Olá, pessoal! O Entre Páginas e Telas desse sábado vai falar um pouco sobre a adaptação do bestseller de Stephen Chbosky, As Vantagens de Ser Invisível. O filme foi sucesso de bilheterias e teve como protagonistas Logan Lerman, Ezra Miller e Emma Watson, nossa eterna Hermione, e aqui dou dinha opinião sobre ele. Vamos lá?

   
Capa nacional original do livro, e o pôster americano do filme. 

    Ambientado no começo dos anos 90, em As Vantagens de Ser Invisível conhecemos Charlie, um adolescente de 15 anos, que está começando amadurecer e explorar a vida. Ele tem muitos desafios para enfrentar: o recente suicídio de seu único e melhor amigo, as dificuldades escolares, seu primeiro amor e suas próprias questões existenciais. Entre tudo isso, ele precisa descobrir quem ele é e a que lugar pertence, e, acima de tudo, Charlie quer deixar de ser apenas um expectador e começar a atuar em sua própria vida. 
Quando ele conhece Sam e Patrick, dois irmãos que, como típicos adolescentes, acreditam em aproveitar a vida, a rotina de Charlie passa por muitas mudanças. Ele aprende sobre amizade, sobre como enfrentar situações totalmente novas, e como conviver com pessoas que são completamente diferentes dele. Charlie embarca em um processo de mudança e aprendizado incrível, nos levando juntamente com ele – e, sem mais, nos fazendo sentir infinitos.

     Apesar de todo o sucesso que o filme fez quando foi lançado, decidi que iria ler o livro primeiro. Me surpreendi demais com a obra dramática, tocante e extremamente real que Stephen Chbosky escreveu, e, após ter devorado o livro em menos de um dia, é claro que não podia esperar para conferir se a adaptação fazia jus à versão original.
     Minha primeira ressalva com o filme foi o elenco — não por não gostar do trabalho deles, muito pelo contrário —, por acompanhar a carreira dos atores: achei que iria acabar “confundindo” personagens. Felizmente, não poderia estar mais enganada. Os representantes de Charlie (Logan Lerman), Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson) têm atuações brilhantes, do tipo que conseguem transmitir ao leitor exatamente a profundidade que é sentida no livro. Com o uso de muita sutileza, uma trilha sonora magnífica e um drama dosado e bem construído, o filme transporta-nos a uma viagem marcante. 


     A direção do filme ficou por conta do próprio autor, Stephen Chbosky, e isso garantiu que a essência singular da obra fosse mantida. Há várias cenas semelhantes às do livro, com apenas algumas pequenas alterações, e acredito que os fatos foram adaptados na medida correta, muitas vezes mesclando cenas menos importantes e criando, assim, uma “mistura” que consegue ser manter-se fiel à obra, ao mesmo tempo que transmite um caráter mais jovem e inovador. 
    Tratando-se de adaptações, é sempre difícil para um fã compreender e aceitar completamente o conteúdo delas. Sentimos falta de cenas, situações e personagens, apesar de sabermos claramente que mudanças que podem (e vão!) ocorrer. Em As Vantagens de Ser Invisível, o que mais me incomodou, em relação à esse aspecto, foi a falta de desenvolvimento do relacionamento de Charlie com sua irmã, Candace (Nina Dobrev). Alguns fatos — que são extremamente importantes para o crescimento pessoal tanto de Charlie, quanto de sua irmã — foram suprimidos, e senti falta do companheirismo que é notável no livro, mesmo com todos os problemas pelos quais os irmãos passam. 
     Por outro lado, o filme supera o livro no quesito de humor. Há várias falas muito engraçadas adicionadas, e a maioria fica por conta do personagem de Ezra Miller (que atuou incrivelmente!), Patrick. Ele é simplesmente hilário na adaptação, e mais de uma vez me peguei dando gargalhadas com as tiradas do personagem. O drama pessoal pelo qual ele passa também ganhou destaque, e consegue comover o espectador, que aprende a gostar ainda mais de Patrick nessa versão. 


     Assim como na obra, temas polêmicos são retratados no decorrer do filme. Suicídio, relacionamentos, o uso de drogas e homossexualismo, entre outros temas, são apresentados na tela de maneira sutil, mas ainda sim concisa, o que estimula quem assiste ao filme a não encarar essas situações como algo distinto, mas parte de quem os personagens são. 
    É difícil expressar em palavras como esse livro me tocou, e o filme conseguiu, também, comover-me de modo parecido. A abordagem singular do livro o difere de todos os outros, e talvez, por isso, não seja uma obra que todos consigam gostar ou compreender, já que conta com pontos profundos e até um tanto poéticos. A adaptação conseguiu captar essa essência, mesmo que de modo um pouco diferente, e está extremamente recomendada. Ela, definitivamente, vai te fazer parar para refletir sobre a vida e as situações que a compõem — e tudo isso ao som de músicas incríveis.

E você, já assistiu ao filme/ leu o livro?


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