Deuses, crianças e adultos buscando se entender. Para isso vão ao inferno, visitam mundos paralelos, atravessam portas misteriosas. Em cada história de Gaiman, acompanhamos personagens cativantes que partem em jornadas mágicas, muitas vezes para, no fim, descobrir que a resposta estava o tempo todo dentro de si. Como se fossem artefatos mágicos, os livros do simpático inglês descabelado desapareceram durante anos das livrarias e das mãos dos leitores brasileiros. Um dos maiores autores do mundo acabou se tornando, em nossas terras, conhecido apenas por um nicho, e não pelo grande público. Isso começou a mudar nos últimos anos. Agora, com grande parte de sua obra de volta às prateleiras e uma série de TV estreando, vivemos em 2017 o ano de Neil Gaiman. Com dezenas de livros e opções, alguém que ainda não se aventurou nesse universo pode se perguntar qual o melhor caminho a trilhar. Estamos aqui para tentar ajudar nessa encruzilhada. Mas antes, uma questão: por que deveríamos ler Neil Gaiman? (Fonte: Intrínseca).
1. A PERSONIFICAÇÃO DA CRIATIVIDADE.
Quanto a escrita de Gaiman, o que se pode notar, mesmo antes de ter contato com qualquer uma de suas obras, é que ele é — quase que literalmente — a personificação da criatividade. Ele compõe com uma maestria incrível, se apegando a um tipo de formalidade sem floreios, profunda, mas sem excessos, e que contribui muito para a boa relação autor-leitor. Um ponto extremamente forte nas obras do autor, sem dúvidas, é sua escrita e toda a sua criatividade. Como eu sempre digo, uma coisa é você ter uma ideia para um livro, outra extremamente diferente é você saber desenvolver e dar assas a isso, e Gaiman escreve e cria com a mesma facilidade que tem para respirar. Suas obras são de uma beleza quase tangível — basta observar as críticas feitas —, elevando o ordinário ao extraordinário. (Fragmento da resenha de Mitologia Nórdica).
Neil Gaiman é considerado um dos dez maiores escritores pós-modernos vivos. Tem mais de vinte livros publicados e já foi agraciado com inúmeros prêmios, incluindo o Hugo, o Bram Stoker e a Newbery Medal. Iniciou a carreira literária com a aclamada série em quadrinhos Sandman e, depois, seguiu para a ficção, publicando obras memoráveis como Deuses Americanos. Nasceu em Hamsphire, Inglaterra, e hoje mora nos Estados Unidos. Pela Intrínseca publicou também O Oceano no Fim do Caminho, Faça Boa Arte, A verdade é uma caverna nas Montanhas Negras, João e Maria, Os filhos de Anansi e Lugar Nenhum. Pode ser encontrado no site www.neilgaiman.com.
Contos são mais que pequenas histórias acerca de um relato dos fatos (fictícios ou não). Já se foi o tempo em que o conto era apenas uma forma de expressão banalizada aos recantos menos interessantes dos jornais e revistas. Hoje eles estão presentes em livros como os de Gaiman. Em sua terceira coletânea (Alerta de Risco) de contos, o escritor mostra que essas curtas histórias têm um âmago muito mais profundo do que aparenta. São 24 contos reunidos de forma aleatória, contendo diversas temáticas e com variados formatos.O conto não é mais aquela historinha curta que tem uma moral rasa em seu desfecho. Gaiman conseguiu moldá-lo e transformá-lo em algo espetacular. E, claro, que apesar de seu aviso de que há um risco em lê-los — o risco de ver dentro de si mesmo e se deparar com algo assustador — não há porque evitar a leitura, mesmo que ela seja adiada para um momento em que, como leitor, você esteja preparado. (Fragmento da resenha de Alerta de Risco).
4. O MITO VIRÁ REALIDADE NA LISTA DE MAIS VENDIDOS.
Seu último livro, a coletânea Mitologia Nórdica figurou por semanas na lista de mais vendidos aqui no Brasil e, claro, em outros países onde foi lançado. Não que isso seja novidade quando se trata de Gaiman (todos os seus livros já figuraram em listas de mais vendidos, certo?). Mitologia Nórdica, por exemplo, é um poderoso convite para embarcar numa jornada que parte da origem do universo e vai até o crepúsculo dos deuses, onde mitos como Antes do Principio, e o Que Veio Depois, Os Últimos Dias de Loki e O Hidromel da Poesia trazem uma nova perspectiva acerca da criação do mundo, da origem dos terremotos e da arte da escrita. Só nega o convite aquele que realmente não compreende o fato de que Mitologia Nórdica foi feito para agradar até o mais exigente dos leitores.
5. MÁGICO OU ESCRITOR?
Vejo duas palavras entrelaçadas como resposta: mágico e humano. É a relação de ambas que traz, em diversas camadas, a beleza de Gaiman. O resultado é que, ao terminar qualquer obra do autor, vejo a nossa realidade, as pessoas e suas atitudes, com mais magia. E isso acontece não como um escapismo; o fantástico ajuda a enxergar melhor o real. Gaiman tem essa habilidade rara de se encontrar em outros escritores. Seja o leitor que enveredou pelos lindos caminhos dos clássicos da fantasia, o leitor de quadrinhos, ou o que se emocionou com romances, até o leitor que prefere não ficção ou títulos premiados, todos encontram em Gaiman um ponto de equilíbrio. Talvez isso seja explicado em parte por suas inspirações, que passam pelos fantasiosos Tolkien, Pratchett, Douglas Adams, Lovecraft, Alan Moore, mas também por Jorge Luis Borges, G. K. Chesterton e Bulgákov. (Daniel Lameira, Intrínseca).
E foi isso, pessoal! Vocês já leram algo do Neil Gaiman? Digam-nos o que acharam nos comentários!
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Olá!
ResponderExcluirQuem me apresentou ao Neil Gaiman foi o Breno, colaborador lá do Books. E foi a melhor coisa que ele fez :)
Li alguns livros do autor e eu gostei muito!
Com o tempo acredito que vou conseguir encaixar os livros nas minhas TBRs.
Adorei o post :)
Beijos!
Books & Impressions