Livro: A Irmandade Perdida
Título Original: The Lost Sisterhood
Autor (a): Anne Fortier
Editora: Arqueiro
Páginas: 528
ISBN: 9788580414523

Sinopse: Diana Morgan é professora da renomada Universidade de Oxford. Especialista em mitologia grega, tem verdadeira obsessão pelo assunto desde a infância, quando sua excêntrica avó alegou ser uma amazona – e desapareceu sem deixar vestígios.
No mundo acadêmico, a fixação de Diana pelas amazonas é motivo de piada, porém ela acaba recebendo uma oferta irrecusável de uma misteriosa instituição. Financiada pela Fundação Skolsky, a pesquisadora viaja para o norte da África, onde conhece Nick Barrán, um homem enigmático que a guia até um templo recém-encontrado, encoberto há 3 mil anos pela areia do deserto.
Com a ajuda de um caderno deixado pela avó, Diana começa a decifrar as estranhas inscrições registradas no templo e logo encontra o nome de Mirina, a primeira rainha amazona. Na Idade do Bronze, ela atravessou o Mediterrâneo em uma tentativa heroica de libertar suas irmãs, sequestradas por piratas gregos.
Seguindo os rastros dessas guerreiras, Diana e Nick se lançam em uma jornada em busca da verdade por trás do mito – algo capaz de mudar suas vidas, mas também de despertar a ganância de colecionadores de arte dispostos a tudo para pôr as mãos no lendário Tesouro das Amazonas.
Entrelaçando passado e presente e percorrendo Inglaterra, Argélia, Grécia e as ruínas de Troia, A irmandade perdida é uma aventura apaixonante sobre duas mulheres separadas por milênios, mas com uma luta em comum: manter vivas as amazonas e preservar seu legado para a humanidade.

       A Irmandade Perdida é o segundo livro de Anne Fortier, renomada autora que teve sua fama em cima do livro "Julieta", também publicado pela Editora Arqueiro. Estreado em 2015 no Brasil, já entrou para a lista dos mais vendidos do New York Times.
     A Irmandade Perdida apresenta duas histórias. Na atualidade, encontramos Diana Morgan, uma filóloga que sempre concentrou a sua vida acadêmica em pesquisar e defender a existência das Amazonas. Essa paixão pelo tema foi influenciada por sua avó, que dizia ser uma Amazona e era veementemente  reprimida pelo pais de Diana. 
      Repentinamente, Diana é interceptada, quando saia da academia, por um homem que lhe ofereceu um cargo, caso ela aceitasse viajar para decifrar códigos que ele afirmava vir de civilizações amazônicas. Diana fica intrigada com a imagem criptografada e relembra, ao mostrar para Rebecca — sua amiga de infância — que sua avó já lhes mostrara aquela imagem quando eram crianças. 
   A partir dessa descoberta, Diana decide mergulhar nessa aventura, enfrentando inúmeros empecilhos, e buscando entender a história de sua avó, e a sua própria. Será que a prova da existência das Amazonas estava prestes a ser encontrada?
    Já centenas de anos atrás, encontramos a história de Mirina, que acaba precisando abandonar a tribo com sua irmã, Lilli —  que ficou cega durante o percurso, por resultado de uma febre —  e decide procurar o Templo da Lua, com a finalidade de que sua irmã pudesse ser curada. Logo, elas são chamadas integrar a irmandade regional e Mirina inicia um treinamento de batalha com as cultuadoras da Deusa da Lua. O que Mirina não esperava era que o perigo estava extremamente próximo, e que o destino reservava muitas surpresas.



        A Irmandade Perdida foi uma experiência de leitura muito agradável. Trata-se do típico livro que te envolve desde o começo, sem um motivo aparente. Contudo, é conforme a leitura se segue que percebemos algumas características marcantes que fazem o livro especial. 
       A narrativa é em terceira pessoa e não traz muitos detalhes. Apesar disso, ela apresenta duas protagonistas e duas histórias diferentes, de épocas igualmente distintas. Temos contato primeiramente com Diana Morgan, uma personagem que chamou muito minha atenção, por ser determinada e ter fome pelo conhecimento. Já Mirina, a rainha das Amazonas, inspirou-me muito mais empatia e me manteve mais firme na leitura. O próprio enredo ao redor dessa personagem é muito mais criativo e interessante, além de me agradar particularmente —  visto que sou uma grande fã da cultura greco-romana.       
       Mirina é muito mais forte —  até porque sua situação exigia isso —  e o cenário que ela estava inserida acabou fazendo "A Irmandade Perdida", independente de algumas falhas, uma leitura marcante. Não que Diana não tenha me prendido em nada, mas a sua história era muito mais simples e relativamente menos empolgante. Além disso, os flashbacks constantes acabou atrapalhando um pouco a leitura, pois, ao meu único ver, acrescentaram pouco à história e à personagem, e interromperam momentos de "êxtase".
      Os personagens secundários acabaram sendo um problema na primeira parte da obra. Poucos deles me conquistaram, enquanto na segunda parte, fui arrebata por inúmeros deles, inclusive Lilli, a irmã enferma de Mirina.    
       Mas outro fator que me gerou estranheza foi o relacionamento quase abrupto entre Diana e Nick. Foi como se a autora tivesse pressa demais para amadurecê-los antes. Mas o fato da Anne Fortier ter demonstrado seu conhecimento e pesquisa em cima de geografia, história, mitologia, arqueologia, filologia, acabou compensando várias falhas e potenciais não alcançados.
      Aprecio muito o tema "Amazonas" e os períodos da Grécia antiga, e esse livro só me instigou ainda mais sobre o assunto. Além disso, Anne Fortier traz muito sobre a força feminina — assunto que está tomando o mundo atualmente —, e defende que as mulheres conseguem lutar pelo que amam e prezam, e que não são, de modo algum, incapazes.

"Não importavam quais fosses as histórias tristes dos peregrinos nem o valor de suas oferendas, dia após dia, semana após semana, a seca não terminava nem os rios voltavam. Tampouco Lilli, apesar de todas as suas súplicas silenciosas, recuperava a visão. Mas a Deusa da Lua, no alto de seu pedestal, continuava a sorrir."

      Achei brilhante, também, essa alternância temporal entre os enredos. Acredito que esse foi um dos pontos mais positivos nesta história —  que também mostrou a destreza da autora e seu empenho em fazer de sua história, bem estruturada. 
      "A Irmandade Perdida" é um obra grande, e acaba trazendo dois livros em um só. O clímax foi sensacional e adorei o desfecho, apesar de não ter sido tão surpreendente. Anne Fortier foi inteiramente competente em fechar completamente sua história, sem confusão ou sem deixar pontas soltas, sem explicações.
     Anne Fortier me convenceu de seu talento na escrita,  a ponto de me fazer ansiosa para ler "Julieta" e esperar por obras futuras. "A Irmandade Perdida" se tornaria uma ótima adaptação para o cinema, ou, melhor ainda, para uma série de televisão, onde seria muito mais aprofundada e desenvolvida, 
     A capa é linda e o designe não deixou a desejar. Quando conheci a obra, inclusive, imaginei que se tratava-se de um romance histórico, pela capa que carregava. Não me arrependi, contudo, em ler uma trama diferente da qual imaginava ser. A fonte da letra em tamanho ideal e as páginas amareladas contribuíram muio para a leitura. A Editora Arqueiro está de parabéns pela publicação! 
Indico a leitura para todos que gostam de tramas misteriosas, cheias de ação, e surpresas, e, claro, são apreciadores de mitologia grega. "A Irmandade Perdida" é capaz de lhe fazer viajar longe! 

Primeiro Parágrafo: "Os rapazes terminaram a remada de treinamento em tempo recorde."
Melhor Quote: "Com um grunhido de exaustão, desabou de volta na cama, onde ficou deitada, imóvel como na morte, durante dois dias inteiros, fazendo as outras sacerdotisas se perguntarem que poder sobrenatural a mantinha viva e por quê."















             


3 Comentários

  1. Olá!

    Adorei o estilo de história e escrita da autora. Esse novo livro com certeza já tem espaço na minha meta de leitura. Parabéns pela resenha!

    www.booksimpressions.blogspot.com.br

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  2. Olá, tudo bom?
    Sabe quando você ve um livro mas não para para ler a sinopse? Pois é aconteceu comigo, e só li a sinopse agora. OMG O: preciso ler este livro.
    Confesso que também quando vi a capa achei que se tratasse de um romance histórico, não conheço o trabalho da autora ainda, mas quero começar a ler por este. Adoro mitologias, me prendem de uma maneira fenomenal, sem falar que me fazem viajar, literalmente.
    Ótima resenha.

    Bjux ;)
    http://entrelinhasalways.blogspot.com.br/

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  3. Oi tudo bem?
    Já li a irmandade perdida, e amei, Anne Fortier é uma autora incrível, amei sua resenha e o seu blog, são otimos.
    abibliotecadesonhos.wordpress.com

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