Livro: Alma?
Título original: Souless
Autor (a): Gail Carriger
Editora: Valentina
Páginas: 308
ISBN: 9788565859042

Sinopse: Alexia Tarabotti enfrenta uma série de atribulações sociais, quiproquós e saias justas (embora compridíssimas) em plena sociedade vitoriana. Em primeiro lugar, ela não tem alma. Em segundo, é solteirona e filha de italiano. Em terceiro, acaba sendo atacada sem a menor educação por um vampiro, o que foge a todas as regras de etiqueta. E agora? Pelo visto, tudo vai de mal a pior, pois a srta. Tarabotti mata sem querer o vampiro ― ocasião em que a Rainha Vitória envia o assustador Lorde Maccon (temperamental, bagunceiro, lindo de morrer e lobisomem) para investigar o ocorrido.
Com vampiros inesperados aparecendo e os esperados desaparecendo, todos parecem achar que a srta. Tarabotti é a responsável. Será que ela conseguirá descobrir o que realmente está acontecendo na alta sociedade londrina? Será que seu dom de sem alma para anular poderes sobrenaturais acabará se revelando útil ou apenas constrangedor? No fim das contas, quem é o verdadeiro inimigo, e... será que vai ter torta de melado? Uma das séries de Steampunk mais cultuada do mundo.

TRILOGIA "O PROTETORADO DA SOMBRINHA"
    1.  Alma?
    2.  Metamorfose? 
    3.  Inocência

      “Alma?” é o primeiro volume da trilogia “O Protetorado da Sombrinha” escrito e muito bem ambientado por Gail Carriger! Os outros dois volumes – já publicados pela Editora Valentina no Brasil – são “Metamorfose?” e “Inocência?”, sendo todos baseados no estilo Steampunk, uma espécie de cenário e sociedade antiquada, porém, com tecnologias extremamente avançadas. Confira a resenha a seguir! 
     Alexia Tarabotti, uma solteirona de 26 anos, vive numa realidade bem diferente da nossa. O cenário e a sociedade em que Alexia vive é ambientada com base no século XIX, apesar de ter tecnologias que vão muito além. Contudo, não é somente esse fator que distingue a trama da autora Gail Carriger. Vampiros, lobisomens e fantasmas estão dentro dessa sociedade e são reconhecidos pelos humanos. 
     Nossa protagonista se diferente dos demais por alguns motivos. Apesar de morar no Reino Unido, seu pai é um italiano e ela simplesmente não tem alma. Entre os sobrenaturais e os naturais – os humanos – existem seres que não se enquadram e nenhuma dessas classificações: os seres sem alma, os preternaturais
     Alexia é uma preternatural extremamente mal humorada, e sempre acaba se metendo em inúmeras confusões. O órgão administrativo dos sobrenaturais estava farto de cuidar das “sujeiras” da srta. Tarabotti, inclusive o Lorde Maccon, o lobisomem alfa da região, responsável pelo sistema do Departamento de Arquivos Sobrenaturais. 
     Mas vários vampiros novos estão aparecendo, e os já conhecidos estão simplesmente sumindo. Logo, essa culpa acaba sendo atribuída à Alexia, pelo seu terrível temperamento e por sempre estar envolvida em algum escândalo. Será que ela conseguiria provar sua inocência e descobrir quem estava por trás desses acontecimentos? 


       Gail Carriger me conquistou a partir de dois pontos fortíssimos nessa trama: sua originalidade e humor. Nunca havia, anteriormente, lidado com um livro desse gênero – steampunk – e fiquei extremamente encantada com essa trama charmosa, essa história antiquada, e, ao mesmo tempo, tão tecnológica. 
     A obra é narrada em terceira pessoa, mas traz muito da perspectiva e da essência dos personagens – principalmente, da protagonista. A linguagem é simples, a narração não tem detalhes exagerados e os termos utilizados cabem perfeitamente para o público que o livro se destina – Young Adult. Esses fatores contribuíram muito para que leitura se fizesse em pouquíssimo tempo e que a história me arrebatasse de vez. 
     O livro parte da Era Vitoriana, ou seja, o período próspero em que a rainha Vitória governou no Reino Unido. Esse período histórico simplesmente me fascina, principalmente se tiver algo sobrenatural acrescentado – como a autora arquitetou. Essa ideia de modificar o passado além de construir outro mundo, foi simplesmente espetacular e inovadora. 
     “Alma?” conta com uma protagonista que faz toda a diferença. Alexia Tarabotti é extremamente engraçada dentro de sua personalidade forte, o que me fez nutrir muita simpatia por ela. Esse humor forjado por Gail Carriger fez a obra ter uma leveza e fluidez admirável. Era impossível não rir de alguns acontecimentos e das atitudes da srta. Tarabotti, uma mulher elegante, firme, que sabe muito bem como se impor. 
     Além disso, houve momentos de muito romance – alguns mais apimentados – envolvendo o leitor como nunca. Simplesmente mergulhei de cara no mistério, no suspense e em toda a ação que se desdobravam em “Alma?”, mas também concentrei muito minha torcida no romance equilibrado, capaz de encantar o leitor e fazê-lo suspirar. 
     Lorde Maccon, apesar de bárbaro em alguns momentos, soube facilmente me conquistar. Ele parecia ter uma parte bem sensível por baixo de todo aquele jeito e era, sem dúvidas, um personagem muito forte e muito concreto. Já a família de Alexia foi difícil de aturar! Além de pressionarem muito a protagonista, ainda eram demasiadamente fúteis e desagradáveis. Outros personagens sobrenaturais tomaram conta do enredo de Gail Carriger, cada um com sua autenticidade, e todos muito marcantes. 

    “Lorde Maccon ficou rubro e esbravejou. Na verdade, tampouco sabia como avaliar seus sentimentos por ela. É que havia algo de especial em Alexia Tarabotti que a tornava muito atraente. [...]”

     A estruturação social da sociedade londrina foi bem peculiar. Os vampiros tinham um sistema baseado na figura da mulher como líder, ou seja, matriarcal, e os lobisomens se comportavam como uma matilha, mantendo seu alfa. Além das regras de etiquetas – que são seguidas com rigidez nessa realidade – há, ainda, as regras cabíveis dentro dessa sociedade sobrenatural. A vampira rainha, por exemplo, era a única que poderia transformar em vampiros. Achei essa organização essencial para que o enredo se fizesse...
     “Alma?” me lembrou muito Os Instrumentos Mortais, apesar de ter vastas diferenças. E, como eu sou fã da série que Cassandra Clare fez, foi impossível não virar fã também da história de Gail Carriger. Essas duas autoras abordaram esses temas tão repetitivos e ultrapassados de uma forma nova e sedutora. Espero realmente que, como Os Instrumentos Mortais, O Protetorado da Sombrinha também seja adaptado de alguma forma; ou como série de televisão, ou como filme. 
     A Editora Valentina foi brilhante nessa publicação. A capa, além de bonita, demonstra, em sua ilustração, o estilo do livro, e a diagramação interna foi bem elaborada. Outra característica marcante da editora é a tradução e a revisão exemplar. 
     O mistério do livro e seu clímax me agradaram muito! Já o desfecho de “Alma?” não sugeriu uma continuação, apesar de não haver final melhor. Estou excessivamente ansiosa para ler a continuação e lidar mais uma vez com esse universo alternativo e esses personagens tão originais. 
     Indico a leitura a todos que gostam de tramas sobrenaturais, e, ao mesmo tempo, românticas. O mistério e a ação também estão em peso em “Alma?”. Embarque nessa história e encarne nesse cenário tão imaginário. 

Primeiro Parágrafo:
“A srta. Alexia Tabotti não estava se divertindo naquela noite. Os bailes da sociedade não passavam de distrações medíocres para solteironas e, embora ela fosse uma delas, não era do tipo que via graça neles [...]”
Melhor Quote:
“Os sobrenaturais, fossem eles vampiros, lobisomens ou fantasmas, só existiam em virtude da superabundância de almas, um excedente que se recusava a morrer.”


  




2 Comentários

  1. Tenho o livro aqui em casa e ainda não consegui tempo para ler, mas ele tem vários elementos que me atraem ^^
    Adorei sua resenha e só intensificou esta vontade que tenho de conhecer está história!

    Beijos,
    Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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  2. Olá, adorei seu blog, você poderia seguir o meu? http://barbarasilvabooks.blogspot.com.br/ obrigada, beijinhos :*

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