{Resenha} Deuses do Olimpo — Dad Squarisi

Páginas: 52

     Escrito por Dad Squarisi – professora e jornalista – e ilustrado pela brasileira Carolina Kaastrup, Deuses do Olimpo foi publicado pela Editora Geração, através de seu selo jovem. Destinado ao público infanto-juvenil, é compostos por capa dura e 52 páginas. 

     Quando soube que a editora Geração iria publicar Deuses do Olimpo, fiquei muito ansiosa para tê-lo em minhas mãos, já que sou muito fã de mitologia grega. Contudo, este livro se mostrou muito mais do que eu esperava. 

     Deuses do Olimpo conta a criação do universo através da visão das antigas civilizações gregas e desenrola para os leitores a história das divindades desse universo. É possível aprender desde a Era dos Titãs á Era dos Deuses. Desde os doze deuses mais famosos – Zeus, Poseidon, Hades, Hera, Hermes, Dionisio, Ares, Atena, Hefesto, Héstia, Perséfone, Deméter, Artêmis, Apolo – aos mais modestos como Nike e Tique. Contudo, nem mesmo os semideuses e os inteligentes mortais saíram fora deste livro; muito menos os monstros do submundo e os principais cenários dessa história divina foram esquecidos.


      É através desse livro que conhecemos os Campos Elísios – uma espécie de paraíso – e o Tártaro, o inferno. Ou conhecemos Cérbero, o cão gigante de três cabeças, e o barqueiro do submundo, o Caronte. Mas os feitos de Hércules na dimensão da terra foram bem enfatizados, assim como as criações de Pigmalião. Não obstante, a autora também aprofunda a história dos titãs, suas lutas, a ordem universal. 

     A linguagem de Dad, a autora, é muito interessante se analisada com minuciosidade. Ela simplifica a complicada história dos deuses, utilizando-se, até mesmo, dos contos mais complexos e tornando-os muito mais facilitados e infantis. Além disso, a autora teve muito cuidado em sutilizar qualquer ação sexual das histórias – e a mitologia grega é repleta delas – porque os deuses têm sentimentos iguais aos dos homens. Foi muito inteligente da parte de Dad produzir o conteúdo desse livro desta maneira.

     E transmitir as histórias eróticas, cheias de incestos, traições e maldições em um nível menos agressivo não é fácil. Na realidade, mitologia grega não deveria ser para o público infantil, e acabou cabendo perfeitamente nesse universo, nesse livro. 

     Contudo, a linguagem de Dad era travada demais a partir de pontuações utilizadas de forma exagerada. É possível notar que a narração poderia ser mais fluida, envolvente e menos pausada. Creio que foi esse pequeno quesito que mais me incomodou nessa leitura. 

     Mas um diferencial demonstrado em “Deuses do Olimpo” é a sua interação com o passado e o presente. A autora foi muito esperta ao fazer uma ponte que demonstrasse a origem das palavras de nosso cotidiano no grego, ou sobre o que as mitologias contribuíram para nossa sociedade atual.

“[...] Dali decidem a sorte dos mortais. Depois do julgamento, enviam o bem ou o mal para fazer os homens respeitar a lei divina.”

     As ilustrações são magníficas. A Carolina Kaastrup conseguiu fazer esta obra ser chamativa e elegante; demonstrou através de suas próprias imagens o estilo arquitetônico grego e os seus símbolos. Trata-se de um livro esteticamente perfeito. 

     Fiquei muito satisfeita com a sua construção, que é extremamente chamativa e conquistadora levando em conta as ilustrações – começando pela imagem da capa, que é linda – e pela sua capa dura. Mas as próprias dimensões grandes de “Deuses do Olimpo” é um ponto positivo nesta obra, assim como suas páginas de papel liso. 

     Indico a leitura para todos que apreciam mitologias. Mesmo aparentando ser somente infantil, Deuses do Olimpo também é muito indicado para adultos, por trazer as informações completas e fundamentais das lendas gregas. Acredito que esse livro deveria ser lido por todos para compreender melhor o pensamento antigo.

Primeiro Parágrafo:
“Quando nasceu, há muiiiiiiiiiiiiiitos anos, o mundo era uma baita confusão. A terra invadia o amor. O mar avançava na terra.”
Melhor Quote: 
“Deuses e deusas não são melhores nem piores que nós. São iguaizinhos aos seres humanos.”