Livro: Os Segredos de Colin Bridgerton
Autor (a): Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 336
ISBN: 9788580413076
Sinopse: "Há muitos anos Penelope Featherington frequenta a casa dos Bridgertons. E há muitos anos alimenta uma paixão secreta por Colin, irmão de sua melhor amiga e um dos solteiros mais encantadores e arredios de Londres. Quando ele retorna de uma de suas longas viagens ao exterior, Penelope descobre seu maior segredo por acaso e chega à conclusão de que tudo o que pensava sobre seu objeto de desejo talvez não seja verdade. Ele, por sua vez, também tem uma surpresa: Penelope se transformou, de uma jovem sem graça ignorada por toda a alta sociedade, numa mulher dona de um senso de humor afiado e de uma beleza incomum. Ao deparar com tamanha mudança, Colin, que sempre a enxergara apenas como uma divertida companhia ocasional, começa a querer passar cada vez mais tempo a seu lado. Quando os dois trocam o primeiro beijo, ele não entende como nunca pôde ver o que sempre esteve bem à sua frente. No entanto, quando fica sabendo que ela guarda um segredo ainda maior que o seu, precisa decidir se Penelope é sua maior ameaça ou a promessa de um final feliz. Em "Os segredos de Colin Bridgerton", quarto livro da série Os Bridgertons, que já vendeu mais de 3,5 milhões de exemplares, Julia Quinn constrói uma linda história que prova que de uma longa amizade pode nascer o amor mais profundo."
SÉRIE "OS BRIDGERTONS"
3. Um Perfeito Cavalheiro
4. Os Segredos de Colin Bridgerton
5. Para Sir. Phillip, Com Amor
6. O Conde Enfeitiçado
7. Um Beijo Inesquecível
8. A Caminho do Altar
Penelope Featherington aquela garota. Atrapalhada, um pouco acima do peso e muito tímida, ela sempre ficou às margens dos salões de festa, esperando por um cavalheiro, por piedade ou por coação, a tirar para dançar. Ela nunca foi o tipo de moça que era notada, e, com o passar dos anos, ela se acostumou a isso; para ela, era o suficiente ser alguém com pensamento próprio, e com amigos incríveis. Penelope sempre contou com a proteção da família Brigderton, sendo a melhor amiga de Eloise, e nunca se importou com o que a sociedade falava dela... mas também nunca abandonou o sonho infantil de que Colin Bridgerton a visse como algo a mais do que a "pobre Penelope".
Colin Bridgerton não sabia exatamente o motivo, mas a aventura parecia sempre o chamar; e ele nunca ficava cansado dela. Com o passar dos anos, Colin viajou pelo mundo, e algum sentimento dentro de si o instigava, depois de alguns meses em casa, a fugir da rotina cansativa e conhecer mais lugares – não que ele não sentisse saudades da amada família, mas descobrir novos lugares e sensações era mais do que um desejo, e sim uma necessidade. Recém chegado de uma viagem à Grécia, Colin se surpreende ao perceber que, durante os meses em que esteve fora, algumas coisas mudaram... a começar por Penelope Featherington.
Ela sempre fez emergir dentro dele um misto de pena e simpatia, sendo a tímida e quase invisível garota que ele viu debutar, e, diversos anos depois, continuar solteira. Mas a surpresa de Colin é grande ao voltar da Grécia e encontrar uma mulher na qual ele nunca havia notado... mais segura de si, com menos medo de falar o que pensa e senhora de sua própria vida, na medida do possível a uma "solteirona" da época, Penelope nunca pareceu tão encantadora aos olhos de Colin... nem tão irresistível.
Creio que afirmo isso cada vez que discorro sobre algum dos livros de Julia Quinn, mas ainda creio ser válido repetir: romances de época me encantam, mas não são todos eles. Apesar de sempre com histórias que nos fazem suspirar, acho incrivelmente difícil encontrar um deles que tenha certo equilíbrio, balanceando o romance – que, claro, é o foco da história – com os outros elementos da leitura. É justamente pela falta de construção, e o tão comum desenrolar dos fatos rápido demais, que fiquei fascinada pela série Os Bridgertons, e ela tem sido, desde então, uma de minhas preferidas, assim que comecei o livro um.
Deliciosos de se ler, é fácil se perder na história dessa família tão querida e preciosa um ao outro. Desde a primeira vez que Colin apareceu, ainda do volume inicial da série, ele se tornou um de meus personagens favoritos, com seu charme, beleza e bom humor. Eu esperava ansiosamente por seu livro, tendo a certeza de que seria o meu favorito, ou chegaria muito perto dele; infelizmente, e talvez até mesmo pela grande expectativa, que me deparei com algo um tanto diferente.
O livro segue o padrão de narração dos anteriores, em terceira pessoa, alternando sob a perspectiva de seus personagens principais e, é claro, com os comentários da famosa e infame Lady Whistledown, a autora de um jornal de fofocas da alta sociedade. A narração é onisciente, dando ao leitor uma visão completa dos pensamentos de cada um dos protagonistas, algo que eu acho muito útil e clarificante ao leitor. A escrita de Quinn continua a mesma, com um vocabulário prazeroso de ler, nem tão rebuscado, mas nada perto do informal.
Como já disse, Quinn consegue realizar um feito que acredito ser muito bem vindo ao gênero romance de época: criar uma história que é, ao mesmo tempo que muito romântica e digna de suspiros, com cenas encantadoras, possui personagens que pensam por si e que têm uma história muito bem estruturada. Nos livros dela, nunca é apenas sobre o romance dos protagonistas da vez, ainda que, sim, ele tenha grande destaque – mas, ao mesmo tempo, existe toda uma história, toda uma personalidade e os arredores dos personagens, e isso traz muita realidade ao enredo que está sendo transmitido.
Em Os Segredos de Colin Bridgerton o leitor tem, além da expectativa pelo romance de Penelope e Colin, outra coisa muito esperada: a revelação de quem é Lady Whistledown. Não, você não leu isso errado. A ousada fofoqueira, anônima até o momento, será finalmente revelada, já que, junto a história do casal protagonista, é largada a bomba de que Senhorita Whistledown pretende se aposentar, o que desencarreta em uma busca louca da sociedade londrina por sua verdadeira identidade.
Ao mesmo tempo que tenho diversos elogios a tecer a este livro, contudo, não posso deixar de afirmar que, tristemente, o que geralmente mais me agrada nos volumes da série Os Bridgertons foi minha grande decepção nesse quarto livro: os personagens que o protagonizam.
Nem afirmo isso tanto por Penelope. Ainda que eu tenha ficado frustrada com suas atitudes tão inseguras e as vezes sem dar o devido valor a si mesma, não pude deixar de desenvolver um grande afeto em relação à ela. Por diversas vezes, a vontade de pegar a moça no colo e consolar a pobrezinha por todos os maus bocados que já passou, sendo que podemos ver como isso afetou sua fé em si mesma. Ela é uma personagem inteligente, mas que é puramente boa, ainda, no fundo, sonhando em ter seu próprio conto de fadas, ainda que seja uma "solteirona" para a época em que a história se passa, sem qualquer esperanças de casar-se.
Meu grande problema foi, na realidade, com Colin. Não vou mentir: é fácil gostar do personagem pela sua bondade demonstrada, o jeito charmoso e a intensa beleza descrita por todos. É muito, mas muito fácil o leitor torcer para que ele finalmente note Penelope, para que ele veja o patinho feio que virou um cisne e eles vivam esse romance incrível que sempre esteve debaixo de seus narizes. Fácil demais, completamente induzido pela história e pelo Colin dos livros anteriores, o "irmão mais bonito que nunca sossegou". Mas, ao mesmo, assim que o leitor presta um pouquinho de atenção nas atitudes dele para com Penelope... é completamente errado.
E fico triste ao afirmar isso, mas ainda não deixa de ser verdade. O modo como Colin trata Penelope, já quando os dois estão se envolvendo, é lamentável e cheio de desconsideração. Sim, seu personagem passa por dilemas internos e dúvidas, mas isso não é, em momento algum, desculpa para usar Penelope da maneira com que ele a usa. São coisas sutis, algumas esporádicas atitudes... mas ainda sim, se o leitor deixar de ver a situação sob o "brilho do romance", creio que ficará tão decepcionado como eu fiquei.
Talvez o problema tenha sido comigo, por esperar um Colin diferente daquele que encontrei. Eu, sim, criei uma personalidade pré-moldada dele de acordo com o que os três anteriores livro diziam sobre o rapaz; imaginem minha surpresa e decepção, então, ao me deparar com um protagonista com uma personalidade tão distinta daquela prometida nos outros livros, e isso de uma maneira negativa (afinal, ele sempre foi descrito como o irmão correto e considerativo, coisas que não aparecem, nem de longe, em certas situações desse livro).
Não que ele seja um completo monstro, devo deixar isso claro. É fácil demais suspirar com as cenas românticas, o encanto aventureiro, as atitudes gentis e a felicidade de Penelope por, finalmente, estar vivendo o romance que esperou desde o início de sua adolescência. Mas, ainda assim, suas atitudes para com Penelope, alguém que ele sabia desde sempre ser extremamente apaixonada por ele, sob meu ponto de vista, são inadmissíveis. É claro, a autora leva a história para um andamento no qual ele "se redime", mas, para mim, não funcionou.
O design por conta da Editora Arqueiro é, como sempre, de ótima qualidade. Seguindo o padrão de arte interna dos demais livros da série, trata-se de algo simples, porém muito elegante, que combina perfeitamente com o época na qual o enredo se passa; além disso, gostei bastante dessa capa, que revela, em minha opinião, muito da essência do livro. Não encontrei, durante a leitura, nenhum erro de revisão ou ortografia, e a tradução é de ótima qualidade, como o usual.
Por fim, trata-se de um livro que me trouxe sentimentos contraditórios e que, na realidade, não foi o que eu esperava, mas que possui suas notáveis qualidades. Apesar de ainda manter o padrão envolvente e de rápida leitura, foi o livro que menos gostei até agora da série; é claro, isso não me fará abandoná-la, de jeito nenhum, já que reconheço o enorme talento da autora. Como os demais de Os Bridgertons, recomendado aos fãs de romances!
Primeiro parágrafo do livro: "No dia 6 de abril de 1812 – dois dias antes de seu aniversário de 16 anos –, Penelope Featherington se apaixonou."
Melhor quote:
"Talvez aquilo fosse a definição de amor, afinal. Querer uma pessoa, precisar dela e a adorar até mesmo nos momentos de fúria, quando se tinha vontade de amarrá-la à cama só para que ela não saísse e causasse ainda mais problemas."
gostei muito, participa da minha tag do meu blog: http://48967umbomlivroeumaxicaradecafe.blogspot.com.br/
ResponderExcluirEstava e ainda estou em completa euforia para ler o quarto livro da série, mas devo admitir que agora estou com certos receios em relação ao próprio, desde de que li o primeiro, fiquei completamente encantada pelo Col (Eu já sendo íntima :D) e claro, louca pelo livro dele e da Pen, mas é bom ter uma certa analise do livro antes para que eu não me decepcione quando for lê-lo, amei a resenha <3 :*
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