Olá, pessoal. É com muita alegria que trago à vocês a resenha do filme mais esperado do ano. Com vocês, minha opinião sobre Em Chamas!

 
              Poster oficial e nacional do filme. Capa nacional do livro publicado pela Rocco.

    Katniss teve a infortunada ideia de desafiar a Capital ao sugerir à Peeta que se matassem na arena, para não cederem e, assim, entregar à Capital um vencedor.
    Quando nossa protagonista – já presente no Distrito 12 – pensa que o risco é mínimo e que seu desempenho ao fingir que ama Peeta está produzindo resultados estimados, depara-se com uma perigosa visita: a do presidente Snow. É com sutis ameaças que Katniss percebe que terá que sacrificar o resto de sua vida para manter o presidente longe de si e de quem ama.
    Mas talvez Snow já houvesse encontrado um modo mais fácil de matar os desafiantes sem que o povo desconfiasse ou questionasse suas mortes. Um destino que nem Katniss foi capaz de prever.
    O Massacre Quartenário é feito a cada 25 anos de Jogos Vorazes, onde as regras tomam rumos diferentes, e onde as mortes são diversificadas e, para os expectadores, mais divertidas. Todos esperavam qualquer mudança no Massacre Quartenário que ocorreria naquele ano – aumento do número de tributos mandados, um ambiente mais hostil do que o comum, e etc – menos a escolha que foi tomada. Haveria um sorteio entre os vitoriosos de todos os anos em todos os distritos, e, um homem e uma mulher deveriam retornar para arena.
    Agora Katniss não só voltará para o local de seus pesadelos, como terá que lutar com os vitoriosos, ou seja, os melhores dos assassinos existentes. 
    Mas havia outro problema: Peeta também voltaria para arena, e dessa vez, somente um poderia sair vivo.
    
    Um filme que todos deveriam assistir. Em Chamas tem a capacidade de tocá-lo, de fazê-lo prender a respiração e de fazê-lo chorar.
    Nessa adaptação temos a direção de Francis Lawrence (diretor de Água para Elefantes), que teve um total sucesso em seu trabalho, levando em conta a fotografia nítida e chamativa, as imagens com mais uso de tecnologia — em relação ao Jogos Vorazes — e a montagem da comprida história em um tempo pequeno, de modo que não ficasse cansativo, muito menos excessivamente rápido, para melhor a reflexão do telespectador.
    O cenário estava claramente ligado as emoções dos personagens, assim como as cores usadas. A trilha sonora contribuiu inteiramente para a comoção do receptor, e os diálogos, todos, sem distinções, eram de natureza épica e impactadora. A junção de todas essas artimanhas contribuiu para que a entrada do contempladores na trama. Nunca foi tão fácil se sentir nesse ambiente não hostil e assustador.
    O elenco se mostra um dos mais bem constituídos dos quais já tive contato. Jennifer Lawrence — atriz que interpreta a protagonista Katniss Everdeen — domina a maioria das cenas, com sua beleza física, a confusão da personagem e a imagem de fortaleza, que consegue transmitir com êxito. Já o personagem Peeta Mellark (Josh Hutcherson), não foi tão focado como no primeiro filme. Isso ocorreu pelo excesso de personagens quase tão importantes quanto ele. Finnick (Sam Claflin), mais um galã adicionado à essa distopia, foi uma grande surpresa para mim, assim como Johanna (Jena Malone). Ambos atores tinham tudo para não se encaixarem nos personagens, mas mostraram o quanto errada eu estava.
    Outro personagem marcante foi o Presidente Snow (Donald Sutherland), que fez qualquer temê-lo. Nesse volume, realmente conseguimos compreender melhor sua natureza bruta e insensível. Também há como entender melhor Primrose (Willow Shields), que se mostra diferente da menina inocente, confusa e dependente do primeiro filme. Neste, Prim está muito mais madura, como se tivesse envelhecido e aprendido a cuidar de si mesma, e até mesmo dos outros. 

Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) e a irmã, Primrose (Willow Shields), em 'Jogos Vorazes: Em Chamas

    Contudo, independente dessas carinhas bonitas selecionadas, as atuações foram além do imaginado e cumpriram com seu papel. São poucos os filmes que conseguem uma atuação satisfatória quando o principal objetivo é conseguir avatares bonitos para seus personagens.
    Acredito que outro motivo pelo qual o filme tenha tido tanto triunfo seja porque ele seguiu com certa exatidão a linearidade do livro. Somente algumas cenas foram cortadas, e, muitas delas, realmente sem importância no contexto geral. 
   As lutas na arena foram emocionantes, muito mais que no filme Jogos Vorazes, até porque, os participantes eram mais treinados e experientes. Toda a ação desse filme fez o telespectador tremer em seu acento, sufocar gritos e roer as unhas. Nada foi simples, nada foi desestimulador nesse filme. 
    Algumas cenas foram demasiadas cruéis, sendo elas de chicotadas, de espancamento seguido de morte, tiros na cabeça... A trilogia Jogos Vorazes só é uma descoberta grande para o publico adolescente e adulto pela sua "veracidade" e a falta da visão romântica que temos em outros filmes, como exemplo, Crepúsculo. 
    Outro brilhantismo nessa adaptação que tenho obrigação de apresentar foi a alternância do "clima". Assim que tínhamos contato com uma cena estimulante e eufórica, uma cena triste e tocante vinha logo depois; esse equilíbrio fundamental foi imposto no filme inteiro.
   A adaptação de Jogos Vorazes e Em Chamas acaba sendo até melhores que os livros — escrito por Suzanne Collins e publicados no Brasil pela Editora Rocco — que tem uma narrativa pobre e quebrada. Mas a reflexão por parte do receptor é a mesma nas citadas obras: um governo autoritário passando por cima dos direitos dos cidadãos de uma nação; uma classe mais privilegiada que as demais; a ideia de panem et circe (pão e circo) — que pode ser comparada aos estádios de futbol, feitos pelo governo para distrair a população; e as rebeliões, que, apesar de oprimidas, ganham força. Será que Em Chamas não inspira exatamente os jovens brasileiros — e os do mundo inteiro — que tem fome de justiça?
    Bem, levando em conta tudo isso, não há como Em Chamas ter pecado em algo, há? 



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