Livro: Elizabeth I: O Anoitecer de Um Reinado
Título original: Elizabeth I
Editora: Geração Editorial
Páginas: 796
ISBN: 9788581300764
Sinopse: Em 1588, às vésperas do ataque da Invencível Armada espanhola ao reino inglês, Elizabeth I, rainha da Inglaterra, começa a contar a sua história até a sua morte em 1603, período do seu longo reinado que constituiu a primeira Idade de Ouro da história de seu país. Mais um extraordinário romance histórico da autora de Memórias de Cleópatra, Maria Madalena e Helena de Troia.


  Margaret George é uma autora reconhecida internacionalmente pelos seus inúmeros romances históricos. Autora de diversos sucessos como "Helena de Tróia", "Maria Madalena" e "Cleópatra", dessa vez George está nas prateleiras das livrarias brasileiras com sua versão da história de uma das mais famosas e aclamadas rainhas da Inglaterra: Elizabeth I, A Rainha Virgem. 

   Elizabeth I foi filha de Ana Bolena e Henrique VIII (o rei das seis esposas), assumiu o trono da Inglaterra em 1558, após a morte de sua irmã Mary I, e deu início ao mais próspero governo da dinastia Thudor. Ficou conhecida como “Elizabeth, A Rainha Virgem” por nunca ter se casado e não ter deixado herdeiros, apesar de seu famoso caso com o conde de Leicester, Robert Dudley. Sob seu reinado a Inglaterra se tornou a maior potência econômica, política e cultural da Europa sendo, por isso, o período de seu reinado conhecido como a “Era de Ouro” inglesa. (Fonte: Infoescola)
  No livro "Elizabeth I: O Anoitecer de Um Reinado", Margaret George retrata os últimos quinze anos do reinado da monarca, que durou quase quarenta e cinco anos. A narração de inicia por volta de 1588, quando Felipe, o Rei da Espanha, ambicioso e com o apoio da Igreja Católica (já que Elizabeth havia restaurado o protestantismo na Inglaterra), envia a famosa Esquadra Espanhola, conhecida como imbatível, para tomar a Inglaterra e destruir sua soberana, assim como a religião. 
    De uma maneira surpreendente e quase impensável, contudo, a frota espanhola é derrotada pelos navios ingleses, criando um dos mais famosos episódios da história. Agora, Elizabeth precisa lidar com o alvo ainda maior que foi colocado sobre suas costas, já que ninguém havia levado a ameaça que a monarca representava tão a sério como depois do episódio. Entre os jogos políticos baixos, os inúmeros perigos e constantes traições da corte, Elizabeth ainda necessita lidar com seus dramas pessoais como mulher, e não rainha, a dor e dormência que parece tomar conta de sua vida. 

   O romance histórico é um dos meus gêneros literários preferidos, apesar de não fazer tanto tempo que eu os tenha descoberto. Particularmente, contudo, não nego minha preferência por um perfil específico: os romances históricos que envolvam figuras históricas famosas. Se você não está familiarizado, esclareço que "Elizabeth I" faz parte dessa variedade: é um romance no qual o(a) autor(a) explora vida real, a história real, de uma figura famosa, e toma a liberdade de romantizar certas partes e incluir detalhes e fatos, ainda que se mantenha fiel a vida de tal figura. 
   Como uma boa amante da história, mal pude conter minha ansiedade quando soube do livro de Margaret George. E toda a animação que senti ao ler o livro foi em vão: aqui, nos deparamos com uma história que conta muito além do básico e comum. Em "Elizabeth I" somos apresentados à mulher que carrega a coroa, e não apenas à rainha da Inglaterra, aos seus anseios, paixões e medos, que viveu em um mundo de homens e precisou aprender a impor-se nele. 
   O livro é narrado majoritariamente em primeira pessoa pela própria Elizabeth, com uma descrição extremamente detalhada e muito bem construída. Em certas partes é quase impossível para o leitor não sentir como se estivesse lendo um diário escrito pela própria soberana, de tão minuciosamente que a autora narra, nos transportando à Inglaterra na Era de Ouro. Além disso, temos como um bônus a narração, também em primeira pessoa, da prima e rival da rainha, Lettice, enquanto a personagem narra suas opiniões e conta as mudanças pelas quais passou durante os anos. 
"Mesmo que a história julgue por fim nossas ações, são nossas palavras que conseguem persuadir as pessoas a permitir essas ações e embelezá-las para torná-las gloriosas." 
   A grande jogada sobre "Elizabeth I", creio eu, é que a obra mostra ao leitor uma visão muito mais humanizada e real da grande rainha. Aqui, diferente de como em um livro didático, conseguimos entender as emoções, as motivações e os desejos da monarca, e isso é o que torna o livro tão envolvente. A tarefa de governar um reino que engloba tantos países, tantas pessoas, é apresentada de uma maneira sensata e crua, como pode escapar para nós, pessoas normais: temos noção de quão árdua é essa tarefa, dos sacrifícios e da abdicação que um monarca necessita ter.


   Elizabeth é, aos olhos de Margaret George, uma personagem extremamente inteligente, que, ao mesmo tempo que possa ser impiedosa e vingativa, consegue cativar o leitor de maneira fenomenal. Vemos pela visão dessa grande mulher, que estava envolta na solidão e na dor de um amor impossível, mas que conseguiu se sobressair e ser quem seu país precisava que ela fosse. Em um mundo machista, Elizabeth lutou pelas suas crenças e forneceu ao seu país a ordem, paz e prosperidade que seu povo tanto precisava.

    Acredito que algo muito interessante para os leitores é que, mesmo sendo um livro fictício, há uma grande carga de história nele, e, desse modo, há muito a ser aprendido. Fatos que são reais, como a batalha entre as frotas espanholas e inglesas, são inseridos aqui, e, ao final da leitura, o leitor acaba com conhecimento histórico real sem ao menos se dar conta. 
    Mesmo que tenha adorado a história, não posso deixar de citar fatos que me incomodaram sobre o livro. O primeiro deles foi o tipo de narração que George decidiu empregar para a história: não que eu não tenha gostado na narração da autora, contudo, achei que tal narração era, em diversas partes, informal demais para se tratar da história de uma rainha. Precisamos levar em conta a época na qual a história se passa e o círculo de pessoas envolvido; e, fazendo isso, acredito que faltou certa formalidade na narração.


   O segundo fator que importunou minha leitura foi a péssima revisão do livro. É claro, todos sabemos que com uma obra tão extensa quando "Elizabeth I", é comum o número de erros ser aumentado; nesse livro, todavia, os erros são tão constantes e grossos que conseguiram me incomodar durante a leitura. Além disso, não pude deixar de notar, em certas partes, como a cronologia do livro foi alterada, sendo que o tempo de alguns fatos ficaram confusos demais. 
   O design do livro por conta de Geração Editorial é lindo, e acredito que seja um dos melhores trabalhos da editora. Com uma capa bonita e design interno muito bem trabalhado, sem chegar a ser excessivo, não tive como não parar em certos momentos para admirar o livro. A diagramação do texto é simples, mas charmosa, e, como já afirmei aqui, a falta de revisão e coerência pode ser um tanto perturbadoras. 
   No mais, foi um livro extremamente agradável para a leitura, e que apreciei muito. Recomendo-o para aqueles que, assim como eu, são fãs de um bom romance histórico e apreciadores da história de nosso mundo, e também para aqueles que gostam de aprender sobre ela de uma maneira mais leve e aprazível. 

Primeiro parágrafo do livro:
"Felice Peterri, também conhecido como papa Sisto V, observava de perto a pilha de bulas."
Melhor quote:
"Ser rei e usar uma coroa é mais glorioso para os que veem do que agradável para os que a usam."

  


4 Comentários

  1. Oi, Gabi!

    Eu não conhecia a autora, mas agora esto interessada nos livros. Embora tenha lido pouquíssimos livros do gênero, romances históricos sempre me atraem por causa da carga histórica, é sempre curioso ver boatos e história concreta se misturarem e virarem um romance. Com certeza vou procurar saber mais sobre ela *-*
    Sobre os erros, eu acho que é comum eles aparecem, mas não acho que é ok acontecerem. Poxa vida editora, você tem um trabalho e um único trabalho: entregar uma obra de qualidade. Não me cobre os olhos da cara e me entregue um livro cheio de erros! É compreensível, mas acho pouco caso da editora :( Sou dessas chatas mesmo. Que bom que você pode aproveitar a história, apesar dos erros.

    bjos,
    Bianca

    www.blogsomaisum.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. oii, gostei. já li A Rainha branca da PG, e gostei bastante.. parece ser legal, acho que se eu ver pra cmpra eu compro rs
    tem alguma outra dica de históricos?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá!
      Olha, não sou muito conhecedora dos títulos históricos, para falar a verdade, haha. Mas, assim como você, eu adorei A Rainha Branca, e já ouvi muitos elogios à Philippa Gregory. Recomendo os livros dela, e da própria autora de Elizabeth I, Margaret George, que tem vários títulos históricos/românticos publicados pela Geração Editorial.

      Beijos!
      Gabi Prates

      Excluir
  3. Olá, um histórico que li e amei foi Cartas Lacradas, adoro esse gênero. Posta mais :))))

    ResponderExcluir

.