Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.
Escrito por um renomado autor da literatura internacional, Neil Gaiman, e publicado pela editora Intrínseca em 2013, “O Oceano no fim do Caminho” traz polêmicas a cerca de sua história: seria, de fato, a infância do autor retratada nesse livro? Confira a resenha a seguir.
Tudo começa quando o protagonista, na volta de um funeral, decide reviver sua infância e procura o lago que sua amiga de infância, Lettie, chamava de oceano. A partir desse encontro, várias memórias antigas e supostamente esquecidas retornam.
Ele relembra o episódio em que seus pais decidiram alugar um quarto da casa para um forasteiro, um minerador que acabou se suicidando dentro do carro da família por motivos financeiros. Logo depois desse episódio, acontecimentos estranhos começam a se desenrolar nas vizinhanças. Uma moeda brota em sua garganta no meio da noite, e Lettie – a qual conhecera no dia da tragédia por um acaso – o leva para um passeio na floresta do terreno da família dela.
Assim encontraram uma espécie de demônio, que por puro descuido acaba se agarrando na vida do nosso protagonista. Quando este retorna para casa, percebe que sua mãe havia contratado uma governanta para cuidar das crianças, Ursula, uma jovem muito bela, porém, aparentemente cruel.
Não demora muito para a criança notar que Ursula é o demônio tentando desgraçar sua vida e da sua família. Em uma fuga desesperadora, o garoto procura Lettie e sua família “bruxa” para salvá-lo dessa perseguição.
Será que ele conseguiria se livrar desse mal que assolava sua casa e que corrompia seus pais? Será que ele voltaria a viver feliz sobre aquele solo?
O Oceano no fim do Caminho é um livro extremamente
peculiar pelas suas características infantis. Vemos uma mentalidade imatura na narração, que muito bem empregada ao protagonista, foi
essencial para que a história tivesse o destino desejado. Neil Gaiman queria buscar
o olhar infantil nessa narração, a concentração em certos acontecimentos e a distração em outros.
Foi
muito interessante saber a opinião do protagonista em alguns assuntos, revivendo em nossa mente a interpretação diversificada de uma criança diante alguns assuntos. Mas há
certa confusão nesse modo de desenvolvimento que Neil criou. Por advir de uma visão de uma criança, alguns acontecimentos da realidade estavam muito misturados com o lado fantástico,
numa metáfora um tanto bagunçada e pouco esclarecida. Trata-se de um livro que não agradará muitos pela essa fusão confusa dos elementos não-fictícios e fictícios.
A descrição da infância me envolveu, instigando minha curiosidade. A todo momento eu queria saber até onde Neil chegaria. E ter ciência que talvez essa história fosse – cheia de símbolos e representações – a história da infância difícil do próprio autor, fez-me fixar e analisar com minuciosidade o enredo. Fiquei imaginando se quando ele era mais jovem realmente imaginava que a postura firme de seu pai era realmente uma consequência de uma força externa, se culpava uma força maior por tudo o que aconteceu.
O enredo me decepcionou. O autor poderia ter construído uma alegoria, uma representação mais clara, mais desenvolvida, mais objetiva. Mas tudo se justifica pela falta de clareza do próprio protagonista. Outro ponto que me deixou insegura – porém, curiosa – foi o garoto não ter nome. Por que Neil fez isso? Para nos sentirmos dentro da infância dele? Para ficarmos com uma dúvida eterna se “O Oceano no fim do Caminho” era o ou não sobre sua infância?
“ – Sinto muito – lamentou Lettie. [...] – Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...”
Acredito que o título e os fatos já falam muito sobre o estilo do livro. O lago era pequeno, insignificante para era um oceano para Lettie porque ela queria que fosse. Isso fez esse livro ser, de certo modo, especial e muito reflexivo. O final do livro foi algo tocante. Vi-me terminando a leitura um pouco insatisfeita pela trama no geral, mas muito tocada e emocionada. Creio que, no final das contas, esse era o objetivo do autor.
O livro tem uma capa lindíssima, uma diagramação muito satisfatória. Adoro a fonte da letra e o papel amarelado utilizado pela Intrínseca. Durante a leitura – o livro é relativamente curto, com 205 páginas – não encontrei nenhum erro de revisão ou gramática, e a tradução é fiel ao texto original, muito bem feita. A editora está de parabéns pela publicação!
É um livro que traz muitos assuntos e lições à tona: fala sobre amizade, lealdade, esperança, forças e apesar de ser um livro que eu afirmo não ter dado tão certo quanto deveria, eu indico muito para a leitura. Foi uma boa experiência e me incentivou a ansiar outros livros do autor.
Primeiro Parágrafo:
“Era apenas um lago de patos, nos fundos da fazenda. Nada muito grande.”
Melhor Quote:
“Eu não sabia o que era anatomia. Só sabia que a anatomia fazia as pessoas matarem os filhos.”
Olá Le, como vai?
ResponderExcluirEu já li esse livro há um tempo e até hoje não sei se gostei ou não. O livro é estranho e complexo. Pretendo relê-lo em breve e tentar formar minha opinião. Beijos!
http://euvivolendo.blogspot.com.br/
oii let, oi gabi
ResponderExcluirnossa, nao sabia que esse livro falava da infancia dele e tals. sua resenha me fez se arrepender de nao ter comprado ele na livraria semana passada rsrsrs
com ctz vou comprar logo, amei sua resenha
Necessito *O*
ResponderExcluirQuero tanto esse livro, e agora lendo sua resenha só passei a querer ainda mais TT>TT
Estou lendo Puros agora, logo vou correr atrás deste *O*
Um beijo!
http://meubaudeestrelas.blogspot.com.br/
Nem sabia que havia essa especulação sobre a infância do autor ser retratada nesse livro... o.O
ResponderExcluirAchei interessante a narração com esse olhar infantil, e acho que essa mistura do real com o fantástico faz parte dessa escolha mesmo. Pena que o enredo te decepcionou, mas pelo menos você considerou uma boa experiência de leitura mesmo assim, e quer conhecer outras obras do autor.
Beijo!
Ju
Entre Palcos e Livros
Olá =)
ResponderExcluirSonhei que estava lendo esse livro, mas ainda não o comprei =( Não conheço a escrita do autor, mas só ouço elogios. Quero muito lê-lo. Adorei a sua resenha. Anotado na lista de desejados novamente. Agora prioridade, rs.
Beijos
www.estantedarob.com.br
Oi Le... tudo bem??
ResponderExcluirEu gosto muito da capa do livro... sempre fico a observando quando vou as livrarias, porém o enredo dele não me chama atenção... eu não me senti atraída e com vontade de ler... achei meio cansativo na verdade e sem muito fundo de entendimento. Xero!
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirSei que o Neil é um autor de primeira linha, mas às vezes ele publica umas histórias tão viajadas que parece que tá usando droga pesada HAHAHAHA. Achei a capa do livro linda, mas ao tentar transcrever a imaturidade da juventude na sua obra, mesmo que justificadamente, ele me perdeu logo nas primeiras páginas, pois tenho absoluto horror de livros narrados de forma pouco desenvolvida e que me remetem a um jeito mais infantil de ser. Outro problema dele é que as vezes também tenta misturar tanto fantasia com filosofia, que acaba confundindo o leitor, que não consegue chegar ao mesmo nível de abstração que ele quis passar, ou seja, dorgas HAHAHAHA
Abraços,
Matheus Braga
Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/
Essa capa é TÃO linda! Pena que o livro tem uma coisa meio sobrenatural que envolve demônios e tal, não curto. Não fazia ideia de que poderia ser relacionado à infância do autor. o.O Recentemente passei por uma situação parecida, de me emocionar, mas não curtir totalmente a história em si, te entendo. rs
ResponderExcluirBeijinhos!
Giulia - www.prazermechamolivro.com
Oi Le, tudo bem? Nunca li nada do autor, mas tenho certa vontade, mas acho que não começaria com esse livro. Gosto da visão infantil, mas acho que o livro é bem metafórico e alguns momentos eu acharia ele bem confuso. Mas gostei da mensagem que ela passa sobre amizade, lealdade e esperança... e gosto muito dessa mistura de elementos fictícios e reais. Mas acho que é um livro que não funciona para todos, e acho que não funcionaria comigo.
ResponderExcluirBeijinhos,
Rafaella Lima // Vamos Falar de Livros?
Oi, Letícia!
ResponderExcluirÉ impressionante como Neil Gaiman constrói seus personagens infantis. Já leu Coraline? É incrível! Gostei muito da sua resenha, já havia lido muitas sobre o livro mas nenhuma tão detalhada e satisfatória.
Abraços
www.estantejovem.com.br
Este livro me chamou muito atenção, gostei da resenha. :) Vai ser minha próxima leitura.
ResponderExcluirhttp://omisterionaproximapagina.blogspot.com.br/