Livro: Divergente
Título original: Divergent
Autor (a): Veronica Roth
Editora: Rocco
Páginas: 502
ISBN: 8490068208
Sinopse: Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto. A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é. E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.
Em uma Chicago futurística, cada escolha define quem você é.
Após anos de guerras, os humanos decidiram que o melhor
jeito de evitar o caos completo seria dividir a sociedade em cinco facções.
Aqueles que acreditavam que o maior problema da humanidade era a agressividade
formaram a facção da Amizade,
aqueles que culpavam a ignorância tornaram-se da Erudição, os que condenavam o egoísmo aderiram a facção da Abnegação, os que culpavam a covardia
formaram a Audácia e os que
renegavam a duplicidade viraram membros da
Franqueza.
Beatrice Prior é uma garota nascida na Abnegação, mas que
não acredita piamente nos princípios pregados por sua facção. Como recém
completou 16 anos, ela deve passar pelo teste de aptidão — um teste que diz a
cada pessoa qual facção mais se encaixa com seu perfil —, e, depois, escolher
qual das cinco deverá seguir pelo resto de sua vida. A jovem é surpreendida,
entretanto, quando o seu teste é inconclusivo, algo que não devia acontecer.
Ela é orientada pela fiscal a permanecer em silêncio e esconder tal fato, já
que é uma Divergente: alguém que se encaixa em mais de uma facção, e que,
devido a isso, não pode ser completamente controlada pelo sistema.
Após ter tomado sua decisão, Tris, como ficou conhecida em
sua nova facção, torna-se uma iniciante na Audácia — a facção dos corajosos.
Ela precisa preocupar-se com a Iniciação, a grande competição pela qual, todos
os anos, os calouros devem passar — caso reprovado nos testes, o indivíduo
torna-se um Sem-facção, um indigente excluído da sociedade. Lá ela conhece
Quatro, o instrutor dos novos integrantes, e impressiona-se com a habilidade e
força que o rapaz exala. Agora Tris precisa aprender a adaptar-se a esse
ambiente tão diferente do qual ela foi criada, além de conviver com os desafios
que a nova vida apresenta.
Primeiramente, preciso deixar claro que Divergente tornou-se
um de meus livros preferidos, e um dos livros mais bem construídos que já li.
Por tratar-se de uma série distópica esperava um enredo similar a tantos
outros, com uma protagonista completamente comum: imaginem minha surpresa,
então, quando deparei-me com o a história desse livro. Além de narrar uma história
inteiramente original, ele possui algo menos frequente a cada dia no mercado
literário: uma protagonista única.
“O objetivo não é perder o medo. Isso seria impossível. Aprender a controlar seu medo e libertar-se dele é o verdadeiro objetivo.”
Tris é uma personagem incrível, corajosa, decidida e, acima
de tudo, pragmática. Apesar de ter nascido na Abnegação, e, assim, ser ensinada
a colocar toda e qualquer pessoa a sua frente, ela conseguiu extrair a dose
certa de altruísmo para sua vida — por ser uma divergente, Tris não é limitada
a apenas um fator, uma qualidade, como é possível observar com o decorrer da história.
Acredito que todos nós estamos cansados das mocinhas clichês, e Tris é um balde
de água fria para toda essa monotonia que atinge as personagens principais.
O que adoro sobre esse livro é a quantidade de realidade que foi aplicada nele, seja de forma sutil — como na clara divisão da sociedade — às formas mais simples, como o relacionamento que há entre os protagonistas, Tris e Quatro. Em cada ação, cada problema que os personagens enfrentam, há nexo, ações que tomam o curso que, em uma situação real, tomariam, sem o excesso de drama ou romantismo que é tão comum na ficção.
Quatro é um membro de grande prestígio da Audácia, e, sem qualquer
dúvida, o namorado dos sonhos da maioria da população feminina. Com não se
apaixonar pelo jeito misterioso, imponente e protetor do personagem?! O
relacionamento que ele e Tris desenvolvem é gradual, e vai se aprofundando a
cada página da história. Sem dúvidas, ele tornou-se uma das minhas maiores crushes literárias.
“Ele não é doce, gentil ou especialmente bondoso. Mas é esperto e corajoso e, embora tenha me salvado, tratou-me como uma pessoa forte. Isso é tudo o que eu preciso saber.”
Vi várias comparações com outras sagas que possuem a
distopia como tema, mas não consegui encontrar semelhanças com nenhum livro que
já tenha lido, e este é o outro fato que me agradou: a originalidade que é
quase palpável em cada folha da obra.
Este primeiro volume (o meu preferido da trilogia!) é mais
introdutório, apresentando ao leitor esse universo, explicando como ele
funciona — tudo isso, é claro, ao mesmo tempo em que conta as aventuras que
Tris vive. Mas, além de tudo isso, há inúmeros mistérios que cercam a estrutura
no qual a sociedade de Chicago se baseia, quem verdadeiramente são as pessoas
que te cercam, qual é seu verdadeiro destino: dúvidas que deixam nós, leitores,
ávidos para uma continuação.
“Os humanos não conseguem tolerar o vazio por muito tempo.”
A narração do livro é feita por Tris, em primeira pessoa. Geralmente não gosto de livros narrados pelo protagonista, pois acredito que a terceira pessoa passe uma visão muito mais ampla dos fatos. Contudo, este modo foi perfeito para o livro, já que transporta com maestria o leitor para a situação pela qual a personagem está passando.
A história é tão diversificada, tão ampla, que é quase
impossível simplesmente largar a leitura. Cheio de ação e mistérios, mas com
romance e muita aventura, Divergente é capaz de conquistar todos os diferentes
tipos de públicos, sendo o famoso livro chiclete — o tipo que gruda em sua
mente e não sai por nada.
Não tenho nada mais a dizer além de: leia esse livro agora! Não posso afirmar que é uma leitura profunda, que vai mudar
completamente sua perspectiva de vida — mas, sem dúvida alguma, posso dizer que
te fará refletir, ao menos um pouquinho, sobre as escolhas que você toma, e o
impacto que elas tem na sua vida e na de terceiros. O tipo de livro no qual você mergulha de cabeça, ótimo para passar o tempo e
divertir-se, Divergente ganha cinco estrelas, e entra para a minha lista de
favoritos.
Primeiro parágrafo do livro:
"Há um único espelho em minha casa. Fica atrás de um painel corrediço no corredor do andar de cima. Nossa facção permite que eu fique diante dele nosegundo dia do mês, a cada três meses, no dia em que minha mãe corta meu cabelo."
Melhores quotes:
1."Nós acreditamos em atos simples de bravura, na coragem que leva uma pessoa a se levantar em defesa da outra." | 2. "Às vezes, as pessoas só querem ser felizes, mesmo que seja de uma maneira irreal."
p.s: Sim, eu sei que a resenha ficou cheia de quotes. Mas eu não consegui colocar só um!