deveria ter seguido o conselho de sua mãe."
Melhor quote:
"Era uma lei da natureza, só os mais fortes sobreviviam, e os mais fracos deveriam ficar fora do seu caminho."
Oi, Gabi! Eu comecei a ler esse gênero há pouco tampo,mas uma das primeiras autoras que li foi Lisa Kleypas. A série Os Hathawys, também distribuídas pela Arqueiro é fantástica e tem participação dos personagens dessa série das estações. Recomendo muito!!
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