Livro: Rebelde
Título Original: Rebel
Autor (a): Amy Tintera
Editora: Galera Record
Páginas: 336
ISBN: 9788501402206
Sinopse: O segundo volume da série Reboot, best-seller do New York Times. Wren Connoly acreditou que seu lado humano tivesse ficado para trás no instante em que ela morreu... e voltou à vida como Reboot em surpreendentes 178 minutos. Com uma força extrema e treinada para ser o soldado perfeito, Wren precisou fugir da CRAH, Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, para salvar Callum 22, o rapaz que lhe mostrou ser possível ter emoções, compaixão e até amor, sendo Reboot. Após terem escapado da CRAH, Wren e Callum estão prontos para recomeçar a vida em paz, na reserva Reboot. Mas Micah, o Reboot que comanda o local, tem planos malignos em mente: dizimar os humanos da Terra. Micah vem construindo um exército Reboot há anos, e finalmente está pronto para iniciar ataques às cidades. Agora que fugiram, Wren e Callum precisam decidir se ficam ao lado de Reboots ou se abandonam tudo e vivem longe da guerra. Aos poucos, os dois percebem que só há uma alternativa: precisam se tornar rebeldes.

DUOLOGIA "REBOOT"
    1.  Reboot
    2.  Rebelde


Amy Tintera cresceu no Texas e graduou-se em jornalismo pela Texas A&M University. Mudou-se para Los Angeles após se especializar em cinema, mas descobriu que não gostava de trabalhar na indústria cinematográfica e voltou para sua primeira paixão: escrever. Pode ser encontrada com frequência olhando para o espaço e inventando formas de seus personagens escaparem da morte. Para escrever Reboot, seu romance de estreia, inspirou-se em diversas séries de TV, entre ela Dexter, The Walking Dead e Buffy, a caça-vampiros. Você pode visitá-la em www.amytintera.com

   Rebelde é continuação do romance distópico de estreia de Amy Tintera, Reboot, que narra a história de um mundo pós-apocalítico aparentemente sendo destruído por um vírus. Até que descobre-se que esse vírus, na verdade, não mata, mas deixa as pessoas num estado de coma — sendo prático —, e quando as mesmas retornam a vida, se reiniciando (daí o nome Reboot), elas, parafraseando a Letícia, que resenhou o primeiro livro aqui no blog, retornam mais fortes, ágeis e quase invencíveis, mas a grande consequência é a perda da humanidade; quanto mais tempo alguém fica morto, mais forte ele retorna, mas também mais frio. 
   Wren é uma das reboot mais forte de que se tem conhecimento, pois ficou morta por 178 minutos, despertando quase que com nenhum tipo de emoção humana. Era o tipo de soldado perfeito, se não tivesse conhecido Callum, um reboot que ficou morto por 22 minutos, e que lhe mostrou que era possível ter uma vida aparentemente humana, por assim dizer, mesmo na situação em que ela se encontrava. Tendo convencido Wren de tais pensamentos, Callum foge com ela do CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, responsável por capturar humanos rebeldes e treinar os novos Reboots, para uma reserva, no meio do deserto, de reboots fugidos da Corporação. 
   Callum e Wren acham, de início, que é um bom lugar para viverem em paz e segurança, mas o que lhes é apresentado é algo totalmente diferente. O líder da reserva, Micah, se mostra uma pessoa totalmente diferente, cruel e vingativa, o que já era de se esperar, em virtude de suas características reboot. O líder tem a intenção de exterminar todos os seres humanos da Terra — os que estão vivos ainda, claro —, e em meio a tantas desventuras, Wren e Callum só possuem duas alternativas: se aliarem a Micah em sua missão cruel, ou protegerem aqueles que tanto os odeiam — os humanos, — se tornando assim rebeldes. 

   Eu sou uma pessoa fanática por distopias. Em virtude de nossas atitudes pessoais e de nosso atual cenário mundial, a distopia tem sido um pensamento muito difundido e que trabalha com uma realidade inteiramente importante e com possibilidades de acontecer. Dentre todas as coisas, o que mais chama atenção nesse tipo de pensamento filosófico, quando junto a ficção, é a atitude dos personagens, que muitas vezes fazem um contraste realista com nossos pensamentos. Isso não poderia ser diferente em Rebelde. Conheci a duologia de Tintera quando foi lançado o primeiro livro, e, quando percebi que todos estavam gostando, não hesitei em ler e me apaixonar por mais essa obra de qualidade incontestável
   Quem já é fã de Divergente, Jogos Vorazes, Maze Runner ou outros bestsellers distópicos, sem dúvida alguma irá gostar muito de Reboot e Rebelde, mas é preciso, sobretudo, saber diferenciar as coisas. Os livros citados possuem um pensamento filosófico idêntico, mas as realidades trabalhas são diferentes. Daí a importância de se ler Rebelde, ou Reboot, como algo novo, não como se fosse uma cópia de Divergente, por exemplo, ou até mesmo parecido. Cada obra é uma obra, e a dosagem certa de expectativas sempre é crucial na hora de ler um livro — principalmente em virtude do tema tão maçante. 
   Sobretudo, eu diria que Rebelde, assim como seu antecessor, trabalha com inovações, o que me agradou bastante, em virtude dos típicos clichês. A narração acontece novamente em primeira pessoa, com a exceção de que agora temos a intercalação entre a ótica de Wren e a de Callum, o que não poderia ter sido melhor. Acredito que quanto mais pontos de vistas pudermos acompanhar, em determinada história, melhor é o resultado tanto de nossa compreensão, quanto do andamento da trama. Os capítulos alternados são bem curtos, leves e dinâmicos, o que proporcionou-me uma leitura rápida e agradável. A escrita da autora também chama muita atenção, o que é louvável, em virtude de ser sua duologia de estreia. O melhor ponto trabalhado pela autora são as cenas de ação, descritas com um teor elétrico significativo. Resumindo: é, sim, uma excelente distopia!

"Eu não me importava.
Eu não me importava.
Eu não me importava.
E deixei escapar um grito de frustração ao soltar seu pescoço, curvando-me ligeiramente para trás... Passei uma das mãos pelos olhos e percebi que estavam úmidos... Pensei em matá-lo, mas desisti novamente, sendo vítima da mesma sensação nojenta. Eu poderia matar alguém simplesmente por ser mais forte? Eu era esse tipo de pessoa?
Não. Eu não era esse tipo de pessoa."
   
   Quando a Letícia leu Reboot, ela disse que o que mais lhe chamou atenção foi a forma como os fatos são desenvolvidos, e eu, particularmente, posso tomar essa como uma opinião também minha. Rebelde possui uma essência muito próxima do primeiro livro, e o formato duológico talvez tenha contribuído para isso, em virtude de que, geralmente, os autores tendem a se perderem pelo caminho que é a escrita de um livro. Mas eu não diria que isso aconteceu em Rebelde. As inspirações da autora também não foram ruim, hein? Segundo ela, The Walking Dead e Dexter, por exemplo, lhes foram fundamentais para formular as ideias para os dois livros. Acho que já deu pra sacar que esse reboots que morrerem e depois surgem mais forte podem ser facilmente comparados com os mortos-vivos de TWD, certo?
   Os personagens também são um ponto extremamente importante e que ganham ainda mais destaque nesse segundo livro. Não há uma construção tipicamente bem elaborada neles, mas algo suave, somente o que realmente se faz necessário para o bom andamento da trama, e isso é um dos pontos que a deixam ainda mais rápida e elétrica, que nesse caso foi um fato visto por bons olhos. Não é todo autor que consegue criar um ritmo rápido e que seja bom, ao mesmo tempo. 
   Wren e Callum formam na trama um casal muito bem construído, e em Rebelde essa construção se dá de modo ainda mais intenso, visto que a autora nos permite conhecer melhor os dois em suas desventuras e tomada de decisões distópicas. O que continua interessante é que não se trata de um casal meloso, perfeito. Mas de duas pessoas errôneas, que, através de seus erros e acertos, se completam de forma única. Quem gostou de Tris e Tobias ou até mesmo do romance sem pé nem cabeça de Katniss e Peeta, vai, sim, gostar muito desses dois personagens. Tenham fé! 
   A edição é compacta, assim como a do primeiro livro, e, inclusive, tem quase o mesmo número de páginas. É o tipo de edição que prova que o segredo muitas vezes está na simplicidade, visto que há um contraste opulente esse essa característica e o que vem a ser o belo. A capa é toda preta, com fontes e detalhes em branco e azul, novamente com uma frase de impacto e um relógio analógico com destaques para os números que formam o tempo em que Wren ficou morta, 178 minutos. As fontes do design interno são agradáveis e sobrepostas a um papel off-white. Não encontrei erros de revisão e acredito que a tradução conseguiu manter muito bem o estilo da autora. Só parabenizações a editora Galera Record. 
   É uma história tão fechadinha, sem desvios, que é até difícil dizer que não gostei de algum fato. Na verdade, é difícil porque eu realmente gostei muito de toda a estrutura que compõe o livro. Acredito que eu, e os demais fãs de distopias, mereçamos algo inovador, bom e bem feito. E foi esse o presente que Amy Tintera nos deu. Ela fez maravilhas num mundo onde aparentemente tudo era improvável. Quem adora o gênero/pensamento pode ler e se deliciar sem qualquer preocupação. É um ótima distopia, que nos faz pensar muito sobre nossas ações e atitudes. Eu recomendo! Ah, e o filme ganhará um adaptação cinematográfica em breve. 

Primeiro parágrafo do livro: “Wren estava em silêncio. Permanecia ao meu lado, completamente parada, olhando para a frente, com aquele mesmo olhar de tantas ocasiões, como se estivesse ou incrivelmente feliz, ou planejando matar alguém. De qualquer forma, eu adorava aquilo.”
Melhor quote: “Todos me conhecem pelo número de minutos em que estive morta. Eles pesam que isso define quem sou. Pensam que podem me controlar. Eles estão muito engados.”



3 Comentários

  1. Nossa que legal esse livro, agora que fui conhecer, li a resenha do anterior e gostei muito, esse também parece ser muito legal.
    http://souadultaagora.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Eu já li Reboot, estou mais de um ano esperando Rebel, porque ainda não achei traduzido. Queria saber se o que vc leu é em português ou em inglês? Se for em inglês você pode me dizer onde encontrou? Sou grande fã do livro

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os dois livros, "Reboot e Rebelde", já foram lançados no Brasil, pela Editora Galera Record. Você pode adquirir nas melhores livrarias e na internet. :)

      Bjos!

      PEDRO OLIVEIRA
      EQUIPE PL

      Excluir

.