Olá, leitores! Na coluna Ao Redor do Globo de hoje mostrarei as capas de O Livro do Juízo Final (confiram a resenha aqui), escrito pela premiada autora de ficção científica, Connie Willis. Publicado pela primeira vez em 1992, a obra vem acumulando uma infinidade de capas diferentes, cada uma abordando um ângulo da história.
Esta é a capa brasileira publicada pela Suma de Letras em hardcover. Ela realmente ficou muito bonita e traz o impacto que a trama pede, em conjunto com as cores que entram em contraste sóbrio.
Esta foi a primeira edição, de 1992, publicada pela editora nova-iorquina, Bantam Spectra. Ela mostra Kivrin, a protagonista trajando as roupas que foram meticulosamente escolhidas para que viajasse para a Idade Média. Porém, ela está no meio de Oxford no inverno, a época natalina – em que ela viaja. São dois contrastes vistos através do recorte de três janelas que lembram a arquitetura de igrejas – o que conversa com a religiosidade, uma das questões abordadas no livro.
Estas são mais duas edições da antiga Bantam Spectra, ainda da década de 90, sendo a da esquerda publicada no mesmo ano que a de cima, em 1992. É uma capa mais simples, sem ilustrações, mas também muito bonita. A da direita traz um ar mais antiquado, com a presença de um corvo (o que remete à capa brasileira) e o sino, elemento primordial na história.
Ainda sobre as publicações da Spectra, a da esquerda foi publicada quatro anos depois da primeira edição, e a da direita foi a última, mais recente. As duas receberam críticas negativas, afinal, sai do contexto em que a história se encontra. Na esquerda se pode notar os detalhes fortes das ilustrações do final do século passado, o que lembra os quadrinhos. A imagem do homem no cavalo traz a ideia errada, pois ele representa um personagem pouco significativo para o enredo como um todo. A segunda traz detalhes de pinturas medievais e é até interessante. Porém, as duas fogem do contexto da viagem no tempo e da ficção científica antiquada de Connie Willis.
Esta edição foi publicada no Reino Unido pela editora Gardners Book, que lançou o livro dentro de um selo, onde todas as capas seguem um modelo padrão (é o caso da Suma de Letras no Brasil com os livros da Biblioteca Stephen King, por exemplo). É uma capa bonita que traz elementos condizentes com a história, porém, para quem é bom entendedor de referências, é capaz de receber um grande spoiler sobre o enredo.
A editora inglesa, Science Fiction Book Club (SFBC), que costuma publicar livros Young-Adult que tem como tema ficção científica, fez um lançamento especial de O Livro do Juízo Final para comemorar seus cinquenta anos. Na capa, buscou sobrepôr elementos modernos aos antigos, misturando referências da narrativa. Achei realmente genial e deu um ar moderno ao clássico – algo que não encontramos nas outras capas.
Estas são as capas espanholas. A da esquerda, publicada em 2010 pela editora Ediciones B., é pouco representativa. O vermelho nem sempre é uma boa escolha para ser a cor predominante na capa de um livro, mas fora esse detalhe, os outros elementos – da fonte ao enquadramento da imagem no espaço em branco – tornaram a edição um pouco incômoda. Já a da direita, publicada pela La factora de ideas, em 2008, traz uma proposta diferente e é uma das mais bonitas em minha opinião. Ela mostra duas versões de Kivrin – a que foi para a Idade Média, com a capa, e a que pertence ao século XXI, desacordada –, o que faz um paralelo importante na história, além de se apropriar da obra e pôr na capa a crítica do jornal El País.
Esta capa australiana foi publica em 2005 pela editora Allen & Unwin Pty. É uma capa simples, que retrata o momento do salto de Kivrin, ou seja, assim que ela chega no século XIV, no meio de uma floresta, na posição de desmaio. É bonita esteticamente, mas limita bastante a história quando a comparamos com as outras.
Por fim, a edição publicada pela editora Pygmalion, na România, em 2004. A ilustração mostra alguns personagens importantes da narrativa, além do cenário. Traz uma edição gráfica estranha a um primeiro olhar, mas podemos considerar que faz parte dos minimalismos romenos na capa dos livros.
O Livro do Juízo Final com certeza traz mais complexidade do que pode ser expresso em uma única capa, e por isso é tão bom poder ter essas várias visões de uma mesma história (que tem tanto para contar!). A obra me proporcionou uma leitura agradável e que me fez refletir, o que é o mais importante. Foi um marco da ficção científica e é um livro muito recomendado para quem curte o gênero.
E vocês, já leram O Livro do Juízo Final? O que acharam das capas? Não deixe de dar sua opinião!
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