Livro: O Visconde Que Me Amava 
Título original: The Viscount Who Loved Me
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
ISBN-13: 9788580411973
Sinopse: O Visconde Que Me Amava - A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva. Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela. Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele. Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração. Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.

SÉRIE "OS BRIDGERTONS"
    1.  O Duque e Eu
    2.  O Visconde Que Me Amava
    3.  Um Perfeito Cavalheiro
    4.  Os Segredos de Colin Bridgerton
    5.  Para Sir. Phillip, Com Amor
    6.  O Conde Enfeitiçado
    7.  Um Beijo Inesquecível
    8.  A Caminho do Altar


   É difícil ser um londrino da sociedade de 1814 e não saber quem é família Bridgerton, ou ao menos conhecer a reputação de seus membros. A grande família é famosa pelo número de irmãos, os oito nomeados em ordem alfabética, pela fortuna que possui e, especialmente, pela boa aparência que os genes dos Bridgerton carregam.
   Anthony Bridgerton é o chefe da família desde a morte de seu pai, pela qual ainda sofre. O pai e ele possuíam uma relação muito próxima, e o visconde se fechou para qualquer relacionamento que não fosse familiar desde então. Mas Anthony já passou dos trinta anos e decidiu que é a hora de formar uma família própria, alguém para continuar seu legado: e Edwina Sheffield, o destaque da temporada, parece ser a escolha perfeita.
    O que ele não esperava, todavia, era conhecer Kate Sheffield, a irmã da beldade da temporada. Edwina deixa claro para todos que nunca se casaria sem a aprovação da irmã, e Anthony sabe que precisa causar uma boa impressão nela para ter a mão de Edwina em casamento. Os dois, contudo, não conseguem trocar mais de algumas palavras sem que atritos aconteçam, e logo um não suporta a presença do outro — nem parecem saber lidar com a estranha eletricidade que os ronda quando juntos.

  Vivo afirmando que uma das coisas mais incríveis da leitura é quando você não esperada muita coisa de um livro ou de uma série, e quando conhece a história, simplesmente se apaixona. Julia Quinn me arrebatou de surpresa com O Duque e Eu, o primeiro livro da série "Os Brigdetons", e, por isso, já tinha muito a esperar da continuação da série desses irmãos tão divertidos. Todos sabemos, contudo: expectativas são perigosas para uma leitura. Fico feliz ao afirmar, contudo, que não só tive as minhas atendidas, mas sim superadas, nesse volume.
   Como poucos autores, Quinn consegue criar uma história romântica que, ao mesmo tempo, possui elementos essenciais a uma boa trama: a capacidade incrível de envolver um leitor, um enredo bem desenvolvido e uma história interessante. Não que isso seja inédito entre o gênero romântico-histórico, mas precisarmos usar da sinceridade ao afirmar que grande parte das histórias de romance carecem de um bom enredo e de uma construção mais complexa.


    A narração é em terceira pessoa, seguido o modelo já citado do primeiro livro da série. O leitor é onisciente, ficado ciente dos pensamentos e atitudes de cada um dos personagens protagonistas. Quinn também insere, a cada início de capítulo, uma pequena nota de um jornal de fofocas da sociedade, dando um pequeno spoiler e deixando o leitor ainda mais ansioso pelo capítulo seguinte. A descrição e detalhamento dos costumes, do cenário e da vestimenta da época também é extremamente fiel, sendo notável a preocupação da autora em fazer os fatos baterem com os originais do passado. 
   Já deixei claro aqui, mais de uma vez, o quanto gostei da história de O Duque e Eu. Não pude deixar de notar, por ter prestado tanta atenção na história, assim, que houve algumas similaridades notáveis entre os enredos. Não posso ser específica o suficiente para não arruinar a história com spoilers, mas direi que me decepcionou um pouco o fato de Quinn não ter soltado mais sua criatividade no segundo livro. Entre várias coisas que poderiam ter acontecido, não consigo deixar de sentir que ela escolheu o caminho mais óbvio para seguir, quando poderia ter sido diferente.
   Se um ponto do livro merece destaque, contudo, é com certeza a criação dos personagens por parte da autora. O leitor sente, a cada página, a essência de personagem por personagem, ocupado ele ou ela seja cinco ou cinquenta linhas de um texto. Isso é algo admirável e digno de destaque, pois não se trata de uma façanha que todos os autores conseguem realizar.

   Kate é uma personagem forte inteligente e que não hesita em falar o que pensa. Foi, no meu (ainda curto, confesso!) andamento com a série, minha favorita, mesmo que eu tenha também adorado a personagem de Daphe. É algo sempre interessante, a escolha de um autor em criar um personagem que não siga o padrão modelo das maiorias dos livros: lindo, simpático e sempre a pessoa desejada por todos, ainda que muitas vezes ela/ele não tenha consciência disso.


   Com Kate não foi assim, e eu adoro esse fato. É claro, é notável a romanticizada ocorrida no livro quando Anthony simplesmente "nota" o quanto ela é linda de uma hora para a outra, mas, ainda sim, adorei a presença de desenvolvimento na história. Falando no Anthony, o mais velho e responsável pelos Bridgertons, ele é um personagem um tanto mais complicado para decidir se gosta-se ou não. 
    Ao mesmo tempo que eu tenha, sim, gostado de Anthony e torcido (muito!) para o casal dar certo, era quase impossível não se irritar com uma boa parte das atitudes do homem, um tanto ignorantes demais, em minha opinião. Aí e teria que entrar, mais uma vez, no mérito sobre o machismo e patriarcalismo presente na época, mas deixarei isso um pouco de lado.
    Mais uma vez, o grande ápice do livro, o "conflito", foi resolvido em poucas páginas, sendo até mesmo sem a devida importância que, acredito eu, um ápice deveria conter. Creio ser essa minha maior crítica à obra: gostaria que ela tivesse tido um desfecho de maior impacto. Isso, ao mesmo tempo, não é algo tão relevante, mas ainda sim — tendo a ciência de se trata de uma história com o foco no romance —, fiquei extremamente satisfeita. 
   A edição do livro, pela Editora Arqueiro, é um trabalho muito bonito, ao mesmo tempo que possui uma simplicidade singela. A capa dessa vez não me encantou tanto como a primeira conseguiu, e acredito que a modelo dessa vez não tenha refletido Kate do jeito que deveria, mas, ainda sim, é impossível não reconhecer a beleza presente. Durante a leitura, não me deparei com nenhum erro de gramática ou ortografia, e a tradução é de qualidade excelente.
   Trata-se, por fim, de um livro muito bem desenvolvido, e que consegue prender o leitor de maneira incrível. Tornou-se, sem dúvidas, o meu livro preferido da série, e depois dele fiquei ainda mais empolgada em continuar a história.

Primeiro parágrafo do livro:
"Anthony Bridgerton sempre soube que morreria jovem."
Melhor quote:
"Você não pode evitar novos desafios ou esconder-se do amor porque talvez não esteja aqui para realizar seus sonhos. No fim, terá tantos arrependimentos (...)."
 


6 Comentários

  1. Oii, tudo bom?
    Estou louca para ler essa série, além das sinopses e resenhas me cativarem muito, essas capas estão lindas demais!!!!
    Um beijo!
    O blog está lindo!!
    http://www.garotadolivro.com/

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  2. Nunca li, mas pelo seu post parece ser bem legal. Vou procurar esse livro ❤

    http://sereia-de-venus.blogspot.com.br

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  3. Eu li apenas esse livro dessa série. Fiquei dividida entre o "amor" e a "decepção" pelo livro. Gostei bastante dos diálogos, de como ela escreve etc. De fato, lembra a Jane Austen como muitos falaram e este foi o principal motivo que me levou a ler. Entretanto, tem cenas que achei desnecessária e fiquei indignada. Kkkkkk Sabe me informar se nos demais livros da coleção tbem tem essas cenas de intimidade entre os personagens?

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    1. Bom, eu só li o primeiro livro, e nele tem muitos detalhes dessas intimidades, não sei os outros.

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  4. Assim como em todos os livros de épocas lemos por prazer, apesar de sempre termos os personagens envolvidos em intrigas e mal entendidos. Em terceira pessoa ficam claras as observações do que pensam como vão agir e fazer nas situações que no decorrer da narrativa se apresentarão e claro as descrições dos lugares e costumes sempre enchem a nossa imaginação.

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  5. Ho.
    Como eu amo esse livro, a série é simplesmente perfeita, estou super apaixonada pelos Bridgertons, também fiquei um pouco decepcionada com o desfecho, e ele notar que ela é bonita da noite para o dia, mas enfim eu amo de paixão essa série.

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