Livro:  Amy & Matthew
Autor (a): Camie McGovern
Editora: Galera
Páginas: 336
ISBN: 9788501070180
Sinopse: Amy e Matthew não se conheciam realmente. Não eram amigos. Matthew sabia quem ela era, claro, mas ele também sabia quem eram várias outras pessoas que não eram seus amigos.Amy tinha uma eterna fachada de felicidade estampada em seu rosto, mesmo tendo uma debilitante deficiência que restringe seus movimentos. Matthew nunca planejou contar a Amy o que pensava, mas depois que a diz para enxergar a realidade e parar de se enganar, ela percebe que é exatamente de alguém assim que precisa.À medida que passam mais tempo juntos, Amy descobre que Matthew também tem seus problemas e segredos, e decide tentar ajudá-lo da mesma forma que ele a ajudou.E quando a relação que começou como uma amizade se transforma em outra coisa que nenhum dos dois esperava (ou sabe definir), eles percebem que falam tudo um para o outro... exceto o que mais importa.


Amy & Matthew foi escrito por Camie McGovern, primeiro livro da autora do gênero. Além dessa obra, ela publicou outros livros como "Eye contact", "The art of seeing" entre outros. Camie é um das fundadoras da Whole Children, que dá assistência para crianças com necessidades especiais. Muitos confundem e acreditam que Amy & Matthew é uma das obras de Rainbow Rowell, por seguir o mesmo estilo de capa e título. Leia a resenha a seguir:

       Amy teve um aneurisma no dia seguinte do seu nascimento trazendo várias complicações para o seu físico. Como consequência, ela não conseguia comer alimentos específicos sem babar, sua postura era torta, uma de suas mãos era imperfeita e seu andar era dificultado. Mesmo tendo tantas limitações e sofrendo com sua mãe extremamente protetora, Amy era uma menina inteiramente inteligente e ousada. 
       Ela sobrevivera muito tempo mais que os médicos haviam dito — sua mãe mandava seu boletim excepcional para todos eles para provar a guerreira que sua filha era — mas Amy queria ir além. Depois de bater o pé, convenceu sua mãe a afastar todos os seus cuidadores profissionais para substitui-los por seus próprios colegas que estivessem dispostos ao trabalho. A finalidade era que Amy se socializasse mais, além de aprender a se virar melhor para ir na faculdade.
       Havia uma pessoa em especial que Amy queria como seu auxiliar: Metthew. Depois que ele fora sincero e não tivera uma pena exagerada de Amy, ela se interessara na amizade dele. 
       Após selecionados, instruídos e contratados os auxiliares, Matthew teve que aprender a ter Amy como sua principal companhia. De início, foi constrangedor cuidar dela, contudo, depois se tornou fundamental para que Matthew estivesse bem. 
       Mesmo de aparência saudável, Matthew também era doente e seu transtorno compulsivo obsessivo só aumentava. Havia uma voz dentro dele que o obrigava a conferir inúmeras vezes se a torneira estava fechada, a lavar 12 vezes as mãos e os braços, a contar os degraus das escadas e a ler as mesmas páginas de um livro diversas vezes a ponto de não progredir na leitura. 
       Notando seus estranhos comportamentos, Amy tem a ideia de ajudá-lo, assim como Matthew a ajudava. Mas o que ela não esperava era que fosse se apaixonar tão perdidamente por ele. 
       
       Esperei que "Amy & Matthew" fosse um livro simples e nada especial. Talvez pelo seu título clichê, ou pela sua capa vagamente doce. Contudo, o que entrei nesse obra foi muito mais que eu poderia esperar. Amy e Matthew superou todas minhas expectativas e me tocou
       Minha atenção pelo livro mudou assim que lidei com o passado dos protagonistas — narrados em terceira pessoa — tendo um contato direto com suas conquistas e suas personalidades. A partir desse enredo não-linear — que mescla o presente e o passado aprofundando todo o contexto do livro — foi impossível não me envolver nesta história. 


       Amy é uma personagem extremamente desenvolvida, nos seus defeitos e qualidades. Mesmo sendo inocente e infantil demais para a idade — isso se justifica pelo tratamento especial que sempre recebera — nossa protagonista é forte e audaciosa, além de ser inteiramente doce, enquanto Matthew é um personagem muito carismático, principalmente pela suas atitudes altruístas; mas ainda um protagonista difícil. Seu TOC deixava os capítulos mais pesados, instigando minha ansiosidade. Foi simplesmente valioso saber o cotidiano de uma pessoa semi-paralisada e de uma pessoa totalmente desequilibrada e compulsiva. Os personagens secundários eram bem reais, muito próximos dos modelos de pessoas que temos inseridas no dia-a-dia.

       A narração de Camie Mcgovern é tão leve, sutil e envolvente, que nem prestei a devida atenção. Fluiu e me envolveu a ponto de eu ler horas e horas à finco, sem pausas e sem notar o tempo passar. Não é uma narração cheia de detalhes e é informal, contudo, essa ultima característica jamais me incomodou. 
       Entretanto, falta algo em Amy e Matthew, talvez mais explicação a cerca das dificuldades de Amy. Ainda não compreendi todas as limitações: ela não conseguia pronunciar nada mesmo? Precisava ser carregada ou andava com o andador? Sua mão ruim não abria? Era distorcida? Faltou detalhes desses problemas, detalhes que poderiam ter dado mais emoção à história. Senti também falta de mais veracidade. Alguns acontecimentos saíram um pouco do esperado, levando em conta os elementos dessa história. Camie McGovern acabou criando uma trama que não foi apropriada para a personagem "especial" que teve; certas cenas não levavam em conta a deficiência física da personagem...

"Aprendi a não julgar as pessoas por suas limitações, mas pela maneira como avançam alem delas."

       Um ponto negativo nessa obra foi a rapidez como tudo aconteceu. Apesar do tempo ter passado nessa história, isso não foi apresentado ao leitor. A impressão que dá é que tudo aconteceu de uma hora para outra, sendo que já passaram 2 meses. Há vários artifícios e mecanismos que escritores utilizam para demonstrar esse tempo "passado" e que autora não se permitiu usar. Contudo, a escritora utilizou de outros instrumentos essenciais para que o livro fosse interessante e pouco cansativo, como por exemplo, os emails que os protagonistas trocavam. 
       Cammie McGovern me fez torcer pelos personagens, sofrer por eles, e, no fim das contas, amá-los. O clímax foi extremamente surpreendente. Ainda não consigo acreditar no rumo que o enredo tomou durante essa etapa da obra e fiquei demasiadamente satisfeita com esse romance tão diferente. 
       A capa é simples, porém, singelamente bonita, soube chamar a atenção, enquanto a diagramação — apesar de não haver detalhes chamativos — contribuiu muito para a leitura. As páginas amareladas e a fonte da letra fizeram da leitura algo mais leve. A Editora Galera está de parabéns pelo designe e pela revisão geral. 
       O desfecho da obra não me agradou por completo, mas pude perceber o quanto esse livro foi relevante. Indico para todos que gostam desses romances que lidam com problemas reais e procuram por livros que buscam nos emocionar. Amy e Matthew soube me envolver com sucesso, e mais: soube me conquistar.
       
Primeiro Parágrafo: "Os emails de Amy começaram no fim de julho e continuaram chegando durante todo o verão."
Melhor Quote: " — Ele acha que essa ideia que teve lhe dá poder sobre eles. Eu disse a ele que não é assim que funciona. Se você se importa com o que eles pensam, são eles que tem todo o poder."
 


2 Comentários

  1. Eu adorei esse livro! Ele me lembrou bastante o livro Eleanor & Park e acabou se tornando tão bom quanto.
    A trama nos envolve do início ao fim e a escrita flui rapidamente.
    A autora escreve muito bem, o amor inocente (mas nem tanto) ds protagonistas é perfeito e acabei por me apaixonante por ambos.
    Super indico!

    Beijos!
    Viviane Gonçalves
    vsg_caue@hotmail.com

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  2. Olá , tudo bem?

    Diferente de vc, cai de cara nesse livro achando q ia me apaixonar, mas ao contrário , foi tedioso o livro, difícil de terminar, sua resenha ficou perfeita. Queria ter sentido tudo isso q o livro te passou.


    Bjo

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