Oi, pessoal! O Entre Páginas e Telas de hoje é sobre Cidade dos Ossos, adaptação do best seller de Cassandra Clare. Depois de muita polêmica e expectativa, eis que o filme já foi lançado há algum tempo, e, depois de assistir e re-assistir, direi qual foi minha opinião sobre ele. Vamos lá?
Capa original do livro, publicado aqui no Brasil pela Galera Record, e o poster oficial do filme.
Primeiramente, preciso dizer que sou uma imensa fã da série criada
por Cassandra Clare, e é sempre difícil para um fã dos livros não terminar
comparando a adaptação com a obra original. É claro que todos nós sabemos o
significado de uma adaptação — todas as mudanças que ocorrem na história, nas escolhas
de elenco e nos efeitos especiais —, e, como uma leitora assídua, já assisti
várias dos livros que gosto e acabei me decepcionando em excesso.
O filme Cidade dos Ossos não foi exatamente uma decepção,
mas também não me surpreendi com o que assisti. Tentei, desde o começo da
liberação dos materiais de divulgação, não criar expectativas acerca do filme —
é claro que isso não funcionou.
O roteiro do filme é, a meu ver, o primeiro e principal
ponto negativo da adaptação. Muitas cenas foram modificadas desnecessariamente,
e algumas das principais cenas do livro simplesmente não existiram. É claro que
entendo que o filme precisa ser mais “comercial” do que o livro, mas se as tais
cenas tivessem apenas sido mantidas, o filme teria o mesmo (ou até um maior)
apelo ao público. Muitas das falas dos personagens, além disso, foram mantidas,
mas de uma maneira que acabou sendo totalmente sem nexo para alguém que já não
conhecia a história, como se estivessem apenas "soltas" pelo script. O humor e
sarcasmo de Jace, por exemplo, ficou um pouco forçado, e o personagem, que
consegue arrancar risadas com toda sua arrogância no livro, terminou sendo
apenas divertido.
A escolha dos personagens foi o que mais gerou polêmica
desde que o cast foi anunciado, e preciso comentar sobre minhas impressões sobre
cada um. Primeiramente, a maior surpresa em questão de atuação foi Robert Sheehan, como
Simon. Ele conseguiu ser um Simon muito mais agradável, mais apelativo do que o
dos livros, nos fazendo acreditar em seu amor por Clary. A atuação de Lily Collins
foi boa, transmitindo com perfeição a Clary do primeiro livro: confusa mas corajosa,
amiga e apaixonada. Surpreendentemente, não gostei Kevin Zegers como Alec. Juro que
não sei o que aconteceu, já que estava satisfeita com a colocação dele no
elenco, mas, apesar de retratar o Alec antipático, chato e ciumento, mas ainda
leal, do começo da série, alguma coisa na atuação de simplesmente não
funcionou.
A Jemima West como Izzy estava coerente, mas muito da
personalidade da personagem foi apagada. O prêmio de melhor atuação,
entretanto, fica dividido entre dois atores: Lena Headey e Godfrey Gao, que conseguiram
roubar a atenção em qualquer cena que aparecessem. A atuação dos dois foi
divina, e eles são simplesmente perfeitos para os personagens. Fiquei triste
pelo papel de ambos ser tão reduzido nesse primeiro filme, e (apesar de detestar
a Jocelyn nos livros) não posso esperar para ver mais dos dois.
Por fim, não
posso deixar de citar Jamie Campbell Bower, a grande polêmica das escolhas do
cast. Apesar de muitas fãs não terem gostado da escolha, para mim, ela foi
excelente. O Jamie é o meu Jace? Não. Acredito que ele tenha toda a beleza
incomparável que é descrita no livro? Não. Contudo, sei o quanto ele doou de si para
o personagem, como ele colocou sua alma na atuação, e isso foi o que mais me
agradou. Sem contar que a química entre Jamie e Lily é inegável, o que só
aprimorou o romance dos dois na tela.
Senti falta, em questão de roteiro, de duas cenas que serão
cruciais para a continuação da série. A primeira é Valentim fugindo com o Cálice
— que no filme ficou com a Clary — o que, em Cidade das Cinzas e Cidade de Vidro,
desencadeia uma série de acontecimentos. A segunda é Jace pegando o pedaço
partido do portal com a imagem de sua casa de infância, após a fuga de Valentim.
Isso seria muito, mas muito importante, já que Jace passa grande parte do
segundo e terceiro livro com o tal pedaço de vidro, o que traz a tona toda a
melancolia e reflexões do personagem.
Em síntese, o filme foi bom, com cenas de ação bem
construídas, efeitos especiais muito críveis. A maquiagem e o figurino são o
que mais chamam atenção, com cenas fortes sem o apelo ao ridículo, sem forçar
demais. A resolução do grande enigma do filme foi dada ao telespectador, em uma jogada que evita toda a repercussão e polêmica que seria um suposto incesto em uma série adolescente, e o filme deixa muitos ganchos, que provavelmente serão explorados na sequência.
Se gostei do filme? Sim. Porém, eu esperava muito mais.
Espero que, na adaptação de Cidade das Cinzas, os personagens sejam mais bem
trabalhados e o filme seja um pouco mais fiel ao livro. Também estou curiosa
para ver como alguns pontos cruciais da história se desenvolverão, já que muita
coisa foi mudada. Para aqueles que ainda não leram os livros, fiquem
conscientes de há spoilers. Apesar de todos os pontos negativos, eu recomendo o
filme a todos, mesmo que não sejam fãs da série. Podem ter certeza de que é um
filme que vale a pena ser visto, mesmo que só pela sua história incrível.
Quem já assistiu o filme? Concorda ou discorda com minha opinião? Me diga nos comentários!
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