SÉRIE "OS BEDWYNS"
1. Ligeiramente Casados
2. Ligeiramente Maliciosos
Ligeiramente Casados foi escrito por Mary Balogh; é o primeiro volume da série – provavelmente independente – Os Bedwyns, que contam com enredos voltados para romances de época. Não obstante, Ligeiramente Casados, publicado pela Editora Arqueiro, se utiliza de tempos e cenários antigos. Confira a resenha a seguir.
Aidan Bedwyn, integrante de uma família rica e nobre e coronel da frota inglesa – que em meados de 1814 lutavam contra o imperador Bonaparte – faz uma perigosa promessa a Percival Morris quando este estava prestes a falecer no campo de batalha. Jurou cuidar de sua desconhecida irmã, não importando o quanto isso o custasse.
E foi com essa promessa em mente que Aidan foi até Eve Morris, a temporariamente responsável pela grande propriedade burguesa dos Morris. Contudo, com a recente morte do irmão e o falecimento anterior do pai, tudo o que Eve tinha iria para as mãos do “homem” mais próximo de sua família: seu primo.
Prestes a perder toda a herança e desabrigar não só seus funcionários, mas seus filhos adotados, Eve se vê perdida e sem opções. Entretanto, logo Aidan percebe que o único modo de salvá-los da miséria seria casar-se com a moça que mal conhecia, garantindo seu poder sobre a herança.
Assim que o casamento de conveniência acontecesse, Eve poderia seguir sua vida normalmente e Aidan retornar para sua vida militar, longe dali. Mas o que ninguém esperava fosse que o duque de Bewcastle, irmão mais velho de Aidan, descobrisse do mais novo casamento e obrigasse Eve a acompanha-lo até a rainha, para se apresentar oficialmente. E então o contato que deveria ser inexistente entre os dois estranhos começou a ser intensificado...
Nunca havia lido um romance de época antes, apesar de ter tido muito contato com filmes semelhantes, e fiquei incrivelmente satisfeita com Ligeiramente Casados, por sua narração bem aplicada, pelos seus personagens bem construídos e por sua história envolvente.
A narração é formal e traz muito da própria época, contudo, seus detalhes exagerados acabaram deixando o inicio do livro um tanto maçante. Demorei a pegar o embalo necessário para ler a obra rapidamente, aproveitando cada minuto. Com certeza, esse livro foi uma boa opção para distração, pois traz uma história empolgante, consumindo nossa atenção ao máximo, mesmo sabendo do seu final previsível.
Acredito que esse seja o defeito que mais me incomoda em romances históricos: sua previsibilidade. Nós sempre sabemos as voltas que o enredo dará e o desfecho, portanto, a emoção sempre está
no meio do livro. É o meio que importa, é onde vemos se os autores souberam desenvolver bem os personagens, buscar a atenção do leitor, não pecaram nos acontecimentos. E Mary Balogh se saiu muito bem.
Os personagens de Ligeiramente Casados eram muito bem empregados ao estilo da época. Suas falas, roupas, modos estavam intrínsecos em tradições que foram muito bem transmitidas ao leitor. Foi nítido ver que a autora conhecia seu cenário muito bem, assim como os costumes; definitivamente não foi uma escritora cega e perdida. No entanto, acredito que Eve foi criando forma conforme o enredo se fazia, enquanto Aidan era um personagem extremamente complexo desde o começo.
O enredo em si, como já citei anteriormente, é previsível, mas ainda sim, emocionante. A partir da página 70, fiquei obcecada para terminar a leitura, mesmo tendo uma ideia do desfecho. E sim, o desfecho foi como eu imaginei, porém, isso jamais me incomodou porque trama completa valeu a pena por todo o livro.
Mas não posso ignorar a semelhança da história de Mary Balogh com a de Jane Austen em Orgulho Preconceito. Ambos os enredos tinham um cavalheiro firme e resguardado, ambas as tramas tinham como principal “problema” a perda da posse de terras e bens, e, é claro, a nobreza. Essa similaridade me incomodou em alguns momentos.
O livro tem uma capa bonita, e um designe bem limpo. A fonte da letra e a cor das páginas auxiliaram para que a leitura se fizesse. A Editora Arqueiro está de parabéns pela publicação!
Depois de experimentar essa história cativante, fiquei ansiosa para ler os demais volumes da série, e outros romances históricos também. Indico a leitura para todos que apreciam uma leitura doce, fascinante, distrativa e curiosa. Há muito que aprender sobre a antiguidade através dessa obra.
Primeiro Parágrafo:
“A cena era familiar até demais para o homem que a observava. Sua longa experiência lhe ensinara que não havia grande diferença entre um campo de batalha e outro – não depois que a batalha terminava pelo menos.”
Talvez a inspiração da autora seja a Jane Austen ou talvez ela tivesse acabado de ler Orgulho e Preconceito quando ela decidiu começar a escrever o livro. Lembro que li todos os livros do George Martin e um tempo depois percebi que minha escrita estava com fortes influências do autor. Achei bacana, mas é sempre bom buscar o seu próprio estilo.
ResponderExcluirUm abraço,
oepitafio.blogspot.com