Livro: Beautiful Creatures: Dezesseis Luas
Título Original: Beautiful Creatures, 1
Autor (a): Margaret Stohl e Kami Garcia
Editora: Galera Record
Páginas: 490
ISBN: 9788501086914 
Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota que ele nunca conheceu. Até que ela aparece... Lena Duchannes é uma adolescente que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à tona. Eleito pelo Amazon um dos melhores livros de ficção de 2009. Direitos de tradução vendidos para 24 países. Um filme da série está sendo produzido. "Pacote completo: um cenário assustador, uma maldição fatal, reencarnação, feitiços, bruxaria, vudu e personagens que simplesmente prenderão o leitor até o fim...




   Ethan Wate é um adolescente preso na rotina da cidade na qual vive. Gatlin, uma pequena cidade perdida na vastidão da Carolina do Sul, é um exemplo perfeito de cidade interiorana sulista, onde todos conhecem a vida de cada um, e seu destino foi determinado quando se estava na pré-escola. Ethan, entretanto, almeja mais para si: ele deseja ser diferente, sair do padrão “mesmista” que todos que conhece seguiram. Levando tudo isso em conta, é uma surpresa para todos os habitantes de Gatlin quando, na cidade em que nada acontece, uma nova moradora chega e faz-se ser notada por sua singularidade.
    Lena Duchannes é sobrinha do misterioso Macon Ravenwood, o recluso local — o que, por si só, já a faria destacar-se na única escola da cidade, a Jackson High. Mas, quando Ethan percebe que ela é a garota misteriosa dos sonhos que ele vem tendo há meses, desconfia haver algo a mais sobre a garota. Ela, assim como ele, não parece pertencer ao lugar aonde está. Além disso, a atração entre os dois é inevitável, e o destino parece querer manter os jovens próximos.
    O que Ethan não percebe inicialmente, entretanto, é que eles são de mundos completamente diferentes. O mundo de Lena vem acompanhado de coisas impossíveis, sobrenaturais, onde uma guerra entre o bem e o mal é constante, e um ato impensado pode dar fim à vida de alguém. Será o amor dos dois forte o bastante para resistir à forças que estão fora do controle de qualquer um?

     Dezesseis Luas foi uma leitura, acima de tudo, bastante controversa. Essa foi uma das poucas vezes que vi o filme antes de ler o livro, portanto, já havia formado algum tipo de opinião e até mesmo sabia informações sobre o enredo. Pessoalmente, não gostei muito da adaptação, apesar de não tê-la achado ruim — senti que muita informação estava faltando. Presumi que tudo seria explicado mais profundamente no livro, e assim que pude adquiri o exemplar.
    O livro é narrado por Ethan — o que adorei, já que nunca havia lido um livro narrado somente pelo protagonista masculino! — fato que torna a história mais objetiva, com uma visão um pouco mais clara do que a maioria dos romances adolescentes. Ethan é realista, inteligente, e bem maduro para um garoto de dezesseis anos. Gostei do modo como ele vê tudo, como procura sempre ajudar a garota que ama, apesar de todas as consequências.
   Sem contar spoilers, a premissa do livro foi o que mais agradou-me. A ideia de um romance entre um mortal e um ser sobrenatural já é bastante usada, mas isso nunca impede o interesse pela história. Fiquei chateada, entretanto, com o ritmo que tudo tomou. A história promete ser boa, mas, na maior parte do livro, nada muito importante acontece.
   Há alguns mistérios, é claro, fatos que vão sendo descobertos aos poucos, mas a maneira como as autoras foram compartilhando as informações não me agradou. Tudo foi muito mal explicado no começo, e, mais ao fim do livro, quando temos uma visão mais ou menos clara de tudo o que aconteceu, outra coisa acontece novamente e deixa o leitor mais confuso ainda. É ótimo quando precisamos quebrar a cabeça para resolver um mistério que só é revelado no fim, porém, o que aconteceu na obra não foi isso, mas sim um relapso das autoras ao desenvolver o mundo que elas criaram.
   Apesar do citado, é certo que há pontos positivos na obra. O modo como cada personagem é desenvolvido é impressionante, não só pelos costumes tão originais de todos, mas por ser possível sentir cada um como se fossem pessoas conhecidas. Criar seres únicos e verdadeiros é, sem dúvidas, um dos melhores talentos das autoras. O meu personagem preferido da trama foi, sem qualquer dúvida, o tio de Lena, Macon Ravenwood, que consegue conquistar o leitor com sua singularidade. Apesar de fazer um papel muito importante na história, desejaria que ele tivesse mais aparições.
    O design do livro é muito bonito, e gosto muito da capa por conseguir transmitir o clima um tanto sombrio, ao mesmo tempo que romântico da obra. As folhas são amareladas e de boa qualidade, e a Galera, como sempre, caprichou nos acabamentos. A diagramação do livro é bonita, porém, deixa muito a desejar no quesito da revisão. Na edição que tenho do livro, há vários erros no texto, não só ortográficos, mas também na falta de pontuação correta (principalmente travessões!), o que torna a leitura um tanto confusa e obriga o leitor a voltar e ler o parágrafo novamente.
    Gostei do livro, apesar de alguns furos, e pretendo continuar a série. Espero, entretanto, que nas sequências os personagens amadureçam mais, assim como a história, que, depois do fim do primeiro volume, promete crescer imensamente, já que muita coisa ficou precisando ser explicada.
     Por fim, Dezesseis Luas é um romance adolescente, mas que usa o sobrenatural para proporcionar um toque a mais. Recomendo sim o livro, mas aviso para quem for lê-lo para manter em mente que trata-se de algo mais juvenil, sem tanta profundidade. Ótimo para passar o tempo e começar uma nova série, o livro vai te intrigar e entreter, cumprindo o objetivo inicial da leitura. 
Melhores quotes:
"Mortais. Acham que podem mudar as coisas. Parar o universo. Desfazer o que foi feito muito antes de vocês surgirem. Vocês são criaturas tão lindas."
"A história é uma merda às vezes. A gente não pode mudar de onde é, mas ainda assim não precisa ficar lá."


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