Livro: Um Perfeito Cavalheiro
Título original: An Offer from a Gentleman
Autor (a): Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
ISBN: 9788580412383
Sinopse: "Um Perfeito Cavalheiro - Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse é um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, ela consegue entrar às escondidas no baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhce o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois, Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica."

SÉRIE "OS BRIDGERTONS"
    1.  O Duque e Eu
    3.  Um Perfeito Cavalheiro
    4.  Os Segredos de Colin Bridgerton
    5.  Para Sir. Phillip, Com Amor
    6.  O Conde Enfeitiçado
    7.  Um Beijo Inesquecível
    8.  A Caminho do Altar

   Benedict Bridgerton é, por um consenso da sociedade londrina, o partido da temporada, a época de festas do ano na qual cada moça solteira – ou melhor, suas mães – sai à “caça” de um possível marido. A família Bridgerton é grande e muito popular, e Benedict é famoso por ser – se não o segundo mais velho, com a letra “B” – o mais popular entre todos. Apesar da insistência de sua mãe de realizar o sonho de ver todos seus filhos casados, Benedict é firme em sua posição: não pretende prender-se a uma mulher a não ser que realmente encontre a única. 
   Sophie Beckett já viveu um conto de fadas – ou, o mais próximo disso que conseguia imaginar. Filha bastarda de um conde, ela foi criada como sua pupila a fim de não “manchar” o nome da tradicional família. A garota recebia todos os privilégios de uma boa educação, contudo, nunca o que mais desejou: o amor de um pai. Tudo apenas piorou para a pobre Sophie – tão boa de coração e com um sonho legítimo – quando o conde casou-se com uma viúva que, com suas duas filhas, tratava a jovem com desprezo e maldade. 
   Quando o conde morre e a deixa à mercê das vontades da madrastra, Sophie passa a viver como uma criada, satisfazendo as vontades da cruel viúva e de suas mimadas filhas em troca de um lugar para morar. Ainda, em seu coração, sonhando com o próprio conto de fadas, a oportunidade surge quando a galante família Bridgerton oferece um baile de máscaras, e – com a ajuda inesperada de alguns criados – Sophie, arrumada como uma dama e às escondidas, faz sua entrada fenomenal na sociedade, sem nunca revelar quem é. 
   No momento em que Benedict e Sophie se veem, algo no interior dos dois acontece. Nenhum deles sabe explicar a inesperada conexão que ocorre entre eles, e, quando começam a conversar, a atração é inevitável. Mas Sophie não pode contar a um membro de uma das mais prestigiadas famílias da sociedade que uma simples criada adentrou sua festa, e precisa ir embora a meia-noite. Depois de um beijo inesquecível, Sophie vai embora às pressas, deixando Benedict sozinho e desesperado para saber quem é a misteriosa dama que roubou seu coração por definitivo – e fazer dela sua esposa. 
   
   O terceiro volume de Os Bridgertons inicia uma inovação na série, ainda que o faça através de um método um tanto clichê: em uma espécie de releitura do clássico Cinderela, a autora continua a contar a saga dos oito irmãos da família Bridgerton. Depois de ler e me maravilhar com os envolventes romances de época, é claro que minhas expectativas para esse terceiro livro eram altas – e, mais uma vez, não fui decepcionada. 
   A verdade é que Julia Quinn não deixa de me encantar. Quem nunca sonhou em conhecer seu par perfeito, e o que melhor do que o amor à primeira vista para adicionar alguma emoção aos fatos? Como uma cética na vida real, me permito sonhar através da literatura, e é justamente esses ideais que Um Perfeito Cavalheiro vai abordar: o do amor verdadeiro, à primeira vista, e a força e intensidade de tal sentimento. 
   Narrado em terceira pessoa, seguindo o padrão dos dois primeiros livros da série, Quinn nos fornece uma perspectiva clara e ampla sobre os fatos relatados. O foco da narração alterna entre Sophie e Benedict, o que nos deixa sempre a par dos sentimentos e angústias de cada personagem, assim como a que par andam suas vidas. 
  Novamente, a autora abusa de uma escrita muito refinada e polida, sem chegar a ser complicada, com o dom de envolver o leitor maravilhosamente, mesmo que com a premissa não tão original, dessa vez. Além disso, algo que sempre me chama atenção nessa série são as descrições muito bem detalhadas e quase reais que aparecem, algo interessante, por se tratar de uma época com costumes tão diferentes – desde as vestimentas e decorações até os costumes da época. 

"– O que você está vendo? – indagou.
Sophie tropeçou, mas não tirou os olhos dos dele em nenhum momento.
– Minha alma. – sussurrou. – Estou vendo minha alma."

   Os personagens principais também me agradaram – com algumas ressalvas, mas agradaram – como de praxe nos livros de Quinn. Benedict é, como todos os irmãos Bridgerton, um homem honrado e bondoso, e carrega consigo o sonho da maioria de seus irmãos: o de encontrar um amor tão belo e verdadeiro quanto o dos seus pais. Não há como não se encantar com Benedict na maioria do enredo, mas não posso de deixar de citar que fiquei extremamente irritada com algumas atitudes demasiadamente imaturas e irritantes do personagem, permeando o final do livro.

   Sophie, por sua vez, também não ficou muito atrás. Ela é a típica mocinha indefesa, e aceita mais coisas com a cabeça abaixada do que o suficiente para enervar o mais paciente dos leitores. Ao mesmo tempo, creio que o que a salva – e eu ficaria incerta sobre Quinn ter realmente escrito o livro se não fosse por isso! – é a inteligência e sagacidade da moça. É claro, há momentos no qual essas qualidades faltam completamente a ela, mas vamos relevar tais momentos em prol da história, rs. 
   Necessito dizer que esse livro não me agradou tanto como os volumes anteriores, todavia, é aí que entra uma habitual ressalva minha: a do sentimento de amor que é desenvolvido muito rapidamente. Sempre é tão difícil, em minha opinião, criar uma história na qual o amor é desenvolvido de uma hora para a outra e que ainda sim fique plausível; e nesse aspecto foi no que Quinn errou, mas também acertou. Digo que errou por todo o fato das coisas terem acontecido rápido demais, e por Benedict e Sophie, três anos depois, ainda lembrarem dos detalhes um do outro ter parecido forcado demais para mim. 
   Ao mesmo tempo, sou quase obrigada a afirmar que a autora, mais uma vez, acerta no romance, já que – mesmo sem ter gostado de alguns trechos e de certas atitudes dos protagonistas – eu simplesmente não conseguia não torcer para eles, ou não suspirar a cada cena romântica que acontecia. Acho que isso se deve, em grandíssima parte, ao magistral talento de Quinn em envolver o leitor, e isso não pode simplesmente passar sem ser devidamente notado. 
   A edição do livro pela Editora Arqueiro segue o padrão das anteriores, usando de uma simplicidade bela e elegante. Dessa vez eu simplesmente adorei a capa do livro, que retratou de modo perfeito a história. A tradução foi muito bem feita, e não me deparei com nenhum erro de gramática e nem de revisão. 
   Trata-se, por fim, de um lindo romance histórico, que, apesar de seus defeitos, supera de longe  a maioria dos títulos do gênero. Não foi o meu volume favorito da série, mas não deixa de ser um ótimo e envolvente livro, perfeito para passar o tempo. Também tenho grandes expectativas para o próximo volume, que será sobre o Colin!

Primeiro parágrafo do livro:
"Todo mundo sabia que Sophie Beckett era bastarda."
Melhor quote:
"Melhor uma tola calada do que uma falante."

      


4 Comentários

  1. Simplesmente ADORO esse livro, ele tem um toque de Cinderella.
    Bjs
    http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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  2. Muito boa a resenha Gabi :) Me deu até vontade de conhecer essa série.
    Bjs
    http://pedrimoliveira.blogspot.com.br/

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  3. Olá Gabi,
    Esse livro foi o que menos suspirei rs'
    Sou apaixonada pelo Visconde o Anthony Bridgerton, pra mim é o melhor livro, estou com "O Segredo de Collin Bridgerton" aqui e pretendo lê-lo logo!
    Esse livro foi bem desenvolvido, os personagens são ótimos, Sophie me cativou com sua inteligencia e seus comentários sarcásticos. A família Bridgerton é um amor, as meninas sempre com ótimos comentários sobre seus irmãos, me divertia com elas. E os comentários da Lady Whistledown também ganha um belo destaque nos livros, e estou curiosíssima para saber quem é essa mulher inteligente, apesar de ter uma ideia que quem pode ser!

    Beijos,
    http://lovesbooksandcupcakes.blogspot.com.br/2015/04/resenha-cidades-de-papel-john-green.html

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  4. Amei sua resenha. Pela primeira vez vejo alguém com a mesma visão que eu sobre o livro.
    Algumas atitudes dos personagens, principalmente do Benetict, e esse amor a primeira vista tão grandioso me incomodaram um pouco, mas a beleza da história é tanta que se tornam detalhes.
    Só não consigo gostar do título, acho que não combina com a históra rs

    Beijos
    http://muitoamorpelaspaginas.blogspot.com.br/

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