Livro: Tartarugas Até Lá Embaixo
Título Original: Turtles All The Way Down
Autor(a): John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 256
ISBN: 978-85-510-0200-1
Sinopse: Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo. A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido - quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro - enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).Repleto de referências da vida do autor - entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância -, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e - por que não? - peculiares répteis neozelandeses.
John Green é um dos escritores norte-americanos mais queridos pelo público jovem e igualmente festejado pela crítica. É autor best-seller do The New York Times, premiado com a Printz Medal, o Printz Honor da American Library Association e o Edgar Award e foi duas vezes finalista do prêmio literário do LA Times.
Quando Aza Holmes se deu conta pela primeira vez de que talvez fosse fictícia, seus dias úteis estavam sendo passados numa escola na região norte da cidade de Indianápolis, chamada White River High School, onde forças maiores que ela — tão maiores que ela nem saberia por onde começar a identificá-las — delimitavam seu almoço a um intervalo de tempo determinado. Não obstante, o dia em que Aza se deu conta disso pode ter sido um dos mais importantes de sua vida. Se as forças tivessem optado por um horário diferente, ou se Mychal e Daisy que ajudaram a escrever seu destino houvessem escolhido um assunto diferente para conversar naquele dia de setembro, sua história teria tido um fim diferente — ou ao menos um meio diferente.
Naquele dia em especial, Daisy resolveu conversar justamente sobre o desaparecimento do pai de Davis Pickett, o garoto que Aza conheceu certa vez num acampamento de férias. A polícia oferecia cem mil dólares a quem ajudasse a encontrá-lo. E Daisy acreditava fielmente que Aza poderia fornecer as tão preciosas pistas — principalmente porque a garota conhecia o filho dele. Não tão bem, mas pelo menos conhecia. Assim, mesmo com os transtornos obsessivos-compulsivos cada vez mais fortes e incômodos de Aza, ela embarca com Daisy atrás do único contato que têm em comum com o magnata desaparecido: seu filho.
Conforme Aza se aventura com Daisy e descobre mais sobre si mesma e seus limites, passamos a conhecer brevemente a vida do misterioso poeta Davis Pickett, um garoto com estilo e atitude, que apesar de não circular entre todos os grupos, é popular entre os colegas. Mas Davis guarda segredos, sentimentos e não estará pronto para um relacionamento enquanto não tiver curado suas próprias cicatrizes. Do meio para o fim, o livro aqui resenhado representa um copo de água depois de anos de muita sede, sendo que mais do que uma história sobre o amor entre duas pessoas, sobre o poder da amizade duradoura e sobre a resiliência, Tartarugas Até Lá Embaixo é a história sobre Aza Holmes, a garota que acredita que a vida é uma história que contam sobre nós, não uma história que escolhemos contar.
John Green é incrível — e me intriga como existem pessoas que não consegue notar isso! A bem da verdade, resenho esse livro com muita emoção e com muita felicidade. Tartarugas Até Lá Embaixo é uma história muito especial, sobre verdades que existem dentro de cada um de nós e que, cotidianamente, são mascaradas por nossos próprios, e muitas vezes forçados, transtornos. É uma leitura que representa libertação — uma consulta com um terapeuta chamado verdade que conta com a ajuda de uma psicóloga chamada vida. Durante toda essa semana, vocês terão contato com muitas informações sobre esse livro, sendo que esta resenha integra o primeiro post da Semana Especial sobre Tartarugas Até Lá Embaixo, realizada pela Editora Intrínseca e seus parceiros.
Não consigo descrever a minha sensação ao ler o novo e tão aguardado livro do John! Ele é um autor que mostrou para que veio. Ele não quer simplesmente escrever — principalmente, escrever qualquer coisa. Não deseja apenas vender suas preciosas obras. Não quer apenas tratar de temas muitas vezes intratáveis, com uma história de romance e resiliência. É muito mais do que isso. É sobre tão mais do que isso que me faltam palavras. Na mais básica explicação, John quer tocar, de modo que as palavras faltem e os sentimentos transbordem.
Mergulhei de cabeça em Tartarugas Até Lá Embaixo da mesma forma como fiz com todos os demais e tão especiais livros de Green — e, a bem da verdade, nem sei qual deles eu gosto mais. A literatura jovem-adulto sempre me agradou bastante, não por questões de faixa etária, mas pelo conteúdo profundo que geralmente traz. Você inicia a leitura sem pretensão alguma — porque ela própria não parece ter intenções — e quando se dá conta já está lendo há várias e várias horas, sorrindo, chorando e sem conseguir parar de pensar na obra. É mais ou menos isso que acontece quando se lê Tartarugas Até Lá Embaixo, e é impossível, ao terminar a leitura, você ser o mesmo de quando iniciou.
Da mesma forma que acontece em seus livros anteriores,
a narração é em primeira pessoa, o que nos permite ter uma visão focada na protagonista e em suas ações, escolhas e sentimentos — o que contribui de forma positiva para o dinamismo que envolve a obra da primeira à última página.
Nos momentos mais emotivos e profundos, parece que Aza e seus monólogos interiores são direcionados diretamente para nós, leitores. A escrita de Green continua poética, sensível e dá espaço aos monólogos muito bem-criados e deixa os diálogos com a responsabilidade de conduzir o humor que se tornou marca registrada desde
Cidades de Papel e
O Teorema Katherine.
“A maior parte dos adultos é simplesmente vazia. Vemos adultos tentando preencher o vazio com bebida, dinheiro, Deus, fama ou com o que quer que idolatrem, e tudo isso faz com que apodreçam por dentro, até não sobrar nada além do dinheiro, da bebida ou do Deus que eles acharam que era a salvação”.