Título Original: Half Bad
Autor (a): Sally Green
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580575590
Sinopse: A história é sempre contada pelos vencedores, dizem. E Nathan, infelizmente, não é um deles. Na Inglaterra em que ele vive, bruxos e humanos dividem o mesmo espaço, sem, no entanto, se misturarem. Mesmo entre os bruxos, há os que se autodenominam bons, puro se justos — os bruxos da Luz —, e há, é claro, seus inimigos, aqueles que devem ser combatidos e aniquilados,a origem de todo o mal — os bruxos das Sombras. Nesse mundo dividido entre mocinhos e vilões, não ter um lado é pecado, e esse é exatamente o caso de Nathan, filho de uma bruxa da Luz com um bruxo das Sombras. É importante dizer que seu pai, Marcus, nãoé qualquer um, e sim o mais poderoso e cruel bruxo dasSombras que já existiu, acusado de ter matado a mãede Nathan e de espalhar o terror por onde passa. Vivendo com a avó e os meios-irmãos, Nathan é visto como uma aberração por seus pares e pelo Conselho dos Bruxos da Luz, que enxergam no garoto uma ameaça que precisa ser ou domada ou exterminada. E as coisas só ficam mais complicadas conformeo tempo passa, já que, ao completarem dezessete anos, todos os bruxos passam por uma cerimônia emque seu dom, o poder que carregarão por toda a vida,é finalmente revelado. Nesse momento se definirá seNathan é um bruxo da Luz ou das Sombras.E o tempo dele está se esgotando.Em Half Bad, acompanhamos a jornada errante efrenética de Nathan para encontrar o pai e, mais importante ainda, sobreviver. Mas como conseguir isso quando cada passo seu é vigiado e ninguém é confiável— nem mesmo a família, nem mesmo a garota que você ama? Com uma narrativa vívida e dinâmica, Sally Green constrói uma história arrebatadora sobre intolerância,racismo e os caminhos tortuosos que todos trilhamos rumo ao amadurecimento.
TRILOGIA "HALF LIFE"
1. Half Bad
2. Half Wild (sem previsão de lançamento)
3. Sem título divulgado (Sem previsão de lançamento)
Half Bad foi escrito por Sally Green e publicado no Brasil
pela Editora Intrínseca no segundo semestre de 2014. Já com os direitos
cinematográficos adquiridos pela Fox 2000, trata-se de uma trilogia chamada
Half Life. O próximo livro da
trilogia será Half Wild, mas não há
previsão de lançamento aqui no Brasil. Leia a resenha a seguir e saiba mais
sobre essa nova série de bruxos que promete conquistar o mundo!
Nathan é o único meio-código existente no mundo bruxo.
Divididos em Bruxos da Luz e Bruxos das Sombras, ele acabara sendo um fruto de
ambos os lados, sem nem mesmo saber qual essência lhe era mais característica.
Sua mãe se matara pela vergonha e culpa de ter o tido, e seu pai, o maior e
mais perigoso bruxo das Sombras, abandonara-o em sua má sorte.
Era nas mãos dos Bruxos da Luz que Nathan sofria. Várias
regras e sansões eram impostas a ele. Desde criança, evitava estar em lugares
públicos, não tinha amigos e era proibido de viajar sem permissão. Contudo,
Nathan tinha o apoio de sua família, composta por sua frágil e amável avó, e
seus meio- irmãos. E havia Annalise também, uma bruxa da Luz pura, linda e
adorável, componente de uma família preconceituosa e extremista.
Annalise aceitava Nathan da forma que era, e sonhava com a
futura liberdade do garoto. Mas não demorou muito para que seus irmãos
descobrissem os encontros secretos que arquitetavam, e Nathan foi brutalmente
torturado. Foi nesse episódio que descobriu que poderia se curar com rapidez...
E mesmo assim, conforme crescia, tudo piorava. Com medo das
características das Sombras que surgiam no corpo do menino, o Conselho impôs
regras terríveis e acabou tirando a guarda de sua avó e o confinando a uma
prisão “educativa” no meio de uma mata na companhia de uma rigorosa bruxa do
Conselho.
Nathan passou anos preso lá – em uma tenebrosa gaiola
acompanhada por algemas – esperando pela vinda de seu poderoso pai, ou pela oportunidade
de fugir. Seu aniversário de dezessete anos estava vindo, e logo, seria
necessário que fizessem a cerimônia dos três presentes, no qual se tornaria um
bruxo de verdade e ganharia seu poder em sua totalidade.
Porém, a verdade era que o Conselho ainda não havia matado
Nathan porque era uma possível arma contra seu próprio pai... Será que no fim
das contas nosso protagonista mataria o maior bruxo das Sombras?
Half Bad é um livro totalmente diferente do esperado. Repentinamente
criei uma grande curiosidade ao ter contato com seus primeiros capítulos; a
narração era extremamente diferente, com características que não encontrei em
nenhum outro livro e os personagens tinham uma peculiaridade admirável.
Foi possível perceber que Sally Green tem uma liberdade de
escrita. Para ser sincera, acreditei, no inicio, que a autora tinha uma
narrativa ruim, mal construída e informal demais, mas logo percebi que Sally
uniu a personalidade de seu protagonista à narração em primeira pessoa. A
informalidade fazia parte do caráter do jovem Nathan, assim como os termos e o
modo de apresentar as cenas e acontecimentos. As frases pausadas, impactantes e
quebradas advinham de uma ação proposital – que, aliás, acrescentou muito à
história e aos personagens.
E foi essa narração que me prendeu muito à Half Bad, pois
era tão intrínseca ao próprio enredo e ao próprio personagem, que foi
impossível me desligar desse livro. Nathan passa por inúmeras dificuldades e as
narra de um jeito tão profundo e impactante, que toca o leitor e compõe uma
grande simpatia neste. E essa própria narração se modifica conforme o
personagem se modifica, demonstrando a grandiosidade e a sabedoria da autora ao
escolher a primeira pessoa.
A peculiaridade dessa obra também está estampada também nos
títulos dos capítulos e no tamanho destes textos. Alguns têm somente três
parágrafos, outros capítulos, tem títulos nada convencionais. Sally Green se
permitiu sair das regras, se permitiu brincar com o tempo, com a narração e com
os próprios personagens.
O livro é dividido em 6 partes, que contam estágios diferentes
da história de Nathan. A primeira se
concentra bastante na infância sofrida do personagem e evolui até o presente,
de forma nada cansativa – nem muito lenta, nem muito rápida – e é nesse tipo de
trama que muitos autores vacilam, pois não conseguem transmitir o passado com
sucesso, com artimanhas e profundidade. Não foi o caso de Sally Green.
Já as outras partes do livro contam com muito mais ação e
acabaram conquistando muito mais o leitor. Nathan é um personagem muito bem construído,
com suas qualidades e defeitos. Apreciei muito o protagonista e os antagonistas
de Half Bad e digo que somente eles já fazem a leitura valer a pena.
A trama desse primeiro volume é questionável em seu inicio,
mas logo se mostra forte e prometedora. Gostei do desenvolvimento geral, ciente
de que esse livro era mais introdutório e que o próximo parecia ter muito mais
história e complicação. A obra foi surpreendente em seu clímax e em seu
desfecho curioso.
Mas o único defeito que encontrei em Half Bad foi exatamente
sua criatividade. Essa série de bruxos estava, infelizmente, muito parecida com
Harry Potter apesar de carregar uma mensagem e um objetivo diferente. Eram os
detalhes que me incomodaram, como, por exemplo, o protagonista ter ausência de
seus pais, sofrer com imposições e muito preconceito. Harry Potter também teve
uma infância difícil, mas logo se destacou – Nathan foi igual. A divisão entre
bruxos da Luz e das Sombras também foi um pouco semelhante. Em contra partida,
não acredito em nenhum momento que Half Bad foi uma cópia – talvez, no máximo,
inspirado – de Harry Potter.
A própria trama desse livro não é tão excepcional, não é tão complexa, mas isso acaba sendo facilmente ignorado. O desenvolvimento deste é tão bem empregado, que a sua simplicidade em outros setores simplesmente não faz muita diferença.
[...] Tomara que sim. Porque, se vou morrer em uma cela, quero ter alguma coisa antes. Penso em Arran, em Annalise, nas viagens a Gales, em correr, em cada respiração; cada respiração tem que ser importante, preciosa, valiosa."
O que mais gostei nessa obra foi sua mensagem principal,
evidente desde os primeiros capítulos: O racismo e o preconceito. Mesmo que
trabalhemos com um mundo fantástico, Sally Green quis demonstrar com clareza que
a Luz, nem sempre é tão boa e justa, e que pode estar muito errada em suas
convicções. Foram justo os Bruxos da Luz – considerados puros, honrosos e
extremamente bons – que fizeram Nathan arder em sofrimento, pelos preconceitos
arcaicos que mantinham. E o pior era que todos achavam que estavam corretos em
suas ações, que estavam fazendo o que deveria ser feito.
O capa é aveludada, com letras alto-relevo e prata. A capa frontal é negra, enquanto a traseira é semelhante, porém, branca. A Editora Intrínseca acertou muito - e caprichou muito - na diagramação e na revisão de Half Bad! Além disso, a fonte da letra e a cor amarelada da página contribuirão muito para uma leitura satisfatória e sem interrupções.
De forma geral, apreciei muito essa leitura e espero
ansiosamente pelo o segundo volume! Half Bad mostrou um mundo bruxo diferente
do qual estamos acostumados e teve muito sucesso em apresentar um enredo
completo e profundo, além de ter um objetivo e uma mensagem geral. Simplesmente ignorei qualquer erro e vacilo que houve nesse primeiro volume e indico esse
livro a todos que gostam de livros juvenis fantásticos, principalmente aos fãs
de Harry Potter e Instrumentos Mortais.
Primeiro Parágrafo: "Ali estão dois garotos sentados juntos, espremidos entre os braços da velha poltrona. Você é o da esquerda. "
Melhor Quote: "Mas sei que não adianta torcer por isso. Sei que ela vai ter um dom poderoso, como a maioria das mulheres, e que vai descobri-lo, aperfeiçoá-lo e praticá-lo. E usá-lo. Usá-lo em mim."