Título: As Crianças Trocadas - A Guerra dos Fae #1
Título original: 
The Changelings - War of the Fae #1
Autor (a): Elle Casey

Editora: Geração
Páginas:  288
ISBN:  9788581301792


Sinopse: Jayne é uma adolescente rebelde e desbocada. Não se encaixa em lugar algum. Sem dinheiro e sem rumo, ela e seu colega de escola Tony fogem de casa e encontram outros jovens em situação semelhante. Uma misteriosa organização oferece-lhes dinheiro para participarem de um estranho e suspeito experimento envolvendo uma competição. Sequestrados e lançados numa sinistra floresta repleta de seres sobrenaturais assustadores, os garotos precisam enfrentar perigos inimagináveis e vencer a prova, quando Jayne descobre-se possuidora de dons especiais de que nunca suspeitou, poderes de que precisará desesperadamente, para sobreviver num mundo paralelo ao mundo real... o mundo dos Fae. Encare a leitura desta fantasia surpreendente, repleta e ação, suspense, magia e muito humor, escrita por um dos grandes talentos contemporâneos da literatura jovem.


    Jayne é uma menina que, de fato, não conseguiu se adaptar ao colégio, muito menos ao seu lar. Foi sempre vista mais como um menino malcriado e espertinho. Mas sua vida não era agradável em casa, onde sua mãe mal lhe dava atenção e seu “padrasto” se aproveitava de sua vulnerabilidade. 
    Pelo menos Jayne tinha um amigo, que era seu oposto, contudo, era um ótimo amigo. Seu nome era Tony e tinha um caráter equilibrado e exemplar. E, em um dia qualquer, Jayne viu-o sacar uma arma e apontar para um grandalhão que queria machucá-la. Foi neste dia que tudo mudou e resolveram, ambos, fugirem de casa. 
    Decidiram ir para Miami e quando estavam perdidos, aceitaram serem guiados por Jared, um cara qualquer que lhes oferecera abrigo. Orientados, acabaram em um apartamento abandonado cheio de adolescente e adultos tão perdidos quanto eles. Estes dormiam juntos e trabalhavam para o bem de todos. A comida era escassa, mas como uma família, sempre davam um jeitinho. 
    Foi assim que Spike, o artista do grupo, encontrou um trabalho fácil. No folheto dizia-se que procuravam por jovens para um teste físico e que teriam uma boa recompensa caso passassem pela seleção. Todos decidiram se inscrever, inclusive Jayne e Tony. 
    No teste, muitas perguntas estranhas foram feitas, mas no final, a maioria do grupo foi selecionado. Já num avião particular, embarcaram para onde quer que esse teste físico se desenrolaria e se depararam com um susto: todos haviam sido drogados e jogados em uma cabana localizada em uma floresta qualquer. 
    Mas logo perceberam que não era uma floresta qualquer. Juntos, tinham que finalizar uma prova, cientes de que teriam impedimentos. Mas o que nunca Jayne imaginaria era que esses impedimentos contavam com vampiros, lobisomens e outros seres sobrenaturais. Eles estavam em um local totalmente diferente do que estavam acostumados, e o pior: Jayne estava começando a desenvolver poderes. 

      Esse foi um dos únicos livros que experimentei a relação de amor e ódio. 
    Primeiramente, percebi que a narração diferenciada fazia com que os personagens principais fossem concretos desde as primeiras páginas. Cada cena era extremamente nítida em minha mente. E, por ser narrado em primeira pessoa, Jayne foi uma surpresa, porque sua personalidade forte deixou resquícios até mesmo na linguagem do livro. Os palavrões incluídos e as expressões sarcásticas ou irônicas não fizeram da narração algo baixo e incomodador, pelo contrário, fez a protagonista ser o mais real possível, palpável. 
    Mas a obra foi desenvolvida muito rapidamente, e percebemos isso desde o começo da leitura. Caso fosse trabalhada com mais lentidão, outros personagens poderiam ter se desenvolvido melhor, assim como o enredo, que conta com muita ação. 
    Em um primeiro momento, a trama simplesmente estava incrivelmente real e estimuladora, e, repentinamente, não consegui mais visualizar bem mais nenhuma cena apresentada. Isso ocorre porque o livro conta com personagens sobrenaturais, mas, definitivamente, isso não é justificativa. Caso o livro fosse dividido em duas partes, provavelmente ninguém daria conta de que faziam parte de uma mesma história, levando em conta os contrastes gritantes. 
    Faltou um pouco da apresentação de detalhes, faltou um pouco do desenvolver da história para que as aventuras dos personagens na floresta funcionasse. Em um segundo, Jayne lutava contra uma bruxa “nojenta”, pouquíssimas páginas depois, enfrentava lobisomens, e, em seguida, tentava salvar seus amigos de uma entidade ligada à água. Tudo acontece rápido demais, com detalhes de menos. 
    Contudo, muito do que ocorreu na segunda parte do livro me agradou. Houve ocasiões em que a narrativa foi bem empregada, onde eu consegui novamente me imaginar dentro da história. Talvez seja por esse motivo que ainda consegui sentir o amor pela obra. 
    A história é extremamente fácil, porém, há algo nela que a deixa diferente. É um livro que tem tudo para dar errado, mas que conseguiu me agradar no geral. 
    O final foi diferente e inesperado, sendo isso um ponto muito positivo. Quando terminei a leitura, notei o quanto ela havia sido intensa, independente da satisfação ou da decepção. 
    E por mais que A Guerra dos Fae: As Crianças Trocadas tenha mais pontos negativos do que positivos, estes eram tão bem feitos que me conquistaram e compensaram as partes em que o livro pecou. A capa é lindíssima, os detalhes internos são admiradores e, sem dúvidas, auxiliam o leitor a entrar no “clima”. A Geração Editorial está de parabéns pela revisão e diagramação da obra! 
    Indico a leitura à todos, e repito: independente dos pontos negativos, os positivos valeram muita a pena, e graças à eles que vou atribuir a nota abaixo. É um livro indicado mais para o público jovem, principalmente para quem aprecia As Crônicas de Nárnia ou Percy Jackson. Não gosto muito desse tipo de livro, e talvez seja até por isso que A Guerra dos Fae: As Crianças Trocadas tenha sido uma leve decepção.

Primeiro Parágrafo: “Não aguento mais essa porra de escola. Eu sinto que nem deveria estar aqui. Mas onde eu deveria estar, então?”
Melhor Quote: “Tony estava rindo porque sentia pena de mim, mas que se foda, eu me sentia bem.”


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