Sinopse: Envenenado e à beira da morte, Locke Lamora segue para o norte com seu parceiro, Jean Tannen, em busca de refúgio e de um alquimista para curá-lo. Porém, a verdade é que ninguém pode salvá-lo. Com a sorte, o dinheiro e a esperança esgotados, os Nobres Vigaristas recebem uma oferta de seus arquirrivais, os Magos-Servidores. As eleições do conselho dos magos se aproximam e as facções precisam de alguém para fazer o trabalho sujo, manipulando votos. Se Locke aceitar, o veneno será purgado de seu corpo com o uso de magia – mas o processo será tão excruciante que ele vai desejar morrer. Locke acaba cedendo ao saber que o partido da oposição contará com uma mulher do seu passado: Sabeta Belacoros, a única pessoa capaz de se igualar a ele nas habilidades criminosas e mandar em seu coração. Novamente em uma disputa para ver quem é o mais inteligente, Locke precisa se decidir entre enfrentar Sabeta ou cortejá-la, e a vida dos dois pode depender dessa decisão.
República de ladrões leva o leitor ao início da vida de Locke enquanto flerta com o seu fim, revelando todos os matizes de Sabeta e de seu relacionamento com o líder dos Nobres Vigaristas. Misturando momentos tensos e cômicos do passado e do presente, esta obra é, até agora, a melhor de Scott Lynch.
Novamente lidamos com o enredo minucioso de Scott Lynch, que parece até maçante em alguns momentos, mas que se revigora abruptamente pela sua trama cheia de ação. Trata-se de uma narração quase poética, e com frases bem impactantes. Tenho que admitir que, desta vez, estou mais familiarizada ao mundo tão concreto que Lynch criou. Ele é muito hábil em misturar o real com o mágico, assim como em criar “coisas” que não existem no nosso universo. É por esse motivo que sua narrativa detalhista se torna tão essencial, já que ela nos mostra e explica uma realidade distinta e inovadora.
A cada palavra escrita se percebe a genialidade o quanto Lych é culto. Não parece que ele mergulhou nessa série totalmente despreparado e sem visualizar previamente aonde queria chegar. Os detalhes parecem terem sido planejados desde o princípio e é por isso que tudo se encaixa tão bem. É claro que “República de Ladrões” está cheio de flashbacks importantíssimos, que acrescentam em seus personagens e na própria assimilação da história apresentada. Acho incrível a importância que Scott Lych aplica ao passado; os capítulos no pretérito são muitos, e caminham na mesma velocidade do enredo atual.
O mais interessante em “República dos Ladrões” foi a aparição de uma personagem que sempre esteve às espreitas nas obras anteriores: Sabeta. Finalmente compreendemos o fascínio de Locke Lamora pela ruiva que era extremamente inteligente e diferente. Há algo na personalidade dela que atraí até mesmo nós, leitores. Conhecemos, também, o principio da história de Locke Lamora e Sabeta, como se conheceram e como desenvolveram os primeiros contatos, o que enriqueceu toda a trama do presente.
Até Locke Lamora foi apresentado de forma diferente nesse volume, demonstrando algumas características na sua personalidade que não foram enfatizadas anteriormente. Achei curioso o desenvolvimento desse personagem e dos coadjuvantes. Não sei explicar o motivo, mas eu tenho uma simpatia muito grande por Jean, que não é tão esperto quanto Locke, mas é bem carismático.
Nesse volume também encontramos muitas explicações sobre situações que não achei que Lynch se preocuparia em justificar. Além disso, fiquei emocionadíssima em ter revivido momentos com personagens antigos como Calo de Galdo, e o Correntes, por exemplo. Isso renovou algumas emoções nos leitores. Fiquei muito contente em Lynch continuar a desenvolver os momentos que mais nos agradam nessa história.
Primeiro Parágrafo: Coloque dez duzias de ladrões órfãos numa toca úmida feita de abóbadas e túneis embaixo do que havia sido antes um cemitério, deixe-os sob a supervisão de um velho parcialmente aleijado e logo você descobrirá que controlá-los se torna um negócio delicado."
Melhor Quote: "Mesmo quando arrastava os pés em meio a um grande aglomerado fedorento de órfãos, um entre dezenas, estava sozinha e sabia muito bem disso."
Essa capa me arranca suspiros... Aiai!
ResponderExcluirEu adoro a série, mas ainda não li Réplica dos Ladrões. Está na fila imensa de leituras... Aiai!
Adorei a sua resenha! Fluida e envolvente!
Beijos!
º(^ . ^)º
Fabi Carvalhais
http://pausaparapitacos.blogspot.com.br